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A objetividade de uma vencedora

Apesar destas dificuldades, no ano de 1972 se formou no curso de Letras, pela Faculdade Barão de Mauá. Após aprovação em concurso público, passou a trabalhar em um banco estadual e teve várias promoções. Trabalhou como professora. Sua trajetória de luta e militância partidária levou-a a participar do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Barretos e, posteriormente, do Estado de São Paulo.

Foi 1ª suplente de vereador da cidade de Barretos, assumindo durante três meses, no final do mandato. Foi candidata a Deputada Estadual obtendo um número expressivo de votos na primeira candidatura: mais de 15 mil votos.

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No ano de 2003, foi eleita presidente do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de São Paulo, sendo eleita na primeira eleição realizada por este Conselho. Reeleita no ano de 2007, exerce o cargo até hoje.

Eu penso, eu desejo, eu me movimento para o alcance de algo. Precisa pensar, pensar grande e pensar grande não é: Eu vou ser a doutora, eu vou ser a mestra, mas pensar grande é: eu vou trabalhar ou não vou ser mais violentada sexualmente, vou me casar de novo ou eu vou ter o número de filhos que escolher, vou fazer um curso de inglês, etc. Maria do Carmo

Primogênita de uma família de cinco filhos e foi a primeira dos cinco a trabalhar profissionalmente. Pai estivador, mãe analfabeta e moradores do Banco Nacional da Habitação (BNH) em Santos. Estudante de escola pública. Aos dez anos de idade, começou a militar junto às Comunidades Eclesiais de Base (CEB); trabalhando na conscientização das pessoas que residiam nas periferias e com alguns conceitos como: desigualdades, diferenças de classes sociais, entre outros. Aos 15 anos de idade, fez teatro no Sindicato dos Metalúrgicos (TEMETAL) e participou do Teatro do Oprimido. Essas atividades despertaram sua percepção para a importância do trabalho para ter seu dinheiro e conseguir certa autonomia.

Seu primeiro emprego foi como faxineira de uma pré-escola, entre os seus 15 e 16 anos, depois passou a monitora e auxiliar de núcleo. Foi indicada para trabalhar no Colégio São José, escola de freiras, onde não concordava com o autoritarismo e a rigidez da escola. Batendo de frente com o catolicismo tradicional do Colégio.

Por vocação, foi fazer o curso de Serviço Social. Estagiou no Projeto Rondon, no Dique do Sambaiatuba, periferia de São Vicente, na Companhia de Habitação (COHAB) Santista, na cidade de Santos.

Já formada, fez residência multiprofissional no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), trabalhando na Saúde Pública. Na época já estavam sendo implementadas as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS): descentralização, equidade, universalidade.

Passou no concurso público estadual, na área da saúde pública, porém trabalhou pouco tempo. Após concurso público para assistente social da Companhia Santista de Transporte Coletivo (CSTC), em Santos, iniciou um trabalho importante na área de acessibilidade para as pessoas com deficiência nos transportes coletivos.

Na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), ingressou através de concurso público, optando por trabalhar em Curitiba, no estado do Paraná. Lá, desenvolveu um trabalho