Revista Bigua 02

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EDITORIAL Acreditamos que a Academia de Letras de Biguaçu precisa ultrapassar os limites do município, através da publicação da Revista Virtual, onde passamos a possibilitar o acesso a todos os cidadãos de Biguaçu, bem como todo o Brasil e até no ext erior. Esse é mais um trabalho que busca valorizar o tr abalho do Acadêmico e de toda a atividade da Academia.

EXPEDIENTE Informativo: Revista Biguá Coordenação: Academia de Letras de Biguaçu – Diretoria Sede e Foro: Casarão Born, Praça Nereu Ramos , n. 160, Centro - Biguaçu - Santa Catarina - Brasil CEP: 88160-000 Diagramação: Evandro Thiesen Edição dos textos: Acadêmicos e Colaboradores Contato: academia@academiadeletrasdebiguacu.com .br

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SUMÁRIO Capa .............................................................................................................................. 01 Editoria ........................................................................... .............................................. 02 Expediente ................................................................................................................... 02 Sumário .................................................................... .................................................... 03 LANÇAMENTO DE LIVROS ................ ............................................................ ............. 04 Programa de Incentivo à Leitura “Lendo e Aprendendo” ....... ................................. 04 FELICIDADE: uma conquista .............. .............................................................. .......... 05 HOMENAGEM DO ACADÊMICO JOAQUIM GONÇALVES DOS SANTOS A CIDADE DE BIGUAÇU, PELOS SEUS 179 ANOS DE EXISTÊNCIA . ......................... 07 Sessão Solene da Câmara homenageia biguaçuenses ilustres ... ........................... 09 Poemas da Acadêmica Hilta Teodoro Bencciveni ..... .......................................... ..... 13 Vice-Prefeito Ramon Wollinger e Prefeito José Cast elo Deschamps na transmiss ão dos cargos .............................................................................................................. ...... 16 Fotos da sessão solene do dia 13/04 e Decreto d e Utilidade Pública da Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul, ocasião em que nosso Acadêmico Rudi Oscar Beckhäuser recebeu Título de Cidadão Honorário .... ........................... 16 Convite Sessão Conjunta Academia Desterrense de Letras e C âmara Municipal de Florianópolis ..... ................................................................................................... .... 23 lº ENCONTRO DAS ACADEMIAS DE LETRAS DO BRASIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA ......................................................................... ........................ 24 Lançamento literário encerra Semana do Livro Infantil ...... ................................ ...... 26 DISCURSO PRONUNCIADO PELO ACADÊMICO OSVALDO FERREIRA DE MELO, EM SESSÃO DE POSSE NA ACL, DIA 13 -04-95 .................................................... ..... 29 Pasold e Moacir ....... .............................................................................................. ........ 34 Homenagem as mães ......... ........................................................... ................................ 36 DIRETORIA DA ACADEMIA DE LETRAS DE BIGUAÇU ................... .......................... 37 ANIVERSARIANTES DE MAIO ............................................................ .......................... 38 ESTATÍSTICAS DE ACESSOS AOS WEBSITE ......................... ................................... 39

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LANÇAMENTO DE LIVROS Através da Prefeitura Municipal de Biguaçu, em nome do Prefeito e Acadêmico José Castelo Deschamps e através da Secretaria de Cultura, Espor te, Turismo e Lazer na pessoa de Gabriel Arthur Loeff , tivemos autorizado a publicação das seguintes obras: 1 - Livro " Biguaçu O Cidadão do Momento " -15x 21- 109 páginas. Obra da autora e acadêmica Dalvina de Jesus Siqueira. 2 - Livro "Memorial Gedo" – 15x21 - 133 páginas. Obra da autora e acadêmica Dalvina de Jesus Siqueira. 3 - Livro "Era uma vez, eu e a Felicidade" -15x21 – 180 páginas. Obra da autora e Acadêmica Osmarina Maria de Souza. 4 - Livro “Sonho, Sonhado e Realizado "- 15x21- 64 páginas. Obra do autor e acadêmico Adauto Beckhäuser. (português e alemão). * Confira a capa desse livro abaixo. Trata-se de obras literárias de grande importância para a comunidade local, sendo os seus autores integrantes desta Academia de Letras. Os liv ros serão distribuídos nas escolas do Município, bem como em bibliotecas e outros órgãos públicos, justificando -se desta forma o investimento a ser realizado .

Obs.: Essas obras já se encontram na gráfica para impressão e oportunamente comunicaremos a data de seus lançamentos. Capa do Livro “Sonho, Sonhado e Realizado ", do acadêmico Adauto Beckhäuser .

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********************************************************* FELICIDADE: uma conquista

Sentir felicidade, que é um sentimento maravilhoso, faz bem para a alma e para corpo como um todo, desde os cabelos, os olhos, a pele, enfim a sensação é de que todo o organismo flui e emana energia positiva e a alegria reflete. Parece fácil, mas nem sempre é assim, principalmente para quem tem mais dificuldade de lidar com os sentimentos e emoç ões diante de certas situações. Os problemas que surgem, as preocupações ou lembranças de momentos tristes, morte de parentes, mágoas, autopiedade, traumas, sentimentos de culpa, estresse e outros, dependendo da intensidade emocional, podem até enfraquecer o sistema imunológico, que quando excessivamente frágil fica suscetível a reações que podem provocar desequilíbri o no organismo e gerar desde dor de cabeça, ou em outra parte do corpo, o u ainda, ansiedade e depressão. 5


Basta um pequeno problema surgir, e a impressão que se tem é que o mundo desaba. E é nesse momento que as portas se abrem para o sofrimento tomar co nta. Inicia por meio de pensamentos negativos e se a respiração for observada, ela penetra nos pulmões levando tristeza. E, nessa hora, se for possível é que deve ser combatida para não se envolver emocionalmente com problemas pessoais, familiares, profissionais e outros a ponto de se prejudicar. O quanto é difícil esse não se envolver, pois a tendência é de envolvimento. O esforço tem que ser grande, até criar o hábito de respirar alegria, para o imunológico ficar mais resistente e bloquear a entrada de vírus ou desenvolver doenças no organismo. Existem pessoas que tem essa facilidade e conseguem ter e manter o controle e o domínio das emoções diante de situações problemáticas, o mais difícil é conseguir esse poder sobre qualquer situação. Quando surgirem pensamentos de tristeza, mas que serão passageiras, assim espera -se pela situação ocorrida, o ideal já é procurar, respirar normalmente, e não enviar mais tristeza a cada respiração, pois ela começa a fazer com que o peito sofra as consequências, iniciand o por um aperto e dói mesmo, pois a tristeza comprime os nervos que o envolvem e o aperto a musculação contraída provocam essa reação. Para evitar que essa dor de tristeza no peito manifeste enfermidades, é importante observar a respiração, se for mesmo d e tristeza, mude o foco do pensamento para uma lembrança agradável e respire alegria, procure esboçar um suave sorriso mesmo que a situação não leve para esse lado, mas, ser persistente vale a pena. Conforme o provérbio: “Se o que te preocupa tem jeito, então por que te preocupas?” e “Se o que te preocupas não tem jeito, então por que te preocupas?” é verdadeiro. É o hábito de viver preocupado que se desenvolve e se torna normal no dia a dia, pois se tem ou não como resolver para que tanta preocupação e se privar de felicidade? Portanto, as mudanças são possíveis sim, e do passado, apenas se deve considerar como acontecimento, que podem servir até para o crescimento. O que realmente importa é como viver daqui para frente, como resolver os problemas, pois eles sempre existirão, mas a questão principal é saber lidar com eles e com as situações sem se envolver profundamente a ponto de se prejudicar. Se precisar é hora de procurar um profissional que ajude e oriente sobre como lidar com as emoções. Quando a alegria está presente todo o organismo reage maravilhosamente bem, e a sensação é que tudo da certo, então, buscar essa harmonia interior é gratificante para si e para as pessoas com quem se relaciona. Para refletir: Deus deu a vida, a forma de viver é uma escolha, portanto escolha ser FELIZ.

Janice Marés Volpato Membro da Academia de Letras de Biguaçu e Governador Celso Ramos. Parapsicóloga Clínica Sistema Grisa

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HOMENAGEM DO ACADÊMICO JOAQUIM GONÇALVES DOS SANTOS A CIDADE DE BIGUAÇU, PELOS SEUS 179 ANOS DE EXISTÊNCIA

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Sessão Solene da Câmara homenageia biguaçuenses ilustres O Vice-Prefeito de Biguaçu, Ramon Wollinger, represent ando o Prefeito José Castelo Deschamps, participou da Sessão Solene realizada pela Câmara de Vereadores na noite da última quarta -feira, 16/05/2012, no salão da Igreja Matriz São João Evangelista, centro de Biguaçu, comemorativa ao aniversário de 179 anos da cidade. Durante a solenidade, a Casa Legislativa homenageou com o título de “honra ao mérito” ou “cidadão biguaçuense” ilustres personalidades que contribuíram para o crescimento, progresso e desenvolvimento de nosso Município. Segundo Ramon, os home nageados representam com todo o mérito uma parte importante da história recente do município: “Todos estes cidadãos lembrados neste ato são fundamentais quando pensamos no passado e no presente de nossa cidade. Com o trabalho destas pessoas, com o sentimen to que carregam no peito e com entusiasmo que têm por sua terra, temos a certeza de que aqui se encontram nomes ímpares que ajudaram e ainda ajudam a fazer de Biguaçu um lugar melhor para se viver”. A cerimônia contou com a participação de todos os verea dores, além de autoridades e público em geral. Confira abaixo a lista dos homenageados: – Antônio Bernardo Schmitt, homenageado com o título de “Honra ao Mérito” pelo Vereador André

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Clementino da Silva; – Orival Prazeres, homenageado com o título de H onra ao Mérito pelo Vereador José Braz da Silveira; – Carlos Henrique de Carvalho, homenageado com o título de Honra ao Mérito Vereador Lédio Gerhardt; – Bruno Clemente Silveira, homenageado com o título de Cidadão Biguaçuense pelo Presidente Luiz Roberto Feubak; – Dr. Renato Stoeteral, homenageado com o título de Cidadão Biguaçuense pelo Vereador Manoel Airton Pereira; – Eloy Carlos Struwe, homenageado com o título de Cidadão Biguaçuense pelo Vereador Manoel José de Andrade; – Célio Antônio do Amaral, homenageado com o título de Honra ao Mérito pelo Vereador Nacet Tomaz de Souza; – Carolina Portella Nunes, homenageado com o título de Cidadão Biguaçuense pela Vereadora Salete Orlandina Cardoso; – Padre Francisco Guesser, homenageado com o título de Cid adão Biguaçuense pelo Vereador Vilmar Astrogildo Tuta de Souza; – Élio Ampessan, homenageado com o título de Cidadão Biguaçuense pelo Vereador Vilson Norberto Alves.

GALERIA DE FOTOS

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Poemas da AcadĂŞmica Hilta Teodoro Bencciveni

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Ponto de interrogação Em versos expressivos tu pediste, e suave, e meiga, e docemente, que te falasse ao ouvido lentamente, o que há entre nós, o que existe. E eu sinto, e tu próprio já sentiste como é difícil saber se realmente o que há entre nós atualmente, e a dúvida cruel ainda persiste. Se é paixão, amor ou amizade, não te posso dizer na realidade, tão pobres são meus versos de expressão. Dir-te-ei, no entanto e conscie ntemente que a resposta há de ser, eternamente, um negro ponto de interrogação. 14


Eternamente tua Hoje, não quero falar de saudade, de tristeza, de dor, de amargura e nem da nostalgia grande, imensa, arrasadora, que sinto neste momento, que estás tão longe de mim... e eu pensando em ti! Hoje, o que eu mais quero é falar dos sonhos maravilhosos que planejamos juntos e da esperança em vê-los realizados. O que eu quero hoje é olhar, recordando, o sol, Lagoa, Ingleses, Joaquina, as praias e a linda Beira Mar! Caminho tantas vezes trilhado, pelos nossos corações enamorados! O que eu quero hoje, é lembrar que amanhã será um novo dia e sempre haverá o renascer! Então, tu serás novamente tu, como sempre foste, meu amado, me abraçando forte e dizendo que me amas e eu ouvirei, feliz e extasiada, tu me chamares novamente de amada!!! Porque jamais nos separaremos, pois almas gêmeas como as nossas, 15


vivendo na mesma intensidade como nós vivemos, não se separam jamais, e ficarão unidas para sempre, além da eternidade,assim como eterno é o meu amor por ti...

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Vice-Prefeito Ramon Wollinger e Prefeito José Castelo Deschamps na transmissão dos cargos

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Fotos da sessão solene do dia 13/04 e Decreto de Utilidade Pública da Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul , ocasião em que nosso Acadêmico Rudi Oscar Beckhäuser recebeu Título de Cidadão Honorário 16


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*************************************************** lº ENCONTRO DAS ACADEMIAS DE LETRAS DO BRASIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Tema: Integração da Literatura Catarinense

Objetivo: Redefinir o papel das Academias, uma vez que são iguais e têm os mesmos objetivos, buscando dar maior destaque à implementação da política cultural no Estado de Santa Catarina, seja com parceiros do poder político local, estadual e federal, seja por iniciativa própria, transformando -se em polos irradiadores de cultura, compreendidas como tal as artes em geral, as consideradas populares e as mais eruditas, por meios das quais se consolida a grandeza da nossa Pátria.

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PROGRAMAÇÃO 9h

Credenciamento - inscrição com distribuição de material

9h20min

Solenidade de abertura

9h40min

Palestra com Prof. Miguel João Simão Tema: Os desafios do pequeno escritor e sua relação com o mundo literário.

10h10min

Debates (5min)

10h30min

Palestra com Dr. Julio de Queiroz Tema: Contos e crônicas

11h

Debates (5min)

12h

Intervalo

13h30min

Apresentação de fotos da criação da ALB/SC —Florianópolis

13h45min

Momento literário (5min)

14h

Palestra com escritora Rosa De Sousa Tema: Responsabilidade do escritor no mundo atual

14h30min

Palestra com Dr. Nereu do Vale Pereira Tema: O incentivo ao escritor catarinense

15h

Debates (5min)

15h30min

Palestra com escritora Terezinha Manczak Temas: Políticas de fomento às editoras e distribuidoras. Como construir uma poesia

16h

Debates (5min)

16h10min

Intervalo

16h30min

Palestra com Dr. Valdir Mendes Tema: Geração futura - um alerta cultural

17h

Homenagens

17h20min

Apresentação literária

17h30min

Debate e votação: escolha da sede do segundo encontro e criação de prêmio literário abrangendo várias categorias

18h

Encerramento – apresentação musical

25 Florianópolis, 01 de junho de 2012


Florianópolis, 01 de junho de 2012. Maria da Graça Fornari Diretora de Eventos ALB/SC mgfornari@hotmail.com F.32227525/99110223 Mara Vianna Diretora ALB/SC- Comissão Evento rovianhr18@yahoo.com.br F.30340380/91534380/99835413 Inês Carmelita Lohn Vice Presidente ALB/SC - Comissão Inês.lohn@hotmail.com F.33337404/99779045/84223676

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Lançamento literário encerra Semana do Livro Infantil Com o lançamento simultâneo de sete livros destinados ao público infantil e juvenil, abordando diferentes temas, foi encerrada na quarta -feira (18), a 3ª Semana do Livro Infantil de Florianópolis. O evento promovido pela Secretaria Municipal de Educação contou com a parceria da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) e de outras instituições públicas e privadas da cidade. “Foi uma semana intensa de atividades, que certamente contribuiu para que nossas cr ianças desde cedo desenvolvam o hábito da leitura”, disse o Secretário Municipal de Educação, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, que também responde pela Superintendência da Fundação Franklin Cascaes. No evento de encerramento, foram lançados os livros O Voo da Pandorga Mágica, da escritora e pesquisadora Eliane Veras da Veiga; Family Tree – O Carvalhinho Solitário, de Ana Esther Balban Pithan; Micróbios – Microbiologia para Crianças Curiosas, de Elza de Fátima Albino Santania e Artur Santania Júnior; e a série Sequência Didática, escrita por Iran Nazareno Steinke dos Santos e Solange Maria Senem dos Santos, abrangendo os livros Fábulas, Conto de Fadas, Poemas e Cantigas de Roda. Rodolfo Pinto da Luz destacou ações desenvolvidas no município para melhorar o cená rio da educação em Florianópolis, como a Semana do Livro Infantil, seminários, oficinas, e o projeto Floripa Letrada, que já atingiu a marca de 220 mil livros distribuídos. Na área da cultura, ressaltou a importância da criação do Conselho Municipal de Pol ítica Cultural e do Fundo Municipal de Cultura, entre outras iniciativas. “Queremos avançar cada vez mais para que todos tenham acesso à educação de qualidade e 26


aos bens culturais. São esses indicadores que nos engrandecem e constroem uma cidade melhor p ara todos”, finalizou o secretário. A Semana Municipal do Livro Infantil foi instituída pela lei 8.125/2010 para fomentar a leitura no município, sendo celebrada no dia 18 de abril, Dia Nacional do Livro e Dia do nascimento do escritor Monteiro Lobato. Durante sete dias foram realizadas diversas atividades culturais, entre lançamento de livros, saraus e varais literários, contação de histórias, espetáculos teatrais e oficinas.

Fotos: Dieve Oehme

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-Dieve Oehme Assessoria de Comunicação FCFFC (48) 3324-1415 - ramal 213 (48) 9962-1069 imprensa.ffc@gmail.com http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/franklincascaes

********************************************************* DISCURSO PRONUNCIADO PELO ACADÊMICO OSVALDO FERREIRA DE MELO, EM SESSÃO DE POSSE NA ACL, DIA 13 -04-95 Sempre que participo de uma solenidade como esta, inquieta -me a sensação de que pode ocorrer a algumas pessoas uma questão intrigante: Por que; numa época de efermidades e de imprudentes 29


descontinuidades, momento marcado pela obediência servil aos apelos do imediatismo e do consumismo que se mascaram como o verdadeiro banquete da vida, e intoxicado ida busca compulsiva de prazeres puramente sensoriais e pelas ilusões do poder; afinal por que há pessoas que vão gastar seu tempo nos graves instantes de sessões acadêmicas, participando de muna instituição cuja mística repousa não naqueles valores hedonistas tão perseguidos, mas em outros, um tanto difusos, como a tradição e que estimula seus membros a trocar horas que poderiam dedicar ao fácil usufruto das benesses disponíveis, por incursões complicadas no misterioso universo das palavras, dos conceitos e das interpretações? Esse tipo de questionamento, creio não ser ficção. Sabemos que, por manifestações diversas, ele existe e sempre será possível como produto mental de quem, não tendo predisposição nem treinamento para vivenciar a disciplina que pode levar alguém à criação intelectual, considerem -na, a partir de critérios utilitaristas, um desfastio, uma perda de tempo, algo extemporâneo ou mesmo, dependendo do grau de alienação do observador, uma atitude até masoquista. Nem todos entendem que neste mu ndo de buscas neuróticas e apressadas para ao fim chegar a frustrantes vazios, haja os inconformados com o não pensar, o não-descobrir e o não-comunicar. Mas a verdade que o pensamento a serviço da criação, a descoberta de ordem científica ou estética e a comunicação aberta do ato criado, formaram e formam a trilogia atitudinal dos loucos benditos que impulsionaram e transformaram o mundo, e ainda tentam fazê lo para que este fique um pouco mais digno de ser vivido. Há uma inquietante variável nos question amentos que subestimam a escolha daqueles que assumem as graves responsabilidades da vida intelectual: quero referir -me a algumas pessoas que, por deterem parcelas do poder econômico ou do poder político, não se sentem cômodas com a presença próxima do intelectual impregnado de idealismos pois este tem posições inconciliáveis com o pragmatismo dos fins, que é indiferente à ética dos meios e ideologia maior tanto da política quanto da economia que habitualmente se praticam. Outrossim, o fato de o intelectual ser visceralmente independente, não se coaduna com a estratégia do poder, que pressupõe irrestrita obediência dos que lhe são circunstantes. Algumas vezes os detentores desses tipos de poder esboçam aplausos às elites intelectuais e com elas ensaiam atitudes de aproximação respeitosa. Mas nem sempre o fazem por convicção ou sinceridade. As mais das vezes agem pragmaticamente, porque percebem que é mal menor tolerá -la, pois não parece prudente hostilizar pessoas que na sociedade ganham certo carisma propor cionado pela autoridade gerada por alguma forma do saber. E há muito se sustenta, na teoria política, que saber é forma de poder. Por outro lado, a indústria cultural, alheia à ótica quer dos meios, quer dos fins, vem apassivando o homem desguarnecido dos indispensáveis broquéis culturais, tomando -o cada vez mais superficial e desatento aos valores universais e superiores até as obras dos grandes mestres que sublimaram o que de melhor existe na natureza humana. Tal superficialidade, além dos malefícios no campo do desenvolvimento cultural, estimula a formação de uma sociedade hedonista e frívola, com a manutenção de práticas predatórias numa economia que se fundamenta em estado permanente de agressão natureza, para dela usufruir compulsivamente, marcas perv ersas das principais contratações da vida contemporânea. Infelizmente a chamada cultura de massa não é, necessariamente, para as elites políticas e econômicas, uma forma de elevar culturalmente o povo, mas sim, contando com o auxilio prestimosa de grande parte da indústria cultural, de anestesiá -lo para servir de material de manobra nos processos que impliquem em alienação da maioria. Dir -se-á que há exceções. Sim, felizmente estas existem, e se configuram nos exemplos de governantes que sinceramente estimu lam a cultura, em alguns casos sendo eles mesmos produtores culturais. Também se conhecem casos de mecenato espontâneo e sem jogo duplo, por parte de empresários. Mas infelizmente essa não tem sido a regra. 30


Em minha obra “Reflexões para uma Política de Cultura” escrevi que “o intelectual consciente da importância de sua missão social está em permanente vigília e junta aos princípios liberais que lhe sustentam a livre manifestação do pensamento, uma preocupação com o bem comum, com a elevação das massas, e com os rumos do processo global de desenvolvimento. Continuo com essa convicção, a qual se fortalece quanto mais analiso a vida política nacional. Tais observações talvez nos ajudem a compreender porque se faz habitualmente a crítica de que instituições como esta Academia apóiem suas realizações na força de tradição. Creio que sempre é bom esclarecer isso para quem possa estar desavisado. Tradição, como bem sabemos, do latim trans-dare, significa entregar, transferir, confiar alguma coisa a a lguém. Esse puro sentido etimológico, embora ainda se mantenha na linguagem jurídica, ficou obscurecido na linguagem coloquial, na qual veio a palavra ganhar várias conotações, inclusive de imobilismo, atraso, extemporaneidade, e outras. Mas é no significado específico de transmissão dc valores fundamentais de um estado civilizatório, que certas instituições guardam esotericamente o sentido original dessa palavra para muitos já perdido, sentido esse que vai relacionar -se necessariamente com assuntos e atit udes humanistas. E aqui convém abrir um parêntesis para não cairmos em uma armadilha conceitual. Quando dizemos fundamenta o humanismo o labor cultural, não estamos restritivamente, nos referindo a determinada corrente literária ou filosófica. Outrossim n ão pensamos aqui no reducionismo da concepção humanista como saber particular dos filósofos ou como sistema pedagógico para formar elites descompromissadas com o trabalho e as responsabilidades sociais. Pensamos em humanismo, numa acepção ampla, que toma por base as possibilidades e os interesses do homem, ou seja, num humanismo desenhado ida utopia de projetar o ser humano vivendo sua autonomia, arraigadamente compromissado com a ótica e a estética da convivência. Esse tipo de utopia, que não é produto de ficção, mas ideologia que impulsiona as melhores realizações, revela a magia do labor intelectual e o grande desafio que se apresenta aos que optaram pelos misteres e pelos mistérios da criação cultural, em qualquer dos seus campos. A estética da convivência, tendo sua base na ética, não será assim apenas a busca da beleza como conhecimento sensível, “as também, como ensinava Platão, a maneira de ser, de lazer, de agir. Se a vida cultural favorecer esse estado de coisas, poderemos colocar em nosso imagin ário que foi encontrada a pedra filosofal da pós modernidade e que o intelectual humanista encarna o alquimista dos novos tempos. Senhores, Tais reflexões me ocorrem porque penso na responsabilidade que assumi ao candidatar -me à cadeira n° 20 desta veneranda instituição: por um lado, porque sou consciente do sentido de tradição como entrega de valores a quem deve por eles zelar. Por outro lado, porque é importante registrar que esta cadeira n o 20 foi até agora ocupada por figuras singulares na vida cultural do Estado a qual enriqueceram com realizações e exemplos — uma entrega, portanto, que deve preocupar quem a recebe. Demonstremos isso: O Patrono da cadeira é Joaquim Augusto do Livramento, da boa cepa açoriana que marcou indelevelmente a paisagem cultural de Santa Catarina e o modo de ser do litorâneo catarinense. Nascido 31


em 1820 e falecido em 1883, na velha e lírica Desterro, dedicou sua vida aos interesses de sua terra natal. Pode-se dizer que inaugurou, nas letras catarinenses, o jornal ismo político, pelo menos quanto ao exercício crítico do cotidiano da Política, assunto que vivenciou nos seus mandatos parlamentares e como Governador da Província. Tinha cultura jurídica que ostentava em seus artigos publicados no O Mercantil, jornal de sua propriedade. Essa linha de jornalismo construtivo e elegante, praticado ora como denúncia de desmandos ora como exortação aos jovens, alertando -os para os descaminhos da política sem ética, seria seguida, continuada e mesmo aperfeiçoada por brilhantes penas dos catarinenses ilustres que fizeram e fazem da crônica política uma permanente e séria atividade. O primeiro ocupante da cadeira n° 20 foi Fúlvio Coriolano Aducci, também nascido e falecido na capital catarinense (1884-1955). Nas pegadas dc seu pa trono, Fúlvio Aducci seguiu paralelamente as carreiras jurídica e política, tendo se dedicado também ao jornalismo. As atividades no campo jurídico o levaram ao exercício da promotoria pública, à advocacia e ao magistério tendo sido um dos primeiros docentes da venerada Faculdade de Direito de Santa Catarina, hoje o Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina. A atividade política ele a exerceu intensamente, tendo sido deputado em várias legislaturas. Em 1930 chegou a ser eleito g overnador do Estado, mas seus mandato seria abortado pela Revolução Getulista. O trato com as letras se dá no exercício do jornalismo, onde, com habilidade, aliava cultura jurídica á experiência política nas suas crônicas que eram muito festejadas. Deixou sua marca de intelectual ativo e idealista nas instituições de que fez parte, como o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, a Ordem dos Advogados do Brasil — Secção de Santa Catarina e a Academia Catarinense de Letras. Custódio Francisco de C ampos, nascido em São José, em 1895 e falecido em Florianópolis em 1965, foi o segundo ocupante da cadeira n o 20 da Academia Catarinense de Letras. Somou com brilhantismo as atividades de advogado, professor e escritor. Mas a marca mais profunda que deixou no cenário cultural catarinense foi decorrente do notável domínio de vários idiomas, especialmente, além da língua vernácula, do latim e do alemão. Por isso seus livros didáticos para o estudo do latim e suas primorosas traduções diretas do alemão são con sideradas obras de interesse permanente por parte dos estudiosos. Nos “Falares Catarinenses”, obra de 1948 e nos “Falares Blumenauenses”, obra de 1950, Custódio Campos deixou o sinete de sua erudição e bom gosto literário. Dele fui aluno no antigo Institut o Estadual Dias Velho e dou meu testemunho comovido de seu acendrado humanismo. O terceiro ocupante da cadeira hoje em evidência faz pouco nos deixou, produzindo um vazio no cenário cultural catarinense que tão cedo não será devidamente preenchido: Victor Antônio Peluso Júnior, nascido em Florianópolis, em 1909, onde também faleceu em 1994, diferentemente de seus antecessores nesta Academia, não foi jurista. Sua formação acadêmica, da qual tanto se orgulhava, era de geógrafo. Durante sua vida profissional, como analista dos problemas geo -econômicos do Estado e como professor universitário, sempre através de procedimentos e abordagens rigorosamente científicos, adentrou em praticamente todos os campos das ciências sociais. Em seus escritos não se pode bem di stinguir até onde iam os limites entre o geógrafo, o antropólogo, o sociólogo ou o historiador. Era Victor Peluso um líder, cujo carisma provinha de três vertentes dificilmente confluindo para uma só pessoa: erudição, rigidez de princípios e elegância no trato. Pena que não seja este o momento adequado para tecer-lhe o panegírico merecido, pois muito haveria de dizer desse homem, com quem convivi em várias circunstâncias. Fomos colegas de magistério na Universidade Federal de Santa Catarina e na realização de pesquisas no âmbito da extinta SUDESUL, eu preocupado com os aspectos jurídicos do planejamento microregional e ele com o processo de urbanização cai Santa Catarina. Fomos também companheiros na Comissão Catarinense de Folclore e confrades no Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, instituição da qual foi Victor Peluso um dos mais brilhantes e dedicados 32


presidentes. Menciono isso para respaldar meu depoimento em homenagem a meu ilustre antecessor na cadeira n° 20 da Academia Catarinense d e Letras, cujos dois grandes livros — Estudos da Geografia Urbana de Santa Catarina e Aspectos Geográficos de Santa Catarina, reunindo ensaios produzidos entre as décadas de 40 e 80, representam um dos mais notáveis repositórios de estudos sobre a realidad e catarinense, constituindo -se assim numa fonte de consulta obrigatória para tantos quantos se interessem pelos fundamentos da identidade catarinense. Eis chegado momento de agradecer, que gratidão não é só elementar dever, mas também oportunidade de auto-avaliação. Devo agradecer ao escritor Paschoal Apóstolo Pítsica, cuja liderança na Academia Catarinense de Letras é algo inconteste, e cujas características pessoais fazem dele um cavalheiro preocupado em oferecer seu apoio durante toda a complexa rotina que deve o candidato percorrer até ser recebido em sessão solene como esta. Agradeço penhoradamente a todos os demais confrades que abrilhantam esta Academia, por haverem sufragado unanimemente o meu nome para o preenchimento da cadeira n o 20. A eles digo que sei da responsabilidade em assumi -la, sucedendo homens tão ilustres. Espero sinceramente que não venhais, meus confrades, a arrepender -vos da escolha e para tanto prometo solenemente tudo fazer para honrar os votos recebidos. Às excelentíssimas autor idades, insignes representantes dos Poderes do Estado, meu reconhecimento pelo prestígio que conferem a esta solenidade e pela esperança com que nos acenam de uma agradável e útil convivência entre a Política e a Cultura, em Santa Catarina. Quero agradecer ao escritor Almiro Caldeira de Andrada a saudação que me dirigiu, através da qual atapetou o vestíbulo por onde se suavizam os passos ainda inseguros do recém -chegado. O agradecimento final e não menos sincero e comovido é a todos vós que viestes partic ipar comigo deste momento. Aqui se reúnem queridos familiares, amigos, companheiros de lutas em várias instituições que me são muito caras, as quais, da mesma forma como procede esta Academia, estão voltadas para a elevação do ser humano e para a preservaç ão dos bens culturais e espirituais. A todos vós eu peço com humildade que não venhais a considerar este meu ingresso na Academia Catarinense de Letras como um ato de vaidade, mas que considereis a hipótese de que eu esteja apenas aproveitando nova oportun idade de contribuir. No caso presente, de servir como operário das letras, juntando meus tijolos ao esforço universal da edificação de um mundo melhor, mais bonito, mais sadio e mais justo, no qual as oportunidades culturais criem antídotos á violência e à alienação Um mundo onde haja para todos mais clara razão de viver, de criar e de compartilhar. BIOGRAFIA CADEIRA 20 – OSVALDO FERREIRA DE MELO – Nasceu em Florianópolis aos 6 de dezembro de 1929. Formado em Ciências jurídicas e Sociais. Especialização em Planejamento Educacional , em Organização Escolar, em Direito Constitucional. Livre docente em Teoria Geral do Estado. Professor Universitário. Ensaísta, cronista e crítico literário, pertence, além da Academia Catarinense de Letras, ao Instituto Histór ico e Geográfico de Santa Catarina e a outras instituições culturais do estado e do país.

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Da sua produção escrita podem -se destacar: Introdução à História da Literatura Catarinense (1958, 2 e 3 ed. 2002); Teoria e Prática do Planejamento Educacional (1969); Aspectos Jurídicos do Planejamento Microrregional (1970); Tendências do Federalismo no Brasil (1976); Dicionário de Direito Político (1978); A Rota Açoriana na América do Sul (1991); Reflexões para uma Política de Cultura (1982); Fundamentos da Política Jurídica (1994); A Maçonaria Catarinense no Período Imperial (1997); Temas Atuais de Política de Direito (1998); Dicionário de Política Jurídica (2000).

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Fonte: Diรกrio Catarinense, 23 de abril de 2012

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DIRETORIA DA ACADEMIA DE LETRAS DE BIGUAÇU

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ANIVERSARIANTES DE MAIO Acadêmico (a): Janice Marés Volpato Nascimento: 23-05-1953 Cadeira nº: 10

Acadêmico (a): Homero Costa Araújo Nascimento: 06-05-1948 Cadeira nº: 31

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ESTATÍSTICAS DE ACESSOS AOS WEBSITE MESES

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PAÍSES

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