Financeiro 62 - Fevereiro 2010

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Sozinha Patrícia Pellini, gerente de desenvolvimento de empresas da BM&FBovespa, pesquisa companhias com potencial para entrar na Bolsa de Valores. Aquelas que precisam de dinheiro para crescer. Entra em contato e agenda reuniões para apresentar um segmento que depois de dois anos em operação só teve uma adesão: o Bovespa Mais. Solitária no segmento está a Nutriplant desde o final de 2008. A empresa é bem menor que a Direcional e possui cerca de 80 funcionários. Foi fundada em 1979 e oferece ao agricultor produtos que buscam ganho de produtividade e rentabilidade para o negócio. Além desses, a companhia também produz matérias-primas destinadas à produção de rações animais e de uso industrial. Patrícia ligou dois meses antes e conversou com Sandro Henrique Peixoto Sabóia, diretor financeiro e de relação com investidores. Sabóia já tinha interesse no mercado de capitais. Ao receber a ligação, comunicou aos donos da empresa. Patrícia enviou dois consultores para ajudá-los a entender a abertura. O IPO da Nutriplant contou com a participação de oito investidores e movimentou R$ 20,701 milhões. Nesse segmento, a companhia também adere a práticas avançadas de governança corporativa, similares às exigidas pelo novo mercado. Foram distribuídas 2.070.100 ações ordinárias a R$ 10 cada. Com atuação em todo o País, o maior market share está na região Centro-Oeste, rica em soja e milho. Sabóia investiu o dinheiro arrecadado na expansão do atendimento nas regiões Nordeste e Sul. Dois supervisores foram contratados para atuar em cada uma das regiões. Eles são responsáveis por criar um canal de vendas com representantes e um espaço físico para atender clientes. O IPO também ajudou Saboia a financiar clientes, com prazo de 120 dias para o pagamento dos produtos adquiridos. A cobrança é feita por meio de boleto bancário. Hoje a companhia possui 700 clientes que realizaram compra no último ano. Foi um incremento de 30% na carteira pósIPO. Saboia ajuda os agricultores a obterem lucro, mas ele também quer colher seus frutos.

Bovespa Mais O Bovespa Mais foi lançado pela antiga Bolsa de Valores de São Paulo em 2007. De acordo com analistas de mercado e Patrícia, o segmento não teve muita procura porque as empresas que pensavam em ingressar, como no caso da Direcional, tomaram fôlego e conseguiram ter maior liquidez (facilidade de troca dos papéis por dinheiro). Entraram assim no novo mercado em busca da captação de volumes maiores. Outro motivo seria a falta de interesse dos bancos de investimentos em assessorar ofertas de pequenas e médias empresas. O segmento é voltado para companhias que, independentemente de uma oferta pública de ações imediata, querem entrar no mercado de capitais e despertar interesse

dos investidores. Não há restrições quanto ao setor ou porte da companhia. Acompanhe abaixo os três tipos de possíveis adesões:

Captação de volumes menores Empresas que querem realizar captação de recursos em volumes inferiores aos usualmente captados por empresas que estão no mercado principal, mas que são suficientes para financiar seus projetos de crescimento.

Distribuições mais concentradas Empresas que desejam realizar, em um primeiro momento, uma distribuição de ações concentrada em um grupo de investidores com conhecimento dos setores de atuação e entendimento sobre a fase em que se encontram.

Construção de histórico Empresas que, por meio da listagem, pretendem aumentar sua exposição junto ao mercado, construindo um histórico de relacionamento para posteriormente realizar uma distribuição pública de ações. Fonte: BM&FBovespa


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