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sucede com a Caetano Aeronautics, a ganhar dinheiro, porque OGMA, a Embraer (fábrica de Évora) e os satélites cada vez vão trazer produção para o nosso país. “ ser mais pequeninos, e a O CEIIA quer replicar este processo tecnologia vai ter tempos noutros contextos e em todas as áreas em de desenvolvimento mais que investe. “Isto de criar uma cultura curtos. Cada euro investide produto e uma cultura de engenha- do vai ter que gerar retorria de referência internacional demora no rápido.” tempo”, observa a engenheira, indicanA área dos oceanos do que “o CEIIA não está em todas, assenta numa colaboestá onde existem oportunidades para a ração do CEIIA com a indústria evoluir e para fixarmos valor Universidade do Algarve em Portugal, quer desenvolvendo novos e com a Universidade produtos, quer atraindo grandes progra- dos Açores. Nos Açores, mas aeronáuticos e automóveis para a estão a desenvolver “um projeto super Miguel Braga lembra que o CEIIA indústria portuguesa”. interessante, com a BBC, para o progra- já executa o maior contrato que a ma 'Animals with Camaras', que faz a EMSA (Agência Europeia de Segurança A oportunidade dos oceanos monitorização de animais marinhos de Marítima), sediada em Lisboa, tem em A aeronáutica cruza com a área auto- grande porte (jamantas e tubarões)” (foto vigor no que se refere à vigilância através móvel, da mesma forma que a aeroes- na pág. 36). O CEIIA desenvolve esse de sistemas de veículos autónomos (dropacial cruza com a área dos oceanos, dispositivo que alberga a câmara (que é nes): “É no CEIIA que estão os pilotos e o outra aposta forte do CEIIA, indica a de outro fornecedor) e os sensores com pessoal especializado que controlam estes responsável técnica: “O CEIIA também a Universidade dos Açores. Este produto sistemas e queremos fazer esta capacidaviu aí uma oportunidade, no domínio é enviado para vários outros organismos, de instalada crescer, justamente porque da ciência e da tecnologia, colocando parceiros da universidade. há uma nova oportunidade de mercado os engenheiros aeronáuticos e aeroespaAinda no domínio dos oceanos é incon- com o alargamento da plataforma. Não ciais a trabalhar para o primeiro satélite tornável a oportunidade que Portugal tem que ser uma empresa estrangeira a português, o Infante. O CEIIA tem o tem face à extensão da plataforma con- fazê-lo. Nós podemos fazê-lo.” papel de mobilizar as universidades e a tinental que, a concretizar-se, fará com Na mesma linha, Helena Silva arguindústria para concretizar este projeto, que 98% do território português fique menta que “esta crise veio demonstrar que está na fase de desenvolvimento.” debaixo de água, realça Helena Silva: que nós estamos ao nível dos melhores Dinamizado por um consórcio liderado “Isso não é uma notícia má, é uma do mundo e muitas vezes de forma mais pela empresa aeroespacial portuguesa notícia boa já que implica uma grande apaixonante e mais rápida e isto é uma Tekever, o Infante irá recolher dados área de mar para monitorizar.” Miguel lição aprendida”, acrescentando que o seu marítimos e da superfície terrestre. Braga comenta que “o que está a travar grande objetivo profissional “é mudar o “Esperamos que em 2021 estejamos em o processo e a atrasar a aprovação são as mind set nacional, a cultura de que se condições de lançar o primeiro satélite a negociações em termos internacionais, vem do estrangeiro é bom e Portugal partir dos Açores, que alojará o hub do que se prendem com a demonstração da não presta”. A engenheira observa que espaço”, estima Helena Silva. capacidade que Portugal tem de monito- “há entidades que continuam a pensar A área dos oceanos cruza-se com a área rizar toda essa área e vigiar o território”. como pensavam há três meses e nestes do espaço porque o espaço também tem Essa é a oportunidade que o CEIIA e três meses o mundo mudou em vários novas oportunidades, aponta a engenhei- outras organizações querem potenciar, sentidos”. A mudança representa para ra: “O chamado novo espaço gera opor- diz: “Estamos a trabalhar em tecnolo- Portugal uma oportunidade, advoga: tunidades para empresas que não traba- gia capaz de monitorizar esse espaço. A “Acreditamos muito que apesar disto ser lhavam essa área, antes reservada apenas grande questão é se o aumento de custos uma profunda crise de saúde pública às grandes agências espaciais.” Foi o que relacionados com a vigilância e seguran- e uma profunda crise económica, cuja aconteceu com a Tesla (fabricante de ça da nova área se justifica face ao que dimensão desconhecemos, Portugal tem carros elétricos), que colocou um veículo seremos capazes de retirar desse espaço e uma oportunidade única de mudar. em órbita. O espaço abriu-se ao mercado do crescente conhecimento desse espaço. Tocaremos nessa tecla até à exaustão. e os investidores como Elon Musk (CEO É muito importante que Portugal seja O que nos difere dos outros é que nós da Tesla) entraram neste segmento por- capaz de desenvolver capacidades para acreditamos que conseguimos chegar que sabem que podem ganhar dinheiro explorar ao máximo o território que à solução e queremos que outros façam parte da solução.” com ele, conclui Helena Silva: “Podem advém da extensão da plataforma.” JULHO DE 2020
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