MEMÓRIA DE MANEQUIM Olírio do Rio
(Monólogo psicológico em quatro atos)


1. A obra Memórias de manequim é liberada para reprodução! Pode copiar, compartilhar, distribuir, fazer pôster, estampar na camiseta ou até tatuar se estiver realmente inspirado.
2. Mas, antes de sair por aí esbanjando sua criatividade com ela, dá uma passadinha para conversar com o autor lá na página @oliriodorio ou pelo email oliriodorio@gmail.com
3. É rápido, indolor, e quem sabe até rola uma boa conversa sobre a obra (ou qualquer outra coisa). Resumindo, faça o que quiser, só lembre de dar um “alô” antes. O autor agradece e promete que não vai te cobrar nada por isso...
4. Esta obra é para jovens e adultos que buscam a ciência da sua própria consciência, não é para curiosos ou amantes das concatenações mortas da litaratura. Há violência nas palavras. Alerta de gatilho.
5. Pegue sua coragem e siga em direção ao próximo passo e encontre o seu caminho.
Quando escrevi Memórias de Manequim, ele era um texto que me fez exercitar um lado da escrita que eu amava: o caos. Por um bom tempo, ainda com aquele sentimento de um escritor iniciante, fui fazendo do texto uma espécie de desabafo existencial. Precisava tirar da cabeça toda aquela carga e lixo, como vocês verão, uma espécie de dor latente que fica pulsando dentro, devido nossas experiências e acúmulo de informações da era moderna. Apesar de criar muitas situações que talvez sejam reais ou não, cabe você decidir, o texto é um testemunho minucioso do que a mente humana é capaz de fazer quando se está num fluxo descontinuo, mas testemunhando tudo o que se passa. Se você parar e sentir profundamente: estamos em um ciclo extremamente complexo da nossa evolução mental. Talvez no texto, revisto anos depois, eu tenha com as alterações que fiz, dado a ele uma carga que no primeiro momento eu não havia percebido, mas que depois de anos e anos deixando ele parado, decantando, perdido por ai, trago a tona o que a tempos ficou escondido e guardado debaixo do meu amadorismo. Se algum dia sonhei profundamente em ser escritor, artista ou qualquer nome que eu possa dar a esse ato criativo, Memórias de Manequim abre as portas dessa nova consciência. Não é minha
pretensão julgar e criar com as palavras as coisas coerentes , lapidadas de um jeito que podem ser detonadas pela crítica como mera exposição sem sentindo. Num plano mais profundo, isso não vem ao caso. Tentei ao máximo explorar um lado que talvez seja muito difícil para os seres humanos lhe darem voz: a natureza e pesquisa da própria mente. Se buscarmos um pouco de base para nossos pés nesse mundo insólito de verdades, nesse mundo atual de devaneios criados 24h por dia, veremos o quão descompassado com o ritmo natural e desajustado está nosso corpo mental. Como o próprio texto incentivará a você a sentir, o lixo mental cada dia mais se acumula nos recônditos de nosso ser e cabe a nós atualizarmos o programa que está obsoleto em nosso corpo. Memórias de manequim foi chamado de novela, pelo curto espaço de tempo que ele existe. Sugiro que leia em voz alta e perceba o concatenação teatral de vozes que o texto emana. No mais, se de nada servir esse texto: siga seu rumo e sua vida, jogue fora o lixo, como enfatizo mais uma vez. Contudo se algo tocar o seu coração: recicle. O caos quando lapidado, toma forma em nossas vidas e aquilo que parecia pura aleatoriedade no fundo, sempre soubemos que era sincronicidade. Navegar nesse texto é um desafio, já vou logo dizendo de antemão. Não é fácil ficar parado sobre o mesmo ponto e refletir a imobilidade daquilo que causa em nós angústia e principalmente trauma. Se “essa” pode ser “a palavra correta” para descrever a experiência
deste escrito. Há aqui obsessão e repetição. Quem não é fã de histórias assim, sugiro que compre um livro que tenha mais haver com a sua alma e desperte talvez a ilusão que você queira sentir ao ler belas palavras bonitas. Entretanto se de alguma forma essas memórias tocarem o limiar temporal da sua mente e fizerem de ti um ser mais desperto para si mesmo: meu trabalho já terá sido consumado. Não tenho grandes pretensões para esse texto a não ser torná-lo público. Como disse: ele é puro lixo. Só que devemos amar o lixo que criamos não é mesmo? E reciclar aquilo que estamos fazendo nesse mundo? Espero que essa lixeira, que pra mim foi um exercício de reciclagem profunda, possa trazer alguma contribuição para este tempo tão desafiador e poluído que vivemos.
Morya K. NS1. 37.11.11
Estrela Galáctica Amarela kin 204
"Não
viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente." - Buda
“Se permites ouso Comparar o que penso
A Ouro e Aro
Na superfície clara De um solário.” - Hilda Hilst
Este texto está sempre acima de 40º C; Umidade relativa do ar. Ventos ultrapassam a 10km/h. O mar está bem próximo deste escrito.
M: E se eu fosse um rato? Moro numa rua sem saída… Sem sa-í-da! A-vi-da-é-sem-sa-í-da! Palmas. KKK! Filosofia cretina! Filosofar ô que gente? Tô cansado de filosofar com essa minha cara de burguesinho... SSSSSSafado! Bom. Já sei. Eu comecei a escrever. Pois estou relativamente grogue. Bêbada e Prostituí... Sempre é assim! Despertei em mim algo do passado. Pesnei. Opa. Pensei. Tem que escrever certinho. Direito. Correto. Escrever. Sobre alguams... Merda. Algumas. Pausa. Consigo lembrar? Do que era que eu tava falando mesmo. Tem certeza que isso é saudável? Vim falar sobre o que? Sobre trivialidades? Não... Simples fatos cotidianos? Era uma coisa bem medíocre... Deixa eu vê. Tô cansado! De ser profundo. Meu cú! Profundú! Tarefinha di-fí-cil. Criar uma coisa. Medíocre! Agora... Não, não, não é assim. Deixa eu explicar. Já que sou uma mentirosa! Patológica! Estou rindo agora. Não consigo escrever. Espera um pouco. Opa. Pera. Voltei. KKK! Não acredito! Não acredito! Nessas palavrinhas. Nesse teatrinho! Estou fazendo um! Me mata de rir esse menino! Uma criança. Tola ainda! Pelo amor de Deus. Desculpe Senhor! Quem é você? O mundo já acabou? Ainda não. Perdão de novo por isso! Tudo bem! O mundo já acabou? Já dise que não. Se mata. Que voz é essa? Ninguém vai te ler! De novo! Vai sim viu! Vai sim! Se mata! Para! Olha só! Esses teus
olhinhos imundinhos, tão dramáticos: só eles é que te leem. Gente. Tem coisas inexplicáveis nessa vida. Que voz é essa? Estou no diminutivo por que quero ironizar você! Enfatizar a cara de babaca! Narcísico! Viu? Não! Escute sua voz! A voz! Ecoando das tuas entranhas. Catacumba! KKK! Que porra é essa? Ai. Deixa eu tentar falar de novo com você. Não! Se olhe no espelho. Vamos! Escute! As palavras! Vamos bicha. Se olha! Na porra do espelho! Quero e-xis-tir! Ta me es-cu-tan-do? Não! Quem não quer! Não é mesmo? Quem não quer! Queridinho! Nascer. Crescer! Da o cú... Quem é você? E morrer? Vi-dinha fa-tí-di-ca. Ouviu? O que? Dar o cú... Eu dou! E ai? Qual é o provlema? Errei! PROBLEMA! PROBLEMA! Isso. Tem que escrever cer-ti-nho! Ocê! Oi? Pode morrer lembra?! Vou esquecer disso agora! Quem pode morrer agora? KKK! Tá certo. Vamo parar com isso. Esse assunto é só. Para os momentos. Fi-nais! A gente num precisa! É! Dá! O cú! E viver! Choro. Não chora! Eu! Choro! Sim! Só de pensar nisso. Meu! Cú! É... Não vamos falar disso. O que eu estou dizendo? Viado safado! Como disse? Viado safado! Eu... Só! Queria não existir nesse momento! Respira então! Um! Dois! Três! Bando de... O planeta terra está morrendo e você está fazendo o que com a sua vida? Oi? Você é um deles entendeu? Vivendo essa ilusão toda! Bando de... Cú! Escuta com calma. Sente o coração agora. Bando de gente enjoada. Não julga. No poder! Que? Anda fazendo... Carão! Escuta! Égua. Que vida
difícil. Será? Para uma rapariga como eu. Drama. Gente! Eu sou tão tapada! Olha isso. O quê? Bati o dedo! Mi-di-nho no sofá! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Dor. Porra! Dor. Reclama! De tudo. Dor! Para de reclamar! De tudo! Dor. Burguês! Dor. Safado. Dor! Era isso que você queria não era? Meteoro cadê você? Que egoismo da sua parte viver uma vida tão artificial como essa... Quem está falando? Não vai adiantar! KKK! Você não vai me descobrir! Até mais... To beba beba beba! Não! Sou niilistinha! Sou! UMA! VA-DI-A-ZI-NHA! Desculpe preciso colocar! Pra fora! Todo o lixo que existe dentro de mim agora! Ni-i-lis-ti-nha! SIM! VA-DI-A-ZI-NHA! Ohgodbangbangkisskiss. Coloquei uma música. Deus! Me livre! Jeová. Saravá. Meu pai. Eterno. KKK! Mentira! Fecha a porta. Eu... Não sou uma VADIAZINHA! Eu... Sou mesmo é: PUTINHA!
Voltei. Ainda nisso? Quero dar! Calma. Pra todo mundo! Calma. Essa é a minha! Na-tu-re-za! É mesmo? Herdei do meu pai. Colocando culpa no papai! Grande desse jeito: que vergonha. Eu... Amava ser... O que? A PU-TI-ÂÂÂ-NE! Isso é um nome? G.H! Lembra dele? Aquele menino que não tinha nada haver com você mais por algum motivo você criou uma fantasia na cabeça e fez dele o seu amor mais profundo de vidas e eras causando dor e sofrimente sem medida para a sua própria... Quem está falando? Não vem ao caso! É assim que minhas amigas falavam de mim... Que amiga? Eu era! Esquece o passado. Era... Não! Sou! Eu sou uma...
Sou uma... Gritei! Que escandalo é esse? Cuidado vai acordar tua mãe! Que tá dormindo! E passou o dia preocupado com você. Vou para o espelho. Faço biquinho no espelho. Deus! Estou tão perdido? Olha pro espelho de novo. Inclusive! Estou lembrando de G.H nesse exato momento. Nessa madrugada morta de bêba eu preciso muito dele perto de mim. Você é realmente uma mentirosa patológica sabia? Eu? Agora! Estou com vontade! De chorar por mim mesmo. Olha isso. E... Me lamentar da vida. Vou colocar uma música. Meu mundo caiu. Canto. Canta canta comigo também! E me fez ficar assim... Canta canta comigo... Coitadinho de mim... KKK! Sou uma vítima! Do mundo. Ai que vida... Quem muito reclama, muito tem a esconder. Quem disse isso? Saudades! G.H! Tudo isso é uma farsa... Você sabe não é? Ele me comia bem. Isso é só uma ilusão da sua cabeça. Foi o primeiro! Ho-mem! Da minha vida! Que eu senti! Um grande PRAZER! Lembra que dou pra caralho viu? O quê? Adorava ficar ouvindo suas masturbações! Existenciais! Ele era ótimo. É muito fácil de se iludir quando está carente. Minhas neuroses! Deixa minhas neuroses. Ansiosas! É culpa da sociedade contemporânea! Quer saber! Vou mostrar! A bunda! Vai... Pelo celular? Você aprendeu isso aos 16 anos lembra? Ops! Não! Era pra já ter resolvido isso! Pensa menino! Pensa nisso! Nínguém pode saber tá! Sua mãe já sabe. Seu pai já sabe. Ele faz a mesma coisa. Eu... Não importa. É maior do que eu,,, Eu mostro sim! A BUNDA! Pelo
celular. KKK! Sério! Tenho tanta vergonha disso. Escolha sua sentir culpa. Tenho tanta vergonha. De novo. Escolha sua sentir culpa. De falar! É maior do que eu possa suportar. Será? Sobre isso quero te dizer uma coisa. Cuidado. É melhor ficar calado. Se for pra dizer alguma coisa. Que seja melhor que o silêncio. Eu... Vou... Dizer que... Sim! Eu... mostro a bunda pelo celular... Vai repetir isso quantas vezes criança? Vou gristar de noro! Errei! De novo. Porra! Agora todo mundo vai saber! Foi. Foi... A sociedade que me fez assim! A sociedade... É liquida! Num é? Lá vem você querendo ser o sabichão de novo! Mesmo assim... Calma. Pra quê tanto xilique existencial? Então se eu não posso falar! Vou beber! Água, bebe água! Agora não é justo... Você vai vomitar mais um vez. Mas eu... Lembra da sua sede...Tô com... Sede? Calma. Respira. Isso. Não! Lembro? Agora vamos lá... Uma coisa aleatória: o número 44. Não existe nada aleatório camarada. O menino do bar. Disse pra mim! Que esse número, 44! Que o amor era... Amor? Descansa um pouco. Foi isso? Não. Ele não disse isso. Ele disse: a sociedade era uma sociedade lixo. Era ou é? To confuso. Que horas são? É que os sentimentos são liquidos... Um pouco. Vou dormi! Isso. Dorme. Dorme que é melhor. Eu bebi feito louca! Sim. Eu ri da cara dele. Sim! Ele ficou com ódio de você. Ele não faz ideia! Do que estava falando... E você aparentemente também não. Pro álcool chegar na minha cabeça... Eu precisei! Ouvir aquela conversa
16 tosca! Você ainda está no bar. Lembra. Vive o agora. Mas eu queria dizer uma coisa pra ele: que a minha rola! Para. Era! Li-qui-da! Para de falar besteira. Você tá se autodestruíndo... Eu? Preciso mostrar minha bunda! De novo? Pelo celular! Agora. Pra que isso? Pera ai cadê! Fica quieto: cadê os cara? Vou mandar uma mensagem! Que horas? Quero fuder! Eu preciso! Mas eu moro na casa dos meus pais. Porra... KKK! O meu tesão é maior do que tudo. Aparentemente. Eu sabia que entrar no jogo da sexualidade era perigoso. Sabia? Fui evangélica. Que isso tem a ver? Vai dormir. A rola dele era pecado pra mim. Desacelera. Era a minha prisão. Tá fantasiando. Era o meu orgulho. Tem coisa melhor pra fazer amanhã. Gemendo pelo telefone toda sexta-feira. Lengalengablábláblá. Eu vou me auto lamber. Me come G.H! Ai que pensamento gostoso. G.H!. Nem ai pra mim! Aquela cara de pastel. Não comi nada. Eu vou... Cadê você? Mandando mensagem feito louca a essa hora! Do que adianta eu ainda estar aqui se você não me escuta? KKK! To beba. Uma parte sua está bêbada. A outra parte observa tudo. Consegui um estranho! Opa! No outro lado da câmera! Que gostoso! Tá me pedindo pra ser puta? Voz de macho! A-do-ro! Rouco de tanto fumar. Cre-ti-no! Desligou a câmera! Eu tinha 16 anos na época. Dei tudo de mim. Até minha ingenuidade. Era um adolescente magrinho. Feio ao ditames da época. Raquítico. Era um cretino! G.H! Me responde cão! Namora comigo! Eu só era
um adolescente! Felizmente perturbado pelos meus pais. E a internet me mostrou tudo o que eu não poderia esconder de mim. Na época foi a minha salvação. Um mundo. Novo. Escondido. A vida tava criando pra mim algo que vinha de fora: me consumia por inteiro. Estava procurando, procurando. Estava tentando! Dar! Para alguém! O... Meu! Não faz isso. Chega de ficar preso no passado. Você conseguiu essa noite se despedaçar todinho! Eu não consigo parar de fazer isso. Consegue sim... Não consigo! Algo dentro de mim enlouquece. Quer, queria... Sai daqui! Um bicho! Uau! Vai subindo! E... Subindo. O rabo quer crescer. Crescendo e crescendo. Um rato no telhado de casa.
Desculpa! KKK! O que tá acontecendo aqui! Ops! Minha mãe acordou. Tem um rato no telhado fazendo barulho mãe!
M: Embaralho palavras. Estoycantandomucho! Isso sempre acontece quando ele se embriaga. Vai parar de fazer isso? Quando? O quê? Quando você vai... Sê fala sozinho? É tão estranho assim? Falar na voz passivaagrassiva? OK... Ei vai embora já? Agora! Foi bom te vê. Mais um joguinho seu pra conseguir o que o seu desejo quer. Vou tentar organizar a cabecinha eu juro. Desse jeito. Fazendo o download aos pedaços? As memórias sucumbindo. Te prendendo desse jeito. Entrem! Em mim! KKK! Oi... Desculpa! Eu me perco em mim mesmo. Vamos! Eu canto. Tudo era apenas uma brincadeira... Lá dentro. Dentro. Queimando tudo. Canta. Rodopiando. Num movimento que não consigo controlar! Que dia memorável em? Amanhã vai lembrar de nada disso. Essa! Minha obsessão. Esquecer quem você é? De dar. Dar! Dar! Dá ordem! As coisas precisam está no lugar sabia? Como? Vou tentar de novo! A todo custo! De novo e de novo! Seja lá como for. Ordenar! Ordenar! Controlar. KKK! Agora quem vai rir sou eu. Do quê? Da sua obsessão de controlar o mundo. Sim! O mundo é assim! Lugares. Ai. Pessoas. Depois. Objetos. Por último! Sentimentos. E claro. Têm os traumas! A cabeça doi. Insiste em lembrar o que não se pode esquecer. Desculpe. O que você disse? Quanto tempo! Senhor Jesus! Minha luz! Aguenta senhor este ser. Ai... Não sou mais religiosa! Será? Mas eu
gosto dele. Que bom. O cara foi foda! Agora. Onde eu parei? Quem parou a onde? As palavras. Não. Os traumas. Estou sendo coerente? Desculpe. Vou tentar de novo! E lá vamos nós de novo e de novo. Já que estou trebada hoje. Por isso! Estou tentando organizar. Palavras. Principalmente. Palavras! Palavras dão ordem. Uma frase é uma ordem. Toda estrutura humana é uma ordem. Eu fico pensando. E pensando! Como não enlouquecer. Devia parar de pensar tanto. Enlouquecer com o tempo! Devia usar mais a inteligência. Que traz nas costas toda uma história calada e estranha. De usar suas escolhas para a liberdade. Não sei! O que de fato é mais fácil? Nascer nos primórdios da humanidade ou agora? O que acha? Isso é um perguntar toda. A HUMANIDADE! Lá vamos nós de novo. Onde estou? Se perdeu no próprio discurso. Quando... Ele aparecer... Me avisa. O que? A HUMANIDADE VERDADEIRA? O pensamento inteligente. Segue o que você estava dizendo. Pera ai. Que humanidade é essa? Qual é o motivo de toda essa cena? Paira sobre mim cabeça! Uma voz fiel e profunda. Talvez seja de outra dimensão. Eu Sou! De outra dimensão. As ideias! O mundo caduco. O mundo humano de ideias caducas. Filosofia! Cretina! Caduca. Elas vivem aqui! As ideias caducas de vocês! Nesse lugar de viciados! Vocês são caducos! Quem tá falando? Não me interropa agora! No corpo caduco de vocês. A alma fica presa e densa. E mesmo assim a humanidade é vazia, Ixi! Dizem que é a crise! Eu
digo que é loucura e ilusão! 27 viu? O que? Achar que a humanidade é vazia e caduca? Silêncio! Calma rapaz. Você pode morrer a qualquer momento. Só lembra disso. E vai morrer desse jeito. Olha a bagunça. Que bagunça? Todo mundo passa por isso. 45. Não era 44. O que? As pessoas que morreram? Quantas! Milhões. 44 milhões. Eu vi na reportagem.
Em que ano estamos? Não temos mais contagem do tempo. Eles nos roubaram lembra? Poderia ser você. Foi Deus. Tudo é culpa de Deus. KKK! Vou escrever com D maísculo. Pra representar a sua magistral presença nesse momento. Quem tá escrevendo? Eu! Eu quem? KKK! É sempre mais fácil culpar! Deus! Não acha? Deixa de ser impulsivo menino. Profona. Ora vamos! Que sacrilégio. Só se vive uma vez. Você está sendo pessimista! Não estou não. Estou? Existem pessoas que estão vivendo agora e nem se dão conta. Estão vivamente mortas. O que é viver? Sorte? Será uma maldição ser assim? Eles nos observam o tempo inteiro. O tempo inteiro. Roubaram o nosso tempo. Acorda. Acordar como? Não, não e não. Pare de julgar. Vamos para o próximo nível! Que nível? Começamos os julgamentos agora? Outra vez esse assunto. Julgar! Olha a minha vida. Que vida? Julgar as possibilidades? Que possibilidades? O que foi dessa vez agora? A consciência! De uma imagem! Foi fixada! Acorda criança! Que papo é esse? Eles estão nos vendo. 24 horas por dia! Não esquece o o que eu te disse! Eles agora queimam as travestis. Ta
passando até na TV aberta. Elas! Morrendo. Escrevo com M maísculo para representar sua presença angelical aqui no meio de nós. O coração delas arrancados. Pura maldade. Cadê a elevação da... Mata! É o que eles fazem. A humanidade faliu entendeu? A muito tempo! E não temos muito tempo! Acorda de vez. Não é sobre você. Faz alguma coisa. Sai dessa criança. Chega de fazer teatrinho pra você mesmo. Fala alguma coisa. Imaginei ele! Resando! No corpo dela. Tirando o seu coração. Do que adianta isso se você continua ai parada sem fazer alguma coisa. Escondendo no armário da própria mente. Junto da santa Aparecida. Ave Maria. Mata a travesti. Eles disseram. Eles dizem. Eu chorei. Mata. A travesti. Do que adianta chorar se você ainda está dormindo na própria merda. Entendeu? Essas machos. Lá vamos nós de novo!
Eu sou uma macho! Não entre nessa. Eu tenho fixação em macho. É só um jogo de identificação. Doente. Babaca! Que sou. Dar pinta pra macho. Macho é escroto. Tudo biscoito do mesmo pote estragado! Que eu amo! Amo comer de vez em quando! Para! Vai ficar polarizando até quando? Queria minha independência. Então para de viajar na maionese e acorda. Eu estou com fome. Já mudou de assunto? Mas eu sou viciada nele. Vou mandar mensagem. Ei. Você viu o que acabou de acontecer? Quem tá falando? Lembra que você nasceu pra dar pra ele! Só pra ele! Vagabunda. Você é uma Vagabunda! Quem disse isso? Bicha! Chega de
metafísica! Volta pra realidade agora! Caralho! Calma! Eu trebada desse jeito! Pra ficar escrevendo metafísica assim. KKK!. To trebaba! Errei! O fato de aprendermos. A pensar de um único jeito. Eis ai como as coisas se dão. Entendeu? Ou preciso desenhar? De maneira errada! E todo mundo se lasca. Nessa dança de narciso! Não consigo controlar meus pensamentos. Mentira. Cretina mente. Você só adora a dor. Eu estou aqui! Agora. Acorda Tentando descrever esse eu, eu, eu, eu... Isso não tem saída entendeu? Que duas letrinhas difíceis! Se tem tanta coisa! Tanto lixo! Nessas palavras... Eu... Duas pobres letrinas fatídicas. Não é? Qual é agora a metafísica da vez? O eu tem um nome? Tem um corpo? Tem um lugar? Tem só uma vida? To cansado já. O eu não existe. Oi? Mesmo que você não entenda completamente o que eu acabei de dizer! A vida! Eu! Não existe! Só queria dizer! Bem-vindos ao meu drama pessoal. O eu não existe! Entendeu? Você é obcecado por essas coisas caducas. Eu... Sei que sou puro lixo. Lá vamos nós outra vez. Quer saber! Esse eu: regido por muitas coisas materialistas que se foda. Adeus! Não me diga agora que vai me deixar? Olha tá falando comigo! Ou tá só fingindo me escutar. Mas eu é! Sou! Viciado! Nele. Pronto falei. Tanta informação. E tem tanta coisa pra fazer. Esqueceu da tua missão! Que missão? Eu quero viver mas ao mesmo tempo eu quero morrer! Olha, não importa. A lei é clara. Faça o que você quiser. Trágica essa sensação dúbia. De escolher por si
mesmo? Esse eu tem estruturas complexas? Não vou responder bobagens! Foi o que diserram pra você me dizer? Tá sentindo com a cabeça! Meu ombro doi. Meu joelho doi! E meu pé. Ah como doi! Vou tomar um remédio pra apagar e esquecer toda essa dor. Canta. Vou colocar uma música. Olha. A música da Xoxa. Aprendi! É facil cantar. Desse jeito! Como minha amiga Lorry cantava. Saudades dela. Minha amiga Lorry! Me ensinou tantas coisas obcenas. Falar! Com jeitinho! Só meu! Entendeu? Dá pra imaginar! As mais sutis barbaridades! Pra curar feridas tão profundas. Viciantes. Humanidade não se choca mais com nada. Desintido agora em três, dois, um... Desculpe! É sem sentido mesmo viver desse jeito? O que? É poético? O que? O eu? Me responde por favor. Ela disse pra eu agir. Ela quem? Você vai saber. A vida vai mostrar! Ela disse: Desperta Poesia! Com DP maiúsculo dá mais credibilidade e penetração. COM DP é mais gostoso. Que saco esse corpo. Que dor. E suas ações em criancinha? As vezes são premeditadas e automáticas. Outras vezes impensadas e de outros tempos? Não! Claro que não! O eu de agora é do meu corpo lindo! Lembra. Você é um viciado! UM VICIADO! UM VICIADO! É difícil ouvir isso. O corpo sempre mostrando. E você negando. A si mesmo. Mesmo o corpo dizendo! Outro corpo não basta. Existe dentro dele um dor que não passa. Uma culpa implantada de eras. Pela religião? Pela política? Pela família? Pela escola? Pela sua cabeça?
Não vem ao caso! É melhor você não saber. Sem contar a ciência que aprisiona! Não fala dos meus amigos. Um Deus morto. Meia boca esse mundo em! Esses que vocês inventaram e se acham os donos. Não tem nada haver com meus amigo Jesus! Um extraterrestre do bem! Você conhece ele? Que só não resolve! Os nossos problemas! Pois... Nós fizemos essa bagunça! Toda! Com a nossa cabeça. Que porra é essa! Com quem você tá falando? Não captou a informação? Até mais. Uma última coisa. Eles querem! Usar a gente! Entendeu? Não? Olha. Vai andar! Sim? Anda. Anda. Nesse caminho do auto suicídio mental! Tentando achar quem tem escolha! Tem saída! Ai, ai! Se mata, se mata. Eles entraram na linha entendeu. Não acredita neles. Mas já estão todos mortos de uma certa maneira. Lembra? Não acredita neles. Vivendo morta mente vivos? É isso que você quer? Não acredita neles. Bocejo de cansado. Que papo é esse que ta rolando aqui? Estou cansado preciso ir embora. Estou aqui no lugar com meus amigos. Nesse lugar onde? Mais especificamente no sofá da minha amiga. E fico pensando. Tudo o que você pensar agora será deturpado por ele. Sempre fico pensando. É melhor acalmar os pensamentos. Mais um vez. E se. Como organizar. A minha vida! Lembra de quem você é.
M: Pelos meus olhos. Eu estou do avesso! Um pouco mais sóbrio! Festa! Minha cabeça está desorganizada de novo. Festa! Beija um. Beija outro! É carnaval no meio do ano! De novo! Não aguento mais! Aguenta sim! vai! Beija! Seduz! Que sensação boa em! É esse que você quer? Que tudo vai acabar agora! E pode acabar. Mas pensar nisso não vai deixar você viver toda essa maravilha que tá acontecendo agora. Mas tudo vai acabar mesmo cara! Fique tranquilo! Festa! Luzes. Ei que saudades de você. Ele acabou de me pedir desculpas pelo que fez no passado. Eu simplismente ignorei. Vai desabar. Lembra. Esse mundo da maneira que está é INSUSTENTÀVEL! Pelo menos em uma parte da vida. E eu vou morrer? VAI! KKK! A não ser que... Que... Tem uma saída! Quem tá falando. Estamos em que ano? A qualquer momento tudo pode acabar. Que lugar é esse! Só me escuta é rápido. Antes que eles entrem na linha de novo. Você não consegue sentir alegria? Em mim? Alegria em mim? Na minha cabeça sim. No meu corpo não? Percebeu? Não! Certo. Nunca termina. A sentença dessa vida moderna é coerente. Entendeu? É um enigma? Eles cortaram a eletrcidade. Ficam fazendo isso o tempo todo. E você ocila. Você precisa aprender a surfar. Eu? Sim! Tenho medo do mar... Quem tá falando? Você é pura epilepsia mental. Alguma coisa que eu posso fazer para mudar isso? Sim. Tento pensar. Não é pelo
pensamento. Lembra. Não pensa: sente. Coisas boas. 04:06 agora, não era 04:50? Em que tempo estou? Tento pensar. Ñão pensa: sente. Coisas boas estão por vir. Era o que eu estava fazendo. Ontem antes de dormir. Tentando relaxar. Mas não dá! Não dá! Não pensa: sente. Vou fumar! Pra quê? Vou morrer de tanto fumar. Não pensa: sente. Se eu morresse amanhã de manhã? Ninguém iria ligar. É a música que tá tocando no bar. Lembra. Estão tentando fazer você acreditar. Não pensa: sente. Já que ninguém não telefona a niguém. Um dia. Minha asma ta voltando. É infernal isso.
Não pensa: sente. Vou morrer sufocada. Tentarei pensar coisas boas. Já que estou mais calma! 05:50.
Já Será? Preciso pegar o ônibus! Depois de fumar vou ligar pra ele. Ele quem? Não pensa: sente. Dizer para a cabeça. Pense coisas boas. Agradeça! Gratidão! Que coisa. Eu não consigo! Você sempre fala as coisas no NEGATIVO! Não entendi o seu ponto de vista! Esquece! Não pensa: sente. Ao quê? Ao jogo. Do mundo! Foi! O que? Meu terapeuta! Basicamente disse! Com outras palavras... Sobre o jogo da vida. Oi? O maldito terapeutra que disse... Não pensa: sente. Você precisa! Você não precisa de nada! Entendeu! Nada! Não precisa ser nada. Nadica de nada. No início nada vem. No meio nada fica e no fim nada parte! Eu tatuei isso por algum motivo. Cadê? Ei to indo embora da festa! Vamos mais uma vez dançar? Estou precisando ir embora. Seja grato ao momento. Obrigado pela noite. Pelo
que você tem. Obrigado pelas palavras. Merda. Me liga. Difícil. Eu senti o seu olhar. Nunca ele vai me ligar. Meu Deus! Como eu sou burguês! Safado! Reclamão! Ser humano de merda! Não pensa: sente. Até pelo fato de agradecer me sinto um tonto! Que palhaçada é essa. Eu não nasci em berço de ouro. Mas tenho cara de rei! Me lasquei. Misericórda. Como fala pra minha mamãe que é culpa dela? Tudo o que eu fiz foi pensando no bem de mim mesmo. Esse não seria o problema real? Não precisa falar. Se perdoa. A raiva me consome agora. Sinto um roçar suave dela! Que não quer deixar ir o passado e quer controlar o futuro. 08:00 chego em casa. Há um dia todo para viver. Você é o seu pior inimigo. Só lembra disso. Não pensa: sente. Um consumismo diário sem explicação entra na minha mente e consome o meu coração. Mata a minha alma. Destroi a minha felicidade. Vejo fotos de uma realidade presa. E lá no fundo quero ser algo tão morto que não entendo a motivo para. Ficar preso? Preso com a gaiola aberta? Compreensão. Do quê? Tem algo! Cutucando o coração. O meu cu atiçado? Brasa viva queima. Deixa queimar. Sair como uma borboleta. Sim. Morrer como uma borboleta.Sim! Em glória. Não pensa: sente. Happinessisabutterfly. assim diz a música. Todos os dias a vida é como uma canção de ninar. É sempre assim. Sempre assim vou repetir. Sempre assim! Pra ficar enfatizado no meu coração. Happinessisa butterfly. Canta de novo pra purificar. Quando o meu mundo caiu.
Era assim. Todo mundo admitia a mentira. Mais carinho. Não. Mais pureza. Não. Mais calma. Não. Mais alegria. Não. No meu jeito de lidar. Claro que não. Pera. Não é sempre assim. Se entrega. me entregar ao quê? Quando a canção se fez mais forte. Mais sentida. Quando a poesia fez folia. Em minha vida. Eu fico repetindo isso sem motivo algum. Será que é sem motivo mesmo? Você veio me falar dessa paixão por outra pessoa. Aqui doi. E vai doer criança. E depois que doer. Sentir a dor. Passa. Eu já entendi! Que a vida é a arte da prostituição! Pode até ser nesse seu mundo caduco. A arte é o tempo da vida acordada. Entedeu? Não! Pensa e sente agora. Lembra da música. Na terra de deuses e monstros. Eu sou um anjo querendo ser fodido de verdade. Noone’sgonnatakemysoulaway! Bêbado ainda do jeito que estou! Penso que estou a delirar. Não pensa: sente. Não tenho memória alguma. Não tenho lembranças! É isso que eles querem que você pense! Eles quem? Cabecinha onde está você? Vamos. Ajude. Se entrega somente. Uma memória. Praia. Amigos. Igreja. Andei 11km. No asfalto. Quente. BR. Para chegar. Praia. E Falésias. Fotos. Postar na internet. Esperar o seu comentário. Amizade. Voltei. Casa. Queimado. Do pés a cabeça. Burro. Não passei protetor solar. Se perdoa. Hoje. Agora. O passado já foi. Nem falo mais com meus ex-amigos da igreja. Não fique preso no passado... Quem disse isso? O dia em que eu. Respira. Peguei. Carona. Por sinal. Ele. Era. Muito. Gostoso! Não
pensa: sente. Perdoa. Lembro. De. Querer. Chupar! A rola! Dele! To-di-nha! Isso não é você. Respiro. Olha, um breve espaço. Mas tive medo. Misturado com tesão eu fico louco. Não julga. Com dose de vergonha. Remorso dessa memória. O passado já foi. Minha primeira experiencia sexual. Não vem ao caso. Foi com um estranho. Já passou. Pensei que eu ia morrer. Não pensa: sente. De hemorragia no cu. Tenho vergonha de encontrar o cara por ai. Se entrega. O sangue era como menstruação. Respira. Quando criança. Lembro. De levantar a tampa do vaso. Estou entendendo agora. Anos depois. No banheiro. Leve. E ver a menstruação. Já passou. Da minha mãe! Fala eu te amo pra ele. Lá no fundo da água! Você consegue. A menstruação! Lembra que você não é nada disso. Da minha mãe brigando com meu pai... Espaço interior. Meu ser: o nascimento. Espaço. Lembra Do espaço.
M: Estou em crise. Tem sangue entrando em todos os sentidos. Sempre quis ser mulher. Já que! Já que. Desde criança! Eu... Eu! Sentia! Que... Eu! Nasci! No corpo! Errado! Eu sentia! Desde esse dia! Desde esse fatídico dia. Não importa. O dia em que meu pai. Uma cadeira voando no espaço. Parei. Na minha mãe. Até hoje sinto raiva. Remorso. Ainda? Já faz tanto tempo. Da violência gratuita dos homens. Dessa sensação. Gratuita da violência. De onde vem isso? De que um homem é capaz de matar. De onde vem isso? De matar. A morte sempre aparece em alguma parte do caminho. Resolveu agora rondar minhas memorias? Sonhei que era um manequim no meio da rua. O enquadramento. A imagem é assim. Parece um sonho agora. Era como se fosse os meus olhos: vendo a rua toda cheia de gente e meus pensamentos por aí. E de repente. Caio no chão. E peso do plástico. Leve e oco. Sinto! Ao mesmo tempo! A solidão! E a alegria! De estar! Sonhando. Que peso é esse que carrego comigo? Será de outras vidas? Digo gritando. Morri! Acordei! Assustado. Estou todo suado. O dia que entrei pela primeira vez lá naquele lugar. E silêncio. Apenas silêncio. Passear de ônibus. Não era de bicicleta? Meu esporte preferido... Sentir os lugares de passagem. Ir lembrando que transei. Transei aqui, transei aqui, aqui e aqui! Tolice que insiste. Primeiro beijo. Foi com um homem. Mas eu queria ser mulher. Chegar
em casa vou tomar um banho bem demorado e limpar todas as minhas culpas. Depois do banheirão na faculdade. Ninguém pode saber disso ouviu? No pensamento tudo se esconde. Será? Não posso subir. Aos céus! Sem beijar. A boca de um macho! Deus deve rir do meu vício. Que Vergonha, senhora e senhores! Que Vergonha! Com V maiúsculo para deixar mais dramática a cena. Estou com vergonha no meu sonho! Tombado no chão! Com cheiro de sol! E plástico queimado! Cúmulo ter que passar por isso. Uma vergonha dessas. Pensar em fazer sexo.E se for sexo com deus? Não ouso colocar o D maiúsculo agora. É possível com todos os pensamentos que temos ser salvos dessa miséria humana artifícial?
Só que Deus não tem corpo. Esqueci disso. Mesmo assim. Fiquei com puta tesão em deus! Memórias do meu sonho. Procuro memórias vãs. Que ainda estão na lata do lixo do insconciente. O dia em que meu pai. Teu pai de novo? Ficou falando com a amante dele. No celular. O dia que transei numa livraria. A temática é só essa? Que obsessão criança. O dia que dancei com um desconhecido na cozinha da casa da mãe dele e pedi que ele me amasse até o fim dos tempos. Isso não aconteceu. Você está mentido agora. O menino tem ou tinha namorada. Vagabundo. Admito. Só quero viver a safadeza da vida. Será? Eu fiz! Sexo! Numa livraria! No centro! Da cidade. Que intelectual. Não poderia deixar. Um oportunidade como essa. Passar. De quatro! Na bancada. Lá atrás perto dos livros velhos! Tesão.
Consigo lembrar do formato da tatuagem. Era no braço direito. Posso ser um pouco safado quando quero. Sonso. Gosto de ser safado. Sonso. Ta! Eu sou safado. Bora lá. Coloca pra fora. Eu sou safado! Tesão do caralho. Se controla. Libera geral. KKK! O dia em que roubei as obras completas do O. W. Sempre fui uma ladra de livros. Bicha intelectual. KKK! Mais uma máscara pra contar história. To bebassa agora. Sempre quis ficar bebassa e saber! O que? Ser bicha intelectual bebassa faz diferença? Vai morrer querendo! Nunca entendi o que você tá querendo. Você é tão confuso. Que você? Desculpa A autoestima aguçada não é o meu forte. Mas sinto que. Sendo um verme. Traça. Que roí palavras que nem um eplético em crise: não estou conseguindo controlar os pensamentos. Não precisa de pensamento nenhum. Sexo, outra vez? Só pensa nisso. Uma perna, drogas, Maria e Juana: putaria na casa do S. Foi uma orgia: nunca fiz: pra quê toda essa cena? A pornografia vejo sempre, está nas ideias que captamos desse mundo caduco humano. Sem pé! Nem cabeça. Passam. Furtivas. Todo o tempo. Pela minha cabeça ansiosa modernissima de artísta. E a bad que bater toda hora toda hora. Estou tentando. Tentando encontrar palavras vazias. Abrir um espaço vazio dentro do meu peito. Descrever essa sensação. Aterradora que é viver: essa mente é fatal. Em palavras diretas: reciclar seu lixo. Tenho medo de morrer velha. Solteirona. Maricona. Uma vadiazinha psicológica me aterroriza. Quem?
Uma vadiazinha psicológica. Entendeu? Sempre quando fumo a Juana fica doida rea de pedra! Esse é o nome dela. A Psicológica. Beber chapar & fumar. Não sou e nunca serei! O J. A J. é foi uma pretty woman, andando pelas ruas. Merda! Vez ou outra a minha lingua embaralha. Nascihomem. Vida, o que eu fiz pra merecer isso? Que destino. Nascer homem nesse momento de transição. Não reclama. Já disse do que tenho medo? Tenho medo. De mim mesmo! Da minha animalidade. Do meu lado irracional instintivo. De cruzar uma linha incruzável. A da insensatez. O que foi que você tomou nessa noite pra chegar a esse ponto? Loca, loca, loca, como diria o meu amigo argentino que foi embora. Saudades. Aquele sotaque arrastado. 04:48. Não era pra ser 04:07? Esses números aparecem assim. Premonitórios. Loca loca loca. A gente fumava junto. E ria da putaria. A gente conversava putaria. Se conversava muita putaria. Sempre tive tesão no M. Graças a Deus! Nunca aconteceu nada. Nunca passei do limite. Da nossa friendship forever. Minha mente é o sumo da Babilônia. Acabou por hora. A distancia limita. A vida tem um limite. Todos nós fomos educados. Para ficar dentro do limite. O limite do aceitável. O limite. De alguma coisa. O limite. Do mundo. Ao passo que o mundo. Nos dá um limite. São vários limites. Todos os dias. Aqui e ali. Até as palavras são limitadas. Filosofô em! Nesse estado de consciência. Elas só podem chegar ao céu desse jeito. Quem vai pro céu? Estou
escrevendo por causa de quê? Eu sou uma farsa já disse isso? Você percebeu nas minhas palavras. Por favor, diga que sim. Não tem como você dizer que NÃO? Para desmascarar o que de fato. Sou? Ser eu mesma é a solução? Existe um ser eu mesma? KKK! Faz tempo que não faço terapia. Só sei que:não preciso mais! Buda é a minha salvação. O mundo já acabou entendeu? Não fala assim: você é o mundo. Não tenho mais paciência. Pra quem ta começando. Valha. Escrota! Vamos. Agora deu pra bancar de orgulhoso. Coloca pra fora esse choro mimado de uma criança de dois anos que você tem dentro de você. Você consegue. Para de se fazer de durão, chega de interpretar a vida. Coloca pra fora esse choro. Uma lágrima é capaz de curar... As palavras tem o poder de curar. Não! Resistente em? O corpo da palavra é a escuta do agora. Irremediável. Cansado. Como sua cara refletida no espelho todas as vezes que tentou encontrar lá no fundo a sua verdadeira face. Quanto eu bebi essa noite eu queria esquecer de mim, mas tudo o que eu encontrei. Foi uma bagunça. Eu entulhei durante anos e anos. Ainda estou olhando. O espelho. Velha. Enrugada. Vadia filosófica! Sempre caio nessa. Fugir. Covarde. Tolo. Imundo. Porco. Burro. Que bagunça. Tentando organizar de novo: vou fazer uma lista: Vai comer alguma coisa. Não acorda os teus pais que estão em casa. Vomita mulher. Estou escrevendo esse texto no celular. Que dor de cabeça. To tonta pra caralho. Ai. Cai. Pera. Não faz barulho e toma uma banho.
Tua mãe vai acordar de novo. Ela está acordada você ouviu? Ela sabe que você bebeu e vai te julgar. Grande vida a sua. grande adulto você é. Bebezão da mamãe. Saio andando. Estou escrevendo ainda. Abro meu armário de livros. Um momento: um livro aleatório, preciso de um livro aleatório. Os entulhos desse ser. Que melodramático. O homens Ocos. Cada um de nós. As vezes deveria lembrar. O mais alto e afortunado momento. De nossas vidas. Para mim. Foi ser uma cara. Muito jovem. E dormir sem nenhum centavo. E sem nenhum amigo. Somos os homens ocos. Sobre um banco do parque. Numa cidade estranha. Essa cidade é estranha. O que não diz grande coisa. De todas as décadas. Que surgirão. Entulhos do ser! Isso não serve de nada. Vou tentar mais uma vez. Dentro de mim a ideia das almas. Do amado. Vomitei na cozinha! Sou culta e porca agora. Virgem e puta. O QUE FOI QUE VOCÊ DISSE? Minha mãe está fazendo um chá de boldo, ela superou os meus chiliques. Acho que é isso então. Parecer que estou cavando um poço. bem profundo pra matar a mim mesmo. Atolado de merda o pensamento. O cheiro do ralo do banheiro. O gosto da bebida volta. O ácido na boca corroí a minha paciência. Dentro da minha cabeça. Aqui vamos nós. Mais uma vez. A ultima bebida. É o que me lembro. O ultimo poema. Se eu morrer agora? De verdade? Outra madrugada bêbassa! Lembro de ter pegado a ultima taça. Bebi. com B maiúsculo para enfatizar a ação. Olhei paras os 49 lados. Já
estou no 49. E não havia lados. Tinha si uma revolução que acontecia dentro de mim. E fora de mim. To lembrando a essa hora da noite o texto da peça! Sou um ator fracassado. Tenho que confessar. Por isso estou aqui. Começo a ficar com dor de cabeça. Acho que. Estou até me repetindo. Foda-se! Foda-se! Foda-se! Estou cantando de novo. Foda-se!
Com F maiúsculo para, sei lá, é a minha vontade agora. Eu tenho todo o tempo do mundo agora. Preciso continuar minha jornada. O que vou fazer amanha? Trabalhar de ressaca. Minha cabeça diz. Que não. Fala uma mentira. Fala uma mentira. Pra não ir trabalhar. Mas preciso ir. Continuar minha saga de operária. Sempre chego num ponto em que a minha preguiça ataca e finjo um doença pra fugir da realidade que eu criei. Procrastinadora nata é o pecado que te pesergue! Tudo bem, eu me aceito assim! Finalmente uma verdade. Gente, eu me humilho demais. Cadê a autoestima! Você pode. Você consegue. Você é linda demais! Perfeita as olhos do pai! Eu odeio meu pai, lembra? Odeia? Bora preguiça. Vai embora. Xô! Que o dia foi cansativo! Eu não ia beber. Sim! Eu ia beber sim. Mas fiquei fingindo que não ia beber nada. Loca! Tudo começa quando a gente mente pra si mesmo. Dizendo que a minha mãe estava no médico. Tinha transado com um boy, Hoje de manhã. Eu tava cansado. Não queria dar para outro. mas eu dei de novo. Mentira. Queria! Você deu. Ele me chamou. Pensei. Então disse que não ia. Ele falou que pena!
Só que eu não gostei. Do modo como ele falou. Que pena! Amor. Que pena! Como sou supersticioso. Senti um tremor. Ganhei o livro espírita da minha avó morta: olha o que diz: estuda tuas próprias imperfeições e trabalha sem cessar. Senti um tremor. Comecei a ver vultos. Mentira! É verdade. Comecei a ver vultos! Quando ela estava nas últimas. Entubada. Eu estava sentindo. Uma sensação estranha. Era uma criança mimada no fundo da gaveta. Lá naquela porta que você deixou a chave aberta e reprimiu. Abri a porta. Vi muitos desenhos. E minha imaginação intensa! Como era intensa. Não tinha arrependimento algum. Brincava no corredor de casa. As lutas travadas na imaginação. Eu representava tão bem as personagens infantis. Que eu poderia ganhar o prêmio de melhor ator. Gostava também. De dançar.
Dançava que nem ventania. Sozinho no meio da casa. Montada com lençóis. Quero o vestido da realeza. Eu era a princesa da realiza mais alta. Descendo as escadas do palácio. Acenando para os súditos. Como eu era linda. Mas mamãe descobriu.
E exigiu que eu fosse homem. Apesar de saber. Que isso nunca iria acontecer. Mas a criança se empenhou. Seguiu com a culpa. Vivendo a vida. Entre lástima e bonança. Anos depois encontraria o amor. Na cama de um hospital. Onde uma desconhecida. Agonizava. Sem juízo final. O apocalipse já está acontencendo. Eu reconheço agora nos sinais da minha mente. Que ela também
viveu todo esse tempo me iludindo. Quem? A minha mente? A sua experiência. Comecei a ser que nem o papai. Comecei a ser o papai repetindo os dramas da nossa família. O final está fechado. Para nós que somos jovens. No final. Somos. Como nossos pais! Paro. Por um segundo. O que estou dizendo? Faz sentido. Vomito. Letra por letra. Cravo as mãos. Em meu rosto. O suor desce pela cara. Está quente no quarto. Quero escrever a noite toda. 50, cheguei ao ápice? Esses números aparecem do nada. Mas as forças estão me debilitando. A bebedeira já está passando. Tenho o dever. De ir até o fim. Respiro. Tenho o direito. De ir até o fim. Deixe-se ir. Até o fim. Foi assim que. Fui pra casa dos meus pais. E lá eu cheguei. Olhando pro celular. Falei com minha mãe. Olhando pro celular. Estava ansiosa. São 00:00. E decido mandar. Uma mensagem. De amor. Pra mamãe. Dois minutos. Se passaram. Enviei. Dizendo que amava muito ela. Pois se eu morrer aqui. Agora. Ao lado do quarto dela? Como irá se sentir. Ao acordar? Lembro. De ela falar-me. Sobre sua vida. A boa filha. A destemida. Não espero que ela responda. Minha mensagem de amor. Onde eu estava Estava na casa. O cão atentando. A vontade de foder lá em cima. Minha mãe falando. E eu olhando o celular. As mensagens surgindo. Pensando. Não tenho dinheiro, Pra pagar minhas contas. Mas mesmo assim. Insisti. Queria fuder. Pedi, Foi caríssimo. O carro demoro. Coloquei músicas entediadas. Seguir minha viagem. Puta,
da vida. Não sabendo. O que iria acontecer. Já que não tinha tesão. Mas eu queria ter tesão. Estava me obrigando a ter tesão Tinha dado pra dois. Pra dois! O primeiro veio! Fez uma história. Eu era o filho dele. Ele meu pai. Chegou o segundo. O psiquiatra. Disse. Eu fingi como sempre. Cretinamente tentou me seduzir. Eu aceitei. Era o que tinha. Adorei a brincadeira de mentira. Quando ele batia tudo o que eu queria era chorar. Mas eu gemia. Na cara dele de satisfação. Eu ria mas morria por dentro. Lembrei de um video pornô. As imagens estão incrustadas na cabeça. É um virus. um chip que eu mesmo instalei com medo de a mamãe chegar e mepegar fazendo coisa errada. Ele dizia pra eu lamber. Sentia um tesão morto. Um tesão tão estranho: morto. Fiquei assustado. Quando ele pediu pra eu gritar. Mas eu não gosto de gritar. Disse fingido. Contente-se com minha cara de safado. Estou cansado por dentro, pensei. Já é muito tarde. Mas eu prometi ir até o fim. Tenho o dever. De ir até o fim. Ele dizia. Goza! E eu. Papai papai. Bate, bate! Não goza! Ai fingi. Gozei! Gritando. Tive que gritar fingindo o grito. Ele disse que não era pra gozar. Mas era o mesmo que dizer pra eu gozar. Só que eu não gozei. Mas deu certo no final. 15 minutos se passaram somente. Ele disse que ia me ligar. Ele nunca mais vai ligar: eu sei. Eu sei. Esqueci do vibrador. Ele colocou no meu cu. Pulsando, pulsando. Um vibrador depois que tudo terminou. Foi bom pra eu mentir de novo. Nunca
tinha experienciado algo tão morto. Eu disse pra ele que foi bom. Ele sorriu. E foi embora. Só que não tá bom. Tá bom. Essa história não tá bom. Não é? Eu disse no inicio. Se eu fosse você parava de ler todo esse lixo. Entendeu. Errei ao escrever tudo isso. De que serve todas essas palavras? A vida não tá boa e essa história também. Lembrei. Quando pedalava na bicicleta. O céu. Final de tarde. Vi a lua cheia. Sobre os prédios. Junto com os meus sonhos sendo iluminados. Foi quando. Me assustei. Pensei. Que vozes. Estavam falando comigo! Um moço passou na rua. Senti tesão. No corpo: não na mente. Você é uma farsa. Sentei na cama. Estou pingando de suor. A boca seca. O coração acelerado. Uma dor no peito. Não! 51, Já? Que vida. Cheguei em outro lugar depois do ante penultimo. Eles abriram a porta. Tinha cerveja. Tomei. Mesmo com garganta fudida. Cheguei chupando. Não me importei. O pau do peludo. O diabo no meu corpo. Falando comigo. Chupa. Chupa. Gostoso. Dizia. Gostoso. Gosto de ser safada. To numa fase safada da minha vida. Sem pudor nenhum. Chupava com água na boca. Querendo esquecer minha vida. Minhas memórias. Minhas frustrações. Sem pensar nada. Em ninguém. Faz duas semanas. Que terminei um namoro. Eu fingi. Que queria. Um namoro. Como sou escrota. Ele era um querido. Mas no fundo. Não sentia nada. Eu provavelmente sei. Que ele vai ler essa frase um dia. E vai se emputecer, Mas será que estou. Dizendo a verdade. Acendi o incenso. De hortelã.
Na madrugada. Dizia na embalagem. Que afetava. A memória. Por um segundo. Paro. Olho para minha existência. Fatídica. Como todo ser humano é. Vejo meu corpo. Num estado de gozo. Continuando sem parar e medir as consequências. Os dois falaram comigo antes de eu chupar. Mas estava tão obcecado em mim mesmo até agora. Que eu chupava. Eles falavam. Bebo mais. Não quero dar pra eles. Você veio. Você vai ter que dar pra eles. O animal. O diabo agora na cabeça. Devorando. Trucidando. Seu estômago. Medo. Penso que. Um dia. Eu vou ter câncer. Enquanto chupo! Eu vou ter câncer. Chupo. Vivendo histórias sem ter que pagar por elas? Nã na ni nã não! Estou no carro da volta. Eu pensei agora. Que parte da história da minha vida eu estou. Você vai aceitar seu puto. O que eu preciso aceitar. Estou suando horrores. Vou ficar doente certeza. É noite. Madrugada. Tenho medo de enfartar sozinho. Estou na casa dos 27. E não sei! Como estou vivendo? Como viver? Uma propaganda passa na rádio. A minha vida por um fio. Que se passa. Na mente agora? Depois de tudo isso? Vida leve. Descontraída. Comercial de margarina? Meu peito dói. Meu peito dói, meu peito dói muito. Nem lembro mais. A história da trama. A memória fez um favor de desaparecer. De esquecer. Estou com falta de ar. Sou asmática lembra? Não posso morrer agora. Tenho tanta coisa pra fazer. O que será da minha vida. Não construí nada. Não fiz nada! Que valha a pena de verdade verdadeira. Não sou
famosa. Não tenho dinheiro. O que vão pensar de mim? Para! Neurótica. O que vão pensar de mim? Para. Arruma a cabeça. Toma um banho. Se ajeita. Anda levanta! Da cama! Bora bora. Estou com fome. Sai do celular. Para de escrever. Não. Depois de dar voltas e voltas e voltas: escreve pra curar. Para os dois rapazes. Gozado em cima do sofá. Respirando o ar. Que girava. As faces rubras. De minha pele. Vermelha de tanto eles me baterem. Tinha levado na cara. Olhei o espelho do 52, 53, 54, 55... Chorei de verdade. Tomei um banho demorado. A minha própria porra incomodava-me depois da transa. Esfregava. Que culpa é essa? Segui para porta zumbi. Pedi outro carro. Demorou. Na volta olhando pela janela. Vazia da madrugada. Bêbado mais uma vez. Sem interesse algum. Faço uma pergunta banal ao motorista. Ele me responde com uma história. Era uma vez uma família que tinha um Filho e uma lanchonete. O pai trabalha para colocar dinheiro em casa. A mulher cozinhava na lanchonete para colocar dinheiro em casa também. Um dia. Num almoço de família. A mãe ocupada. Fazendo comida. Pede pro marido comprar mais óleo. Só que a comida não precisava de mais óleo. O marido briga. Ela retruca. E convence. O marido sai. O filho entra correndo na cozinha. A mãe cozinhando pra todo mundo. Não viu o filho entrando na cozinha. Tem três anos de idade ele tinha. Com tanta pressa. Ele bateu sem querer no fogão. A panela caiu. O corpo queimou. O pai e a mãe mantiveram as
esperanças. Dias e dias. Esperando uma resposta da vida para a situação. Veio uma infecção. A Infecção matou seu querido filho! Morreu! Silêncio...
M: Sinto muito. Digo. Ele me responde: tudo bem! Já tenho mais dois filhos! Pra criar e alimentar!
Estou reabrindo: A Lanchonete. De novo. Pela terceira vez. Sinto a leveza no ar. Digo. Obrigado. Saio do carro. Entro em casa. Estou aqui. Agora. Tem um livro na minha cabeceira. Abro a pagina. O acaso é conveniente quando se está atento. Por um momento sinto saudades do mar. Não sei explicar. A madrugada continua. Amanhã será um outro dia. Continuo a escrever minhas lembranças? Respiro. Estou mesmo cansado da vida? Tem dias que sim. Vou dormir agora. A sobriedade ainda está longe de chegar. Mas é o começo. Enquanto a cabeça não para bêbada. Estou me deitando na cama. Antes de ir! Lembro da história. Caio no sono. No sonho eu não sou mais um manequim. O mar está bem próximo agora. É fim de tarde. Os pássaros cantam uma canção de eras. As árvores suspiram comigo. O cheiro da praia paira no ar. o sol entra pelo meus poros e uma voz me diz: A IDEIA é ambiciosa e santa. E o amor é mais vasto do que a voracidade que vos move. E mais forte a de ser a tarefa de: repensar o que possas ser. Foi quando. Despertei. O sol me chamava lá fora. Foi quando ouvi o sussurro da vida.