Revista ale final especial

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ALE em revista Publicação trimestral da AleSat Combustíveis S.A. Ano I • Número 1 • Agosto de 2013

BEM-ESTAR

A vida fora dos grandes centros urbanos NA ESTRADA

Você vai se apaixonar por Natal

TUDO EM FAMÍLIA Família Reis está à frente do maior grupo de postos ALE no país


PERTO PARA VOCÊ CURTIR A VIDA. É 2próximo? É ALE.

Estamos prontos para atendê-lo dia e noite em nossos postos. A Entreposto, loja de conveniência da ALE, oferece de produtos de higiene aos lanches mais gostosos, para ajudar o cliente nas pequenas urgências do dia a dia. Para nós, mais importante que estar em 1.900 postos é estar ao seu lado. Somos a ALE. E estamos sempre por perto para você ir cada vez mais longe.

ALE em revista


NESTA EDIçÃO

BEM-ESTAr

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PÉ NA ESTrADA

Renda-se às belezas de Natal

16 CAPA Douglas dos Reis fala sobre a empresa que gerencia com a família André Segatti optou por viver distante dos grandes centros urbanos

NA MÍDIA

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MUNDO ALE

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NA rEDE

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PArA vOCê

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ENTrEvISTA Jaime Troiano

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PErFIL DO CLIENTE Francinei Costa

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MÃO DE OBrA Sobram vagas, falta mão de obra

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MErCADO Fidelização de clientes

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CONHEçA ALE em números

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ALE em revista

Antigomobilismo cresce no país e ganha cada vez mais adeptos

PASSATEMPO

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ESPAçO DO LEITOr

EUGÊNIO SÁVIO

CArO LEITOr

Sem a sua opinião somos incompletos

Queremos ir além dos produtos e serviços oferecidos em nossos postos

As pessoas são nosso

melhor combustível A revista que você tem em mãos sintetiza nossa busca por fazer parte do dia a dia das pessoas em cada região em que estamos presentes. Queremos ir além dos produtos e serviços oferecidos em nossos postos, com o objetivo de trazer para você, leitor, abordagens diferentes sobre o mercado, bem-estar, sustentabilidade, negócios, consumo, entre outros assuntos de interesse geral. Nesta primeira edição, conhecemos o estilo de vida de pessoas que optaram por viver fora dos grandes centros urbanos, fomos atrás de colecionadores de carros antigos e passeamos pelas belezas e delícias de Natal. Entrevistamos o consultor Jaime Troiano sobre a importância de construir marcas

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fortes; também analisamos o mercado sob a ótica da demanda e da oferta de mão de obra especializada e conversamos com representantes de empresas familiares brasileiras para entender o perfil dessas organizações. Desenvolvemos esse projeto pensando em você. Portanto, esperamos que a ALE em Revista cumpra seu papel de trazer conteúdos interessantes não só para os negócios, mas também para a vida! E não se esqueça: sua participação é fundamental para torná-la, cada vez mais, a sua cara. Boa leitura! Marcelo Alecrim

Por isso é que este espaço é tão importante pra gente: aqui, você é o dono da bola e pode comentar sobre nossas reportagens, sugerir novos assuntos, além de fazer elogios e críticas. Escreva para revista@ale.com.br e fique à vontade para dar voz às suas ideias a partir do que encontrou por aqui. A cada edição, publicaremos algumas das mensagens recebidas para abrir um diálogo permanente com nossos leitores.

ALE em revista Publicação trimestral da AleSat Combustíveis S.A. Ano I • Número 1 • Agosto de 2013

bem-estar

A vida fora dos grandes centros urbanos

na estrada

Você vai se apaixonar por Natal

TUDO EM FAMÍLIA Família Reis está à frente do maior grupo de postos ALE no país

EXPEDIENTE Coordenação: Anne Franck e Luciana Moreira Conselho editorial: Ana Patrícia Borba, Cláudio Sayão, Christina Barker, Fabrício Coelho, Giseli Lauer e Paulo Lisboa Produção Editorial: Interface Comunicação Empresarial Redação: Clara Guimarães, Marcela Machado, Marcos dos Anjos, Maria Juliana Soares e Valéria Prochnow Edição: Délio Campos e Valéria Prochnow Projeto Gráfico: Fabrício Coelho Diagramação: Bruno Malaco e Fernanda Braga Imagem de capa: Célio Chavier - Estúdio Clic Tiragem: 10 mil exemplares Impressão: Gráfica Tamóios Envie sugestões ou críticas para: revista@ale.com.br

Presidente

ALE em revista


NA MÍDIA Estado de Minas / Belo Horizonte

Confira o que circulou na mídia sobre a ALE. A empresa continua se destacando em suas iniciativas digitais e pretende alcançar metas agressivas em 2013. Brasil Econômico / São Paulo

O Tempo / Belo Horizonte

Diário do Comércio / Belo Horizonte

As medidas do governo em relação às vendas de automóveis e combustíveis no país têm deixado a ALE otimista. Depois de faturar cerca de R$ 9 bilhões em 2012, a companhia pretende chegar à casa dos R$ 11 bilhões neste ano, tendo como fatores favoráveis à sua atuação a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a comercialização de carros e o aumento nos preços da gasolina e do diesel, que foram de 6,6% e 5,4%, respectivamente, no final de janeiro.

Depois de um diagnóstico de branding em 2007, a distribuidora de combustível ALE começou a buscar, em 2008, alternativas para comunicar melhor o posicionamento de sua marca, e ao avaliar tendências e hábitos dos seus consumidores, percebeu que a internet era uma boa opção. “Se um consumidor se relaciona diariamente com uma marca nas redes sociais, a propensão dele aceitar produtos e serviços dessa marca será maior num momento de escolha” explica a gerente de Marketing e Comunicação da ALE, Rejayne Nardy.

O PAZ divulga 12 regras básicas que servem de alerta aos colaboradores, como respeitar limites de velocidade, manter atenção redobrada no trânsito, nunca dirigir sob efeito de álcool ou drogas, estar com a manutenção do veículo sempre em dia, usar corretamente os EPIs (equipamento de proteção individual) etc. Jornal de Hoje / Natal

ALE em revista

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MUNDO ALE

Criando conexões Programa para diminuir acidentes, contratação de nova agência digital e encontro de revendedores: iniciativas que conectam a ALE a seus colaboradores e clientes PAZ para todos

DIVULGAÇÃO

Segurança, saúde e meio ambiente são os pilares do PAZ, Programa Acidente Zero lançado pela ALE. A proposta é informar e conscientizar todos os colaboradores —sobretudo aqueles envolvidos no manuseio e transporte de combustíveis— dos riscos iminentes de algumas operações. Para garantir o sucesso do PAZ, 12 regras sobre a importância da segurança em todas as atividades da empresa estão sendo amplamente divulgadas entre os colaboradores.

Diferente como a gente A agência digital Media Contacts é a nova responsável pelas principais ações de comunicação on-line da ALE. Entre os objetivos estabelecidos, está o estreitamento da comunicação com o consumidor final e a divulgação da rede de postos. O grande desafio é conseguir refletir o posicionamento consistente e diferenciado da marca no ambiente digital.

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ALE em revista


ARQUIVO ALE

Maceió / AL

Maceió / AL

Troca de figurinhas Estreitar relacionamentos, permitir a troca de experiência e promover conversas com a revenda para entender as demandas de cada região estão entre os objetivos do Encontro da Família ALE. Neste ano, cerca de 200 revendedores se reuniram nos eventos realizados no Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Crato (CE), São José do Rio Preto (SP) e Uberlândia (MG). Estão previstos mais 15 encontros para o ano. ALE em revista

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ARQUIVO ALE ARQUIVO ALE

Uberlândia / MG


Na rede

ALE também leva internautas mais longe A ALE foi a primeira companhia do setor de combustíveis a desenvolver estratégias de comunicação nas redes sociais, ainda em 2009, quando muitas empresas ainda não haviam se atentado para o quanto a web aproxima uma marca de seus clientes. Atualmente, a ALE está presente em vários canais na web, com destaque para o Facebook e Twitter. Diariamente, a empresa conversa com milhares de seguidores e uma das apostas de sucesso é o compartilhamento de mensagens que dialogam com o segmento de forma leve e divertida, sem se esquecer das dicas sobre segurança na estrada. Na

internet, o objetivo da ALE é oferecer um combustível alternativo para os internautas e esse combustível é um conteúdo que gera entretenimento e informação.

Curta, compartilhe, troque informações e acompanhe os canais da ALE. Revendedores também podem usar o espaço para divulgar suas iniciativas. twitter.com/novomundoale facebook.com/PostosALE

Dicas bem humoradas fazem parte das estratégias da empresa nas redes sociais

Aplicativos que facilitam sua vida Keep, o bloco de notas Google Se cansou dos papeizinhos de recado para se lembrar de datas importantes e outros compromissos? Com o Keep, aplicativo de notas para smartphones, você tem sempre à mão todos os lembretes de que precisa, com a facilidade de fazer anotações rápidas de qualquer lugar. Com o aplicativo, é possível fazer fotos com o celular e usar a imagem como lembrete, por exemplo. Todas as notas são armazenadas no Google Drive e podem ser visualizadas, acessadas e editadas do computador de mesa ou em dispositivos com Android.

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Monitore seus gastos

Para baixar: Acesse a loja do Google Play www.play.google.com e insira o nome do aplicativo na busca.

Que tal transformar seu celular em uma reprodução fiel de sua carteira? Essa é a proposta do Lemon, aplicativo que possibilita que o usuário guarde recibos e cupons e ainda, aprenda a monitorar seus gastos. Já foi baixado por 1,6 milhão de pessoas. Para funcionar, basta fazer o download no site www.lemon.com e fotografar com a câmera do celular seus cartões de crédito e de fidelidade, entre outros. Tudo fica registrado no mesmo lugar, simplificando a realização de compras e consultas, além ser útil em casos de furto, pois facilita o cancelamento de cartões perdidos. ALE em revista


Para você

Na telona

Para ver em casa

Jobs A História da Coca-Cola

Direção: Joshua Michael Stern Gênero: Biografia

Gênero: Documentário Como um líquido composto por 80% de água pode transformar culturas e influenciar a vida de bilhões de pessoas? Descubra como um elixir medicinal, inventado por um farmacêutico dependente de morfina, transformou-se na bebida mais adorada em todo o planeta. Conheça as ligeiras estratégias de marketing que fazem as colas serem consumidas mais de 900 milhões de vezes por dia.

Com Ashton Kutcher no papel de Steve Jobs, a cinebiografia retrata a história da ascensão do criador da Apple, desde sua época de colégio até se tornar um dos mais reverenciados empresários do universo da tecnologia no século XX. A trama passa pela jornada de autodescobrimento da juventude, pelos demônios pessoais que obscureceram sua visão e, finalmente, pelos triunfos que transformaram sua vida adulta.

Assista online: http://migre.me/eS878

Para ler

Para trabalhar Galaxy Note 8 Valor aproximado: R$ 1.599

Inteligência cultural: Trabalhando em um mundo sem fronteiras Autor: David Livermore Valor aproximado: R$39,90 252 páginas; Editora Record O livro traz um guia prático para negociar com pessoas de outros países, habilidade indispensável no mundo empresarial. Dicas para aumentar o repertório de técnicas profissionais em diversos contextos ajudam na criação de estratégias para interagir com empresários estrangeiros. Com abordagem filosófica sobre a liderança moderna, a obra derruba preconceitos e cria laços mais frutíferos entre as nações e seus povos.

ALE em revista

O Galaxy Note 8, novo modelo da família tablets da Samsung, acaba de chegar ao Brasil. Com tela de 8 polegadas e pesando apenas 338 gramas, ele roda Android 4.1. As ferramentas de produtividade permitem fazer anotações em imagens por meio da caneta digital SPen. Ele possui duas câmeras, uma frontal e uma traseira e tem capacidade de armazenamento de 16GB, expansível para até 64GB com a inserção de cartão microSD.

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ENTREVISTA

Marcas

refletem os valores das empresas

P

ara o presidente do Grupo Troiano de Branding, Jaime Troiano, marcas não são “tapumes” que escondem a empresa, mas sim um espelho do que ela é e dos princípios que pratica. Ainda de acordo com ele, no atual cenário de mercado de grande similaridade entre produtos e serviços, as marcas assumiram um papel fundamental na decisão de compra do consumidor final e na geração de fluxo de caixa. Nesta entrevista, Troiano, que é autor do livro “As Marcas no Divã” e comentarista da rádio BandNews, fala sobre a importância do branding.

Qual papel a marca exerce para a diferenciação de um produto ou serviço num mercado cada vez mais competitivo e em constante mutação? O mercado de produtos e serviços vive uma era de crescente paridade técnica, particularmente pela facilidade de acesso à tecnologia. Nesse cenário, as diferenciações físicas e objetivas entre produtos é cada vez mais marginal. E por isso, essa diferenciação se desloca para o plano mais intangível e simbólico das marcas que representam os produtos e serviços. São elas que acabam pesando mais nas decisões de escolha de clientes e consumidores finais.

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O branding tornou-se, nos últimos anos, uma das principais preocupações dos CEOs. A que se pode atribuir essa mudança de prioridades? Essa prioridade está essencialmente ligada a duas características. Em primeiro, o fato de que as marcas têm um papel substancial na geração de fluxo de caixa das empresas. Em segundo, porque as marcas, elas próprias, são ativos muito valiosos que alimentam o valor total das empresas.

“As marcas são uma propriedade coletiva de todos os colaboradores. Ela só adquire vida e expressão da porta da rua para fora se for relevante internamente.” Percebemos uma tendência de mercado em que as ações de gestão de marcas ficam restritas aos departamentos de comunicação e marketing. De que forma outros setores de uma organização podem contribuir para a saúde da marca?

Esse é um dos grandes pecados que processos de branding mal conduzidos cometem. Os profissionais de marketing e comunicação deveriam ser sempre os grandes operadores das ações que envolvem as marcas. Mas nunca exclusivamente eles. A empresa, a começar pelos seus principais executivos, os responsáveis por RH também têm um papel essencial na gestão da marca. Afinal, as marcas são uma propriedade coletiva de todos os diretamente por ela envolvidos. Ela só adquire vida e expressão da porta da rua para fora se for relevante internamente. Marcas não são “tapumes” que escondem a empresa. São um espelho do que a empresa é e dos princípios que ela pratica. No segmento de distribuição de combustíveis, em que muitas das vezes a decisão do consumidor é baseada em preço, qual a importância da gestão de marcas? Em um mercado como esse, em que o preço é importante, marcas são ainda mais importantes. O valor simbólico que elas expressam, o grau de envolvimento com seus clientes e consumidores são a única ferramenta que pode contrabalançar as decisões que se baseariam apenas em preço. ALE em revista


Qual a importância de estabelecimentos franqueados ou licenciados seguirem a identidade da marca? Fundamental! Marcas somente têm poder de mercado quando sua identidade é una e indivisível. Assim, quanto maior for o poder da bandeira que representam, mais benefícios terão os franqueados ou os licenciados. E esse poder é alimentado pela integração e pela unidade de linguagem usada por todos. O risco maior da desintegração é se criar um clima de fragmentação da marca e de seu valor.

As redes sociais converteram-se em um importante canal de comunicação entre empresas e seus públicos de interesse. Como a gestão de marcas pode contribuir para que essa exposição seja positiva para os negócios? A palavra-chave para isso é integração. As formas digitais de comunicação e as redes, em particular, precisam ser utilizadas com extremo cuidado, não como ferramentas independentes, mas como parte de um processo maior de comunicação integrada.

Muitas vezes, há a ingênua ilusão de que uma ação digital possa ser tratada com independência das demais ações de marketing. Puro engano. Todas elas, de um jeito ou de outro, se misturam (se forem mal organizadas) ou se integram (se forem bem equacionadas) na mente dos consumidores. O branding, com o advento de ferramentas digitais, requer cada vez “melhores maestros” e não apenas “solistas”, para evitar soluções de comunicação extremamente confusas.

ARQUIVO PESSOAL

Qual a importância de uma empresa conhecer os valores tangíveis e intangíveis de suas marcas? Um dos princípios essenciais de branding pelo qual lutamos muito chama-se humildade. O que significa isso? Significa entender como o mercado de clientes, consumidores e outros públicos percebem a marca. O pior sempre é a vaidade corporativa que imagina conhecer como a marca é vista pelo seu mercado. Conhecer todos os aspectos tangíveis e intangíveis de uma marca, com base na visão de seus públicos, é a forma única de planejar seu futuro e administrar seu presente.

“O grande desafio para a marca é manter a sua autenticidade, independentemente do meio em que está inserida.” Jaime Troiano

ALE em revista

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Shutterstock

BEM-ESTAR

Mais perto

do que realmente importa 12

ALE em revista


Caminho entre a casa e o trabalho pode ser mais agradável

Sinônimo de qualidade de vida, busca por casas afastadas dos centros urbanos cresce no Brasil

H

á quase três anos, o geógrafo Cláudio Sayão dobrou a quilometragem diária percorrida entre casa e trabalho. A troca foi vantajosa: apesar da distância maior, o tempo no trânsito diminuiu consideravelmente; a rua movimentada foi substituída por um ambiente silencioso, mais seguro e com natureza bem preservada. Cláudio e a esposa buscaram fora do caos do trânsito e da agitação da área urbana de Belo Horizonte, onde trabalham, uma alternativa para uma vida mais tranquila e com mais qualidade. Hoje, moram em um condomínio horizontal no município de Brumadinho, a cerca de 30 quilômetros do centro da capital mineira. “Além de ser uma forma de sair da correria da cidade grande, é um estilo de vida. Acordo de manhã e posso ver um tucano na árvore da minha casa; isso me deixa muito feliz”, comemora Cláudio. Assim como ele, muitas pessoas vêm descobrindo, nas últimas décadas, que o caminho para fora da cidade é a solução para muitos problemas da vida contemporânea. Segundo o arquiteto Paulo Kawahara, do escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, a busca por condomínios horizontais cresceu quando os centros urbanos passaram a não prover qualidade de vida. E isso não acontece apenas no Brasil. “Atualmente, ocorrem duas tendências no mundo: a requalificação dos centros urbanos degradados, com o objetivo de trazer de volta a vida, a cultura e o movimento; e a criação de novas centralidades que consigam suprir necessidades como emprego,

ALE em revista

lazer, educação, comércio, serviços e moradia”, explica o arquiteto. Enquanto as novas tendências ainda estão se estruturando, outras possibilidades vão sendo desenhadas mesmo dentro de uma grande cidade. Adepto do contato próximo com a natureza, o ator André Segatti, que recentemente interpretou o personagem Magno na novela Balacobaco, da Rede Record, encontrou seu refúgio na cidade do Rio de Janeiro. De sua casa, localizada no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, ele contempla a vista da Praia da Reserva, uma das menos urbanizadas das redondezas, e se desloca com facilidade para o trabalho, já que os estúdios da Rede Record também estão localizados no mesmo bairro. “Pretendo me mudar para um bairro ainda mais afastado do centro. Apesar da tranquilidade e da paz que tenho aqui, a região cresceu muito nos últimos anos. Busco, no dia a dia, um maior contato com a natureza, mesmo que esteja próximo dos grandes centros urbanos, pois meu trabalho exige isso”, explica André, que mora no bairro há dez anos.

Escolhas A opção por uma casa mais afastada, em condomínios que não possuem infraestrutura completa, pode dificultar o acesso a certos serviços. “Novas centralidades excessivamente horizontais e monofuncionais, só com moradias, geram grande desperdício de energia, já que todos necessitam percorrer de carro grandes distâncias para seus afazeres diários, dentro e fora dos seus condomínios; e se, longe

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Michel Angelo

BEM-ESTAR das cidades, sobrecarregam os poderes públicos, que precisam levar equipamentos sociais e transporte para áreas desconectadas dos centros urbanos”, contextualiza Paulo Kawahara. Por outro lado, a rotina estabelecida traz outros ganhos para os adeptos da vida em condomínios. “Tenho um convívio melhor com a comunidade em que vivo, vejo algumas características de cidades do interior. Participo de uma associação de apoio a animais e pessoas carentes e passo os momentos de lazer em casa, onde recebo amigos e familiares”, relata Cláudio Sayão. Segundo ele, quando há a necessidade de acesso a compras ou estabelecimentos mais sofisticados, ele vai a Belo Horizonte, mas isso não representa um problema. “Mesmo o aumento do gasto com combustível compensa, uma vez que o desgaste do veículo diminui, ocasionando menos necessidade de manutenção. Dirigir em uma estrada sem trânsito é muito melhor do que passar o tempo preso em um engarrafamento”, complementa.

Ator prefere viver próximo à natureza

Uma nova forma de morar No ritmo da procura crescente por locais distantes da correria dos grandes centros urbanos, cresce também o número de empreendimentos que oferecem a qualidade de vida que muitos procuram. E é daí que nasce um termo que vem sendo bastante utilizado: novas centralidades urbanas. “Um empreendimento representa de fato uma nova centralidade quando ele provê todos os componentes de uma cidade normal: moradia diversificada para muitas faixas de renda e com tipologias diferentes, comércio, serviços, lazer, educação, cultura, entretenimento, e, principalmente, empregos, para que essa comunidade seja altamente autônoma e com identidade própria”, explica Paulo Kawahara. Segundo ele, as novas centralidades buscam criar estruturas urbanas mais compactas, diversificadas, autossustentáveis e sem muros, com destaque para espaços públicos e a convivência, conectadas às redes de mobilidade coletivas e principalmente possibilitando as conexões a pé.

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O ator André Segatti reforça a afirmação. “Prefiro ir até a bagunça quando quero e não viver nela. De carro, tudo é perto, apesar de optar por andar a pé ou de bicicleta sempre que possível”, conta. Ele considera que o tempo gasto no trânsito é perdido e gera estresse. “Há alguns anos, gastava cerca de 15 minutos até a Zona Sul da cidade, hoje levo uma hora e meia no mesmo percurso. Por isso, o fato de estar perto do trabalho e longe do trânsito mais pesado é essencial; faço questão disso”, afirma. A escolha de André Segatti está de acordo com a rotina que considera ideal. “Busco viver em um local que seja agradável e me traga paz; não é para fugir de nada. Prezo por uma rotina tranquila e saudável e desde pequeno tenho uma relação muito próxima com a natureza. Tenho uma fazenda no interior de São Paulo, mas como fica distante para ir com frequência, busco um bom lugar para morar”, atesta. ALE em revista


arquivo pessoal

PERFIL DO CLIENTE

Francinei conta com o esporte para minimizar o estresse

Agilidade que faz a diferença “A relação com a ALE é dinâmica”, afirma Francinei. Ele ressalta que a empresa, mesmo grande, não se deixa levar por burocracias desnecessárias. “Temos acesso fácil às pessoas que decidem, o que torna a ALE muito ágil e ajuda a resolver as questões que surgem no dia a dia”, avalia.

Entre quadriciclos, caminhões e postos

A

os 37 anos, Francinei Souza Costa pode ser considerado um vencedor. Casado e pai de três filhos, é proprietário de quatro postos de serviços em Fortaleza (CE), três deles bandeira ALE. O paraense de Santarém foi o primeiro a ter uma revenda ALE no Nordeste, no ano de 2007, e hoje também é empresário do setor de transportes, com uma frota de 13 caminhões. O sucesso de Francinei não para por aí. Há cerca de cinco anos, ele compete em importantes competições na categoria quadriciclo e conquistou os primeiros lugares nos dois maiores torneios realizados no Brasil. No Rally dos ALE em revista

Sertões, segundo mais importante do mundo, o empresário ficou em segundo lugar em 2010. No Rally RN 1500, competição realizada no Rio Grande do Norte, faturou o pódio em 2011, e ficou em segundo lugar na edição de 2012. Francinei conta que o esporte começou como uma válvula de escape para as tensões do dia a dia. Quando conquistou o segundo lugar na primeira competição da qual participou, em 2008, o lazer acabou tomando outras proporções. “Eu não tinha pretensão de competir. Andar de quadriciclo me dá muito prazer. Como me dedico muito a tudo que faço, os resultados começaram a aparecer.”

Outra curiosidade sobre Francinei é que a numerologia tem um papel importante nas tomadas diárias de decisões. Ele ressalta que o conhecimento, que estuda a influência dos números na vida das pessoas, não chega a impedir que negócios sejam realizados. “Mas costumo consultar quando vou dar nome a um posto”, exemplifica. Francinei dá uma dica para quem quer começar um negócio, independentemente da área. “É um conselho que costumo dar sempre aos meus filhos: escolham o que realmente querem fazer. O sucesso e o dinheiro são consequência direta de um trabalho bem feito”, finaliza.

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NEGÓCIOS

Negócios em família Empresas familiares brasileiras crescem e ganham destaque no mercado. Mas é preciso separar a mesa de jantar da sala de reunião

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ALE em revista


O

tempo em que empresas familiares eram associadas à falta de profissionalismo já passou. A realidade agora é outra. De acordo com pesquisa da PwC Brasil realizada em 2012 com 2 mil firmas, as empresas familiares estão prosperando globalmente, principalmente no Brasil. Enquanto 65% das empresas lideradas por famílias ao redor do mundo aumentaram suas vendas em 2011, em solo brasileiro o índice chegou a 77%. E a previsão é de que o crescimento continue, uma vez que 96% das companhias brasileiras ouvidas pela mesma pesquisa acreditam que alcançarão suas metas de crescimento nos próximos cinco anos.

ALE em revista

Estudos sobre empreendedorismo levantam questões sobre as características que tornam uma pessoa mais ou menos empreendedora. Mesmo não sendo um traço genuinamente genético, parece que os integrantes de empresas familiares trazem no sangue um certo “DNA empreendedor”. Pelo menos é o que dizem 63% dos entrevistados brasileiros da pesquisa da PwC Brasil, que afirmam que as empresas familiares são mais empreendedoras do que as demais. Para Douglas dos Reis, sócio-proprietário do grupo de postos Kurujão, da rede ALE, em Goiás, o tino para os negócios começou cedo, quando, ainda criança, ajudava o pai no trabalho. “Era o início

de tudo, no primeiro posto. Na sequência vieram outros dois e sempre trabalhei com ele”, relembra. O pai de Douglas faleceu em 2009 e, com o apoio dos familiares, ele deu continuidade aos negócios. Hoje, quatro anos depois, a família está à frente do maior grupo em número de postos da rede ALE no Brasil. Atualmente, são 11 postos e o objetivo é atingir 20 unidades, com expansão prevista para outras regiões. Por mês, o Grupo Kurujão vende cerca de 3 milhões de litros de combustível. O grupo também investe em seis lojas de conveniência, sendo quatro da bandeira Entreposto. “Além de ser uma forma de superar a perda do meu

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Célio Chavier - Estúdio Clic

Douglas comanda os negócios ao lado da família


washington alves

NEGÓCIOS

Hélida, Dalva e Helder: família garante estrutura sólida para os negócios

pai, o foco nos negócios é uma característica da família; acredito que isso impacte diretamente no sucesso que alcançamos”, afirma o administrador de empresas. Além da rede de postos de combustível, os Reis também têm duas fazendas de cria e recria de gado Nelore, que são administradas pelo cunhado. Como não poderia deixar de ser, também nesses empreendimentos, tudo continua em família e com benefícios típicos da natureza do negócio. “Trabalhamos sempre em comum acordo, em prol da melhoria e temos o objetivo de crescer juntos. E esse espírito familiar é sempre passado para todos os funcionários. É importante manter a amizade entre todos os envolvidos”, declara Douglas.

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Receita de sucesso “As empresas familiares são o grande motor da economia em nosso país. Basta analisar que a maioria das grandes corporações nasceu sob esse modelo e depois se desenvolveu até atingir maior porte e atrair outros investidores”, explica o sócio-líder de Private Company Services da PwC Brasil, Carlos Mendonça. Apesar do cenário atual positivo, muitas histórias de negócios em família já vêm sendo traçadas há mais tempo. É o caso da empresa Forno de Minas, fundada em 1990 por Dalva Mendonça, Helder Mendonça e Hélida Mendonça. Além do sobrenome, mãe, filho e filha, respectivamente, recriaram a relação familiar em oportuni-

dade de negócio: transformaram uma receita da matriarca em objeto para criar uma empresa e passaram a produzir pão de queijo congelado. Lá se vão 23 anos de trabalho e, hoje, os Mendonça administram uma empresa de negócios diversificados, a MK Empreendimentos e Participações Ltda., que inclui, além do setor alimentício, empresas de tecnologia e participações em shopping centers. A nova empresa foi fundada quando a família optou por vender a Forno de Minas para uma empresa dos Estados Unidos, em 1999. Dez anos depois, decidiram comprá-la de volta e a marca passou a ser sociedade anônima, com um acionista que não faz parte da família. “A nossa sociedade familiar tem sido um sucesso. Sempre busALE em revista


camos os melhores profissionais do mercado, as melhores tecnologias e alternativas e o melhor para a gente e para os nossos filhos”, analisa a diretora de RH e Comunicação da Forno de Minas, Hélida Mendonça. A relação familiar em sua essência é uma das características que mais se destacam nesse modelo de negócio. “Parece que é insolúvel e extrapola o negócio, trabalhamos de forma que um dá suporte para o outro. Todo negócio tem riscos, fases boas e dificuldades, mas a família favorece uma estrutura sólida”, conta Hélida Mendonça. É isso que pensam também 86% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa da PwC Brasil, que concordam que valores e cultura são mais fortes na empresa familiar do que em outro tipo de negócio e que isso se torna uma vantagem competitiva.

interferir negativamente”, Luiz Marcos.

analisa

Estruturar é preciso Mas é preciso lembrar que estamos falando de empresas que seguem lógicas de mercado. Por isso, as características próprias do modelo do negócio familiar que possibilitam avanços baseados no relacionamento não são suficientes para mantê-las. “O momento é próspero e muita gente está se profissionalizando nesse contexto”, alerta Luiz Marcos. Dos vários itens indispensáveis para que um negócio sobreviva, a estruturação é um dos mais importantes. De acordo com Carlos Mendonça, as empresas que não investem na estrutura tendem a ficar estagnadas e não conseguem lidar com o crescimento. “Mui-

Luiz Marcos (centro) é conselheiro dos filhos, que atuam na administração dos negócios da família

Felipe Brasil

Luiz Marcos Júnior, que administra três postos de combustível do Grupo Estrela em Alagoas, integrante da rede ALE, sabe bem como funciona o trabalho em família. Desde que decidiu trocar o ofício de fisioterapeuta pela gestão do grupo fundado por seu pai, entendeu que a proximidade e o parentesco podem ser pontos muito positivos para o bom desempenho dos negócios. Atualmente, ele divide as responsabilidades com o irmão, que também decidiu apostar na empresa da família. Os dois contam com a presença do pai como conselheiro e o grupo é composto por três postos, localizados nos municípios alagoanos de Barra de São Miguel, Cajueiro e Jaramataia. “Muitas vezes, a intimidade pode ser um fator complicador e esse é um grande desafio. Acredito que sabemos dosar isso no Grupo Estrela, mas foi preciso definir bem as tarefas e os papeis de cada um. É importante saber que um fator que deve ser tão positivo e ajudar a empresa a prosperar não pode ALE em revista

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NEGÓCIOS

Inovação necessária

Edi Pereira

Não basta a casa estar arrumada para que os resultados sejam positivos. “A receita que leva ao sucesso, provavelmente, não é a que garantirá a sobrevivência de um negócio. Da lista das 500 maiores empresas do mundo em 1973, apenas 20% permanecem vivas e isso mostra a importância da inovação e da adaptação”, afirma Carlos Mendonça. Ou seja, a adaptação ao mercado é essencial para as famílias que pretendem seguir o caminho do crescimento. As empresas familiares brasileiras já estão no caminho certo: 71% daquelas que foram entrevistadas pela PwC citaram a importância da necessidade de continuar a inovar e 50% a de investir em novas tecnologias.

tos empreendedores não veem valor em investir em governança, por exemplo, pois conhecem o negócio como ninguém. Porém, chega uma hora em que o modelo muito centralizado para de funcionar e não consegue suportar o novo porte da empresa”, destaca. Assim, ele alerta para a importância de trazer os recursos necessários ao momento pelo qual a empresa está passando, como capacitação de pessoas, estratégias de crescimento e capacidade de supervisão. Para Hélida Mendonça, da Forno de Minas, a característica empreendedora é fruto da influência da família. Pelo menos entre os seus parentes próximos, parece que empreender é palavra de ordem: confecção de roupas, concessionária de veículos e fábrica de laticínios são alguns dos exemplos de empresas familiares que são fruto do empreendedorismo da família de maneira geral. “Vejo como uma dose de coragem e ousadia que, somada à segurança de estar em família, possibilita que haja união em prol de um objetivo comum”, destaca.

Sucessão: ponto primordial Existe um momento em que a reunião da empresa pode chegar à mesa de jantar: quando o assunto é a sucessão. “O assunto costuma ser associado à morte, o que acaba sendo um tabu dentro da empresa e não é discutido de forma aberta e planejada, trazendo problemas ainda maiores”, alerta Carlos Mendonça. Carlos Mendonça da PwC acredita que empresas familiares são o grande motor da economia do país

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Principalmente em empresas que ainda estão na primeira geração, o tema precisa ser discutido o quanto antes e não deve ser deixado para depois. “Os herdei-

ros podem não estar preparados, ou não ter aptidão para o negócio. São muitas variáveis que interferem”, acrescenta. Para a Forno de Minas, esse momento acabou de chegar. No ano passado, eles contrataram uma assessoria jurídica para iniciar um trabalho de consultoria para sucessão e isso inclui a cobertura de todas as questões legais e o estabelecimento de normas. Para Hélida Mendonça, o assunto é sério e necessário para preservar o negócio e os herdeiros. No entanto, ela sabe que sua responsabilidade como mãe é mostrar o que o mundo tem de melhor para os filhos. “Prezo a liberdade de escolha e a minha obrigação é mostrar isso. Se eles se interessarem e quiserem trabalhar na empresa, vai ser ótimo; se não, temos outras possibilidades”, afirma. A falta de aptidão dos herdeiros pode ser um problema para o futuro de uma empresa familiar, assim como o conflito entre gerações. Mas para tudo existe uma solução, desde que as regras sejam claras e estejam de acordo com a melhor maneira de sustentar o negócio. “Algumas empresas familiares definem pré-requisitos para que os herdeiros que assumirem um cargo estejam preparados para tal. Há também as possibilidades de contratar um gestor interno e mudar a forma como o negócio é tocado. Seja qual for, o importante é falar sobre o assunto”, conclui Carlos Mendonça. Mais do que um legado para a geração seguinte, é preciso fazer de cada ação uma base de sustentação para a empresa. Bem parecido com o que acontece nas relações familiares, seja qual for a sua formação. ALE em revista


MÃO DE OBRA

Sobram vagas,

O

Ensino generalista no Brasil faz com que falte mão de obra especializada, garante Milta Rocha arquivo pessoal

falta mão de obra

aquecimento da economia brasileira continua estimulando a geração de empregos no país. No segundo trimestre de 2013, o Brasil vai liderar a criação de emprego no continente americano. A oferta deve crescer 30%, segundo pesquisa divulgada em março pela empresa americana de consultoria ManpowerGroup. Se por um lado as estimativas são animadoras, por outro podem preocupar alguns empregadores brasileiros. Isso porque falta mão de obra em alguns setores privados do país. Há postos de trabalho disponíveis, mas falta mão de obra para preenchê-los. O Brasil já é o segundo país do mundo com maior dificuldade em preencher as vagas disponíveis, ficando atrás apenas do Japão. No ano passado, 71% dos empregadores brasileiros enfrentaram o problema. Os dados foram divulgados na pesquisa Escassez de Talentos 2012, também realizada pela ManpowerGroup. No ano passado, as vagas com perfil técnico encabeçaram a lista das carreiras mais demandadas no Brasil. O atual quadro não é exclusividade do país, conforme apontou o estudo. Em termos globais, cerca de um em cada três empregadores (34%) continuam ALE em revista

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MÃO DE OBRA

com dificuldades para preencher as vagas abertas. Os postos de trabalho para trabalhadores das profissões de ofício (aprendidas fora da escola) são os mais difíceis de preencher em nível mundial. A principal razão para isso, segundo os 38 mil entrevistados em 14 países, é a carência de candidatos. De acordo com Milta Rocha, coach e líder organizacional da Milta Rocha Consultoria, isso acontece porque os

sistemas educacionais em todo o mundo enfatizam os cursos de ensino superior. “No Brasil, por exemplo, a base de ensino é mais generalista do que especialista. É preciso investir mais na formação de jovens em cursos técnicos e profissionalizantes”, opina. Para ela, a desvalorização por parte das empresas também explica a escassez de mão de obra no país, principalmente em carreiras de nível técnico e

Redirecione sua carreira Profissionais que investem no desenvolvimento de suas competências e habilidades são mais valorizados no mercado de trabalho. Sozinho pode ser difícil começar, mas existem especialistas para indicar o melhor caminho. Um exemplo é o profissional coach, que pode ser contratado tanto pelas empresas quanto pelos profissionais interessados em passar pelo processo de coaching. Na prática, ele identifica o estado atual de seu cliente e caminha junto com ele até seu nível desejado. As motivações para contratar o trabalho desse profissional são variadas: mudança de carreira, reestruturação empresarial, necessidade de qualificação profissional etc. No caso da consultora organizacional Fernanda Fraga, 29 anos, o objetivo era a mudança de carreira. A decisão veio em 2006, quando se formou no curso técnico de Engenharia Hospitalar, com foco em Radiologia. Mesmo formada, não tinha interesse em trabalhar na área. “Eu tinha a formação técnica, mas trabalhava com gestão de pessoas e queria continuar nessa área. A grande dúvida era a necessidade ou não de cursar uma nova graduação”, relembra. Foi então que Fernanda resolveu contratar o trabalho de coaching. Ao final de três meses, estava certa de que não precisaria cursar uma graduação para atuar em sua área de interesse. “Eu decidi pela pós-graduação em gestão de pessoas”, conta. A qualificação contribuiu para a conquista do cargo de gerente de Gestão de Pessoas numa indústria de pré-moldados em Belo Horizonte. “Num dado momento, eu já dominava a função e queria dar um passo adiante. Recorri novamente ao mesmo profissional para me orientar”, comenta. A decisão, dessa vez, foi deixar a empresa em que trabalhava e atuar como consultora autônoma. Em pouco tempo, iniciou a função numa renomada empresa de consultoria da capital mineira. Aos 29 anos, Fernanda afirma ter atingido o seu ideal: “Muito provavelmente não chegaria nesse ideal sem ter recebido orientação. Eu não teria sido tão assertiva. O coaching foi o maior investimento na minha carreira”, garante.

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nas profissões de ofício. “É importante valorizar o empregado independente do nível hierárquico e da sua formação. As empresas precisam oferecer benefícios —na medida do possível— e treinamento constante”, afirma. O treinamento deve incluir o feedback permanente de reconhecimento (sinaliza que o empregado está no caminho certo) e de aprimoramento (aponta onde ele precisa melhorar). O profissional deve ser acompanhado pelo seu gestor imediato principalmente nos primeiros 90 dias de experiência.

Exemplo na prática A construção civil é um dos setores mais atingidos pela escassez de mão de obra. Faltam profissionais de nível operacional (pedreiros, serventes etc.) para trabalhar nas obras em construção no país. A coordenadora de RH da Masb Desenvolvimento Imobiliário, Henriqueta Chaves, aponta outras dificuldades: a baixa qualificação e os altos índices de absenteísmo da mão de obra contratada. Para minimizar o problema, a empresa aposta no projeto Colaborador Nota 10, criado em 2011 pela área de Recursos Humanos. Por meio dele, o percentual de absenteísmo caiu de 7% para 2% em 2012. O programa avalia os colaboradores mensalmente, considerando os seguintes itens: segurança individual e coletiva, qualidade do serviço executado, participação nos treinamentos obrigatórios e assiduidade (frequência durante o mês de trabalho). Os profissionais com melhores resultados recebem uma quantia em dinheiro como recompensa. A premiação ocorre ALE em revista


Heide Costa

Fernanda Fraga aposta no direcionamento profissional oferecido pelo coaching

a cada três meses. “Acreditamos nisso como forma de atrair e reter a mão de obra da construção civil”, ressalta. Outras estratégias são adotadas nesse sentido. A oferta de benefícios é uma delas. Além do plano de saúde, a Masb oferece mensalmente uma cesta básica entregue em domicílio. O “kit prêmio” (minicesta com itens variados) também é distribuído todo mês, se o colaborador não faltar ao trabalho. “O nosso objetivo é mostrar que a frequência dele é importante para a obra. É uma forma de valorizá-lo”, completa Henriqueta.

Recrutamento e seleção como estratégia Investir em recrutamento e seleção é uma das estratégias para enfrentar a escassez de mão de obra no país, conforme recomenda Milta Rocha. Um processo completo e bem estruturado garante maior assertividade na captação de talentos. Em primeiro lugar, a empresa anunciante precisa ter uma boa imagem no mercado em que atua. Isso é importante para despertar o interesse de candidatos. Depois, é preciso investir no bom recrutamento, o que depende essencialmente da descrição e do perfil da vaga. O recrutador deve ter a total compreensão da vaga anunciada; só assim ele conseguirá comunicar ao mercado sobre a oportunidade e selecionar o candidato mais adequado. Não basta definir o cargo e os pré-requisitos exigidos; é necessário detalhar ao máximo as atividades que o profissional irá desempenhar e as responsabilidades e competências necessárias. O processo de seleção em si também é muito importante. Mais do que avaliar ALE em revista

as qualificações técnicas, o profissional de RH precisa analisar o comportamento do candidato durante todo o processo seletivo. Aqueles que demonstram maior equilíbrio emocional disparam na frente, já que essa é a principal competência valorizada atualmente pelas organizações. É aí que entram as chamadas “provas situacionais”. A técnica é hoje uma das mais utilizadas nos processos de recrutamento e seleção do país. Ela é aplicada da seguinte forma: o selecionador simula situações-problemas típicas do cargo para o qual o profissional está se candidatando. É pedido, então, que o aspirante à vaga comente como

se comportaria em tal situação e o que faria para resolvê-la da melhor forma. Atento às respostas, o selecionador consegue conhecer melhor o candidato e verificar se o perfil dele está realmente adequado à vaga. As provas situacionais, porém, são apenas parte de todo um processo que deve ser cuidadosamente elaborado conforme as especificidades da vaga. Os testes psicológicos podem ser dispensáveis em alguns casos, mas obrigatórios em outros. Na seleção de um motorista de ônibus, por exemplo, a avaliação psicológica confirma a aptidão do candidato para desempenhar a atividade de risco.

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Passatempo

Lata velha, não; raridade! Em busca do charme perdido dos veículos do passado, cada vez mais pessoas aderem ao hobby do Antigomobilismo no Brasil

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elo menos uma vez por mês, Luís Filipe Quintela vai trabalhar dirigindo um dos carros de sua coleção composta por 20 exemplares de automóveis antigos. O empresário se dedica, há mais de 20 anos, a reformar e colecionar essas raridades, atividade que demanda tempo, mas que ele exerce com prazer em paralelo ao trabalho de conselheiro e revendedor da marca ALE. Quintela não está sozinho nessa. O antigomobilismo, como é conhecido o hobby, cresce ano a ano no Brasil e conta atualmente com cerca de 70 mil representantes, de acordo com a Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA).

Angolano radicado no Brasil desde os quatro anos de idade, ele conta que a paixão por automóveis antigos o acompanha desde a infância. De lá pra cá, o hobby passou a ser levado a sério ainda no início da fase adulta. “Depois que fi-

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quei velho, a única coisa que mudou foi o tamanho do carro”, brinca o empresário, hoje com 40 anos. O primeiro carro de sua coleção foi um Chevrolet Bel Air vermelho e branco, de 1958, que até hoje roda em perfeito funcionamento. Com o tempo, Quintela foi engrossando a coleção com vários modelos da Mercedes, Volvo e Ford. “A maioria desses carros eu ganhei de amigos e conhecidos que não estavam mais interessados em mantê-los. Com o tempo e muito boca a boca, outras pessoas passaram a me doar os veículos porque sabiam que eu os trataria com carinho e garantiria a manutenção”, relembra. À medida que a paixão pelos carros crescia, o empresário começou a atrair para perto de si outras pessoas com o mesmo interesse. A proposta deu certo e o incentivou a criar, junto com mais 50 an-

tigomobilistas, um encontro mensal em frente a um dos seus postos, no Rio de Janeiro. Dessa iniciativa para os encontros anuais, foi um pulo: atualmente, o evento toma as ruas do entorno de seu posto e as vias são fechadas para abrigar uma multidão de admiradores de carros antigos. O último encontro expôs cerca de 450 carros, chamando a atenção de pessoas de todas as idades. A partir dos encontros periódicos, o empresário criou, em 2010, o Clube Antigomobilistas da Vila da Penha (AVP), que hoje tem cerca de 80 membros. “Muitas amizades se formaram por causa do clube, já que sempre nos reunimos com o mesmo objetivo de admirar os carros antigos e trocar informações e dicas sobre manutenção”, diz. De quebra, os encontros acabaram por aumentar o movimento do posto, já que o local se tornou ponto de encontro de colecionadores. ALE em revista


Divulgação Divulgação

Entrevista Qual seu modelo favorito e como ele chegou a suas mãos? A minha marca preferida é Mercedes. Tenho um modelo conhecido como Barra Oito, de 1975. Esse carro pertencia a um amigo, que, por ter problemas de visão, decidiu vendê-lo para mim. O mais importante é que o carro é a realização do meu sonho de ter um exemplar da Mercedes.

Henrique Thielmann, presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), fala sobre a prática do antigomobilismo.

Para Quintela, o antigomobilismo ajuda a entender a história do automóvel no Brasil. Saudosista, comenta que o hobby é uma forma de resgatar o charme perdido dos carros de antigamente. “No passado, cada fábrica imprimia seu estilo aos modelos, mas atualmente todos os carros parecem iguais e as pessoas não têm mais aquele desejo de ter um modelo específico”, afirma. Ainda de acordo com ele, as montadoras hoje estão olhando mais para o passado e trazendo de volta modelos mais retrô como o Camaro, o Mustang e o eterno Fusca, numa tentativa de colocar os carros novamente na posição de sonhos de consumo. “É interessante ver como o antigomobilismo reflete a mudança do gosto do brasileiro ao longo do tempo e como as políticas de cada época passaram a permitir a introdução de modelos internacionais”, diz. ALE em revista

Quais as dicas você daria para quem quer começar a colecionar automóveis antigos? Para começar, sugiro um carro nacional, como um Opala, por exemplo. É interessante que esse carro já esteja pronto, pois assim o dono poderá já participar de eventos de antigomobilistas.

Qual o modelo “sonho de consumo” entre os antigomobilistas? Entre os carros nacionais, modelos como o Karmann Ghia, Puma e Maverick GT estão entre os preferidos dos colecionadores. Entre os importados, a coisa fica mais difícil, mas o Mustang continua sendo muito desejado. Normalmente, os veículos mais procurados remetem a algum filme ou história do passado.

Olhando para os automóveis antigos, do que você mais sente saudade nos carros atuais? Sinto falta das diferenças no design que existiam na indústria. No passado, podíamos identificar de longe a marca e o modelo. Mas atualmente, por questões de aerodinâmica, todo mundo copia todo mundo, com raríssimas exceções.

Para assistir

Para ler

Corrida sem fim

Almanaque dos Carros antigos Autor: Kataoka e Fábio de Souza;

(Two-Lane Blacktop) Direção: Monte Hellman

Editora Leitura Lançado em 1971, o filme conta a história de dois personagens: o piloto e o mecânico. Dedicados exclusivamente ao seu Chevy 55, a dupla engata uma corrida até Washington contra um desconhecido. Durante a viagem, a estrada e as experiências vão alterando os rumos dos competidores.

O livro proporciona uma viagem no tempo por meio da história dos automóveis que marcaram época no Brasil e no mundo. É um verdadeiro resgate de grandes marcas e modelos inesquecíveis, enriquecido por imagens exclusivas e curiosidades.

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MERCADO

Fidelidade premiada Adriana Lorete

Empresas de diversos segmentos veem nos programas um diferencial competitivo. Saiba como acumular pontos e veja alguns cuidados que devem ser tomados

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mercado globalizado e a concorrência cada vez mais forte trouxeram para as empresas um novo conceito quando o assunto é o tratamento do cliente. Relacionamento é a palavra da vez e companhias que ainda focam suas estratégias somente em preço estão fadadas a perder espaço entre os concorrentes. O consumidor, hoje, quer ser reconhecido e premiado. Produtos e serviços têm que vir com benefícios que agreguem valor, seja no ato da compra ou em programas que ofereçam bônus em longo prazo. Foi nesse contexto que surgiram no Brasil, na década de 90, os primeiros programas de fidelidade. As pioneiras foram as companhias aéreas: uma porcentagem das milhas voadas poderia ser convertida em novas passagens. O conceito foi ganhando força. Hoje, bancos, supermercados, farmácias e postos de combustíveis, entre outros negócios, oferecem diversas modalidades a seus clientes. Fazem isso com programas próprios ou por meio da parceria com grandes empresas do segmento, como a Dotz e a Multiplus. Fundada em São Paulo há mais de dez anos, a Dotz distribui cerca de 570 pontos por segundo, gerando mais de 175 mil trocas por mês, num total de 7,6 milhões de consumidores. O programa permite a troca de pontos por produtos como eletrodomésticos, créditos telefônicos, passagens áreas e vale-combustível. A rede Multiplus, fun-

“Um posto bem estruturado facilita o alcance das metas.” Nilton Faria

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ALE em revista


dada pela companhia aérea TAM, em 2009, funciona de forma semelhante —também é um programa de coalizão. Um cadastro único permite acumular pontos em diversas companhias e resgatá-los de acordo com o interesse do usuário. A diferença entre os dois é que, enquanto no programa originado na TAM, o cliente acumula pontos em contas diferentes, precisando transferi-los de uma conta para outra quando deseja resgatar algum prêmio, no Dotz existe uma conta única e diversas opções de resgate imediato, no ponto de venda.

Conquistando e fidelizando clientes Marcelo Cenni, diretor de Relacionamento com Clientes da Expertise, empresa especializada em inteligência e pesquisas de mercado que tem entre seus clientes a Dotz, explica que os programas buscam não só fidelizar clientes antigos, mas conquistar um novo público, chegando mesmo a mudar comportamentos. Cenni exemplifica: “Um consumidor nos contou que a mulher pedia que ele fizesse compras em um determinado supermercado, mas ele mentia e ia a outro, que tinha dotz. Quando ele resgatou seu primeiro prêmio e contou para a esposa, ela também passou a ser cliente do supermercado filiado ao programa”. No caso dos postos de combustíveis, ele acredita que esses programas também podem ser decisivos. “Quando vai abastecer, um consumidor procura, em primeiro lugar, uma rede em que confie, além de preço e localização. Hoje, com preços muito próximos, o programa de fidelidade é um diferencial e pesa na decisão do cliente”, avalia. O professor Marcelo Pontes, líder da área acadêmica de Marketing, Pesquisa e Economia da ESPM (Escola Superior de Marketing e Propaganda), entre outros cursos, destaca os cuidados que devem ser tomados durante a implantaALE em revista

A ALE entende a importância de oferecer ações de fidelidade e incentivo para consumidores, revendedores e demais profissionais dos postos, como frentistas, gerentes e atendentes de lojas de conveniência. Por esse motivo, a empresa é parceira da Dotz, programa que possibilita ao consumidor acumular pontos toda vez que abastece em uma das revendas participantes. Ao acumular dotz, ele tem a opção de trocar por produtos ou serviços do catálogo eletrônico ou, ainda, resgatar itens nas lojas físicas dos parceiros do programa. A novidade é que, depois de um período de testes na região metropolitana de Belo Horizonte, o consumidor já pode pagar sua compra de combustíveis com dotz nos postos ALE participantes do programa de resgate, com a facilidade e a segurança de uma transação de cartão de crédito. Atualmente, o programa para os consumidores está ativo em Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Fortaleza e região de Cariri, Santa Catarina e região Metropolitana de Curitiba. Já o Clube ALE é o programa de incentivo e fidelidade voltado para revendedores e equipe dos postos, com o objetivo de torná-los mais eficientes em vendas e ofertas de serviços. Nele, os participantes ganham pontos por bom desempenho nas métricas estabelecidas pela companhia e podem trocar por milhares de produtos e viagens. O Clube ALE promove, ainda, a eleição dos melhores postos da rede. O Posto Acreawi foi um dos eleitos como melhor posto do Brasil por alcançar as metas estabelecidas pelo programa. O proprietário, Nilton Faria, atribui o prêmio ao tratamento diferenciado que oferece aos clientes desde que começou a operar a revenda, no fim do ano passado. “Um posto bem estruturado facilita o alcance das metas do programa porque todos trabalhamos de forma mais profissional,” garante Faria.

ção de um programa de fidelidade. Ele acredita que alguns programas focam suas ações apenas na oferta de brindes para os clientes, muitas vezes embutindo o valor dos prêmios no preço dos produtos. “Se o brinde terminar, muitos clientes simplesmente param de comprar —e isso significa que a fidelidade não aconteceu”. Para ele, a forma correta de fidelizar um consumidor é agregar valor aos serviços e produtos, atendendo os clientes de maneira mais completa e oferecendo produtos pensados para ele. “Com base nos dados dos seus clientes e com o apoio da tecnologia, é possível analisar o perfil de cada um com mais detalhes, desenvolvendo programas de fidelidade e relacionamento mais focados nas reais necessidades do cliente”, avalia.

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PÉ NA ESTrADA

Prooonto, cheguei!

Apertem os cintos, vamos pousar na Cidade do Sol

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ALE em revista


As temperaturas médias em torno de 28ºC atraem visitantes o ano inteiro. Anualmente, cerca de 2 milhões de pessoas —entre brasileiros e estrangeiros— desembarcam na capital potiguar. Com tantos atrativos, Natal deixa muitos turistas apaixonados. É o caso do administrador paulista Elio Lenza Vieira, de 61 anos. Nas últimas férias, ele viajou para lá com a família, por indicação de um dos filhos, que é fã da cidade.

ALE em revista

DIVULGAÇÃO

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izem que há quatro estações bem definidas na Cidade do Sol: verão, quentura, calor e mormaço. A afirmativa poderia soar exagerada, se não estivéssemos falando de Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Dos 365 dias do ano, aproximadamente 300 são dias de sol graças à proximidade com a Linha do Equador. Daí o título de “Cidade do Sol” ou “Noiva do Sol”, como era chamada pelo jornalista potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986).

Para economizar, decidiram viajar depois do Carnaval. É nesse período que termina a alta temporada e os preços ficam melhores. “Fiz dois orçamentos com a agência de viagens; considerando o período antes e depois do Carnaval, a diferença foi em torno de 40%”, conta Elio. Hoje em dia, com as inúmeras possibilidades da internet, muita gente escolhe viajar por conta própria, pesquisando informações e reservando pacotes em sites especializados. Mas Elio engrossa o time dos que preferem contratar uma agência de viagem. “Acho mais prático, até porque foi minha primeira viagem à Natal”, avalia. Agência contratada e pacote fechado, Elio e os familiares embarcaram de São Paulo com destino à Cidade do Sol. O voo dura cerca de três horas. De Belo Horizonte, o trajeto dura aproximadamente 2 horas e 15 minutos. Partindo do Rio de Janeiro, são duas horas e meia dentro da aeronave.

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Tursimo / Canindé Soares

PÉ NA ESTRADA

A chegada A chegada é pelo Aeroporto Internacional Augusto Severo, que fica no município de Parnamirim, distante 20km do centro de Natal. Segundo a Infraero, o complexo tem capacidade para receber 5,8 milhões de passageiros ao ano. A desvantagem é que não há transporte público seguro, eficiente e barato que faça o trajeto aeroporto-centro. Um táxi com ar condicionado para o bairro de Ponta Negra, por exemplo, custa cerca de R$ 60. Lembre-se disso ao fazer o planejamento financeiro da viagem. Há também a opção de alugar carros no saguão do aeroporto. O investimento vale à pena caso o turista fique em uma praia mais afastada do Centro e queira conhecer o litoral com mais autonomia. Por outro lado, dá para economizar com a alimentação no aeroporto. Desde o final de 2012, há uma lanchonete popular funcionando por lá; uma boa notícia para o usuário que

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se queixa dos altos preços do pão de queijo e do cafezinho nos grandes aeroportos do país.

Na Cidade do Sol O clima quente não causou estranheza ao paulistano, acostumado com as temperaturas mais amenas de São Paulo. “Não achei o clima abafado. Lá venta muito, isso é bom. Também choveu vários dias, chuva passageira, o que também refresca”, lembra Elio.

A praia de mesmo nome é a mais procurada por turistas e é lá que fica um dos cartões postais de Natal: o Morro do Careca. A duna tem 120 metros de altura e é cercada por vegetação própria. Desde 2004, está proibido o acesso ao ponto turístico, no intuito de preservá-lo.

A surpresa mesmo foi o grande movimento de turistas. “Chegamos na quinta-feira depois do carnaval e a cidade estava bem movimentada, mesmo passada a alta temporada. Tinha muita gente chegando, inclusive estrangeiros. Mas isso não incomodou”, pontua.

Ponta Negra abriga também o conhecido restaurante Camarões. “Achei excelente o custo-benefício do restaurante. Fui lá três vezes. O prato é delicioso e serve até três pessoas. É importante chegar cedo, umas sete da noite, para achar mesa”, recomenda. Além da praia de Ponta Negra, as opções de hospedagens em Natal estão concentradas na Via Costeira (hotéis em estilo resort) e no Centro (hotéis voltados para negócios).

A família Vieira ficou hospedada no bairro de Ponta Negra, no litoral sul da cidade. Lá, fica a maior parte dos bares, restaurantes, hotéis e pousadas.

As paisagens de Natal já foram pano de fundo para vários folhetins brasileiros, como Tieta do Agreste (1989) e Flor do Caribe, novela exibida ALE em revista


Secretaria de Turismo / Canindé Soares

atualmente na Rede Globo. Não é para menos. São mais de 20 praias de águas transparentes, calmas e de temperaturas convidativas para um banho de mar. Por isso, vale a pena alugar um carro ou contratar um bugueiro para conhecer o Centro e arredores.

Micassia Aguiar

Se o roteiro incluir o litoral sul, dê um pulo em Pirangi, a 28km do Centro da capital. A região abriga o maior cajueiro do mundo, registrado no livro dos recordes (Guiness World Records). A árvore, com 8.400 metros quadrados, ocupa uma área equivalente a um campo de futebol. Por ano, dá cerca de 70 mil frutos. De novembro a janeiro, é possível colhê-los. Existe um mirante no próprio cajueiro onde é possível ter a visão completa da maior copa de árvore frutífera do país. Mas vale adiar a subida para se encantar com os trabalhos manuais produzidos com palha e outras matérias-primas: artesãs montam barraquinhas no entorno da atração e, enquanto trançam cumbucas, potes e outros utilitários, vão contando curiosidades da região aos turistas.

Elio vai retornar à Natal para aproveitar todos os passeios, como o Morro do Careca e a Fortaleza dos Reis Magos

Pipa: um paraíso na terra Foram oito dias de férias no litoral potiguar; tempo suficiente para a família se encantar por Pipa, vilarejo pertencente ao município de Tibau do Sul, a cerca de 90km de Natal. “Recomendo passar pelo menos dois dias lá. Fica a 40 minutos de Ponta Negra, onde me hospedei”, sugere Élio. ALE em revista

Secretaria de Turismo / Canindé Soares

É impressionante a hospitalidade e o calor humano do povo natalense. Alegres, disponíveis e apaixonados por Natal, os nativos fazem os visitantes se sentirem em casa. Não há um que dispense um bom papo. A proximidade com eles torna a viagem ainda mais agradável. É uma oportunidade que ninguém deve perder. Além de Pipa, outras cinco atrações são imperdíveis em Natal: >> Morro do Careca >> Praia de Ponta Negra >> Forte dos Reis Magos >> Praia de Genipabu >> Cajueiro de Pirangui

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Secretaria de Turismo / Canindé Soares

PÉ NA ESTRADA

Rasga aí! “Rasga aí” é uma das expressões típicas natalenses e quer dizer “conta aí! (a novidade, o caso etc.). “Vou chegar”, no meio de uma conversa, quer dizer “Estou indo embora”. Como em toda região do Brasil, Natal tem suas expressões e palavras peculiares que despertam a curiosidade dos visitantes. Conheça algumas: >> Badejo: extraordinário,famoso >> Cochambrança: acordo, combinação >> Galado: alguém gente boa, amigo ou ao contrário disso >> Grangazá: indivíduo de alta estatura >> Malenjorcado: mal-vestido >> Pega-bode: calça curta >> Saído: intrometido >> Tem pareia não: Quando algo é sem igual, muito bom >> Fazer o migué: enganar alguém pela conversa >> De rocha: quando alguém concorda com a afirmação do outro, diz “de rocha” Fonte: Universo Online - UOL

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Realmente, o vilarejo é um atrativo à parte. As belas praias, a agitada vida noturna e o charme da vila de pescadores explicam a fama do lugar. Outro passeio que vale conferir é a visita à baía dos Golfinhos, eleita a quinta praia mais bonita do Brasil. O ranking foi divulgado em 2013 pelo TripAdvisor, um dos maiores sites de viagens do mundo.

Se escolher “com emoção”, prepare-se para sentir um friozinho na barriga de pura adrenalina; isso é o que garantem os bugueiros que comandam a aventura. Simpáticos, com um bom humor de fazer qualquer um sentir uma pontinha de inveja, os motoristas se empenham em manobras radicais enquanto contam curiosidades sobre a região e dão dicas turísticas.

De manhã bem cedo ou no final da tarde, é comum ver golfinhos nadando e exibindo toda a simpatia em saltos e acrobacias marítimas —o desafio é conseguir fotografá-los. Vale avisar que a baía dos Golfinhos não tem estrutura para receber os turistas; por isso, vá prevenido. E atenção: o acesso só pode ser feito na maré baixa.

O programa dura várias horas, então é bom reservar um dia inteiro para isso. Se puder, vá durante a semana, quando é menos movimentado. Outra dica: por questões de segurança, contrate profissionais credenciados à Associação de Proprietários e Condutores de Buggys do Rio Grande do Norte. Eles andam uniformizados com um colete de cor amarela.

Com ou sem emoção? Essa é a primeira pergunta que você vai ouvir antes de se aventurar pelas dunas do litoral norte. A aventura aqui é o tradicional passeio de buggy, meio de transporte mais popular em Natal (não é à toa que a cidade é conhecida como capital mundial do “bugre” —como diz no Nordeste). O custo médio é de R$ 240 para quatro passageiros.

O passeio termina na lagoa de Jacumã com as descidas de “skibunda” e “aerobunda”. No primeiro, a pessoa desce a duna sentada numa prancha de madeira. No segundo, desliza pela areia pendurada numa corda e cai na lagoa. Para completar o roteiro, experimente outro clássico: o passeio de dromedários pelas dunas de Genipabu. ALE em revista


Inclua em seu roteiro a Fortaleza da Barra do Rio Grande, localizada na praia do Forte, no litoral norte potiguar. Popularmente conhecida por Forte dos Reis Magos ou Fortaleza dos Reis Magos, o local é patrimônio cultural do Estado. Nela, os visitantes têm acesso ao mais antigo documento histórico do Brasil, o Marco de Touros ou Marco do Descobrimento, de 1501. O ponto turístico fica aberto diariamente das 8h às 16h. A entrada custa R$ 3. Conheça, também, o Parque das Dunas —o segundo maior parque urbano do país, superado apenas pela Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Sua flora possui mais de 350 espécies nativas. O acesso é feito pelo Bosque dos Namorados, entre os bairros do Tirol e Morro Branco. O funcionamento é de terça a domingo, das 8h às 18h.

Terra do camarão “Potiguar”, em tupi, quer dizer “comedor de camarão”. Daí o título de “terra do camarão” para a capital do Rio

Grande do Norte, Estado que mais produz e exporta o crustáceo. O Camarões Restaurante é parada obrigatória para visitantes ansiosos em saborear as delícias da gastronomia potiguar. Famoso pela variedade de receitas, qualidade no atendimento e preço acessível, o Camarões está sempre lotado. A casa já recebeu, por anos consecutivos, o Prêmio Top Natal concedido às marcas mais lembradas pelos natalenses. Fomos buscar, junto ao estabelecimento, um dos pratos regionais mais pedidos pela clientela. O “camarão no jerimum ou na abóbora” é aprovadíssimo por lá, conforme garante o chef Carlos André Barbosa. Apoiado por uma equipe de 23 colaboradores, ele gasta só 10 minutos para preparar o prato servido há mais de 20 anos. Perguntamos, é claro, qual o segredo, o toque final que diferencia a receita das demais. “O diferencial é a manteiga de camarão, que adiciona muito mais sabor à comida”, revela.

Delícias do Rio Grande do Norte Segredo do prato

O chef natalense, Carlos André Barbosa, que antes da profissão cantava numa banda de forró, ensina a preparar o famoso camarão no jerimum.

está no preparo da manteiga de camarão

Demis Roussos

Atrações culturais

Modo de preparo: Saltear o camarão na manteiga do sertão; acrescentar tomate em cubos, cubos de jerimum, salsa picada; flambar com conhaque manteiga de camarão, purê de jerimum e molho branco. Montagem: Rechear o jerimum com camarão no molho, cobrir com queijo coalho e parmesão e gratinar. Acompanha à parte, na mesma travessa, arroz com brócolis e batata ao vapor. O prato serve bem até três pessoas. Quer experimentar a receita exclusiva do Camarões Restaurante? Anote aí o endereço: Avenida Engenheiro Roberto Freire, 2610, Ponta Negra. Além desse, que é o principal, há três filiais. Informe-se pelo site www.camaroes.com.br

ALE em revista

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Conheça

ALE em números A ALE, empresa 100% nacional, está presente em 22 Estados brasileiros e no Distrito Federal: são 1.900 postos distribuídos em todo o país para oferecer serviços de qualidade, que vão além da venda de combustíveis. A empresa, que atua também nas áreas de logística e asfalto, gera cerca de 15 mil postos de empregos, diretos e indiretos, e atende cerca de 5,5 mil clientes mensalmente.

Faturamento 2012

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Previsão faturamento 2013

Crescimento em 2012 em relação a 2011

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R$

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Metas 2013

Investimentos para 2013

bilhões

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Conquista de

160 postos

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Aproximadamento

155

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milhões

%

Principais destaques de 2012

213 400

novos postos e ampliação da venda de produtos asfálticos milhões de combustíveis comercializados em um único mês

Resultados Asfalto

35

R$

milhões

em infraestrutura

58 87

R$ R$

milhões em 2012, 51 mil toneladas comercializadas milhões em 2013, 81 mil toneladas comercializadas

ALE em revista


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35


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