EDIÇÃO
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NOVEMBRO - DEZEMBRO
500 EMPRESÁRIOS DO MERCADO FINANCEIRO, REUNIDOS EM TRADICIONAL EVENTO DA ACREFI, ANALISAM RESULTADOS, DEFINEM RUMOS, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA SUPERAR NOVAS METAS EM 2020 – SEM PERDER DE VISTA A EXPECTATIVA DOS BRASILEIROS
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financeiro#118 novembro-dezembro 2019
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EDITORIAL
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HILGO GONÇALVES Presidente da ACREFI
UM ANO DE AVANÇOS, DE DESAFIOS SUPERADOS E A EXPECTATIVA DE UM 2020 AINDA MELHOR
O
ano que se encerra foi de grandes avanços no País, com as reformas aprovadas, entre elas a da previdência, e o início das tratativas das reformas tributária e administrativa. O setor financeiro também viveu um período positivo, que teve como principal catalisador o Banco Central, com a agenda BC#. No entanto, continuamos com inúmeros desafios para serem superados, entre eles o contínuo investimento na educação e o foco constante em melhorar ainda mais a experiência dos colaboradores e dos clientes. Devemos lembrar também da inclusão de muitos cidadãos e micros e pequenas empresas que ainda estão fora do sistema financeiro. Precisaremos fazer essa inclusão de forma consciente e para isso a educação financeira se torna muito importante, para que o nosso setor apoie a melhoria da vida desses brasileiros. Precisamos também ficar atentos às constantes mudanças trazidas pelo avanço incessante da tecnologia. O cenário traz junto uma expectativa de crescimento mais sustentável para o nosso país. Nós da ACREFI estimamos que o PIB terá alta de 1,20% em 2019 e de 2,30% em 2020, e que o crédito com recursos livres crescerá 14% em 2019 e terá crescimento consistente nos anos seguintes. A ACREFI adotou várias iniciativas pioneiras em 2019. Como exemplo, iniciamos em parce-
ria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) o programa de treinamento de jovens para atuar no mercado financeiro. Outra iniciativa inédita foi a primeira edição do prêmio “Melhores Empresas para Trabalhar do Setor Financeiro”, realizada pela ACREFI em conjunto com a GPTW (Great Place to Work). Além disso, realizamos mais de 15 eventos de compartilhamento de conhecimento, frequentado por mais de 2.500 pessoas. Destacamos também a realização com grande êxito do 14º SIAC – Seminário Internacional ACREFI, tradicional evento também destinado a compartilhar conhecimento, em que especialistas analisaram o cenário político e econômico e as perspectivas para os próximos anos. Com iniciativas assim, a ACREFI se mostra comprometida com a sustentabilidade do crédito, com as pessoas e com o futuro do País. Está sempre ativa e apoia as medidas de fortalecimento da cidadania financeira, os passos para a implantação do Open Banking, a Lei Geral de Proteção de Dados e o novo desenho do Cadastro Positivo. Aproveitamos para desejar a todos um excelente 2020, com muita saúde, paz, felicidade, e que o propósito de termos um Brasil melhor seja o sentimento de todos, para que o crescimento do nosso país seja sustentável, para o nosso bem e das futuras gerações. Feliz 2020! f
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CONFIAMOS TANTO NO BRASIL QUE COLOCAMOS ELE NO NOSSO NOME. B3. BRASIL BOLSA BALCÃO. A B3 é a Bolsa do Brasil. Isso significa que estamos sempre prontos para ajudar o mercado a tomar a melhor decisão pensando no futuro. No nosso e do País. Afinal, quando o Brasil cresce, todo mundo cresce junto com ele.
acesse: b3.com.br financeiro#118 novembro-dezembro 2019
SUMÁRIO
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14 o SIAC
A nál i s e e p er sp e c t i vas da e c o n o m ia nac i o nal
P E S Q U I S A A C R E F I / K A N TA R
O t i m i sm o e c l i ma favo rávei s à re to mada da s e g u ran ç a f i nan c ei ra
GALERIA
Mo m en to s de de s c o n t raç ão e n e t wo r k du ran te o SI A C
OPEN BANKING
D em o c rat i z aç ão da i n f o rmaç ão e b en e f í c i o s para o s c l i en te s
CRÉDITO E CRESCIMENTO ECONÔMICO
B o n s si nai s da e c o n o m ia
CIDADANIA
BC e F eb raban u n i do s em favo r da ren e g o c iaç ão de dí vi das
L E I R E N ATO F E R R A R I
4 0 an o s
ARTIGO DANIELA DINIZ
E qu í vo c o s qu e p o dem at rapal har a c arrei ra da m u l h er
PAINEL B3
F i nan c iam en to de veí cu l o s
AR TIGO N I CO L A T I N G A S
R e cu p eraç ão c í c l i c a da e c o n o m ia
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ASSOCIADAS
• AGORACRED S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • AVISTA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • BANCO A.J. RENNER S.A. • BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. • BANCO CBSS S.A. • BANCO CETELEM S.A. • BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A. • BANCO COOPERATIVO DO BRASIL S.A. BANCOOB • BANCO CSF S.A. • BANCO DAYCOVAL S.A. • BANCO DO BRASIL S.A. • BANCO FIDIS S.A. • BANCO GMAC S.A. • BANCO HONDA S.A. • BANCO HYUNDAI BRASIL S.A
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• BRB CRÉDITO, FINANCIAMENTO • UNICRED DO BRASIL – CONFEDERAÇÃO NACIONAL E INVESTIMENTO S.A. DAS COOPERATIVAS CENTRAIS UNICREDS • BV FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, • VIA CERTA FINANCIADORA FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
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EXPEDIENTE
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ISSN 1809-8843
PUBLICAÇÃODAACREFI-ASSOCIAÇÃONACIONAL DASINSTITUIÇÕESDECRÉDITO,FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO Rua Líbero Badaró, 425 - 28°andar São Paulo, SP - Tel. (11) 3107.7177 www.acrefi.org.br DIRETORIA BIÊNIO 2018 / 2020 PRESIDENTE Hilgo Gonçalves VICE-PRESIDENTES André de Carvalho Novaes Celso Luiz Rocha João Vitor Nazareth Menin Teixeira Leandro José Diniz Luis Eduardo da Costa Carvalho Rodnei Bernardino Wanderley Vettore DIRETOR TESOUREIRO João dos Santos Caritá Jr. DIRETORES REGIONAIS Edson Tadashi Ueda Elias de Souza Leonardo Lima Bortolini Marcos Teixeira da Rosa Nelson Dias de Aguiar Thiago Rodrigues Urbaneja CONSELHO DELIBERATIVO Érico Sodré Quirino Ferreira Giorgio Rodrigo Donini Hilgo Gonçalves José de Menezes Berenguer Neto Luis Eduardo de Carvalho Roberto Willians Silva Azevedo Rubens Bution CONSELHO FISCAL (EFETIVOS) Domingos Spina José Tadeu da Silva Ricardo Albuquerque Siga a ACREFI nas redes sociais
SUPLENTES Alexandre Teixeira José Garcia Neto Ricardo Kaoru ADMINISTRAÇÃO/ASSESSORIAS SUPERINTENDENTE Carlos Alberto Marcondes Machado RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) CONSULTOR ECONÔMICO Nicola Tingas CONSULTORA JURÍDICA Cintia M. Ramos Falcão CONSULTOR DE REGULAÇÃO E COMPLIANCE Sergio Odilon dos Anjos CONSULTOR DE OPERAÇÕES Cleber Martins AUDITORIA Boucinhas, Campos & Conti Auditores Independentes CONTABILIDADE Conaupro Consultoria e Contabilidade Ltda. ASSESSORIA DE IMPRENSA
PUBLISHER Sergio Tamer EDITORES Theo Carnier Gilberto de Almeida EDITOR ASSISTENTE Gustavo Girotto ARTE Mariela Tiradentes REVISOR Vicente dos Anjos
* As matérias e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.
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BEM-VINDOS AO
Brasil: Avanços, Desafios e Expectativas Evento anual da ACREFI reúne 500 executivos do mercado financeiro para avaliar as condições do País e as perspectivas para 2020
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m evento corporativo relevante exige a combinação de três itens essenciais: ótimos palestrantes, uma plateia afinada aos temas propostos e uma excelente infraestrutura de organização. Essa tradicional receita da ACREFI voltou a fazer sucesso no 14º SIAC e atraiu a atenção de mais de 500 executivos do mercado financeiro, reunidos dia 12 de novembro no Renaissance São Paulo Hotel. Idealizado, desde a sua concepção, para avaliar as condições do País e as perspectivas para o próximo ano, o seminário deste ano contou com a participação dos palestrantes: Michael Bush, CEO global do Great
Place to Work; João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC; Emy Shayo, estrategista de ações do JP Morgan para a América Latina; José Roberto Mendonça de Barros, economista e sócio da consultoria MB Associados; Fernando Schüller, cientista político e professor do Insper; Viviane Varandas, diretora de atendimento ao cliente da Kantar Insights; e o anfitrião Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI. O evento foi mediado pela jornalista Christiane Pelajo. A seguir, acompanhe os principais pontos tratados nas palestras dos nossos convidados.
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HILGO GONÇALVES A recuperação cíclica ganha tração
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omo anfitrião do SIAC 2019, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, antes da sua mensagem de abertura do evento, fez questão de agradecer aos patrocinadores, aos integrantes do Conselho Deliberativo, aos associados e aos participantes em geral pela oportunidade de reunir todos para uma ampla discussão sobre as recentes conquistas do País e os desafios que temos pela frente. “Precisamos identificar e interpretar a percepção geral dos brasileiros e devemos estimular, cada vez mais, o debate em torno dos avanços alcançados nos últimos anos. Hoje, aqui no SIAC, teremos a chance de examinar o caminho e as estratégias para buscar e superar novas metas, sem perder de vista as expectativas do nosso povo e o que esperamos deixar para as futuras gerações”, afirmou Hilgo. “Não é pouca coisa, mas temos aqui palestrantes altamente qualificados para refletirmos sobre essa inspiradora realidade.” Mais adiante, exaltou o importante trabalho realizado pelo Banco Central, em especial por meio da AgendaBC#, ação do regulador baseada em quatro pilares fundamentais para a sustentabilidade do sistema: a inclusão, a competividade, a transparência e a educação financeira. “Esse importante movimento do BC significa a facilidade de acesso ao mercado para todos. Pequenos e grandes, investidores e tomadores passaram pelas
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mesmas oportunidades para atingir seus objetivos, por meio das inovações digitais e da simplificação dos processos”, disse Hilgo. A respeito do propósito da ACREFI, voltado para a educação, lembrou a importante parceria realizada com o CIEE, iniciativa que envolveu voluntários e permitiu a qualificação e certificação de mais de 300 jovens para que pudessem atuar em correspondentes bancários. “Uma vez empoderados desse conhecimento, eles passaram a ter efetivamente uma vantagem competitiva para conquistar seu primeiro emprego, ressaltou o presidente da ACREFI. Sobre o cenário macroeconômico do Brasil, Hilgo manteve-se fiel ao seu perfil de otimismo sobre o futuro. "A recuperação cíclica ganha tração. Temos redução de juros, inflação baixa e expansão do Crédito Total no Sistema Financeiro Nacional, que deve alcançar 8% em 2019. Para o crescimento do crédito com recursos livres, projetamos 14% de crescimento para pessoa física e em torno de 9% para pessoa jurídica, afirmou Hilgo. Aproveitou o momento também para dizer que a ACREFI trabalha com uma projeção de ligeira alta do PIB, acima de 1% em 2019 e de 2% em 2020. Depois da sua mensagem positiva, Hilgo agradeceu novamente pela presença de todos e desejou um bom evento aos convidados.
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JOÃO MANOEL PINHO DE MELLO Open Banking é uma potencialização do Cadastro Positivo
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mensagem do Banco Central já se tornou tradição no SIAC. Em 2019, este espaço foi ocupado por João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, que falou para os convidados da ACREFI sobre o papel do regulador para manter um ambiente com concorrência, reduzindo as barreiras, estimulando uma eficiência maior do sistema financeiro. “Mais concorrência leva a mais eficiência e a mais bem-estar para o consumidor”, resumiu Pinho de Mello. Ele chamou a atenção para a tecnologia como um vetor que favorece a concorrência, pois reduz os custos e ainda amplia as soluções de meios de pagamento à população. Outra preocupação constante do regulador está direcionada para a proteção de dados do consumidor. “O compartilhamento das informações é fundamental para termos crédito mais abundante e mais barato, desde que esses dados do consumidor estejam protegidos”, reforçou o diretor do Banco Central. Segundo Pinho de Mello, a adoção do Cadastro Positivo, com o crédito baseado no score do consumidor, é um avanço que muda o jogo, diante da possibilidade de uma queda real da taxa de juros. Mas, temos à frente uma nova conquista que trará ainda maior concorrência e modernização aos meios de pagamento: o Open Banking. “Open Banking é uma potencialização do Cadas-
tro Positivo”, sintetizou ele. Programado para ser implementado a partir do segundo semestre de 2020, quando os grandes bancos iniciam compartilhamento de dados – sempre mediante o consentimento prévio dos clientes –, o Open Banking deve gerar maior eficiência, diminuir custos e aumentar ainda mais a competição entre as instituições financeiras. “Estimular a concorrência de forma estruturada é dever do regulador”, afirmou Pinho de Mello. Tudo isso baseado em uma regulamentação orientada pelo BC e também em uma autorregulação mediada pelo mercado. Antes de finalizar sua palestra no SIAC, o diretor do BC citou ainda algumas das ações recentes do regulador para aumentar a eficiência do sistema financeiro, como a implantação das funcionalidades para constituição de ônus e gravames nos sistemas das registradoras; a consulta pública para regulamentar a emissão eletrônica de duplicatas; o registro centralizado de recebíveis de cartão de crédito; e a autorização de modelos para precificação de imóveis. “A atuação do BC busca incentivar a mudança na prestação dos serviços financeiros. Lembrando que a velocidade da inovação deve ser proporcional à compreensão dos clientes, que poderão escolher e – por que não? – exigir novos serviços e novas formas de relacionamento”, finalizou Pinho de Mello.
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MICHAEL BUSH A maior ameaça para as empresas são aquelas pessoas que pensam como máquinas
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ma das presenças mais esperadas desta 14ª edição do SIAC, Michael Bush, CEO global do Great Place To Work (GPTW), tratou de como as empresas e os colaboradores podem obter os melhores resultados na era das transformações digitais. De maneira simples e direta, ele disse inicialmente que para extrairmos o melhor dos funcionários é preciso que eles vivenciem uma excelente experiência de trabalho. “Isso é fundamental para que as pessoas atuem de forma inspirada, dispostas a aprender e a executar suas tarefas com dedicação”, explicou Bush. Ele chamou a atenção para o fato de que muitas empresas perdem a oportunidade de avaliar e expandir o potencial de trabalho dos seus colaboradores, inibindo o desenvolvimento do seu potencial. O trabalho do GPTW é justamente orientar essas empresas para que corrijam essas lacunas e criem condições para maximizar o potencial de cada funcionário. Além disso, é preciso estimular a autoconfiança da equipe. “A nossa experiência de trabalho pode valorizar os nossos sentimentos, a nossa capacidade para alcançar o máximo. Pode nos dar o sentimento de que estamos fazendo a diferença no trabalho e na vida das pessoas”, ensina o CEO global do GPTW. O papel do líder dentro das organizações, entre outras coisas, é o de perceber e cuidar de todos
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os aspectos que envolvem o comportamento humano. Como líder, suas atitudes podem servir de modelo no ambiente profissional. Por isso, é fundamental que as relações sejam baseadas na plena confiança, pois resultam em mais respeito entre líderes e funcionários. “Quando há respeito, a empresa pode funcionar para todos”, diz Bush. Não podemos deixar de lado o cuidado com as pessoas. Precisamos conversar e ouvir os colaboradores de forma honesta e sincera. “A maior ameaça para as empresas são aquelas pessoas que pensam como máquinas”, advertiu ele. Michael Bush lembrou ainda da figura emblemática de Steve Jobs, fundador da Apple. Embora fosse um gênio criativo, não tinha o mesmo brilhantismo na hora de lidar com as pessoas. Ser um líder transcendente, capaz de atravessar as fronteiras da sua equipe, significa usar a sua capacidade para promover uma mudança maior para um mundo melhor, usando seu conhecimento para inspirar e transformar outros líderes. “Na construção de um GPTW, os líderes devem ser orientados por dados e análises precisos para que tenham uma ampla compreensão do seu entorno. Uma vez bem-informados, os líderes podem direcionar suas ações para um aperfeiçoamento constante”, encantou Michael Bush, ao finalizar sua palestra no 14º SIAC.
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EMY SHAIO CHERMAN O Brasil tem uma visibilidade que não tinha no passado
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onvidada para abordar no SIAC as tendências na economia mundial e o fluxo dos investimentos para países emergentes, Emy Shayo Cherman, estrategista do J.P. Morgan para América Latina e Brasil, disse que, depois de um clima de incerteza gerado pela disputa comercial entre Estados Unidos e China, o mercado começa a perceber sinais de inflexão no investimento global. Caso a atmosfera desfavorável persista por mais algum tempo, ainda existe espaço para corte de juros e estímulo monetário, principalmente entre os países emergentes. “Não vemos pressão inflacionária em nenhum lugar”, garantiu Emy. Para os emergentes, as persistentes revisões para baixo nas projeções de crescimento estão dando lugar a uma estabilidade ou até uma melhora pequena. “Antes não tinham motivos para investimentos em emergentes, enquanto as expectativas estavam sendo revisadas para baixo, mas atualmente começamos a ver estabilidade e pequena melhora em dados e expectativas de crescimento para mercados emergentes”, manifestou a estrategista do J.P. Morgan. Dentro desse clima favorável, existe a perspectiva de retomada do crescimento em um ambiente de juros baixos. E o avanço na agenda de reformas torna o Brasil um caso “muito único”, que se diferencia dos outros emergentes. “Estamos ‘supercomprados’ em Brasil”, afirmou ela.
O destaque do Brasil brasileiro se deve às recentes reformas, alinhadas à expectativa de melhora no crescimento e à baixa taxas de juros. “O Brasil tem uma visibilidade que não tinha no passado e essas variáveis devem continuar por alguns meses ou anos”, avaliou Emy. “Temos recomendação de compra em renda variável no Brasil, e outros instrumentos também compartilham essa visão”, explicou. No entanto, devemos manter atenção redobrada na tensão comercial pelo mundo, influenciada, entre outras coisas, pela eleição norte-americana e pelo nível do dólar, que são riscos que precisam ser avaliados permanentemente. “Pode ter uma melhora ou uma piora pontual, mas essa tensão veio para ficar”, prevê a executiva. Além disso, outros focos de instabilidade político-social devem ser monitorados, por exemplo, em Hong Kong e no Chile. Emy acredita, porém, que tem muito espaço para alocação em ações no Brasil. Hoje, essa posição representa pouco mais de 10% no mercado. No passado, essa participação foi afetada pela recessão e pelo processo de desbancarização. “Acreditamos que vamos ver nos próximos anos, com juro realmente baixo, um aumento importante no direcionamento de ações e na rotação de renda fixa para variável no Brasil”, sinalizou Emy.
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J.R. MENDONÇA DE BARROS Em curto prazo, melhorar a infraestrutura é a única forma de aumentar a produtividade da economia
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onvidado para falar sobre a reconstrução do crescimento sustentável do País, o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados, iniciou a sua palestra lembrando que, depois da maior recessão do Brasil moderno, entre 2014 e 2018, o País nunca saiu de uma crise econômica de forma tão lenta. “Estamos no terceiro ano consecutivo de crescimentos de 1%. E aí vem a pergunta, a gente pode ou não voltar a crescer de forma sustentável? Sim, podemos voltar a ter um crescimento sustentável”, respondeu Mendonça de Barros. Mas, isso pode acontecer de forma mais demorada do que o País merece e alguns fatores devem ocorrer quase simultaneamente. O primeiro deles é uma dose mínima de ajuste fiscal, que dê solidez à expectativa de que o poder público não vai atrapalhar a retomada do crescimento. Outra coisa importantíssima – e quase óbvia – é a retomada dos investimentos. “Entretanto, não é qualquer investimento. Ele deve estar concentrado na grande infraestrutura. Ou seja, na logística, nas diversas fontes de energia, no saneamento básico e na construção civil. Se isso for adequadamente regulamentado, por meio de concessões, o investimento privado comparece”, garante o economista. Para Mendonça de Barros, um leilão bem-suce-
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dido em 2020 significa um canteiro de obras em 2021. Em curto prazo, melhorar a infraestrutura é a única forma de aumentar a produtividade da economia brasileira. “Se o custo de logística cair, o sistema todo fica mais produtivo”, diz ele. Na experiência da China, por exemplo, eles têm uma série de problemas, mas construíram uma infraestrutura soberba. Mais um ponto de atenção é a construção civil. “Não há país que cresça sem investimento na área da construção civil. Isso por que o setor impulsiona um outro item importantíssimo: o nível de emprego. Essa é a chave relevante e, a partir daí, vamos começar a recuperar a demanda para o mercado interno” explica o economista. Antes de encerrar, o sócio da MB Associados falou sobre o barateamento e a diversificação do crédito, principalmente se o ajuste fiscal continuar melhorando as expectativas. “Para isso, já temos uma inflação baixa, uma redução espetacular na taxa de juros e as condições para aumento da competição entre as empresas de crédito. Se esse sistema for adiante, acompanhado das mudanças tecnológicas, teremos um dinheiro mais barato e acessível para todos. Se esses fatores evoluírem, poderemos ter uma consolidação da retomada do crescimento, com uma projeção do PIB de 1,6% para 2020 e a partir de 2021 na faixa de 2,5%”, concluiu o economista.
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FERNANDO SCHULER A PEC do Teto é uma operação bariátrica em um paciente com peso mórbido
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stamos vivenciando um novo fenômeno político, o quinto poder.” Foi com esse fato relativamente recente, ainda desconhecido por muita gente, que o cientista político Fernando Schüler começou a mobilizar a atenção do público do 14º SIAC. Trata-se de um movimento surgido há pouco menos de seis anos, quando cerca de 25% do eleitorado, que não se sente representado pelas instituições ou pela mídia tradicional, passou a emitir a sua opinião pelas redes sociais. “Essa é a nova realidade, em que a internet passou a pautar a política. Desde então, passamos a ter uma democracia mais instável, mais barulhenta, mais caótica. O quinto poder são ondas digitais, que acabam gerando movimentos difusos nas ruas”, explicou Schüler. Em meio a essa nova maneira de se expressar da sociedade, o Brasil passou a ter uma direita mais organizada, mais estruturada e militante, mobilizada pela internet, e com um pensamento cultural conservador. “Esse novo fenômeno, caracterizado como um populismo eletrônico de direita não é, porém, uma exclusividade do Brasil. “A briga do Presidente Jair Bolsonaro com a Folha de S. Paulo, por exemplo, é quase igual ao embate do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o jornal The New York Times”, equiparou o cientista político. Ao tratar da gestão do governo, Schüler lembrou
que criamos no Brasil uma tempestade perfeita. Como uma lista dos gastos obrigatórios que só cresce, ocupando um espaço orçamentário cada vez maior, do outro lado, pressionando, temos a PEC do Teto –, a emenda constitucional que limita o aumento das despesas do governo. “Isso vai, consequentemente, encolhendo a receita destinada aos investimentos e ao custeio em geral. A PEC do Teto é uma operação bariátrica em um paciente com peso mórbido”, comparou ele. Ao direcionar novamente o foco para Brasília, o colunista da Folha de S. Paulo identifica que vivemos um momento de dualismo. De um lado, temos o país das instituições, que buscam convergência, e está funcionando. Na outra ponta, o governo Bolsonaro ao formar a sua equipe fora do sistema partidário, deu ao Poder Legislativo ainda mais autonomia, tornando a nossa democracia mais forte. “Esse é um modelo fiador das reformas. Temos um Congresso reformista, com novas lideranças, como o deputado Rodrigo Maia, considerado um dos melhores presidentes da Câmara dos últimos tempos”, avaliou. O Brasil tem um caminho pautado pelas microrreformas, com grande viabilidade política. No entanto, sou menos otimista em relação às reformas institucionais. Acho que a reforma política infelizmente não tem chance de ser viabilizada”, concluiu Schüler. f
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PESQUISA
AMBIENTE DE
Para ver a pesquisa na íntegra, acesse o site: www.acrefi.com.br
ESPERANÇAEOTIMISMO
Pesquisa ACREFI/Kantar, divulgada durante o 14º SIAC, aponta que o brasileiro já identificou alguns avanços econômicos e se mostra positivo em relação ao futuro
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brasileiro está mais otimista, mais consciente em relação às suas despesas e acredita em uma melhora da economia a partir do 2º semestre de 2020. Essas são algumas das percepções extraídas da pesquisa Perspectivas 2019: Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Econômico e Social, estudo regular realizado pela parceria ACREFI/Kantar e com espaço garantido nas últimas edições do SIAC. Para se ter uma ideia desse clima favorável em relação à segurança financeira da população, nos últimos três anos o levantamento mostrava que 17% dos respondentes estavam propensos a fazer um financiamento, atualmente esse percentual saltou para 45%. “Há três anos, o cenário era de desesperança em muitos aspectos, atualmente já se percebe entre os brasileiros alguns avanços, mas nada que os desvie dos desafios que
têm pela frente”, destaca Viviane Varandas, diretora de atendimento ao cliente da Kantar Insights e palestrantes do 14º SIAC. Outro dado que chama a atenção é que 17% dos ouvidos pela pesquisa manifestaram que a situação do País está melhor. Também foi detectado que caiu de 20% para 15% o índice dos que avaliam o cenário econômico como péssimo. Para Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, o Brasil vive um importante momento de transformação cultural, em que cada vez mais a população tem se mantido ainda mais atenta aos acontecimentos ao seu redor. “A aprovação das reformas da Previdência e o início do debate sobre a Reforma Tributária, com certeza, dão sustentabilidade à melhoria da confiança de que a situação econômica do Brasil será melhor nos próximos anos”, enfatiza Hilgo.
OTIMISMO MAIS CONSCIENTE! Melhoria significativa, para a maioria, a partir do 2º semestre de 2020! ÚLTIMOS 3 ANOS* Situação Geral do país Sentimento
predominantemente ruim ou péssima
estão propensos a fazer um financiamento.
52% Estão preocupados.
Declaravam-se preocupados.
70%
Achavam que iria piorar.
Financiamento
predominantemente regular.
60%
Desemprego
Perspectiva de Crescimento do país
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23% 17%
55%
43% 45%
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Ruim Péssima
40 38
38 34 24
18
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Regular
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15 14
Boa
3 1
2 1
2 1
3
3
2016
2017
2018
2019 (junho)
2019 (outubro)
Boa Ótima
A pesquisa ACREFI/Kantar registrou também uma ligeira melhora na percepção dos respondentes em relação ao crédito. Essa avaliação positiva cresceu de 36% para 38%). “A recuperação cíclica ganha tração. Temos redução de juros, inflação baixa e expansão do Crédito Total no Sistema Financeiro Nacional, que deve alcançar 8% no acumulado de 2019. Para o crescimento do crédito recursos livres pessoa física projetamos 14% e, o da pessoa jurídica, em torno de 9%. Acreditamos que o PIB possa alcançar 1% em 2019 e 2,0% em 2020”, projeta o presidente da ACREFI. Oferta de crédito para população 55
Vai piorar
47 29
Igual
26
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16
Vai Melhorar
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2016
2017
2018
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36 33 32
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2019 (junho)
2019 (outubro)
O levantamento aponta ainda que o desemprego continua sendo uma variável que merece atenção, principalmente entre os mais jovens, de 18 a 28 anos. Em outubro do ano passado, momento das eleições presidenciais, 31% dos jovens manifestavam preocupação com o desemprego, atualmente 55% deles dizem se sentir vulneráveis sobre seu futuro profissional.
Sim
77 68
Jovens 18-28 anos 62%
Momento de grande expectativa para 2019
54 46
55
55
45
45
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Não
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25 A principal prioridade do atual Presidente, segundo os ouvidos, é a Educação (19%), seguida do Emprego / Reforma Trabalhista (17%). Houve, porém, uma queda esperada da relevância da Reforma da Previdência, cujo projeto já foi aprovado no Congresso. TOP 6
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14
13
15
13 7
Educação
Oferta de emprego / Reforma trabalhista
Saúde
Crescimento da economia
9
Segurança
6
4
Reforma da previdência
Há também um cenário de otimismo, relacionado principalmente à capacidade de fazer compras para casa, à situação financeira pessoal e ao padrão de vida das famílias. Nesse contexto, 56% acreditam que a situação financeira vai melhorar, enquanto 49% disseram que o padrão de vida e a capacidade de fazer compras acompanharão esse movimento.
Vai Melhorar
Igual
35
40
35
49
31 34
Vai piorar
49
56
30
27
36
17
17
15
Capacidade de fazer compras para sua casa
Sua situação financeira pessoal
Seu padrão de vida
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Capacidade de comprar uma casa/imóvel
Capacidade de comprar um carro/veículo
Quando questionados sobre sua percepção em relação ao Cadastro Positivo, 38% acreditam que são bancos de dados que mostram seu histórico de bom pagador. “O Cadastro Positivo traz ganhos fundamentais ao País, pois reduzirá a assimetria de informações e promoverá uma inclusão ainda maior no sistema financeiro nacional", afirma Hilgo. Quando perguntados sobre a possibilidade de contratar um financiamento em 2020, 56% dos respondentes manifestaram interesse no caso da aquisição de um automóvel e 42% estariam sensibilizados para a compra de um imóvel. 2018
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39 38 38
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18 19 8
Banco de dados que mostra que você é um bom pagador
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Banco de dados de Banco com seus dados informações de todos os pessoais que pode seus pagamentos feitos ajudá-lo (a) a obter melhor crédito
Todas anteriores
Não sabe
METODOLOGIA A pesquisa ACREFI/Kantar foi realizada com 1.000 entrevistados on-line de todas as regiões do Brasil, atingindo um público de 18 a 65 anos, entre os dias 1º e 14 de outubro de 2019. A maioria dos ouvidos é do sexo feminino (60%) e (40%) do masculino. f
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GALERIA
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3
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27 LEGENDAS: 1. Célio Marcos Lopes, Shinichiro Hirooka, Hilgo Gonçalves e Luiz Eduardo Costa 2. Manuel Enrique Garcia, Hilgo Gonçalves e Marcelo Hasson Sayeg 3. Hilgo Gonçalves, Cinthia Santini, Roberta Hummel, Ruy Shiozawa e Victor Garcia Barros 4. Adriano Bolonhezi, Fernanda de Souza, Luiz Alberto Imbuzeiro, Gabriela Santana, Isaac dos Santos, Adriana Saluceste e Cristiano Dantas 5. Ricardo Gelbaum e Rosane Peçanha 6. Thiago Genda e Carlos Marcondes 7. Domingos Spina e Edson Ueda 8. Hilgo Gonçalves, Michael Bush e Nicola Tingas 9. Pancho, Maristela Petrili e Pedro Mardones 10. Hilgo Gonçalves, Joaquim Kawakama e Pedro Coutinho 11. Ilídio Gonçalves dos Santos e Hilgo Gonçalves 12. Leonardo Demola Ribeiro e Carlos Parussolo 13. Ruy Shiozawa, Hilgo Gonçalves e Christiane Pelajo
8
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LEGENDAS: 14. Ronaldo Furtado Koerich, Marcos Teixeira da Rosa e Luiz Eduardo Costa 15. Hilgo Gonçalves, José Luiz Rossi, Leonardo Senff e Mônica Luz 16. Thiago Genda, Carlos Roberto Kiyoshi, Cintia Falcão, Hilgo Gonçalves, Paulo Berner e Cleber Martins 17. Marcelo Preiss, Leonardo Senff, Hilgo Gonçalves e Claudia Macanhan 18. Ricardo Corbal, Rodrigo Grecco, Paulo Cesar Andrade, Fátima Pereira e Rodrigo Marçal 19. Hilgo Gonçalves, Marcos Teixeira da Rosa, Mauro Melo e Leonardo Lima Bortolini
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IMPRENSA
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NA MÍDIA Evento internacional da ACREFI, que já faz parte do calendário anual da mídia, conquistou este ano um novo patamar: em apenas três dias, 125 inserções espontâneas – plataformas impressa e digital–, com valor correspondente a aproximadamente R$ 12,7 mil. Na plateia, o SIAC contou com a audiência de mais de 500 executivos do mercado financeiro.
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INOVAÇÃO
NOVA ERA DO SISTEMA FINANCEIRO Diante da revolução no Sistema Financeiro que pode significar a implantação do Open Banking no Brasil, a ACREFI promove seminário e mostra os benefícios para o consumidor com democratização das informações
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onectada com a revolução que significará, em breve, o Open Banking no mercado, a ACREFI promoveu, dia 26 de novembro, em São Paulo, um importante seminário sobre o tema, com participação de Fábio Lacerda Carneiro, chefe de divisão no Departamento de Resolução e de Ação Sancionadora do Banco Central, requisitado palestrante e profundo conhecedor da matéria. Antes de passar a palavra ao convidado, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, ressaltou que estamos vivendo um mo-
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mento de disrupção digital que resultará em maior transparência e eficiência do Sistema Financeiro Nacional. “O Cadastro Positivo já foi um importantíssimo divisor de águas, contribuindo, entre outras coisas, com o aumento da inclusão financeira. O Open Banking, no entanto, provocará uma revolução com a democratização da informação, mediante o imprescindível consentimento do consumidor”, afirmou ele. “Nós da ACREFI acreditamos nos benefícios que serão gerados pelo Open Banking”, enfatizou Hilgo.
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HILGO GONÇALVES Presidente da ACREFI
Fotos: Rogério Alexandre
Antes de iniciar sua palestra, Fábio Lacerda, como já é de praxe, fez questão de reforçar que suas opiniões são pessoais e não representam necessariamente o posicionamento oficial do Banco Central. Feito isso, contou que o mercado vive a expectativa de que o BC divulgue o edital de consulta pública relacionado ao Open Banking. É um fato que deve ser visto como um primeiro passo para que, conjuntamente com o regulador, os regulados e a sociedade comecemos a discutir o tema de forma estruturada e organizada. “Estamos falando de um processo em que o Open Banking já foi comparado pelo nosso diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, como a introdução da internet: ‘Quando a internet chegou, nos anos 1990, ninguém sabia muito bem o que era aquilo. Hoje é algo que faz parte das nossas vidas e transformou a maneira como nós vivemos. Isso já dá para perceber o impacto que o Open Banking também pode trazer para toda a sociedade e para a economia de modo geral’. É por isso que a sociedade brasileira deve participar desse processo de consulta pública, oferecendo sua contribuição”, recomendou Lacerda. O convidado da ACREFI comentou sua satisfação em integrar a diretoria de Organização do Sistema Financeiro do BC, conduzida pelo diretor João Manoel Pinho de Mello, que tem participado ativamente das discussões a respeito do Open Banking. Isso lhe permitiu comentar com os participantes do seminário promovido pela ACREFI alguns pontos de um documento recen-
FÁBIO LACERDA Chefe de Divisão do BC
te divulgado pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia, em 19 de novembro, produzido a partir de uma consulta feita há 25 países membros desse colegiado global. De acordo com Lacerda, as palavras-chave são compartilhamento de informação mediante a autorização imprescindível do cliente. O Open Banking não é uma abertura geral e irrestrita das informações dos clientes de uma instituição do Sistema Financeiro Nacional. “Não existe Open Banking sem a completa observação da legislação que envolve a proteção de dados pessoais. No entanto, Basileia vai além. Ela não trata apenas do compartilhamento das informações, mas sobre como é possível potencializar o seu uso em benefício do próprio cliente. “Estamos fazendo uma espécie de alavancagem dos dados. Por meio da conversão dos dados em informação, é possível, por exemplo, obter uma melhor oferta de crédito ou até mesmo evitar uma fraude”, destacou o executivo do BC. Segundo a exposição de motivos do BC, as discussões sobre o Open Banking, decorrentes de importante inovação tecnológica, passam pelas quatro dimensões que norteiam a Agenda BC#: inclusão, competitividade, transparência e educação financeira. E de que deve ser recomendável fazer uma intervenção regulatória. Da mesma forma, outros países também estão avaliando a adoção de uma intervenção regulatória para garantir a apropriação dos benefícios gerados pelo Open Banking.
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‘Examinai tudo e abraçai o que é bom’
Antes de nos aprofundarmos no contexto doméstico, Lacerda assinala que nos beneficiamos por não sermos líderes nesse processo de transformação do sistema financeiro global. “Temos experiência a avaliar de países que já deram alguns passos para o alcance desses objetivos de política pública que estão por trás de uma intervenção regulatória. Muito se fala sobre a experiência britânica, mas isso também está acontecendo em Hong Kong, em Singapura, na Austrália e na Europa Continental. Nós não temos compromisso com essa ou aquela experiência. Nosso compromisso é com aquilo que seja melhor para o Brasil”, lembrou ele. “Estamos diante da máxima do apóstolo Paulo: ‘Examinai tudo e abraçai o que é bom’. Esse é o nosso papel, como formuladores de intervenções regulatórias. Devemos analisar o que funciona ou não para a nossa realidade”, lembrou. A partir de informações geradas por Basileia, é possível perceber que existem três abordagens distintas para essa intervenção regulatória: uma mais prescritiva, outra que procura a facilitação do processo e uma terceira que apenas acompanha a evolução do mercado. Para Basileia, o Brasil ainda é visto como um Open Banking em processo. “O BC não tem compromisso em transplantar experiência desse ou daquele país. O nosso compromisso é beber de todas as fontes internacionais e tentar, junto com a sociedade brasileira, definir o melhor modelo para o Brasil”, diz ele. Para isso, porém, é preciso ter calma diante de tanta inovação, avaliando potenciais benefícios, oportunidades e riscos. “Open Banking pode não ter contraindicação, mas isso não quer dizer que não tenhamos riscos associados. É importante observar as experiências de outros países, sabendo que esse não é ainda um processo maduro em nenhum lugar do globo”, advertiu Lacerda.
Contexto doméstico
No Brasil, o Open Banking insere-se num contexto interessante. O Cadastro Positivo já faz
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parte desse debate, como o compartilhamento de informação de utilities. O Open Banking está formalmente conectado ao pilar da competitividade da Agenda BC#, mas também favorece conceitos previstos em outros pilares: a inclusão financeira, a transparência e a educação financeira do nosso cidadão.
Futuro mais inclusivo
Conforme a Agenda BC#, as inovações tecnológicas estimulam a competição, ajudam a reduzir barreiras para preparar o Sistema Financeiro para um futuro mais inclusivo. Lacerda lembrou que João Manoel Pinho, diretor do BC, no evento de lançamento do Open Banking, destacou: “Estamos trabalhando para construir um novo Sistema Financeiro”. E o Open Banking é uma das ações associadas a isso. Em outro trecho do seu discurso, Pinho diz: “O Open Banking é um fator determinante na composição da estrutura de uma futura intermediação financeira. Se estamos falando de incentivo à competitividade, devemos antever uma nova composição de forças do Sistema Financeiro Nacional. Isso significa novos entrantes, a potencialização de outros agentes que já atuam no mercado e novos modelos de negócios.” De acordo com Lacerda, o objetivo disso tudo é aumentar a eficiência, diminuir custo, favorecer a competição em benefício do consumidor. “Sou servidor público há 25 anos no BC e devo me manter centrado no contribuinte e no consumidor de produtos financeiros. Open Banking não é para os bancos ou para as fintechs, é para o cidadão brasileiro acima de tudo. Seus benefícios não são para os provedores de serviços financeiros. Ele é voltado para o consumidor, resumiu ele.
Seguir adiante
Citando mais um trecho do discurso de Manoel Pinho, o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC ressalta que essa inclusão por meio do Open Banking deve acontecer o mais rapidamente possível, de maneira segura e organizada. Esse é um dos motivos de o BC acompa-
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nhar tão de perto esse processo, garantir que isso aconteça, sem interrupções irrazoáveis. A jornada do cliente precisa ser segura e coerente com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados. Isso quer dizer que a segurança dos dados pessoais será efetivamente preservada. Segundo Lacerda, o diretor Otávio Damaso enfatiza que isso é muito importante para o BC. “Vamos acompanhar essa regulação com olhos bem atentos”, recomendou.
Empoderamento do consumidor
Oportunidades geradas pelo BC, como o Open Banking, levam em conta a entrada de novos concorrentes, muitas vezes não tradicionais; espaço propício para novos modelos de negócios, solução de serviços inclusivos e empoderamento do consumidor. Essa última opção, entre as demais oportunidades, muda muita coisa. Isso por que o consumidor terá um ambiente facilitado para um descompromisso com a fidelidade a qual-
quer marca ou provedor de serviço. “Isso é o que realmente empodera. Não é só saber que ali eu tenho um serviço melhor, mas poder migrar com muita facilidade, de forma segura e ágil para esse prestador que oferece um serviço melhor”, explicou Lacerda.
Legado cultural
“Ao tratarmos de Open Banking, não estamos falando apenas de fintechs ou big techs, mas também de bancos, financeiras e demais instituições já autorizadas a funcionar pelo BC. A competitividade no seio do Sistema Financeiro tende a crescer, novos modelos de negócios devem surgir dentro dos bancos e das financeiras, isso tudo de fato deve acontecer se conseguirmos gerenciar outro legado em curso: o cultural. O desafio agora não está em apenas superar o legado tecnológico, é importantíssimo também gerenciar o legado cultural”, concluiu Lacerda.
P
ara finalizar o seminário, a ACREFI reuniu para um debate descontraído representantes de entidades que também estão diretamente interessadas com a implantação do Open Banking no Brasil. O bate-papo foi coordenado por Cintia Falcão, consultora jurídica da ACREFI. A seguir, algumas das colocações dos convidados.
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ARENA ACREFI
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CAROLINA MARTINS SOUZA, responsável pelas frentes de Inovação, Tecnologia e Tratamento de Dados na diretoria de Produtos e Negócios da FEBRABAN:
“É fundamental, neste momento, desmitificar situações, criar propostas e planos de trabalho para cada um dos desafios e risco. Outro ponto de atenção é que o cliente deve ser empoderado. Ele está no centro das decisões e, a partir de agora, define com quem vai operar, transacionar e quem será responsável pelo fluxo das suas informações. Surfar bem nessa onda significa oferecer a melhor experiência para o cliente.”
ROGÉRIO MELFI, coordenador de Open Banking da ABFINTECHS (Associação Brasileira de Fintechs):
“Hoje já existem empresas trabalhando com tecnologia para direcionar o usuário para a melhor opção de crédito e investimento. Isso é o que o Open Banking vai proporcionar ao usuário de forma muito simples e fácil. Neste momento, a internet direciona o usuário para as coisas e o Open Banking deve seguir o mesmo caminho: o banco do carro, do tênis, da geladeira... Ficamos muito felizes que o Banco Central esteja puxando esse processo, porque irá favorecer o cidadão e a economia do País.”
CARLOS AUGUSTO DE OLIVEIRA, diretor da Comissão de Tecnologia da ABBC (Associação Brasileira de Bancos):
“É muito importante estarmos juntos, neste momento, para aprender e desbravar esse novo mundo. Entendemos os Open Bankings não como um projeto, mas como um marco de transformação do mercado. Portanto, todos devemos acompanhar isso muito de perto. Acreditamos que os maiores desafios não estejam no lado tecnológico, mas na cultura. Ou seja, como devemos criar modelos de negócios e estratégias dentro dessa nova arena de competição para usufruirmos desses benefícios. Sem esquecermos da governança, que será um dos pontos nevrálgicos do processo de transformação.”
RAFAEL PEREIRA, presidente da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital): "A internet permitiu criar uma sociedade mais descentralizada. Hoje, tudo está distribuído em grande rede que ninguém controla. Essa é uma realidade para a maioria dos negócios, exceto os do mercado financeiro. Atualmente, esse mercado começa a viver uma nova realidade. Estamos vivendo uma quebra de paradigmas e de como construiremos um sistema financeiro para as futuras gerações. Elas é que serão as maiores beneficiadas com esse movimento do Open Banking. É um novo modelo de negócio para uma nova geração de usuários.” f
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FINANCIAMENTO
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ASCENSÃO DISCRETA E CONSISTENTE DO CRÉDITO Em seu último seminário de 2019, a ACREFI debate os bons sinais da economia, acompanhados da progressiva oferta de financiamento
A
o se identificar há 61 anos como a Casa de Crédito, a ACREFI, naturalmente, dedica o último seminário da sua intensa programação anual à discussão do tema que compõe a sua essência corporativa. No evento “O Papel do Crédito no Crescimento Econômico”, realizado dia 5 de dezembro, em São Paulo, o assunto foi abordado por Célio Marcos Lopes, membro do Comitê de Finanças do Conselho de Administração das Lojas Marisa; Filipe Pontual, diretor executivo da ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Marcel Domingos Solimeo, diretor do IEGV (Instituto de Economia Gastão Vidigal), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Além disso, Viviane Varandas, diretora
de Atendimento ao Cliente da Kantar Insights, reapresentou a sua palestra feita no 14º SIAC, detalhada a partir da pág. 22 desta edição da Financeiro. Ao final do evento, o debate entre os palestrantes foi conduzido por Cleber Martins, de Coordenações de Operação da ACREFI. Ao recepcionar os convidados, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, fez um breve balanço das atividades da associação em 2019, período em que tivemos a oportunidade de realizar 16 eventos, com a presença de mais de 2.500 pessoas, sobre assuntos que movimentaram o mercado financeiro, como Cadastro Positivo, Open Banking, Educação Financeira, Fraude Cibernética, Lei Geral de Proteção de Dados e Compliance.
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HILGO GONAÇALVES Presidente da ACREFI
Hilgo também aproveitou o momento para reforçar as recentes previsões divulgadas pela ACREFI. O PIB, que deve fechar 2019 com alta de 1,20% e crescimento previsto de 2,30% em 2020. Já a estimativa para o Crédito de Recursos Livres este ano terá de alta de 14% (pessoa física) e de 9% (pessoa jurídica). Fechando o pacote dos números, o Crédito Total no Sistema Financeiro Nacional em 2019 atingirá evolução de 8%. “Um dos fundamentos para crescimento do País é o crédito, que, aliás, está sendo domado de maneira mais consciente pelo consumidor, gerando menor inadimplência”, afirmou o presidente da ACREFI. Antes de passar a palavra aos palestrantes, ainda agradeceu à Tecnobank, em nome da sua analista de marketing sênior, Fernanda Souza, pelo patrocínio do evento.
FUTURO PRÓSPERO E CONSCIENTE
CÉLIO MARCOS LOPES Membro do Conselho de Administração das Lojas Marisa
Alinhado ao perfil otimista da ACREFI, Célio Marcos Lopes, do Conselho de Administração das Lojas Marisa, disse que o Brasil está em um ciclo positivo, favorável aos investimentos, independentemente das condições políticas. “O País está melhorando, mesmo que devagarinho e a baixos patamares esperados. Para quem não notou, o PIB cresce há 11 trimestres consecutivos, o consumo das famílias aumenta há 10 trimestres consecutivos, as taxas de juros atingiram seu menor patamar histórico, não temos pressão inflacionária, e, como anunciou o Hilgo, a evolução do Crédito de Recursos Livres para pessoas físicas deve fechar o ano em 14%”, enumerou Lopes. Na sua avaliação, esse ciclo pode ganhar ainda novos impulsos. Os avanços previstos na agenda positiva do Banco Central devem gerar ganhos para a sociedade e para o setor de serviços financeiros. Entre essas ações estão a liberação do Cadastro Positivo, a expansão das fintechs, a liberação das Sociedades de Crédito Direto (SCD) e das Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), a implantação do Open Banking, a redução do Crédito Compulsório, a implementação dos pagamentos instantâneos e a segurança prevista na Lei Geral de Proteção de Dados. “Ou seja, temos pela frente um futuro próspero e consciente, em relação à situação econômica do País”, prevê Lopes.
REFLEXO POSITIVO NA ECONOMIA
FILIPE PONTUAL Diretor Executivo da ABECIP
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As perspectivas do Crédito Imobiliário para 2020, de acordo com Filipe Pontual, da ABECIP, também são bastante favoráveis. Entre os principais números apresentados aos
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VIVIANE VARANDAS
MARCEL SOLIMEO
Diretora de Atendimento ao Cliente da Kantar Insights
Economista da Associação Comercial de São Paulo
convidados da ACREFI, a expectativa de fluxo com novas operações é de R$ 132 bilhões – valor para financiar especialmente imóveis para consumidores de baixa renda. Nos financiamentos para aquisições de pessoas físicas, a previsão de crescimento de cerca de 26%, quase R$ 56 bilhões. “No somatório final, é possível perceber o ambiente melhorando rapidamente, com a expansão do crédito imobiliário atingindo o Brasil todo. Quando todos esses novos empreendimentos, que estão sendo lançados em São Paulo, por exemplo, transformarem-se em obras, em questão de pouco tempo, reverterão em aumento dos empregos, da renda e, até mesmo, da expectativa das pessoas. Isso trará um reflexo positivo na economia em 2020 e nos próximos anos”.
VAREJO CRESCE JUNTO COM O PIB EM 2020 No setor do varejo, segundo o economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a recuperação está acontecendo, mas em um ritmo mais lento que o desejável. Embora tenha sido o varejo o responsável por começar a puxar o PIB este ano, ele deve voltar a contribuir com a evolução do
PIB em 2020, juntamente com investimentos derivados das privatizações e das parcerias público-privadas. “Um dos fatores que explicam isso é a inflação baixa. Ela não só garante o nosso poder de compra como também permite ao Banco Central praticar uma política consistente da queda da taxa de juros”, afirmou Solimeo. Além da inflação sob controle, tivemos a expansão do crédito e dos prazos de financiamento também influenciados pela queda da taxa de juros. O aumento do poder de compra, decorrente de uma inflação mais baixa, permitiu um crédito mais barato, com prazos mais longos. Isso permitiu uma recuperação das vendas, inclusive no setor de veículos. “O importante é que a taxa de juros deve se manter em um patamar baixo por um bom tempo”, prevê o economista da Associação Comercial de São Paulo. O Índice de Confiança do Consumidor, elaborado pela ASCP, vem se aproximando da faixa neutra, depois de um longo tempo negativo, com uma expectativa de melhora nos próximos seis meses. “A nossa projeção para o varejo restrito é terminar o ano acima de 1,4%, mas já em março poderemos ter uma taxa de crescimento próximo de 2,4% e esperamos fechar 2020 com 3%, antecipou o economista. f
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E você?
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fgc.org.br financeiro#118 novembro-dezembro 2019
CIDADANIA
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DECISÕES FINANCEIRAS CADA VEZ MAIS CONSCIENTES Mutirão promovido pelo BC e pela Febraban compartilha conhecimento e facilita a renegociação de dívidas com instituições bancárias Fotos: Moacir Góis/Febraban
E
ntre os dias 2 e 6 de dezembro, o Banco Central e a Febraban realizaram a Semana de Negociação e Orientação Financeira. A iniciativa faz parte da Agenda BC# e busca promover ações coordenadas de educação financeira. O movimento, que contou com a participação de 261 agências bancárias das capitais (Bradesco, Banrisul, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander), procurou facilitar também a renegociação de dívidas. Segundo Roberto Campos Neto, presidente do BC, o acontecimento contribui para que os brasileiros tomem decisões financeiras mais conscientes e bem-informadas quanto à sua vida financeira, além de buscar um futuro melhor, realizar sonhos e se proteger de emergências. “As instituições financeiras possuem uma ampla capacidade de comunicação e conhecimento de seus clientes. Com a parceria, temos a possibilidade de levar ações de educação financeira a 144 milhões de pessoas”, afirmou. Para Murilo Portugal, presidente da Febraban, o mutirão procurou compartilhar informações relacionadas à educação financeira e facilitar o acesso ao crédito, de forma responsável. “O sistema bancário brasileiro tem todo o interesse de participar desse tipo de desafio”, completou Portugal, ressaltando ainda que a Febraban também
tem promovido uma série de projetos voltados à cidadania financeira. Outros projetos no radar do ACT (Acordo de Cooperação Técnica) do BC são o desenvolvimento de uma plataforma virtual de educação financeira, com um site e um aplicativo voltados ao assunto, e a implantação de um Índice de Saúde Financeira, que poderá auxiliar tanto o governo quanto a iniciativa privada no desenvolvimento de iniciativas relacionadas ao tópico. Ainda no âmbito do ACT, está em estudo a criação de uma espécie de programa de milhagem financeira dentro da plataforma virtual. A ideia é conceder uma pontuação a cidadãos que participem de cursos de educação financeira, e que ela possa resultar em menor custo quando da contratação de serviços em uma instituição financeira, por exemplo. f
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MEMÓRIA
Fotos: Divulgação
40 ANOS DA LEI RENATO FERRARI A FENABRAVE homenageia seu ex-presidente, grande responsável pela legislação que tornou mais equilibrada a relação entre os fabricantes de veículos e seus distribuidores
N
o dia 28 de novembro, Alarico Assumpção Júnior, presidente da FENABRAVE, organizou uma justa homenagem ao ex-presidente da entidade, Renato Ferrari, falecido em 2013. O motivo do evento foi a celebração dos 40 anos da Lei 6.729/79, mais conhecida como Lei Renato Ferrari. Em 1979, o Presidente João Batista Figueiredo promulgava a lei que, pela primeira vez, na história do setor automotivo brasileiro, tornava mais equilibrada a relação entre os fabricantes de veículos e seus distribuidores. Na época, à frente da FENABRAVE, Renato Ferrari liderou esse movimento que até então parecia impossível de ser acordado. Em seu discurso no evento, Alarico lembrou: “Como todos sabem, Renato Ferrari dedicou vários anos de sua vida na luta pela aprovação da lei 6.729. Incansável e obstinado, mas, acima de tudo, centrado e consciente de que o
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pleito da FENABRAVE era legítimo. Por isso, o Dr. Ferrari merece todas as honras por parte desta federação”. Mais adiante, o atual presidente da FENABRAVE ainda destacou: “A lei Renato Ferrari é a nossa força, pois ALARICO ASSUMPÇÃO JÚNIOR tudo teria sido muito Presidente da FENABRAVE difícil, durante essas quatro últimas décadas, não fossem o trabalho árduo e o esforço desmedido do nosso querido amigo”. E completou: “A FENABRAVE tem concentrado esforços em ações que visam preparar o nosso setor para mudanças em nosso modelo de negócios, desenvolvendo estudos, como o realizado pelo ICDP que, em breve, todos receberão”. f
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Apoie a requalificação do Centro de São Paulo. Associe-se à Viva o Centro.
Associação Viva o Centro
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A Associação Viva o Centro é reconhecida como Entidade de Utilidade Pública pelos governos do Município de São Paulo, do Estado de São Paulo e Federal (DOU de 10/03/2000) e como Entidade Ambientalista, Entidade Promotora de Direitos Humanos e Instituição Cultural pelo Governo do Estado de São Paulo.
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DIVERSIDADE DANIELA DINIZ*
POR QUE AS MULHERES NÃO AVANÇAM? Os três grandes erros que emperram a carreira das mulheres no mundo corporativo
H
á pelo menos 15 anos, o tema “diversidade de gênero” entrou na pauta estratégica das melhores empresas para trabalhar. Algumas – especialmente as multinacionais – tratam da questão há mais tempo. Outras abraçaram o tema apenas nos últimos anos. De toda forma, o avanço das mulheres no cenário corporativo tem sido muito lento. De 2007 para 2018, aumentamos de 5% para 10% a participação de mulheres em cargos de CEOs entre as 150 Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil. Ou seja, 90% das melhores organizações do País são ainda comandadas por líderes masculinos. Numa toada ainda mais desanimadora, a participação das mulheres em cargos de gestão vem encolhendo nos últimos anos. Em 2019, 45% das lideranças nas melhores empresas são ocupadas por mulheres, contra 48% no ano passado e 47% em 2017. Não se esqueça de que esta ainda é uma realidade das empresas que trabalham a favor da igualdade de gênero e estão posicionadas como benchmark em práticas de gestão de pessoas. A realidade brasileira ainda é (muito) mais discrepante. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgados neste ano, a participação feminina em cargos de liderança nas empresas também vem diminuindo. Em 2016, 37,8% dos cargos gerenciais no País eram ocupados por mulheres. Em 2012, a participação feminina correspondia a 40% nestas posições. A sensação é que empacamos. Por mais que o discurso cresça e, aparentemente, ganhe força nas organizações, as estatísticas não são favoráveis. Por quê? Porque cometemos (homens e mulheres) três grandes erros quando se trata de defender a ascensão de mulheres em cargos de liderança:
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ERRO 1 10% DE REPRESENTATIVIDADE JÁ ESTÁ DE BOM TAMANHO Este é o primeiro grande erro que notamos (e às vezes até corremos o risco de aceitar) quando olhamos para as estatísticas femininas dentro das organizações. De acordo com uma pesquisa recente da Mckinsey, aproximadamente 50% dos homens acreditam que as mulheres estão bem representadas na liderança quando há apenas uma em cada 10 líderes sêniores na empresa. Em número menor, mas muito significativo, as mulheres também acabam concordando com essa análise. Para 30% delas, ter uma representante entre 10 na liderança está de bom tamanho. Se a maior parte dos funcionários da empresa não enxerga que há alguma coisa errada neste número, o avanço feminino na liderança torna-se praticamente impossível. Afinal, ao aceitar esse percentual como satisfatório, paramos de promover a reflexão sobre o tema – extremamente importante – no cenário corporativo. Como resultado, os números não sobem e o cenário se repete. 10% não é metade, portanto, não é suficiente quando falamos em equidade de gênero.
ERRO 2 AS MULHERES DEIXAM A CARREIRA POR CAUSA DA FAMÍLIA Quantas vezes você já ouviu (ou repetiu) essa frase? Ao acreditar na “naturalidade” da evasão de mulheres das organizações, você está cruzando os braços para a mudança do status quo. Não, não é (mais) “natural” que as mulheres abandonem suas
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carreiras para cuidar da família. Já foi até pouco tempo atrás. De 1920 até 1955, por exemplo, mulheres casadas estavam impedidas de trabalhar em período integral em cargos do Governo Federal no Canadá. No Brasil, até a criação do Estatuto da Mulher Casada, editado em 1962, a mulher brasileira só poderia trabalhar mediante autorização do marido. Naquele tempo, poderíamos entender que a fuga de mulheres do mercado de trabalho era sim algo “natural”, consequência do padrão da sociedade da época. Hoje, não. Mas carregamos esse passado conosco e repetimos, com naturalidade, que isso faz parte da vida. Segundo a mesma pesquisa realizada pela Mckinsey no ano passado, 80% das mulheres que pensam em deixar suas empresas estão buscando outro lugar no mercado de trabalho. Apenas 2% (mesma porcentagem entre os homens) pretendem abandonar a carreira para focar na família. Importante ressaltar que tanto mulheres quanto homens têm o direito de optar por ficar em casa e cuidar da rotina doméstica e da família. Só não vale mais associar esse tipo de trabalho à natureza feminina. Se algumas mulheres ainda optam por esse caminho deve ser pelo livre arbítrio e não como consequência do seu gênero. Acreditar que existe um “destino feminino” que a jogará para fora do mercado de trabalho é, mais uma vez, dar de ombros para a discussão sobre equidade de gênero dentro das organizações e contribuir para que o cenário corporativo não mude de identidade.
ERRO 3
AS MULHERES NÃO TÊM AMBIÇÃO Algumas correntes afirmam que a ambição feminina é diferente da ambição masculina. Para alguns defensores desta teoria, a mulher se satisfaz com um lugar “menor” ou de menos destaque para que consiga dar conta de outros papéis que para ela são tão ou mais importantes, como a casa, o marido, os filhos e os próprios pais. Novamente, ao acreditar nessa teoria, você volta a colocar a mulher dentro da concha doméstica, enterrando de vez as possíveis políticas e práticas da companhia voltadas ao progresso da carreira feminina. Afinal, se a mulher “busca menos” por que vou lutar para que ela tenha mais? Acontece que este é outro grande equívoco. Pes-
quisas recentes mostram que as mulheres têm ambição profissional sim. Buscam um lugar maior sim. E lutam por salários igualitários e promoções justas. A começar pela própria formação. De acordo com o National Center of Education, braço do Instituto de Ciências da Educação do Departamento de Educação dos Estados Unidos, as mulheres representam atualmente 57% dos graduados nas faculdades. No Brasil, não é diferente. Tomando por base a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo em 2016, as mulheres somam 23,5% e os homens, 20,7%, segundo o IBGE. Ou seja, elas são mais bem preparadas e buscam entrar no mercado de forma competitiva e lutar de igual para igual para um lugar de destaque no seu ambiente de trabalho. O problema é que, ao ingressar no mundo profissional, elas encontram barreiras reais e outras invisíveis que as impedem de subir mais degraus. Podemos destacar vários destes obstáculos, como as jornadas duplas que ainda pesam mais sobre as mulheres, a falta de orientação e apoio dos seus superiores sobre crescimento na carreira, a dificuldade de se relacionar na arena política da empresa (lugar em que os homens se saem melhor pelos anos de história à frente) e a falta de um networking poderoso. Em todos esses pontos, a empresa (por meio de políticas, práticas e condutas) pode interferir. É possível repensar as jornadas de trabalho, adotar programas de mentoring voltados a esse assunto, orientar a liderança a estimular a reflexão sobre o crescimento na carreira e promover ações de relacionamento. Existe, porém, uma barreira mais alta que – se não vencida – transforma toda e qualquer prática a favor da igualdade de gênero em inutilidade corporativa. Trata-se da mudança da nossa mentalidade. Se continuarmos aceitando que: 1) 10% de mulheres na liderança é suficiente; 2) mulheres deixam mesmo as empresas para cuidar da família; e 3) elas não têm ambição, seguiremos empacados na luta pela equidade. Para mudar esses números, é preciso mudar nosso modelo mental e derrubar nossos próprios préconceitos que nos carregaram até aqui. Do contrário, qualquer discurso a favor do chamado empoderamento feminino soará como palavras ao vento. Vazio. f
(*) Daniela Diniz é diretora de conteúdo e eventos do Great Place to Work Brasil.
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PAINEL B3
FINANCIAMENTOS DE VEÍCULOS TÊM O MAIOR VOLUME EM OUTUBRO DESDE 2014 Com mais de 569 mil unidades financiadas, 2019 tem o maior volume de financiamentos – considerando autos leves, motos e pesados –para um mês de outubro desde 2014, quando foram vendidos a crédito 579 mil veículos As vendas financiadas de veículos em outubro de 2019 somaram 569,4 mil unidades, entre novas e usadas, incluindo autos leves, motos e pesados. Esse número representa um aumento de 14,9% em relação a outubro de 2018 e engloba veículos novos e usados em todo o País. Desse total, 211,7 mil representam veículos novos – 11,2% a mais do que em outubro do ano passado – e 357,7 mil, de usados, alta de 17,3% na mesma base de comparação. Considerando apenas autos leves, os financiamentos de usados cresce-
ram 16,4% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já os financiamentos de autos leves 0km acumularam alta de 4,6%, na mesma base de comparação. Os números são da B3, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), a maior base privada do País, que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo o Brasil.
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508.488 unidades
VOLUME DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS (OUTUBRO 2019)
305.067
319.206
569.463
189.282
190.391
set/19
unidades Novos: 211.706
495.458 unidades
out/18 VARIAÇÕES
Usados: 357.757
Novos + usados
Novos
Usados
out/19 x out/18 = 14,9 % out/19 x set/19 = 12,0%
out/19 x out/18 = 11,2% out/19 x set/19 = 11,8%
out/19 x out/18 = 17,3% out/19 x set/19 = 12,1%
Entre os automóveis leves, as vendas a crédito de zero quilômetro atingiram 126 mil unidades em outubro de 2019, alta de 4,6% sobre outubro de 2018; já as vendas financiadas de leves usados registraram crescimento de 16,4% na mesma base de comparação e somaram 325,5 mil unidades.
2 VOLUME DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS POR CATEGORIA (OUTUBRO 19) Novos
Usados
AUTOS LEVES
2019 OUTUBRO
325.525
MOTOS
2019 OUTUBRO
71.449
17.243
PESADOS
2019 OUTUBRO
13.221
14.161
Novos + usados – 451.514
Novos + usados – 88.692
Novos + usados – 27.382
SETEMBRO
SETEMBRO
SETEMBRO
288.945
60.746
15.044
12.173
14.465
Novos + usados – 404.272
Novos + usados – 75.790
Novos + usados – 26.638
2018
2018
2018
OUTUBRO
120.485
279.564
OUTUBRO
59.345
13.173
OUTUBRO
9.773
11.562
Novos + usados – 400.049
Novos + usados – 72.518
Novos + usados – 21.335
VARIAÇÕES
VARIAÇÕES
VARIAÇÕES
Out/19 x Out/18 =16,4% Out/19 x Set/19= 12,7% Novos + Usados Out/19 x Out/18 = 12,9% Out/19 x Set/19 = 11,7%
Out/19 x Out/18 = 30,9% Out/19 x Set/19= 14,6% Novos + Usados Out/19 x Out/18 = 22,3%= Out/19 x Set/19= 17,0%
Out/19 x Out/18 = 22,5% Out/19 x Set/19= 2,1% Novos + Usados Out/19 x Out/18 = 28,3% Out/19 x Set/19= 2,8%
Novos Out/19 x Out/18 = 4,6% Out/19 x Set/19= 9,2% Usados
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Novos Out/19 x Out/18 = 20,4% Out/19 x Set/19= 17,6% Usados
Novos Out/19 x Out/18 = 35,3% Out/19 x Set/19= 8,6% Usados
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3 MODALIDADES DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS (AGOSTO 2019) 11,5
0,4 0,7
Período
CDC
Consórcio
Leasing
Outros
Total
Outubro/2019
497.363
65.621
2.418
4.061
569.463
Outubro/2019
423.628
62.991
4.118
4.721
495.458
Setembro/2019
444.237
57.069
3.547
3.635
508.488
*Os dados referem se a todas as categorias de veículos (autos leves, motos e pesados)
CDC CONSÓRCIO
CDC Out/1 9 X Out /1 8 = 17,4% Out/19 X Set/19 = 12,0 %
LEASING OUTROS
87,3
VARIAÇÕES
Consórcio Out/19 X Out/18 = 4,2% Out/19 X Set/19 = 15,0 %
Leasing Out/19 X Out/18 = 41,3% Out/19 X Set/19 = 31,8 %
O CDC continua sendo a categoria de financiamento mais utilizada pelos consumidores, com 87,3% de participação.O Consórcio apresentou leve alta, com aumento de 4,2% na preferência dos consumidores em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2018. A participação dos Consórcios no universo de financiamentos em setembro foi de 11,5% do total.
4 FINANCIAMENTO POR TEMPO DE USO (AUTOS LEVES) - OUTUBRO 2019 Total Geral
Milhares de unidades
451,5
400,0
OUT/2019
OUT/2018
até 3 anos Seminovos
Novos
126,0
de 4 a 8 anos Usados Jovens
161,6 120,5
OUT/2019 OUT/2019
76,3
de 9 a 11 anos Usados Maduros
150,4 67,4
65,0
OUT/2019 OUT/2019
+12 anos Velhinhos
OUT/2019 OUT/2019
49,4
20,2
OUT/2019 OUT/2019
14,8
OUT/2019 OUT/2019
Em relação a faixa de uso, entre todos os leves comercializados a crédito em outubro de 2019, 125.989 são zero quilômetro, 76.34 5 têm até três anos de uso e 161.617 de unidades somam entre quatro e oito anos de uso.
5 PRAZO MÉDIO DE FINANCIAMENTO POR TEMPO DE USO – AUTOS LEVES (MESES) – AGOSTO 2019 Novos
até 3 anos
seminovos
até 4 a 8 anos
usados jovens
até 9 a 12 anos
usados maduros +12 anos
velhinhos
Novos
38,2
44,3
44,4
42,8
38,1
Total Geral
42,1
43,1
OUT/2019
OUT/2019
até 3 anos
seminovos
até 4 a 8 anos
usados jovens
até 9 a 12 anos
usados maduros +12 anos
velhinhos
40,2
44,8
44,9
43,3
39,1
O prazo de financiamentos para automóveis leves aumentou em relação a outubro de 2018, para 43,1 meses. O maior prazo para crédito foi observado entre os autos seminovos e usados com 4 a 8 anos de uso, com 44,9 meses.
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ARTIGO NICOLA TINGAS*
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Inflação em declínio e estável em baixo patamar, entre 3,5% e 3,0% pelo menos até 2020;
Juros nominais (taxa SELIC) de 5,0% atualmente e provável redução para 4,5% em dezembro de 2019; portanto, juros reais (descontada a inflação do período) em mínimo patamar histórico;
RECUPERAÇÃO CÍCLICA DA ECONOMIA
A
economia brasileira indica melhor ritmo de crescimento. A expansão do PIB 2019 passou a ser projetada entre 1,0% e 1,2%. Melhor ainda é a expectativa de continuidade dessa aceleração do PIB em 2020 para 2,0% a 2,5%. Confirmada essa trajetória, o impulso na "recuperação cíclica" da economia poderá elevar o PIB até o patamar de 3,0% em 2021. Contudo, a incerteza sobre avanços na agenda econômica no ano eleitoral de 2020 e os riscos internacionais são fatores de manutenção ou frustração dessas projeções. Atualmente, prevalece o "cenário otimista" de maior expansão do PIB. Os principais vetores e riscos dessa retomada na economia são:
(*) Nicola Tingas é consultor econômico da ACREFI. Artigo enviado em 6.12.2019
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Processo de "transformação do SFN" incentivado pelas ações do Banco Central do Brasil, que tem resultado em importantes mudanças no sistema de pagamentos, ampliação da oferta de Crédito, maior competição, redução de custos, melhor atendimento e produtos financeiros para o consumidor, e maior difusão e esforço de educação financeira da sociedade em geral;
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Continuam, embora gradual, a recuperação no emprego de carteira assinada (CAGED) e a queda do desemprego informal (PNAD) pela busca de alternativas de renda a partir de "microempreendorismo" e da criação de pequenas empresas, gerando um "efeito formiga" que amplia o fluxo de atividade na economia, propiciando melhora das expectativas e da confiança com reflexo na retomada do consumo, ampliado pela maior oferta de crédito;
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Vendas do comércio varejista têm confirmado aceleração neste quarto trimestre de 2019 e vendas expressivas na"black friday" projetando o maior faturamento em 10 anos. Também há estimativa do comércio de que este será o melhor Natal dos últimos anos;
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A construção residencial ganhou escala ao longo do ano, motivada pela crescente oferta de crédito imobiliário com taxas decrescentes, gerando reaquecimento das contratações de trabalhadores da construção civil;
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Nada indica, apesar dos riscos citados acima, que nos próximos meses essa trajetória de melhores expectativas e de retomada econômica seja revertida. Mas, devemos ficar atentos para precificar esse otimismo crescente. Por outro lado, devemos monitorar algum importante risco inesperado, tanto internacional como doméstico. f
Ponto de Criação Foto: Maurício Nahas
SONHAR
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Kaike, paciente do GRAACC, com Reynaldo Gianecchini
CERCA DE 70% DE CURA, 90% DE PACIENTES DO SUS E REFERÊNCIA NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTIL COM A AJUDA DE MUITA GENTE, AMPLIAMOS O NOSSO HOSPITAL E AS CHANCES DE RECUPERAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER. NOSSO ORGULHO É PODER MOSTRAR A CADA DOADOR QUE SUA CONTRIBUIÇÃO É INVESTIDA COM MUITA RESPONSABILIDADE PARA OFERECER AOS PACIENTES, COMO O KAIKE, UM TRATAMENTO DIGNO, HUMANO E COMPARADO AOS MELHORES DO MUNDO. JUNTE-SE A NÓS! SEJA UM DOADOR.
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1991
1998
2013
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