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A ESTRUTURA SOCIAL DA POPULAÇÃO MADEIRENSE; SUA EVOLUÇÃO

o povoamento da Madeira, iniciado na década de vinte nos pequenos núcleos do Funchal e Machico, alastrou rapidamente por toda a costa meridional, surgindo novos centros populacionais em Santa Cruz, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta de Sol e Calheta. As condições orográficas condicionaram os rumos dessa ocupação da terra madeirense, enquanto a elevada fertilidade do solo e a pressão do movimento demográfico implicaram um rápido processo de humanização e de valorização sócio-económica da ilha. Aos obreiros e cabouqueiros iniciais seguiram-se diversas levas de gente para esse rápido arranque de ocupação. No grupo surgem trinta e seis apaniguados da casa do Infante, na sua maioria escudeiros e criados, que adquirem uma posição proeminente na dinâmica administrativa e na estrutura fundiária. Enquanto os homens importantes detinham uma posição desafogada no reino e ambicionavam melhor situação noutras paragens do Atlântico, à ilha afluíam muitos de inferior qualidade ou preteridos da família pelo regime de sucessão vigente; note-se que o próprio João Gonçalves Zarco sentiu essa situação ao solicitar junto da coroa varões de qualidade para casarem com as suas filhas; foi para responder a esse pedido que o monarca terá enviado Garcia Homem de Sousa, Diogo Cabral e Diogo Afonso de Aguiar. Na relação dos ht)11lens bons da capitania do Funchal, em 1471, a maioria surgia como escudeiros (36%), sendo reduzido o número de cavaleiros (10%) e fidalgos (5 %). 55


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