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orgulho

trabalha como doméstica ela não precisa viver uma vida inteira nessa condição, pode até ficar, que não é nenhum demérito, porém, ela tem que saber que pode mudar essa condição. Maria Antonieta

De família humilde, foi a única, entre os irmãos, a fazer o curso superior, conciliando o trabalho e os estudos. Estudou em escola pública, com incentivos da mãe. Aos 13 anos ingressou no Círculo do Menor Patrulheiro do Guarujá e foi trabalhar como patrulheira, realizando serviços externos, de rua e serviços de banco.

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Sua primeira oportunidade de ascensão foi substituindo uma colega de trabalho durante licença médica, aos 14 anos, através da indicação dos próprios vereadores. Trabalhou como telefonista na Câmara Municipal do Guarujá. Aos 18 anos passou no concurso público para telefonista da Câmara, trabalhando durante cinco anos. Foi transferida para a secretaria da Câmara e, após reforma administrativa, passou a compor o quadro de funcionários da secretaria de administração da Câmara, por um período de seis anos, em seguida se tornou a chefe desta secretaria.

Em 2005, por competência e profissionalismo, foi promovida à Diretora Administrativa da Câmara Municipal do Guarujá, cargo que ocupa até os dias de hoje. Tornou-se a única mulher negra a fazer parte do quadro de funcionários da Câmara, à época. Fez dois bacharelados, o de Serviço Social e o de Direito, passando no concurso da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

3.3 – Histórias de dor e sofrimento, mas também de muita superação e de muito orgulho

A vida é uma luta contínua e que sem luta a gente não chega a lugar nenhum. A mulher negra, ela não pode desistir, ela tem que continuar lutando pelos seus direitos, fazendo valer a sua competência, seu potencial, mostrando o que ela tem de melhor, não só como profissional, mas como mãe, como cidadã. Maria Aparecida

Apesquisa nos revelou um universo marcado por histórias muito bonitas de resistência e instigantes e ao mesmo tempo muito tristes e revoltantes. No cotidiano apresentado por estas mulheres, através das declarações e reações evidenciadas durante o processo de pesquisa, percebemos o quanto há de dor e sofrimento nas falas das entrevistadas na tentativa de viver numa sociedade que diz que não discrimina, através da história dessas mulheres se revela o quanto a sociedade discrimina e exclui as pessoas por causa da cor da sua pele e pelo seu sexo.

Em um dos relatos apresentados, essa face da sociedade aparece de maneira explícita. Em todo momento essas mulheres são postas à prova. Sua negritude e, por conseguinte, a dos seus descendentes e antepassados, são inferiorizadas, associadas ao que não presta, ao que é ruim.