Ágora Revista - 2011 - Ed 08

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gratidão de ter o que se tem porque melhor que não ter nada ou achar que não tem. Uma viagem profunda ao EU, ao Ego, para que estes possam ser afastados, para admitir a fraqueza do ser humano, e só então voltar-se para o mundo como o mundo é; ver as coisas como elas são, essa é a aceitação. A passividade é uma decisão pr’além disso. Então, lembra a sensação sugerida há pouco de que a cidade não é de todos? Pois é, a cidade parece estar vazia, mesmo cheia de gente e concreto. Mas as pessoas parecem não aceitar ver o caos em que se vive, ver como a cidade é paradoxalmente inabitável, fábula cruel. E por isso mesmo não vêem além, cegos para o que a cidade – e todos ali

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– podem ainda ser, ou no que se transformar. Essa conduta/ideia de grata aceitação zen foi algo muito em voga no chamado movimento beatnick, dos conhecidos escritores Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Gregory Corso e outros. O movimento habitava pessoas que vagavam os U.S.A de carona para conhecer sua terra, sua gente, para que fossem iluminados com uma visão da América, em meio a praticas espirituais do oriente, substâncias alucinógenas e uma vontade de quebrar preconceitos em sua sociedade; como a existência existindo pra quem permitir tal realização.


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