Jornal O CATARINO Abril 2019 AESC - (Linda-a- Velha) OEIRAS

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AESC ABRIL 2019

*CRÓNICAS * NOTÍCIAS *OPINIÃO *CLUBES*PASSATEMPOS

ATIVIDADES*VISITAS*BIBLIOTECAS* DESPORTO APEARC*D.PEDRO V*ROBERTO IVENS*JOSÉ MARTINS

*GONÇALVES ZARCO* ARMANDO GUERREIRO

AMÉLIA REY COLAÇO


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NOTÍCIAS

Informação disponibilizada pelo professor Hernâni Pinho – DIRETOR do AESC

A Escola do Futuro À partida, o que se me oferece dizer sobre o tema é que, não gosto da expressão. Prefiro pensar que a escola, nas pessoas dos professores, funcionários, alunos e encarregados de educação deve estar em permanente estado de alerta e reflexão consequentes, o que não é o mesmo que pensar que devemos caminhar de reforma em reforma, por isso não incluí a tutela nesse estado de alerta. Contudo, a tutela tem um papel preponderante no sentido de criar (ou permitir/facilitar) as condições para que os agentes que citei, possam contribuir para, e fazer por, desenvolver o sistema. Vamos então concretizar. Lançadas as premissas e as regras operacionais: perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória (muito bom), escolaridade obrigatória até ao 12º ano (aberração), aprendizagens essenciais (aquém do desejável mas a intenção é boa), etc. resta-nos então perceber o momento e os contextos e, atendendo ao que os nossos jovens e crianças irão, previsivelmente, enfrentar no futuro, os professores, deverão urgentemente repensar a estrutura e conteúdos dos critérios de avaliação, bem como as dinâmicas em sala de aula; os funcionários, deverão ter formação, estatuto e remuneração adequados à exigência e responsabilidade das suas funções (vigilância e acção pedagógica preventiva); os encarregados de educação, uma vez feita a opção pela escola pública, deverão acreditar na mesma e confiar nos professores e nas direcções, apoiando-os e colaborando no seu trabalho. Quanto aos alunos, se estes 3 atores fizerem o seu trabalho, garantidamente que farão igualmente o seu papel, sabendo-se que nestas idades haverá sempre a tentação do pecado e das incursões para lá da linha e da zona cinzenta mas, a isso, chama-se crescer e a escola (e os pais, claro) tem aí um papel crucial de orientação e encaminhamento. É este o desafio. Coisa simples… O futuro? Como diriam os crentes: A Deus pertence!

Hernâni Pinho


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NOTÍCIAS

Informação disponibilizada pelo professor Amandio Fontoura – Editor do Jornal O Catarino

Edição da Páscoa 2019 Previa-se que este segundo período letivo, de tão longo e duradouro como se apresentava, iria dar lugar a muitas iniciativas e criar bastante agitação, saudável, diga-se. Porque agitação quando é criativa e curiosa é saudável e recomenda-se. E assim sendo, as expectativas não foram de modo algum defraudadas. Muito pelo contrário, ampliadas e algumas já deixam saudades. Foi assim que período letivo viu o nosso Agrupamento fervilhar de atividade e iniciativa, receção a visitantes de entidades exteriores e saída para visitas a entidades externas. Talvez não tenha sido muito visível para o Agrupamento em geral, considerando que muita dessa atividade se centrou por circunstância na Escola sede, a Amélia Rey Colaço, ou esteve primordialmente adstrita a alunos desta escola. Recebemos alunos do ISCTE, a Coordenadora Nacional das Escolas Embaixadoras do Parlamento Europeu, alunos e professores do ISCSP. Os nossos alunos e professores deslocaram-se ao PARLAMENTO EUROPEU em Estrasburgo, ao ISCTE, ao ISEL, ao Museu do ALJUBE, a V.N. Azeitão. Foram realizadas atividades muito relevantes, como um 1.º Encontro de Geografia da ARC, uma Sessão da ARC como Escola Embaixadora do Parlamento Europeu, atividades do AESC-Ser Solidário transversalmente a todo o Agrupamento. As Atividades multiplicaram-se nas bibliotecas e por todas as escolas e algumas delas são visíveis nesta edição. Fantástico. Como dizia Pitágoras eduquem as crianças e não será

necessário castigar os homens. Feliz Páscoa e bom descanso. Amandio Fontoura


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ATIVIDADES Visita ao PARLAMENTO EUROPEU ESTRASBURGO

No dia 18 de janeiro, uma comitiva constituída por 24 alunos e 3 professores participou em Estrasburgo numa sessão do Euroscola no Parlamento Europeu. Genericamente foi um dia inesquecível, onde os alunos não só tiveram a oportunidade de estar em contacto com centenas de jovens da mesma idade doutros países, culturas e formas de ver o mundo, como também a oportunidade de experienciar um dia como Eurodeputados juniores.


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ATIVIDADES Visita ao PARLAMENTO EUROPEU ESTRASBURGO

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ATIVIDADES Visita ao PARLAMENTO EUROPEU ESTRASBURGO

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ATIVIDADES ARC - Escola Embaixadora do Parlamento Europeu

A nossa escola Amélia Rey Colaço é este ano uma Escola Embaixadora do Parlamento Europeu. É constituída por 15 Embaixadores juniores ( alunos do secundário) e 5 Embaixadores Seniores ( Professores). Realizou já uma Sessão com palestras essencialmente focadas nas Eleições Europeias que se aproximam , tendo recebido para o efeito a Coordenadora em Portugal das Escolas Embaixadoras. A nossa escola ARC – EEPE tem um infopoint, onde se pode recolher toda a informação relativa ao PE e à EU e uma página muito atual izada no facebook. No dia 9 de Maio, Dia da Europa, está agendada outra Sessão sobre a EU com oradores de renome nacional e internacional. A não perder. Para informações adicionais é favor contactar o prof. Amandio Fontoura.


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ATIVIDADES Sessão na

ARC -

Escola Embaixadora do Parlamento Europeu

No dia 12 de fevereiro, a nossa escola Amélia Rey Colaço, enquanto Escola Embaixadora do Parlamento Europeu, recebeu a Dr.ª Alice Cunha Coordenadora em Portugal das Escolas Embaixadoras do Parlamenrto Europeu. A sessão incluiu três palestras de alunos Embaixadores Juniores - Maria Aguiar, Sara Napoleão e Vicente Lé Moura - que se pronunciaram sobre as Eleições Europeias e referiram a mais-valia da Viagem recente ao Parlamento Europeu. No fim ouvimos umas palavras simpáticas e esclarecedoras por parte da Dr.ª Alice Cunha.


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NOTÍCIAS

Informação disponibilizada pelo professor António Caselas Prof. Dr. David Justino

No dia 22 de fevereiro teve lugar em Castelo Branco o 28º Seminário Escxel – Rede de Escolas de Excelência com o tema Avaliação das Aprendizagens em Contexto de Flexibilidade Curricular. Como vem sendo hábito nestes Seminários as conferências plenárias são asseguradas por especialistas e são animadas pelos debates subsequentes. Um momento musical de invulgar qualidade foi também oferecido aos participantes, tendo atuado o acordeonista Francisco Martins. O Clube de Teatro do Agrupamento de Escola José Sanches e S. Vicente da Beira representou uma peça muito apreciada. Na ausência do Professor Domingos Fernandes devido a doença, tomou a palavra o Professor David Justino para uma comunicação onde expôs as categorias essenciais da avaliação, os seus processos e instrumentos. A Mestre Paula Simões, Diretora de Serviços de Avaliação Externa do Instituto de Avaliação Educativa I. P. apresentou também uma comunicação onde procurou sistematizar uma abordagem mais instrumental da avaliação tendo em conta a constante preocupação pelo rigor e pela objetividade dos processos. Os debates pautaram-se por uma paixão argumentativa suficientemente apelativa para motivar os participantes para a reflexão sobre um tema com uma inegável complexidade.


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ATIVIDADES

Informação disponibilizada pela professora Isabel Leal– Coordenadora da E. Gonçalo Zarco

Simulacro dia 16 de janeiro No dia 16 de janeiro realizou-se um planeado simulacro em todas as Escolas do AESC. Em todas elas registou-se eficácia de realização, concentração e participação séria de todos os participantes senvolvidos.


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ATIVIDADES

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Informação disponibilizada pelo professor Amandio Fontoura – Coordenador de Segurança

Simulacro dia 16 de janeiro


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ATIVIDADES Visita de estudo ao ISEL

Informação disponibilizada pela professora Graça Mota Para ajudar a responder à grande questão " Que curso superior vou escolher?" o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, dinamizou duas semanas de atividades técnico-científicas com experiências demonstrativas de práticas laboratoriais. No passado dia 21 de abril os nossos alunos do 11 e do 12 anos participaram nessas atividades e puderam assim descobrir as áreas de engenharia e ciência desse estabelecimento de ensino superior.

" É com muito orgulho que o grupo de Matemática informa que o aluno

Afonso Sequeira Sousa do 7 A foi apurado para a Final Nacional das XXXVII Olimpíadas de Matemática, que irá decorrer de 04 a 06 de abril no Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama, em Setúbal. PARABÉNS AO

AFONSO


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Palestras

Informação disponibilizada pelos professores Maria Encarnação e J.Pedro Brites

“Isto é Matemática ao Vivo” Professor Rogério Martins na Escola Amélia Rey Colaço Neste 2º período, numa organização do grupo de matemática, recebemos o Professor Rogério Martins que apresentou o seu projeto, uma palestra/show intitulada “A minha bicicleta calcula áreas!”. Foram seis sessões que decorreram num ambiente bem disposto, dinâmico em que se procurou mostrar aos nossos alunos outra visão sobre a matemática com diversas experiências ao vivo. Pretendeu-se criar nos estudantes a motivação para o estudo de temas mais curriculares, assim como contribuir para a sua cultura cientifica, em particular criar um imaginário do mundo, do método e da descoberta cientifica. Duas alunas do 10º ano ofereceram-se para entrevistar o professor Rogério Martins, que aceitou o desafio, foram 10 perguntas num ambiente descontraído e de boa disposição:

1 - Com que idade começou a interessar-se por bicicletas e o que o fascina mais em relação a elas? (risos) É uma pergunta fantástica, nunca me tinham feito na vida! Eu aprendi a andar de bicicleta quando tinha quatro anos, numa bicicleta do meu avô. Ele foi uma daquelas pessoas que emigraram para França clandestinos e ele esteve uns anos em França e trouxe uma bicicleta para o meu irmão, com umas rodas brancas. E eu e o meu irmão tínhamos muito o hábito de partir os brinquedos (risos), e portanto essa bicicleta já estava um bocado partida, o meu irmão era mais velho, e portanto quando eu aprendi a andar de bicicleta recuperam-na para mim para eu aprender. E foi nessa bicicleta que eu aprendi a andar. O que eu gosto mais nas bicicletas é esta sensação de liberdade, e é uma coisa que, não tanto nessa bicicleta, foi depois mais tarde quando já tinha outra, eu vivia numa aldeia e quando eu me chateava assim com a vida ou com os meus pais eu pegava na bicicleta e pedalava a fugir da aldeia... E pedalava até me sentir cansado e quando eu já me sentia cansado aquilo era quase como um processo de... Não sei, ficava mais aliviado com aquela coisa de pedalar, e eu imaginava que ia viver para outro sítio e ia deixar os meus pais. Quando eu era criança havia um desenho animado que era o Tom Sawyer. O Tom Sawyer é um clássico, mas havia um desenho animado, e aí havia o Huckberry Finn, que era alguém que tinha fugido que casa e vivia numa árvore. Eu sempre que fugia na bicicleta imaginava-me tipo Huckberry Finn a fugir de casa e ia viver para a montanha, ia viver sozinho. E aquilo para mim era o que eu gostava na bicicleta, era aquela sensação de poder pegar nela e ficar autónomo. Eu pegava na minha bicicleta e imaginava-me a pedalar até ao fim do mundo, e isso é uma das coisas que me fez apaixonar por bicicletas naquela idade. Depois mais tarde continuei a gostar de bicicletas por algumas das razões que eu falei aqui nesta apresentação, porque acho que as bicicletas ainda hoje são um símbolo de liberdade.


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Palestras

Informação disponibilizada pelos professores Maria Encarnação e J.Pedro Brites

“Isto é Matemática ao Vivo” Eu por exemplo já fiz do Porto a Santiago de Compostela de bicicleta, já fiz de Lisboa a Faro. E desde que nós tenhamos tempo e pernas podemos ir a qualquer sítio...

2 - Quando tinha a nossa idade, 15 anos, e também frequentava o 10° ano nas Caldas da Rainha, de onde é natural, já tinha essa paixão pela matemática? E como é que ela surgiu? Não, não tinha essa paixão pela matemática. É muito curioso porque este anos fiz uma destas apresentações na escola onde eu fui aluno no 10° ano, e aconteceu uma coisa muito caricata. Quem me convidou foi o meu professor de filosofia, e ele foi buscar aos arquivos da escola o meu registo de notas que tinha as notas desde o 7° ano até ao 12° ano, e leu aquilo às frente de toda a plateia antes de eu começar a minha palestra. E foi óbvio que as minhas notas a matemática não foram brilhantes, foram notas que eu considero medianas para um aluno. E eu de facto naquela altura, quando tinha a vossa idade, não gostava assim particularmente de matemática, gostava como de outra coisa qualquer, mas para mim não era qualquer paixão. Naquela altura o que eu sonhava era ser engenheiro agrónomo, nunca tinha pensado estudar matemática. E o que eu gostava mesmo era de filosofia e foi por isso que eu reencontrei este professor, disse um dia numa entrevista que gostava mesmo era de filosofia e depois lembrei-me do meu professor, que foi o que marcou mais em filosofia, fui ao Facebook. Entretanto encontrei-o, começamos a falar, e ele disse que eu tinha de ir lá às escola. E acabei por voltar lá às Caldas da Rainha.

3 - De onde surgiu a ideia de usar uma bicicleta para fazer esta palestra e para calcular áreas? Eu andava à procura... Eu primeiro decidi o tema, decidi que ia falar sobre bicicletas, porque gosto muito delas e sei andar para trás na bicicleta, o que dá um bom show, portanto ia fazer algo com bicicletas e com monociclos. E depois é que comecei à procura da matemática que estava associada às bicicletas, e a pouco e pouco fui lendo sobre esta questão que eu falo na minha apresentação, do Sherlock Holmes, e fui criando estas relações... E de seguida percebi que podia usar a bicicleta desta forma, ou seja isto é tudo um processo que vai evoluindo. Eu primeiro lembrei-me de usar a bicicleta para calcular áreas porque percebi que podia usar a bicicleta como um planímetro, basicamente usar a bicicleta como um instrumento de cálculo, o que entretanto caiu um desuso pois atualmente os computadores substituem complementarmente esse tipo de instrumentos. E depois comecei a criar esta ideia da pessoa que pesa a folha e coloca o número no bolso, para tentar criar aquele impacto final de ter exatamente o valor que a pessoa tem.

4 - Na altura em que andava na faculdade, o que sonhava ser? Eu depois entrei em matemática assim um bocadinho por acaso, e quando eu estava na faculdade eu achava que ia ser professor de matemática, como eu acho que a maior parte das pessoas que vão para esse curso. Depois de facto surgiu uma grande paixão e comecei a ter boas notas na faculdade. Realmente aquela coisa de ter notas médias no secundário, não foi o caso na faculdade. Apaixonei-me de facto por isto, comecei a trabalhar a sério e comecei a ter boas notas.


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Palestras

Informação disponibilizada pelos professores Maria Encarnação e J.Pedro Brites

“Isto é Matemática ao Vivo” estar a percorrer as escolas ou a fazer um programa de televisão. Nunca, quer dizer... Pouco antes de me convidarem, não fazia ideia que iria entrar por este percurso. Agora sou aquilo que eu acho que se chama um "comunicador de ciência".

5 - Chegou a dar aulas? Ainda dou. Na faculdade as aulas são divididas por semestres e o semestre na minha faculdade vai começar agora a seguir ao Carnaval. Eu não dei aulas neste primeiro semestre, enquanto estive a fazer isto, tive uma dispensa, e agora vou voltar a dar aulas já no início da março. Ensino essencialmente alunos de engenharia, futuros engenheiros. Agora vou terminar basicamente estas apresentações em escolas.

6 - O que diria, pela sua experiência, que as crianças, jovens e até adultos e professores têm a ganhar ao assistir a esta palestra? E o que diria que aprende também com esses mesmos alunos e professores? Aprender eu acho que se aprende sempre. É uma coisa fantástica, porque estas apresentações vou fazendo aqui e acolá, e de vez em quando aparecem coisas novas da audiência, coisas que eu nunca tinha pensado, ou vai evoluindo a minha forma de apresentar... E surgem sempre, como por exemplo a vossa primeira pergunta, uma pergunta que nunca me tinham feito numa entrevista e já me fizeram dezenas de entrevistas, e acho que é muito curioso. Portanto eu estou sempre a aprender e a pensar coisas novas com as pessoas que normalmente ficam para o final e me vêm fazer perguntas sobre isto. Ou seja é sempre uma fonte inesgotável de aprendizagem para mim também. Eu acho que quando eu escrevi o meu programa de televisão, a minha ideia era que as pessoas passassem a ter uma pequena bagagem de histórias de matemática para contar aos amigos. Sempre me irritou esta coisa que acontece com a matemática e não com as outras disciplinas, que é nós estarmos (quando digo nós refiro-me a uma pessoa comum, não acontece tanto comigo porque eu sou matemático), no café a falar com os amigos e se a conversa cai na matemática, invariavelmente começa-se a falar se eram ou não bons na escola, se os filhos estão a ter boas notas, se têm ou não explicação... E isso parece-me um bocadinho estranho, porque isso não acontece com os outros assuntos.


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Palestras

Informação disponibilizada pelos professores Maria Encarnação e J.Pedro Brites

“Isto é Matemática ao Vivo” Por exemplo se começarmos a falar sobre economia, não começamos imediatamente a falar sobre o ensino de economia, falamos sobre a economia em si. Mas curiosamente quando as pessoas falam de matemática, começam logo a falar sobre o ensino da matemática e não sobre a matemática em si. Eu acho que isto acontece porque às pessoas faltam-lhes estas pequenas histórias, por exemplo sobre economia ou sobre até mesmo biologia. Nós às vezes assistimos a um documentário de vida selvagem e pensamos sobre a biologia, e se calhar até vamos ver esse documentário e depois no outro dia vamos falar com os nossos amigos sobre o elefante que vimos... Ou seja as pessoas têm estas pequenas histórias da biologia, da economia, do futebol, de tantas coisas... Mas não têm estas pequenas histórias da matemática. E o que eu gostaria é que as pessoas chegassem ao café e, como fazem com outra coisa qualquer, tivessem um pequeno quebra-cabeças ou uma pequena ideia matemática que achassem curiosa, por exemplo um dos nossos episódios era sobre o facto de não existirem gatos com riscas no corpo e pintas na cauda. Isto é uma impossibilidade matemática, e portanto isto é o tipo de curiosidades matemáticas que eu gostava que as pessoas absorvessem. São simplesmente curiosidades, coisas giras, que depois também ajudam a relacionar com as coisas que [as pessoas] estão a aprender ou que os filhos estão a aprender na escola.

Extrato do trabalho das alunas,

Carolina Correia e Mariana Matias 10º B e 10º A. Podes ler a entrevista completa no site de matemática do 10º ano:

https://sites.google.com/view/ matemtica-a-10-ano A avaliação desta atividade do PAA foi realizada por inquérito aos alunos participantes tendo-se verificado que

86% dos alunos consideraram que esta atividade influenciou, de forma positiva o interesse pela matemática.

27% dos alunos consideraram que a atividade superou as suas espectativas, 63% consideraram a mesma como interessante e 8% não gostaram. Dado o sucesso da atividade na população estudantil será uma atividade a repetir nos próximos anos.


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ATIVIDADES Visita de estudo a Vila N. Azeitão

Informação disponibilizada pela professora M.ªCecília Almeida No dia 13 de março, as turmas D, E, EE e F, do 10º ano, participaram numa Visita de Estudo, organizada pelas Professoras M.ª Cecília Almeida e Graça Almeida, das disciplinas de Geografia e História, que tiveram a simpática companhia dos colegas Susana Silva (Inglês), António Caselas (Filosofia), Francisco Figueira (Português) e Francisco Lopes (Economia). As turmas partiram, logo cedo, rumo a Vila

Nogueira de

Azeitão onde puderam degustar uma delíciosa torta, doce típico e tão afamado dessa região. Seguidamente partiram para a Vila de Palmela, começando por visitar a Igreja de S. Pedro, logo após terem apreciado a deslubrante vista que lhes foi proporcinada a partir do Miradouro da Vila. O Castelo, um pouco mais elevado, foi explorado com muito agrado, apesar do vento que se fez sentir durante todo o dia. Após o almoço, de novo nos autocarros, seguiram na direção às Salinas do Samouco, visita agendada para o início da tarde; os guias explicaram todo o processo de extração de sal e referiram algumas curiosidades sobre a fauna e a flora do estuário do Tejo. A chegada à Escola ocorreu à hora prevista, com algum cansaço mas com a satisfação inerente a um dia agradável, sem incidentes e cheio de boa disposição e simpatia de todos.


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ATIVIDADES Visita de estudo a Vila N. Azeitão

Informação disponibilizada pela professora M.ªCecília Almeida


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TEXTOS

Concerto da Primavera

Informação disponibilizada pela professora Isabel Raposo e Isabel Martins No dia 20 de março, na Biblioteca Escolar da EB João Gonçalves Zarco, celebrou-se o início da primavera com a apresentação da peça de teatro “O Jardim das Flores”, apresentada por quatro alunas do 5º CZ (Ana Maria, Eduarda, Beatriz e Viviane) . Em seguida, o aluno Nicolau Casal, do 6º AZ, aluno da Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo, mostrou três registos sonoros diferentes de flauta de Bisel, e as turmas 6º FZ, 6º GZ e 5º EZ executaram em conjunto algumas peças musicais tocadas no Instrumental Orff. No espaço da BE, reorganizado e decorado para o efeito com elementos da estação que agora principia, o público assistiu a um espetáculo que, no caso das músicas tocadas pelas turmas, resultou do trabalho realizado na disciplina de Educação Musical pelas professoras Ana Azevedo, Sandra Pereira e Isabel Martins.

Painel feito pelas alunas do 5º C

Escrita a informação sobre o evento, regista-se aqui que a emoção, essa, é impossível de transmitir. Só mesmo vendo e ouvindo se pôde perceber a magia que o teatro e a música trouxeram ao lugar e a todos os que lá estavam a assistir: o tom, o som, o toque suave ou mais forte, o ritmo, a atenção concentrada, o individual contido no coletivo, o que se aprendeu oferecido aos outros… Tão, mas mesmo tão bonito! Obrigada, alunos e professoras de Educação Musical!


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ATIVIDADES

Informação disponibilizada pela Isabel Rocha

professora

Visita ao Museu do Aljube – Lisboa (alunos 12.º ano )

“Sem memória não há futuro”

Em 13 de fevereiro deste ano, o 12ºC no âmbito das disciplinas de História A e de Sociologia, efetuou uma visita de estudo ao Museu do Aljube e à exposição “Tarrafal – entre a resistência e o risco de esquecimento”, dois espaços de tortura e castigo por onde passaram milhares de presos, opositores da ditadura militar de 1926 e da ditadura salazarista. A cadeia política do Aljube foi destinada a partir de 1928, a presos políticos como cadeia privativa da polícia política e era usada como “placa giratória” dos presos condenados nos tribunais militares especiais e que o regime destinava à deportação. Esta cadeia funcionou ininterruptamente até 1965, na sequência dos protestos nacionais e internacionais contra as condições de detenção existentes. No decorrer da visita pudemos observar os testemunhos na imprensa clandestina e as manifestações da censura nos meios de comunicação da época e os relatos gravados dos sobreviventes sobre a sua permanência na prisão e no campo de concentração do Tarrafal. Esses testemunhos podem ser corroborados r neste espaço museológico da antiga cadeia, onde é ainda visível a falta de condições patente na dimensão das celas, pouco maior do que o cumprimento e a largura de um homem – onde o preso apenas podia dar um passo em frente e outro à retaguarda. Em síntese, consideramos que além de se potenciar um espaço de reflexão, os alunos ficaram com uma ideia mais aproximada sobre uma realidade (o regime ditatorial do Estado Novo) que para eles e até para a geração dos seus pais é quase desconhecida, até porque quem sempre viveu em liberdade tem dificuldade em entender que num tempo bem próximo se policiaram e reprimiam as palavras, as organizações e os movimentos dos cidadãos. Isabel Rocha


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ATIVIDADES

Informação disponibilizada pela professora Maria Cecília Almeida Os alunos de Geografia, do 10º ano, organizaram e participaram no “1º Encontro de Geografia da ARC”, sob a orientação da Professora Maria Cecília de Almeida. Foram elaborados e apresentados interessantes trabalhos sobre Portugal Continental e Insular, para os alunos, Professores e alguns Encarregados de Educação. Todos os alunos foram colaboradores e empenhados o que permitiu concretizar, com sucesso, o evento. A experiência foi muito enriquecedora!


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ATIVIDADES

Informação disponibilizada pela professora Maria Cecília Almeida

Exposição de GEOGRAFIA Os alunos de Geografia organizaram e participaram numa Exposição de Geografia.


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ATIVIDADES

Informação disponibilizada pela professora Maria Cecília Almeida

Exposição de GEOGRAFIA executada pelos alunos do 7.º ano


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ATIVIDADES D.PEDRO V

Informação disponibilizada pelas da Escola

professoras

SER SOLIDÀRIO

No âmbito do projeto “AESC - Ser Solidário”, os alunos da escola EB D. Pedro V, contribuíram entusiasticamente com a doação de bens. Por cada bem angariado, penduravam um símbolo no chapéu. No Natal, iluminámos o céu com estrelas e em fevereiro enchemos os corações de alegria!


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NOTÍCIAS

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Informação disponibilizada pela professora Irene Vaz

AESC

No âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, foi criado o projeto AESC – SER SOLIDÁRIO, um projeto de solidariedade que tem por base as orientações da Estratégia Nacional da Educação para a Cidadania e visa melhorar a formação cívica dos alunos, incutindo o apreço pelos valores de uma cultura de respeito, integração e solidariedade. Neste sentido, pretende-se ainda responsabilizar e mobilizar toda a comunidade escolar para o esforço de prestar apoio aos mais carenciados. O projeto irá ser desenvolvido ao longo do ano letivo em todas as escolas do Agrupamento. Desta forma, todas as atividades desenvolvidas pelos alunos e pela comunidade escolar irão ter lugar no mesmo mês, dia e hora em todas as escolas do Agrupamento, decorrendo assim em simultâneo as diversas iniciativas de recolha de bens essenciais à saúde e bem-estar da comunidade. A primeira atividade do projeto realizou-se no dia sete de dezembro com a recolha de produtos de higiene pessoal. Em troca, cada aluno recebeu uma ESTRELA que colocou no ”CÉU” da nossa Escola, a fim de “ILUMINAR” a vida de alguém que muito precisa. A segunda atividade teve lugar no dia um de fevereiro. Desta vez, cada aluno recebeu um coração para pendurar num estendal ao entregar uma peça de vestuário. Ambas as recolhas foram feitas em clima de festa, tendo toda a comunidade escolar participado com muito entusiasmo e empenho. Todos os bens foram entregues à União das Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e CruzQuebrada/Dafundo, que se encarregou de os fazer chegar às famílias mais carenciadas.


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NOTÍCIAS

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Informação disponibilizada pela professora Irene Vaz

AESC – SER SOLIDÁRIO Estrelas de Natal vão iluminar o céu da nossa escola!


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NOTÍCIAS

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Informação disponibilizada p ela professora Irene Vaz

AESC – SER SOLIDÁRIO “Esvazia o roupeiro e fica de coração cheio!”


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ATIVIDADES BE / CRE Biblioteca

Exposição MULHERES da CIÊNCIA

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ATIVIDADES BE / CRE Biblioteca

Exposição MULHERES da CIÊNCIA

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Informação disponibilizada pela professora Cristina Gala

Biblioteca

De 14 a 18 de janeiro teve lugar a semana de leitura. Todas as turmas participaram lendo e / ou dramatizando excertos de autores portugueses e estrangeiros. Houve quem apresentasse textos de sua autoria. Os alunos das turmas do 10.º ano do professor Francisco Figueira elaboraram cartas de pessoas famosas e os alunos do 11.º ano da professora Luísa Rodrigues escreveram textos utilizando Padre António Vieira como modelo, Durante os meses de janeiro e fevereiro, todas as turmas do 9.º ano participaram na atividade Mulheres na Ciência, promovida pela biblioteca em colaboração com diferentes disciplinas e que tinha por objetivo a produção de cartazes para uma exposição no Dia Internacional da Mulher. Depois de escolhida uma figura feminina que se tivesse destacado no âmbito da ciência, os alunos nas aulas de Ciências Naturais (turmas A a D) e de Físico-Química (E a G) realizaram um trabalho de pesquisa a fim de recolherem informação que lhes permitisse elaborarem um texto com 50 a 70 palavras na aula de Português. Na disciplina de Educação Visual, depois de uma sensibilização sobre as regras a observar na produção de um cartaz, os alunos fizeram uma seleção de fotografias para trabalharem na aula de TIC/ Cidadania Desenvolvimento e poderem concluir o cartaz seguindo as diretrizes de um guião distribuído na aula de apresentação da atividade. As diferentes etapas foram avaliadas pelos professores e pela professora bibliotecária, tendo os melhores cartazes sido expostos no átrio da escola sede.


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Informação disponibilizada pela professora Cristina Gala

Biblioteca

No âmbito do tema “Fevereiro: Mês da Internet Segura”, este ano, todos os alunos das turmas do 8.º ano realizaram uma atividade promovida pela BE/CRE e a PES. Numa primeira fase, as turmas assistiram ao filme Trust Perigo Online, em três aulas de diferentes disciplinas, sendo depois foram convidadas, individualmente, a virem à Biblioteca acompanhados do respetivo professor para participarem numa sessão divida em duas partes, orientada e moderada pela coordenadora da PES e pela professora bibliotecária. Na primeira parte, os alunos da turma eram constituídos em seis grupos, recebendo cada um dois cartões com sentimentos/emoções que tinha de definir e relacionar com o filme e as personagens. Depois de cada grupo apresentar as conclusões, na segunda parte eram colocadas várias questões que os alunos debatiam, apresentando alternativas/soluções.

No dia 20 de março, a aluna Matilde Fialho, da turma C do 7.º ano e o aluno José Forte, da turma A do 8.º ano foram representar a EBSARC na fase distrital do concurso Literacia 3Di, nas provas de Leitura e de Inglês que tiveram lugar na Escola Secundária Gil Vicente, em Lisboa. Os resultados serão publicados no início do 3.º Período.


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Informação disponibilizada pela professora Cristina Gala

Biblioteca

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA No dia 25 de fevereiro, o nosso Agrupamento participou na Fase Municipal do Concurso Nacional de Leitura. Os alunos Rafaela Brito, da turma AZ do 3.º ano, Pedro Santos, da turma AZ do 4.º ano, Henrique Augusto e Nicolau Casal, da turma AZ do 5.º ano, Ana Raquel Barros e Camila da turma G do 8.º ano, Tomé Hamard, da turma A do 10.º ano e Frederico Basto, da turma F do 10.º ano prestaram provas (escritas e orais) no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide. Os alunos Pedro Santos, Ana Raquel Barros e Tomé Hamard estão de parabéns pois foram selecionados para a Fase Intermunicipal, que se realiza no próximo dia 4 de maio, na Escola Luís de Freitas Branco, em Paço-de-Arcos.


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Informação disponibilizada pela professora Cristina Gala

Biblioteca

AUTOBIOGRAFIA

Na terceira semana de março, as turmas do oitavo ano das docentes Filipa Amendoeira e Luísa Rodrigues estiveram na Biblioteca para fazerem apresentações orais com base nas biografias dos dois volumes Histórias de Adormecer para Raparigas Rebeldes das autoras Francesca Cavallo e Elena Favilli. A atividade, promovida pela Biblioteca em colaboração com a disciplina de Português, intitulada “Autobiografia” consistia no seguinte: depois de sorteadas as diferentes personalidades, os alunos liam o texto do livro, procurando interiorizá-lo de modo a “vestir a pele” da personagem e a apresentá-la aos colegas na primeira pessoa. Alguns dos alunos revelaram muita criatividade na construção da sua personagem.

KAHOOT de INGLÊS A Biblioteca da EBSARC em colaboração com a disciplina de Inglês realizou várias sessões de Kahoot subordinadas aos temas Christmas traditions, British English vs. American English e Irregular verbs, com turmas do 8º ano das docentes Cláudia Frech e Isabel Cipriano. Os alunos, em turnos de quinze, deslocaram-se à Biblioteca e utilizando tablets acederam à aplicação a fim de resolverem os diferentes quizzes. Os alunos revelaram grande entusiasmo na realização desta atividade.


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AESC ATIVIDADES GONÇALVES ZARCO Biblioteca Os animais das fábulas

Informação disponibilizada pelas professoras Adriana Pires e Isabel Raposo No dia 19 de fevereiro, os alunos do 4.º AZ estiveram na Biblioteca da escola a analisar índices de livros de fábulas. Contaram quantas vezes aparecia cada animal nas fábulas e assim, descobriram que os animais mais populares nestes textos são a raposa, o lobo e o burro. No dia seguinte, já na nossa sala, a professora propôs que, a pares, inventássemos uma fábula em que aparecessem, pelo menos, dois desses animais. Aqui estão as nossas ilustrações e duas das histórias que escrevemos.

A raposa, o burro e o lobo . ilustrações dos

alunos do 4º AZ


AESC

TEXTOS GONÇALVES ZARCO Biblioteca

Os lutadores (Guilherme Faustino e Duarte Menezes) O lobo, a raposa e o burro, na escola do jardim Zoológico, eram três amigos. Eles tiravam sempre boas notas mas eram gozados. Um dia, o lobo e o burro iam a casa da raposa. Eles iam comer bolachas e recordar a tabela periódica porque iam ter teste na segunda-feira. Mas no caminho encontraram um cartaz a dizer: «Venham para a luta livre!» −Temos de dizer à raposa. – disse o burro. − Despacha-te! – disse o lobo. Depois de avisarem a raposa, eles inscreveram-se no torneio de luta. Eles eram uma equipa, e chamavam-se os Cumbambu. Eles jogaram contra os Prós e ganharam. Depois, quando estavam na final, iam lutar contra o Fedorento. Ele era uma doninha que despejava água fedorenta e a única cura era ketchup. O lobo começou a morder o rabinho e a raposa a perna, mas o lobo levou com a água e desmaiou. O lobo deu-lhe na barriga e a doninha perdeu. Tinham-se tornado campeões e na escola deixaram de ser gozados. Moral: Nunca subestimes ninguém.

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Informação disponibilizada pelas professoras Adriana Pires e Isabel Raposo

Passeio na floresta Pedro Lourenço)

(Guilherme Santos e

Num dia de sol, a raposa acaba de acordar na sua toca. E vai ter com o seu amigo lobo. O lobo, à espera, vê a sua amiga chegar e diz: − Olá, raposa! − Shshsh! . diz a raposa, a tentar pôr o dedo no nariz do lobo. O lobo apercebe-se de que está ali um coelho e fica calado e quieto à espera que a raposa o apanhe. De repente saltam os dois para cima do coelho e conseguem apanhá-lo. −Nham, nham, que bom pequeno almoço que é este! − É muito melhor que carne de porco. − Pois é! Depois do pequeno almoço, eles vão dar um passeio pela floresta até que veem um burro e este diz: − I-õ,i-õ, eu sei que pareço burro, mas sou esperto! Deixam o burro para trás e continuam a sua viagem. E eles, durante o passeio, veem um movimento muito estranho e vão investigar o que é. − Haaaan! É o ratinho León! O ratinho Léon leva um monte de comida. A raposa fica maluca e diz: − Tanta comida! Dás-me um bocadinho? −Não, não e não! Saiam daqui agora, a comida é minha e não vossa! A raposa, com ar de coitadinha, pergunta de novo ao ratinho: − Por favor, ratinho, dá-me um bocadinho! − ‘Tá. − e …tau!! Bateu com um tomate no nariz da raposa. − Ei! quem te mandou fazer isto? − Eu mesmo! Oh,oh,oh! E a raposa e o lobo saem dali, vão todos para casa e vivem felizes para sempre. Moral : Mesmo que os animais sejam pequenos não se metam com eles.


AESC ATIVIDADES TEXTOS GONÇALVES ZARCO Biblioteca Feliz primavera! Este ano a chegada da primavera foi celebrada na BE da EBJGZ com a criação de um painel coletivo, cheio de pequenos elementos e de cor. Quem o imaginou foi a professora Ana Luísa Bastos, que este ano se encontra a colaborar na BE/CRE. A quem passou pela biblioteca foi feito um convite para desenhar e colorir um (ou mais!) destes pequenos elementos que, depois de organizados e colados, formam esta imagem. Obrigada a todos os que participaram! E, para completar esta legenda, juntamos parte do poema “Segredo para a primavera” de Manuela Leitão: Tantos dias, tanta chuva, Tanto vento, tanto frio, Que, ainda há pouco, o meu jardim Parecia triste e vazio. Mas um segredo escondia-se Nesta terra adormecida. E, quando março chegou, O meu jardim ganhou vida:

[…] In As quatro estações, Máquina de Voar

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Informação disponibilizada pela professora Isabel Raposo


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ATIVIDADES ARMANDO GUERREIRO O Dia Internacional da Felicidade celebra-se a 20 de março e os Jardins de Infância José Martins e Roberto Ivens e a EB1 Armando Guerreiro, comemoraram este dia com a dinamização de uma atividade onde foram abordados

os sentimentos, dando ênfase à felicidade. A atividade culminou com a construção da Árvore da Felicidade, decorada com fotografias, imagens e trabalhos dos alunos que representam a sua felicidade. As três escolas ficaram ainda mais bonitas com estas árvores!!

Informação disponibilizada pela Alexandra Filipa Nunes

professora

DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE


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ATIVIDADES D.PEDRO V

Informação disponibilizada pelas Adília Alagoa e Antónia Vaz

professoras

TEATRO No dia 27 de fevereiro, os alunos do 4ºano da escola D.

Pedro V realizaram uma visita de estudo à Igreja do Sagrado Coração de Jesus para ver o teatro “A Alegre História de

Portugal em 90 minutos “.

O teatro realizou-se pelas 10.00h até às 11.30h e nele participaram três atores principais, Ruben, André e Zé, que fizeram de reis, rainhas, ministros e até presidentes. Antes de começar, os alunos das escolas D. Pedro V e João Gonçalves Zarco foram ao parque, enquanto estavam a preparar a peça . A peça foi muito fixe, e particularmente interessante uma vez que os alunos do 4ª ano deram a história de Portugal há pouco tempo . Gostámos muito do espetáculo, os atores eram muito engraçados e brincalhões e, no fim do espetáculo, até nos atiraram com água !

Mafalda Martins , Margarida Baptista e Alicia Lopes


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ATIVIDADES D.PEDRO V

Informação disponibilizada pelas Adília Alagoa e Antónia Vaz

professoras

TEATRO Os alunos do 4.º ano da EB D. Pedro V assistiram à apresentação de uma peça de teatro com fantoches adaptada do mito de Perséfone e as estações do ano. Gostaram tanto que até criaram as suas próprias obras…


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ATIVIDADES D.PEDRO V

Informação disponibilizada pelas AAdília Alagoa e Antónia Vaz

professoras

A ÁRVORE QUE CONTA HISTÓRIAS


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ATIVIDADES D.PEDRO V

Informação disponibilizada pela Ana Paula Soares

professora

CARNAVAL

O nosso Carnaval foi divertido Gostámos muito dos palhaços Com muita cor e alegria Pintámos à nossa fantasia!!!


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AESC Informação disponibilizada pela ATIVIDADES Édia Pinho Gonçalves Family is my heart, ZARCO Are you my friend ? Love is in the air !

Our teachers, Édia Pinho and Ana Maia, helped us to create different types of poems about St. Valentine’s day. These are our acrostics and graphic poems celebrating all kinds of love – love for friends, family and pets. We had lots of fun participating in this project! Students of 5th and 6th grades Kisses make me happy. I love you ! Special is my family, Someone as wonderful as you ! Carolina – 5thE Love my family Online in love Valentine’s day is beautiful Expectations of a good day. Tânia Rodrigues –5 thE

Fruit for lovers Roses are the perfect gift I am in love Eyes are blue for a girlfriend Neverland, a place to visit on Valentine’s day Day of wonder Smile is your beauty. Raquel Carvalho – 5th E

Make my family happy I like my sisters, Love my parents You are fantastic ! Alice Bota - 5thE!

Love is in the air Opportunity to give flowers Very special is my love Emotions are the best ! Bruno Neves –5 thE

Chocolate is good, Under the heart is love Pets are beautiful I like chocolate Day of heart. Alice Santos –5 thE Love is special Ocean is beautiful Valentines are lovely Emotion brings feelings Inês Mendes –5 thE Love my dog Offer flowers Valentine’s day is special Emotions are good! Maria Alves –5 thE

professora


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AESC Informação disponibilizada pela ATIVIDADES Édia Pinho Gonçalves Love is affection One love is the best ZARCO Very precious Every love.

Rafael, Daniel, João M. Guilherme –5 thC Boys are handsome, Our crush! You are very kind ! Friends are happy! Rock music isn’t love ! I love you! Entrance in love is beautiful No love, you have got nothing! Do you like me ? Amanda, Eduarda, Beatriz, Ana – 5thC Life, I love you Only you and me Vaccine of love Escaped of prison for you. Nikita, Breno, Pedro, João C. –5 thC Who are you ? I’m Rúben. February is my birthday month English is my favourite subject.

professora

Flowers are beautiful, Love is great! Offer flowers, Warm is the sun, Enjoy life Roses are sweet, St. Valentine is love! Sophy, Beatriz P. Filipa e Diana –5 thF Friendship is to be happy and funny Roses are pink I love this day Ema is my best friend Nicole gave my one gift Dad offered a present to my mum St. Valentine’s day is very good! Iara, Leonor, Mafalda, Inês C. –5 thC

Life, I love you Only for love Vaccine of love End of love. João Cabral –5 thC

Rúben Correia –5 thC Love my family. I’m the best brother. Football is my passion. Enjoy playing with my sister. Salvador, Duarte, José –5 thF

Kind you are I love you !!! Special day and special girl !!! S ugar is sweet and you too !!! Matilde, Kirandeep, Viviana, Lídia – 5thC


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ATIVIDADES Gonçalves ZARCO

Informação disponibilizada pela Édia Pinho

professora

These are the photos of the fantastic and scary 3D projects we made for Halloween! This was how our teacher, Ana Maia, helped us to celebrate Halloween in João Gonçalves Zarco School ! It was very funny !

6th grade students


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ATIVIDADES Gonçalves ZARCO

Informação disponibilizada pela Édia Pinho

Christmas Crackers

We are Class 5thB and these are the photos of our Christmas Crackers! Crackers are cool because they are full of small surprise gifts and they are very colourful! The Cracker tradition is very funny!

professora


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AESC NOTÍCIAS/ ATIVIDADES

E.F/Desporto Escolar

Informação disponibilizada pela professora Ana Torres

GRUPOS-EQUIPA

Estas são a modalidades em que o nosso Agrupamento está representado nas competições Concelhias e Regionais. Mais uma vez, estamos a ter excelentes prestações nos Encontros com outras escolas. No 3º período noticiaremos as classificações de cada Grupo-Equipa.

Basquetebol Juv. Masc.

Rugby Vários/Misto

Atletismo Vários/Misto

CORTA-MATO No passado dia 17 de janeiro decorreu, no Complexo Desportivo do Jamor, o Corta-Mato Concelhio. O nosso Agrupamento fez-se representar com 50 alunos. O ambiente foi de festa e grande empenho por parte de todos os intervenientes. Os alunos Diogo Gomes (Juniores Masc.), Afonso Sousa (Infantis B), Rúben Correia, João Gomes, Daniel Antunes, Gaspar Porto, Salvador Pina e Tiago Faria (todos Infantis A) e os nossos alunos/atletas do Desporto Adaptado, Alexandre Gomes e Pedro Novo (com um agradecimento especial à professora Sara Nascimento, sem ela estes alunos não participariam) obtiveram excelentes classificações, ficando apurados para representar o Agrupamento no Corta-Mato de Apuramento para o Nacional, realizado na Base Aérea de Sintra, no dia 12 de fevereiro, onde a equipa dos Infantis A alcançou um honroso 3º lugar. Parabéns campeões!

Canoagem


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AESC NOTÍCIAS/ ATIVIDADES

E.F/Desporto Escolar

Informação disponibilizada pela professora Ana Torres

MEGAS

No dia 20 de fevereiro aconteceu no Jamor, mais uma edição dos Megas – Fase Escola, com a participação de alunos de todas as turmas, das escolas Amélia Rey Colaço e João Gonçalves Zarco, que realizaram as provas de Corrida de Velocidade 40m, Salto em Comprimento, Corrida do km e Lançamento do Peso. Participaram 175 alunos com o objetivo de se apurarem para a Fase Interconcelhia. Apesar de só os primeiros classificados passarem a essa fase, todos estão de parabéns pelo seu esforço e excelente comportamento! Na Fase Interconcelhia, realizada no dia 13 março, no Estádio do Real Massamá, participaram 35 alunos, que se portaram à altura. Eis alguns dos medalhados, onde se incluem os nossos meninos do Desporto Adaptado.

Excelentes provas de todos, mas principalmente dos alunos Leonor Costa, Infantil A, que venceu nos 40m e no Salto em Comprimento e Afonso Almeida, Iniciado, que venceu no Salto em Comprimento. Os dois alunos estão apurados para o Nacional, onde vão representar o nosso Agrupamento, nos dias 5 e 6 de abril, em Faro.

Parabéns! O Torneio Interno de Tag Rugby 5X5 realizou-se no dia 30 de janeiro, na Escola Básica João Gonçalves Zarco. Mais um ano de sucesso, com a participação de cerca de 50 alunos das duas escolas. Jogaram várias equipas mistas, como é obrigatório nesta modalidade, numa atividade que foi uma aprendizagem para muitos, mas que teve o objetivo de apurar equipas para o Regional de Tag Rugby a realizar a 2 de maio, no Jamor.


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AESC NOTÍCIAS/ ATIVIDADES

E.F/Desporto Escolar

Informação disponibilizada pela professora Ana Torres

BASQUETEBOL 3X3

Na última semana do 1ºperíodo, realizou-se nas nossas escolas, Amélia Rey Colaço e João Gonçalves Zarco, a Fase Escola do Basquetebol 3x3. As equipas vencedoras, femininas e masculinas, participaram na Fase Local, no dia 27 de março, no AE de Paço de Arcos.

Excelente prestação de todas as equipas, mais uma vez, estamos à espera de apurar equipas para o Regional. Aguardamos os resultados finais com grande expectativa. Ficam aqui os vencedores da Fase Escola que participaram na Fase Local.


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AESC NOTÍCIAS/ ATIVIDADES

Informação disponibilizada pela professora Ana Torres

E.F/Desporto Escolar

TORNEIO INTERTURMAS VOLEIBOL

Nos dias 7 e 8 de março, na Escola João Gonçalves Zarco e na EBSARC, decorreram os torneios Interturmas de Voleibol, tendo participado cerca de 75 equipas, do 6º ao 12º ano. Eis os campeões:

CLASSIFICAÇÃO TORNEIO INTERTURMAS VOLEIBOL EBZARCO CAMPEÃS FEMININAS

CAMPEÕES MASCULINOS

6ºA

6ºC

CLASSIFICAÇÃO TORNEIO INTERTURMAS VOLEIBOL EBSARC 7º ANO DUPLA CAMPEÃ

7ºE

CAMPEÃS FEMININAS

CAMPEÕES MASCULINOS

8ºG 9ºF 10ºA 11ºB/BB 12ºA

8ºD 9ºB 10º B 11º B/BB 12º A


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CRÓNICA

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53 Amandio Fontoura

Sobre o fim na VISÂO das crónicas de Lobo Antunes

Eu pensava que as estrelas da minha Visão cintilavam dia e noite visíveis de noite adormecidas de dia e entre elas eu Iria ter aquela inebriante de brilho para no aconchego da sua leitura semanalmente mergulhar sem percalços e com a satisfação do sabor de ousadamente interromper o tempo para nelas me debruçar. Essa estrela particular que não queria ser estrela nem tinha pretensões de permanecer eterna no seu posto e que tinha a particularidade de se meter naquelas páginas imensas e muitas delas enfadonhas com a frescura de uma página deliciosa de sensibilidade e nostalgia. Não mandes isso para a revista vão chamar-te idiota dizia a minha mulher antes de eu enviar este texto. Mas eu não conseguia refrear esta vontade de desabafar e no desabafo egoísta de incentivar a escrita de mais páginas que me fizessem deslocar para a sua leitura imensa e transbordadora. Mas quem te disse que vão sequer perder tempo com a tua preocupação? Eu não quero que percam tempo comigo só quero ter de novo aquela crónica semanal povoada de recordações de quem viveu e muito teve a viver e devia ter o dever existencial de enquanto viver deitar cá para fora lascas do diamante desse viver. Há muita gente do lado de cá para as apanhar. Mas tu és um perfeito idiota em quereres que o escritor aborrecido na escrita de uma crónica que é luxuriante para todos mas parca para quem muito tem vá sequer pousar os olhos nas tuas pobres letras. Continuava a minha mulher repetitiva. Mas nada feito ripostava eu um homem tem de continuar a escrever se não é pelo dinheiro nem pelo sucesso indiferente mas pela obrigação de deitar cá para fora semanalmente aquela página que mesmo que não valorize tem um valor incalculável. Vais fazer figura de parvo. Continuava a martelar. Que se lixe eu tenho de dizer o que sinto. Não me podem tirar outra vez o peão. Amandio Fontoura , Oeiras


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CRÓNICA

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A Leitura de Literatura

Muitos perguntam pela utilidade da Literatura. Alunos do Secundário reforçam esta dúvida por terem um continuado contacto com o texto literário ao longo dos três anos deste último ciclo de ensino antes da universidade. Na verdade, encontrar uma utilidade prática e imediata para o texto literário não será fácil. Se nos ensinarem o modo de calcular a volumetria de um qualquer espaço, perceberemos logo diferentes situações onde aplicar tal conhecimento. Nesta perspectiva tão concreta não vamos certamente encontrar como tornar útil o que a Literatura nos oferece. Escritores e poetas trazem nas suas palavras a reprodução do mundo e das vivências humanas e será apenas de um modo indirecto mas precioso que o leitor beneficiará dos textos que possa ler. A compreensão por vezes difícil dos nossos sentimentos ou a capacidade de imaginar as circunstâncias em que os nossos antepassados viveram serão muito melhores para o que conhece diferentes páginas da nossa literatura. Esta é, então, um valioso complemento à Psicologia, à História e a muitas outras áreas do saber.

Padre António Vieira com o Sermão de Santo António aos Peixes dá-nos um sentido precioso do valor dos outros (neste caso do índio brasileiro) e uma crua imagem de práticas coloniais. Camões trata o tema da corrupção e da exploração dos mais desfavorecidos com uma actualidade que nos atordoa. Eça de Queirós apresenta como ninguém a hipocrisia que continua a caraterizar as sociedades humanas. O múltiplo Fernando Pessoa explora o desamparo da nossa existência e tanto oferece perplexidades como filosofias de vida que podemos testemunhar em alguém que observemos. Saramago como nenhum outro é capaz de nos transportar para um auto de fé nas ruas de Lisboa onde a sádica excitação popular nos rodeia e, simultaneamente, também retrata a mais bela relação amorosa que prevalece sobre todo o sofrimento humano. A diversidade da nossa literatura ao longo de séculos oferece muitos outros exemplos. Todos constituem um convite à leitura enquanto estudantes e cidadãos do mundo esclarecidos.

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CRÓNICA

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55 Jorge Marrão

As causas: perdidas e achadas

E se de repente nos dissessem que esta terra em que vivemos, onde já viveram gerações e gerações dos nossos familiares ancestrais, afinal não nos pertencia? E se começassem a deslocar-nos para campos de refugiados num lugar distante, inóspito, indigno, sem as condições básicas de higiene, segurança, saúde, educação? E se nas terras, que sempre disseram que eram nossas, se erguessem agora novos prédios e começassem a receber outros habitantes? E no bairro começassem a semear bombas? E as ruas fossem plantadas de autocarros rebentados? Pois bem mal! Além de guerras e guerras, em traços gerais, esta é uma das situações que perdura desde 1948 entre israelitas e a palestinianos. Este problema preocupou-me muito na minha juventude: como seria possível à humanidade que conquistou os mares, o espaço, prolongou a vida, combateu graves epidemias, melhorou substancialmente as condições de vida a um nível tal que há pessoas que chegam a viver em três séculos diferentes, como é que esta humanidade consegue tolerar situações humanamente abomináveis. Que ódio pode germinar que não se possa resolver um problema de convivência? Que interesses? Que ideais? O que importa aqui é dar testemunho de uma certa militância pacifista e passados tantos anos acreditar, por vezes vacilando, uma causa global, mas sente-se um extremar de posições cada vez maior entre israelitas e palestinianos, vejo as instâncias internacionais cada vez mais amorfas, até António Guterres me desilude, vejo a vontade dos homens cada vez mais movida por interesses, vejo indiferença: um dos pecados do nosso tempo. Na verdade, a situação geral, nos últimos quarenta anos, parece não ter mudado muito. Ninguém escapa. Os obuses caem em cima de inocentes, autocarros são calcinados pelas bombas ocasionais: meninos que aprendem que jogam brincam, que admiram o Ronaldo; homens amputados que amam e transportam as marcas da violência; mulheres grávidas de esperança, turistas que querem conhecer e retemperam numa esplanada….E não aprendemos. O fluxo de refugiados por várias razões: guerras, exclusão, perseguição ideológica, religiosa, sexual….é de todos bem conhecido. Enfim, ontem como hoje, como seria bom que todos conseguíssemos viver em paz, com pão e liberdade. Desejamos um mundo mais justo, solidário, fraterno, tolerante, informado, plural. Se cada um de nós foi bafejado pela dádiva da vida é porque nos coube em sorte essa maravilha, e cada um deve pugnar dignamente por merecê-la e pisar o chão de todos. Em 1980 o poema “Inocência” foi publicado numa revista de Liceu, dedicada às artes, “Original”, fundada por um grupo de alunos do então Liceu de Bragança. Fica também um poema, já deste século, que faz um retrato do horror na Terra Santa! Nota: os meus textos pessoais são escritos na antiga norma ortográfica.


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CRÓNICA

Jorge Marrão

As causas: perdidas e achadas (cont.)

Dedico aos jovens palestinianos e israelitas. Foi esboçado, escrito após ter lido uma entrevista de um médico palestiniano, refugiado em criança na Jordânia e exilado em Londres, a pensar na sorte que me tinha cabido.

Inocência Os melros acasalam e os tordos queremos imitar. Há ninhos e ovos frescos nos silveiros e espreitamos as fêmeas a chocar. Passamos pela sebe entrelaçada, ainda o sol aquece. De mão dada com a tarde caminhamos: o sol cederá o lugar no trono, breve, à irmã lua. Olhamos intensamente e sorvemos, livres, o derradeiro sol e o prateado luar nascente. O nosso beijo estremeceu o chão como uma bomba. Mas era apenas o nosso beijo! Nesse tempo, da guerra não conhecíamos ainda o horror, nem dos massacres em parte incerta. Sabíamos apenas dos melros, dos tordos, dos ninhos e dos ovos. Essa paz queríamos imitar. Essa paz queríamos oferecer como um trigo que cresce puro e nenhuma guerra nos pode recusar, nem a honra, nem o chão, nem a liberdade.

JM 1980

Jorge Marrão

Arrancado

À noite ele dirige-se a mim, o rapaz do autocarro calcinado. Arrancado, ele é-me arrancado como lhe são arrancadas as mãos e as pernas, e eu sou a sua mãe. Uma palavra breve mãe, talvez parada na sua boca quando o fogo o traga. Toda a noite tento reconduzi-lo à sua infância que encontrava consolação nos meus beijos de todos os pavores, de todas as mágoas. De manhã o pássaro rádio voa duma viatura até à minha janela gritando vingança: eles lançaram ou não, um obus ou não, sobre a cozinha ou sobre o quarto, terceira geração ou quarta, duas crianças (enfim o que eles lá faziam) ou apenas uma mulher grávida, um velho surdo ou um conquistador cego levanta-te, passa então de pesadelo em pesadelo.

Tal Nitzán

(escritora israelita, activista pela paz entre palestinianos e israelitas)


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Chef Bourdain O suicídio do chef de alta cozinha e escritor nova-iorquino Anthony Bourdain causou surpresa e consternação. Estrela mediática e protagonista da série ‘No Reservations’, célebre pelo seu estilo literário cínico-crítico, Bourdain percorria o mundo para dar a conhecer paragens e tradições culinárias exóticas. O seu percurso bio-profissional e intensamente vivido foi dado a conhecer no livro Cozinha Confidencial. Aventuras no Submundo da Restauração, trad. port. D. Quixote, Livros d’Hoje, 2018 (5ª edição). A série televisiva que estreou recentemente em Portugal num canal do cabo celebrizou-se por utilizar a gastronomia como um pretexto para mostrar as singularidades culturais dos povos e países que visitava. Nela revelava também sem eufemismos ou subterfúgios a violência social e a opressão política, a dura realidade do quotidiano. Essa realidade desvela-se a partir do olhar atento do protagonista, da sua pose e do seu caminhar esguio. Bourdain surge nela como a figura central a partir da qual conhecemos os mistérios, as virtudes e as fragilidades da região e do país. O passado e o presente entrecruzam-se. Distinto de outros programas em que os chefes intervêm frequentemente de forma ativa na produção culinária, Bourdain mantém o seu estatuto de provador. Come, bebe, viaja e faz-se acompanhar de personagens que conhecem bem a sociedade em que vivem. A sua apreciação crítica afasta-se do tecnicismo que acompanha muitas vezes esse tipo de produções audiovisuais. A sua visão privilegia a envolvência social e cultural: pretende mostrar e explicar sumariamente as tradições, mas também o sofrimento, a miséria, a fome e a iniquidade. Porém, deparamos com um paradoxo: no meio da catástrofe e da miséria sem esperança encontramos a criatividade e a exuberância da gastronomia local. A qualidade da tradição gastronómica sobrepõe-se à escassez muitas vezes desesperada. As condições de vida singularmente difíceis coexistem com a dedicação à ‘arte gastronómica’ e a outras formas de arte. Como vemos no episódio dedicado ao Haiti, o terrível terramoto não impediu as pessoas de continuarem a sorrir, a cantar, a dançar e a produzir incontáveis obras de arte. A ‘celebrar’ a própria morte com música e pinturas. Os artistas amadores esmeram-se nas artes plásticas, apesar de não haver nenhuma perspetiva de venda. Na melhor das hipóteses algumas obras poderão ser compradas por turistas a preços baixos. Bourdain prova as iguarias mais deliciosas num ambiente social precário marcado pela falência das utopias revolucionárias e pela imposição arbitrária do poder por parte de governantes ilegítimos e corruptos. A apurada culinária pode ser degustada num ambiente social em que a inevitabilidade da opressão substitui a promessa política e onde o ciclo da desilusão, ilusão, desilusão prossegue sem variações. Apesar da quebra da esperança e do afastamento do horizonte promissor da paz e da prosperidade, subsiste a recriação da cozinha local. Os testemunhos políticos dos opositores aos regimes opressivos são ‘atenuados’ pela arte de comer bem. Apesar da miséria encontramos um porto de abrigo: a boa comida. É certo que os ingredientes usados para preparar essas refeições são demasiado exóticos e raros para serem facilmente encontrados, mas a sugestão mantém-se para todos que possam visitar esses países. Apesar de tudo, Bourdain mostra-se muitas vezes apreensivo e abatido. Usa uma linguagem por vezes dura e cinicamente fria. Recorre a ela nos seus vídeos e escritos. A sua tristeza parece ser apenas aligeirada pelo consumo excessivo de ‘álcool’. Bourdain, que declarou várias vezes que abandonou as drogas duras, refugia-se manifestamente na bebida. No episódio de ‘No Reservations’ sobre Boston (onde se destaca também a gastronomia portuguesa e, em particular, a dos Açores), o Chef mostra-se mais, digamos, entusiasmado com as bebidas do que com os pratos locais. Não ocorreu a Bourdain relatar a curiosidade de ter precisamente habitado em Boston o único não italiano a fazer parte da Máfia da Costa Leste: Joseph Barboza, ‘The Animal’ filho de pais lisboetas, assassinado em São Francisco em 1976. Porventura, a envolvência do Chef em situações extremas engrossou as variáveis que levaram à sua autodestruição. (…)


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AESC CRÓNICA

Chef Bourdain (…) Nunca saberemos com exatidão o que se passou. Resta-nos apenas a sua permanente ausência. O livro ‘Cozinha Confidencial’ aborda os excessos que marcaram o autor e a crua realidade que envolve o mundo da gastronomia; as suas personagens, situações limite, fracassos e sucessos. O texto é um relato literário da aprendizagem e da formação especializada do chef; no ambiente da cozinha entrecruzam-se a arte, a dedicação, o saber, a inspiração, mas também a violência, a prepotência, o sexo e as drogas. O olhar acutilante de Bourdain transporta-nos para um universo de poder. De lealdades e traições, enganos e vigarices. A vaidade e o sucesso caminham lado a lado com o risco e a falência. A paixão constitui o fio condutor da arte de cozinhar. A especialização própria das múltiplas tarefas que um restaurante exige requer a cooperação e uma gestão eficaz. Se a colaboração se perder tudo cai por terra: «A capacidade de ‘saber trabalhar com os outros’ é essencial» (pag. 78). Os ‘cozinheiros de linha’ são como comandantes que executam as orientações do chef. A categorização de Bourdain é precisa: existem os artistas, os exilados e os mercenários. Porém, o autor acaba por reservar o estatuto de representante da arte para o ‘general’, o chef e aceitar que os ‘artistas’, na verdade, se assemelham mais aos artesãos. A cozinha exige labor, por vezes, desmedido e exagerado; não há lugar para exibicionistas e ‘estrelas’ que não aguentam as provações de uma profissão esgotante. Numa das passagens mais sugestivas do livro deparamos com uma crítica à ‘tendência’ vegetariana exclusivista que invadiu a cultura ocidental. Como se sabe, no Oriente não se dispensam os vegetais na conjugação com o que é animal, mas a rejeição da carne que verificamos no Ocidente ‘civilizado’ causa repulsa ao autor: «Os vegetarianos e a sua facção dissidente ao estilo do Hezbollah, os vegans, são uma irritação permanente para qualquer chefe com um mínimo de qualidade. Para mim, a vida sem a perna de vitela, a gordura do porco, salsichas, miúdos e tripas, caldo concentrado (stock) de carne, ou mesmo queijo malcheiroso, é uma vida que não vale a pena viver.» (pag. 87-88). A matéria prima animal constitui, assim, uma parte essencial da arte de cozinhar. A par disso é essencial dotar-se dos instrumentos de cozinha que não se resumem apenas às facas. A instrumentação, a presença e a preparação meticulosa dos ingredientes não podem ser descuradas. Bourdain assinala esses ingredientes: chalotas, manteiga, alho assado, salsa cortada fina, caldo concentrado, demi-glace, cerefólio, manjericão, cebolinhas, hortelã, entre outros. A cozinha, como sucede com outros domínios vive também do carisma e dos chefes marcantes. O autor cruzou-se com um desses personagens singulares, Bigfoot. Bourdain caracteriza-o deste modo: «Esperto, manipulador, brilhante, mercuriano, fisicamente intimidante – aterrador, mesmo – um bruto, um mago, um sádico e um cavalheiro: Bigfoot é tudo isso. É também o tipo mais vertical para quem já trabalhei alguma vez. Inspira uma lealdade estranha e absorvente.» (pag. 112). A cozinha apurada requer sabedoria e determinação. Os traços éticos e deontológicos misturam-se com a habilidade e a competência. Bourdain sintetiza isso na afirmação: «Os conhecimentos aprendem-se. O carácter, ou se tem ou não se tem.» (pag. 116). No território implacável da alta cozinha não há lugar para artifícios e traições. A incompetência e a desonestidade pagam-se caras. O racismo e a xenofobia podem comprometer as exigências de um duro trabalho. O que conta é a dedicação e o saber dos trabalhadores; o preconceito sinaliza imprudência e amadorismo. O submundo e a criminalidade são apresentados como detalhes de uma ambiência vertiginosa. O álcool e as drogas fizeram o seu caminho em paralelo com a criação culinária. Interessava, sobretudo o ato criador. A atitude profissional e o orgulho em produzir um prato soberbo que se aproxime da perfeição. A confiança do chef nos cozinheiros de linha e nos seus subchefes é um valor inatacável. Dedicação e presença são qualidades de que nunca se prescinde: «(…) O meu subchefe, numa situação ideal, estará mais próximo de mim do que a minha mulher. Não quero faltar ao respeito à minha mulher, a Nancy, que adoro e com quem ando a roubar cavalos desde o liceu. O facto é que passo muito mais tempo com o meu subchefe.» (pag. 237). Dedicação, inspiração, tradição e descoberta são os ingredientes da cozinha como ‘forma de arte.’ A cozinha não se resume à alimentação, mas é algo que exige saber e que, porventura, se aproxima da contemplação. Como Bourdain afirmou no episódio sobre a Áustria, ‘A Filosofia é meio caminho andado para a cozinha’.


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AESC CURIOSIDADES

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Informação disponibilizada pela Professora Cecília Almeida

O português é a 5ª (ou 6ª?) língua mais falada do mundo O português é a quinta língua mais falada do mundo. É geralmente listada como a quinta língua mais falada no mundo depois do chinês (mandarim), inglês, espanhol e o árabe. O Português é falado em 5 continentes e é a língua oficial em 9 países. (Há estatísticas que apontam para ser a sexta língua mais falada, tendo à sua frente o hindi).

Portugal introduziu o hábito de beber chá na Grã-Bretanha A mundialmente famosa cerimónia do chá em Inglaterra, surgiu com a portuguesa Catarina de Bragança, casada com o rei Carlos II de Inglaterra, que trouxe esta moda para a corte inglesa. O hábito de beber chá já existiria, mas foi Dona Catarina de Bragança que o transformou na “instituição” que os ingleses hoje conhecem por “Chá das Cinco”, o tão famoso quanto imprescindível “five o’clock tea“.

A 2ª ponte mais longa da Europa fica em Portugal A ponte Vasco da Gama, com 17.185 metros de comprimento, é a 2ª mais extensa da Europa, logo a seguir à da Crimeia (Pequena península no Mar Negro)

As Portas do Ródão, no Rio Tejo As Portas de Ródão são uma formação geológica situada perto de Vila Velha de Ródão. Neste local há um estreitamento do vale, que aqui corre entre duas paredes escarpadas, que atingem cerca de 170 m de altura, fazendo lembrar duas "portas. O concelho de Vila Velha de Ródão situa-se a sul do distrito de Castelo Branco.


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AESC

Dr. Carlos Zagalo *

Rubrica Consultório

Médico O que é um AVC? AVC é um acrónimo de Acidente Vascular Cerebral, ou seja, quando há obstrução de uma artéria que irriga o cérebro (AVC Isquémico) ou uma hemorragia (AVC Hemorrágico) em determinada zona do cérebro. Esta situação, se não for revertida, vai provocar a morte (necrose) dessa zona cerebral. A situação vai provocar consequências nas funções dessa zona do cérebro, como seja, alterações na mobilidade, na visão, etc.

O que é um cancro? O cancro é uma doença na qual as células ganham a capacidade de se dividirem de forma anárquica e descontrolada, acumulando-se e formando tumores que invadem as estruturas adjacentes e libertam células na circulação sanguínea ou linfática, dando origem a tumores secundários, as metástases. O cancro não é uma doença, mas imensas doenças, como seja, os carcinomas, os sarcomas, os linfomas, etc. Não se trata de uma doença contagiosa.

O que fazer após ingestão excessiva de álcool? Se o consumo de álcool for verdadeiramente excessivo, instala-se um coma alcoólico em que o indivíduo perde a consciência, podendo tornar-se uma situação verdadeiramente grave, inclusive podendo provocar a morte. Perante um indivíduo em coma alcoólico, a primeira manobra a ser feita é verificar se respira. Se não respirar deve ser verificada a permeabilidade da via aérea (se existe algo na cavidade bocal e retirado caso se verifique) e desencadeadas manobras de reanimação. Seguidamente, deverá ser colocado em posição lateral de segurança para evitar a queda da língua, a qual poderá vir a obstruir a respiração, e evitar a aspiração de vómito caso ele ocorra. De imediato deverá ser chamado o 112 informando da localização exata e da situação do doente.

* Médico do Serviço de Cabeça e Pescoço do IPO de Lisboa Otorrinolaringologista no Hospital Lusíadas de Lisboa Professor Catedrático do Instituto Egas Moniz


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Colaboradores:

Hernâni PINHO Amandio FONTOURA António CASELAS M.ª Cecília ALMEIDA José Pedro BRITES Cristina GALA Édia PINHO Adília ALAGOA Ana TORRES Jorge MARRÂO Isabel RAPOSO Isabel LEAL Maria ENCARNAÇÃO Isabel MARTINS Isabel ROCHA

Graça MOTA Irene VAZ Adriana PIRES Alexandra FILIPA NUNES Antónia VAZ Ana PAULA SOARES Francisco FUGUEIRA Carlos ZAGALO

Paginação:

Amandio FONTOURA Design do CABEÇALHO:

João VERSTEEG Revisão Literária:

Luísa

NUNES

Edição: © 2019, AESC

Amândio FONTOURA


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