EDIÇÃO
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SETEMBRO - OUTUBRO
BRASIL: AVANÇOS, DESAFIOS E EXPECTATIVAS Especialistas analisam as conquistas do País e os desafios a serem superados HILGO GONÇALVES . MICHAEL C. BUSH . J.R. MENDONÇA DE BARROS . FERNANDO SCHULER . EMY SHAYO . VIVIANE VARANDAS
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SAC 0800 727 9977 SAC Deficiência Auditiva ou de Fala 0800 722 0099 Ouvidoria 0800 727 9933 Centrais de Relacionamento Dúvidas e Solicitações sobre Financiamentos de Veículos Capitais ou Regiões Metropolitanas 4004 4433 Demais Localidades 0800 722 4433
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EDITORIAL
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HILGO GONÇALVES Presidente da ACREFI
MERCADO FINANCEIRO VIVE UM MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO
O
mercado financeiro está vivendo um grande momento de transformação cultural, liderado pelo Banco Central, cuja estratégia está muito clara através da agenda BC#. Um exemplo dessa situação é a implantação do Cadastro Positivo em definitivo, que entrará em pleno funcionamento ainda este ano, trazendo inúmeros benefícios para a sociedade, como a inclusão de mais de 20 milhões de cidadãos, um grande número de pequenas empresas, aumento da competitividade, maior volume de crédito, redução da inadimplência e das taxas de juros. Outras iniciativas merecem também toda a nossa atenção, pois trazem mais segurança a todos. Destacamos o movimento da cidadania financeira(www.cidadaniafinanceira.bcb.gov. br); a entrada em vigor da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), sobre o qual a ACREFI publicou o guia de conduta (http://www.acrefi.org. br/biblioteca/Livros/guia-de-conduta-lgpd.pdf); os passos para implantação do Open Banking; as iniciativas da Febraban com o lançamento do livro “Como fazer os juros serem mais baixos no Brasil” (https://portal.febraban.org.br). Temos também o movimento do Papo Reto, de educação financeira; e o aumento da competitividade no setor financeiro por meio das fintechs. Todas essas medidas fundamentam este grande momento de transformação para melhorar a experiência dos clientes e também para que o crescimento da economia seja sustentável. A ACREFI apoia todo este movimento e in-
clui em todas as suas iniciativas o compromisso de medidas sustentáveis para o sistema e também o compartilhamento de conhecimento. Nessa linha, destacamos a realização no próximo dia 12 de novembro, em São Paulo, do 14º Seminário Internacional da ACREFI (www.siac.org.br). Aberto ao público e sem custo para os participantes (embora com vagas limitadas), o tradicional evento contará mais uma vez com importantes especialistas, que com seu conhecimento nos ajudarão a enxergar melhor o cenário político e econômico do Brasil e do exterior. Iniciativas como essas são fundamentais e mostram na prática a importância de assumir o protagonismo. Há muito mais sendo feito no setor, como as ações para melhorar a experiência do cliente, que incluem treinamento das equipes de atendimento, ampliação dos canais de acesso, segurança da informação e respeito no tratamento aos que buscam por crédito. Estamos, portanto, buscando fazer a nossa parte. Nós, da ACREFI, acreditamos que o momento é muito desafiador e, ao mesmo tempo, repleto de oportunidades. Temos certeza de que, atuando sempre focados na melhor experiência para os colaboradores e para os clientes, teremos resultados mais sustentáveis e, dessa forma, daremos nossa importante colaboração para que o sistema financeiro cumpra o seu papel fundamental para o crescimento sustentável do Brasil. f
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CONFIAMOS TANTO NO BRASIL QUE COLOCAMOS ELE NO NOSSO NOME. B3. BRASIL BOLSA BALCÃO. A B3 é a Bolsa do Brasil. Isso significa que estamos sempre prontos para ajudar o mercado a tomar a melhor decisão pensando no futuro. No nosso e do País. Afinal, quando o Brasil cresce, todo mundo cresce junto com ele.
acesse: b3.com.br financeiro#117 setembro - outubro 2019
SUMÁRIO
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EDIÇÃO # 117
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António Guterres
Inger Andersen
Candido Bracher
Ana Botin
EDITORIAL
SEMINÁRIO INT ERNACIONAL E sp e c ial i s t as di s cu tem o s de saf i o s do Brasi l
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MANUAL LGPD
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SUST ENTABILIDADE
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AR T IG O
Mel h o re s p rát i c as para o b o m relac i o nam en to c o m o re g u lado r
13 0 i n s t i tu i ç õ e s f i nan c ei ras aderem ao s Pri n c í p i o s de R e sp o n sab i l i dade B an c ária da O N U
A f f o n s o C el s o Pas to re “ Em de f e sa do c o n t ro l e do s gas to s p úblic o s”
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PR OJE TO VOLUNTARIAD O
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FINANCEIR A S
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PAINEL B3
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A CR EF I e CI EE u n i do s na f o rmaç ão de jo ven s
C o n g re s s o da F EN AU TO di s cu te avan ç o s n o s e to r de c ré di to
F i nan c iam en to de veí cu l o s c re s c em 5,4 % em ag o s to
PAL AVR A FINAL Nicola TIngas
Marcelo Gallo, Cleber Martins, Cintia Falcão e Luiz Gustavo Coppola
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ASSOCIADAS
• AGORACRED S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
• BV FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
• AVISTA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
• CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
• AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • BANCO A.J. RENNER S.A. • BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A. • BANCO CBSS S.A. • BANCO CETELEM S.A. • BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A. • BANCO COOPERATIVO DO BRASIL S.A. BANCOOB • BANCO CSF S.A.
• CARUANA S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • CCB BRASIL S.A. – CRÉDITO, FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS • CREDITAS SOCIEDADE DE CRÉDITO DIRETO • DACASA FINANCEIRA S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • ESTRELA MINEIRA CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • FINAMAX S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • FINANCEIRA ALFA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS
• BANCO DAYCOVAL S.A.
• HS FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
• BANCO DO BRASIL S.A.
• GAZINCRED S.A.
• BANCO FIDIS S.A.
• KREDILIG S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
• BANCO GMAC S.A. • BANCO HONDA S.A.
• LECCA CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A.
• BANCO HYUNDAI BRASIL S.A
• LISTO TECNOLOGIA S.A.
• BANCO INTER S.A.
• MERCANTIL DO BRASIL FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS
• BANCO ITAUCARD S.A. • BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A. • BANCO JOHN DEERE S.A. • BANCO JP MORGAN BRASIL S.A. • BANCO DE LAGE LANDEN BRASIL S.A • BANCO LOSANGO S.A. • BANCO PAN S.A. • BANCO PSA FINANCE BRASIL S.A. • BANCO RCI S.A. • BANCO RODOBENS S.A. • BANCO SAFRA S.A. • BANCO SEMEAR S.A. • BANCO TOYOTA DO BRASIL S.A. • BANCO TRIÂNGULO S.A. (TRIBANCO) • BANCO VOLKSWAGEN S.A. • BANCO YAMAHA MOTOR DO BRASIL S.A. • BIORC FINANCEIRA CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A • BMW FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
• MIDWAY S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • NEGRESCO S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS • OMNI S.A. CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • PORTOCRED S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • PORTOSEG S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • REALIZE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • SANTANA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • SANTINVEST S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • SAX S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • SENFF S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • SICREDI VALE DO PIQUIRI ABCD PR/SP • SOCINAL S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • UNICRED DO BRASIL – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS CENTRAIS UNICREDS
• BRB CRÉDITO, FINANCIAMENTO • VIA CERTA FINANCIADORA E INVESTIMENTO S.A.
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EXPEDIENTE
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ISSN 1809-8843
PUBLICAÇÃO DA ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO Rua Líbero Badaró, 425 - 28°andar São Paulo, SP - Tel. (11) 3107.7177 www.acrefi.org.br DIRETORIA BIÊNIO 2018 / 2020 PRESIDENTE Hilgo Gonçalves VICE-PRESIDENTES André de Carvalho Novaes Celso Luiz Rocha João Vitor Nazareth Menin Teixeira Leandro José Diniz Luis Eduardo da Costa Carvalho Rodnei Bernardino Wanderley Vettore DIRETOR TESOUREIRO João dos Santos Caritá Jr. DIRETORES REGIONAIS Edson Tadashi Ueda Elias de Souza Leonardo Lima Bortolini Marcos Teixeira da Rosa Nelson Dias de Aguiar Thiago Rodrigues Urbaneja CONSELHO DELIBERATIVO Érico Sodré Quirino Ferreira Giorgio Rodrigo Donini Hilgo Gonçalves José de Menezes Berenguer Neto Luis Eduardo de Carvalho Roberto Willians Silva Azevedo Rubens Bution CONSELHO FISCAL (EFETIVOS) Domingos Spina José Tadeu da Silva Ricardo Albuquerque Siga a ACREFI nas redes sociais
SUPLENTES Alexandre Teixeira José Garcia Neto Ricardo Kaoru ADMINISTRAÇÃO/ASSESSORIAS SUPERINTENDENTE Carlos Alberto Marcondes Machado RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) CONSULTOR ECONÔMICO Nicola Tingas CONSULTORA JURÍDICA Cintia M. Ramos Falcão CONSULTOR DE REGULAÇÃO E COMPLIANCE Sergio Odilon dos Anjos CONSULTOR DE OPERAÇÕES Cleber Martins AUDITORIA Boucinhas, Campos & Conti Auditores Independentes CONTABILIDADE Conaupro Consultoria e Contabilidade Ltda. ASSESSORIA DE IMPRENSA
PUBLISHER Sergio Tamer EDITORES Theo Carnier Gilberto de Almeida EDITOR ASSISTENTE Gustavo Girotto ARTE Mariela Tiradentes REVISOR Vicente dos Anjos
* As matérias e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.
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BRASIL
Avanços, Desafios e Expectativas
Tradicional evento promovido pela ACREFI reunirá dia 12 de novembro, em São Paulo, especialistas que terão a tarefa de analisar os avanços conquistados pelo País nos últimos anos, além dos principais desafios a serem superados
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contagem regressiva já começou! Estamos cada vez mais próximos da 14ª edição do SIAC, um dos mais importantes e tradicionais eventos do setor de crédito, que acontecerá dia 12 de novembro, no Renaissance São Paulo Hotel. Para o encontro deste ano, a ACREFI selecionou especialistas que vão analisar e comentar os avanços significativos que conquistamos nos últimos anos, bem como os principais desafios que ainda deveremos superar, sem perder de vista as expectativas dos brasileiros e a esperança das futuras gerações. Essa instigante tarefa será cumprida por cinco profissionais de referência, tanto do ponto de vis-
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ta acadêmico quanto corporativo: o economista José Roberto Mendonça de Barros; o cientista político Fernando Schüler; Emy Shayo, estrategista para a América Latina e o Brasil do JP Morgan; Michael Bush, CEO Global do Great Place to Work (GPTW); e Viviane Varandas, diretora de Atendimento ao Cliente da KANTAR Insights Brasil. À frente do evento, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, um reconhecido entusiasta dos debates que envolvem temas relacionados ao desenvolvimento nacional e à sustentabilidade do sistema financeiro. Na mediação do seminário, a jornalista Christiane Pelajo.
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Como anfitrião, Hilgo Gonçalves, ao saudar os mais de 600 convidados do SIAC, terá a oportunidade de reforçar sua mensagem de otimismo no Brasil. Afinal, este ano estamos diante de importantes avanços alcançados, como a aprovação do Cadastro Positivo, a Reforma da Previdência, o início das negociações da Reforma Tributária, a redução da taxa de juros e as vantagens geradas pela Agenda BC#. No âmbito da ACREFI, temos o Programa de Voluntariado criado em parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), por meio do qual centenas de jovens aprendizes estão sendo treinados, qualificados e certificados, como foco em educação financeira, para atuar no atendimento de clientes em correspondentes bancários.
MUDANÇAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS ESTÃO CRIANDO NOVOS DESAFIOS Ainda na linha das conquistas impulsionadas pela ACREFI, Hilgo deve lembrar a recente premiação, em parceria com o GPTW, do ranking das Melhores Empresas para Trabalhar – Instituições Financeiras, dia 8 de outubro, quando foram reconhecidas 34 empresas, em quatro categorias (bancos, cooperativas de crédito, financeiras e serviços financeiros). Para mostrar a força dessa inciativa, o 14º SIAC traz como palestrante Michael Bush, CEO Global do GPTW. Entre os conceitos GPTW que difunde, Bush diz que “as organizações são capazes de maximizar o potencial humano por meio da eficácia da liderança, de valores significativos e de uma cultura na qual todos os funcionários possam vivenciar altos níveis de confiança”. Em outro ensinamento, afirma: “mudanças sociais e tecnológicas estão criando novos desafios e oportunidades para que as instituições atraiam os melhores talentos e conquistem clientes. Mais pessoas, de origens diversificadas, estão se expressando e sendo ouvidas”. Já perceberam que o nosso próximo SIAC será, novamente, um espaço em que a ACREFI compartilhará conhecimento.
MODELOS ECONÔMICOS SUSTENTÁVEIS DAQUI PARA A FRENTE Ao analisar os avanços, os desafios e as expectativas Brasil, o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Associados, terá chance de comentar melhor, por exemplo, sua recente manifestação no Estadão em que diz que o País precisa fazer uma reflexão sobre quais modelos econômicos serão sustentáveis daqui para a frente, especialmente em um cenário de abertura da economia, evidenciado pelo acordo entre Mercosul e União Europeia. O economista vai mais além, lembra que São Paulo tem uma lição de casa a fazer: analisar se as indústrias que sofreram com a crise têm condições de recuperação e de competição em nível global. Mendonça de Barros destaca ainda que o Estado tem a vantagem de ser um polo de startups de tecnologia, segmento com bom potencial de expansão.
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VEM EMERGINDO NO BRASIL UMA ATUAÇÃO MAIS EXPLÍCITA DO SISTEMA POLÍTICO No campo político, Fernando Schüler, professor titular da cátedra Insper Palavra Aberta, poderá explorar melhor no SIAC sua análise, publicada há poucas semanas na Folha de S.Paulo, de que vem emergindo no Brasil uma atuação mais explícita do sistema político, feita pelos partidos e por políticos, no Congresso, como um tipo especial de corporação. “O novo protagonismo do Congresso tem dessas coisas. Ele é democrático e positivo para a condução de reformas, mas também funciona para a criação de regras de autoproteção do sistema político”, explica Schüler. Ele lembra que tudo isso não é propriamente novo. A novidade é a escala. “Ao longo do ano, vimos o Congresso aprovando uma reserva orçamentária de até 1% para a execução das emendas coletivas ao Orçamento. Depois, a Lei do Abuso de Autoridade, uma das mais explícitas ameaças à liberdade de expressão já criadas no Brasil”, afirmou Schüler, em seu artigo na Folha de S.Paulo.
VEMOS BASICAMENTE UM CICLO VIRTUOSO ACONTECENDO NO BRASIL Menos constante nas mídias, apenas com alguns comentários pontuais e bastante relevantes, Emy Shayo, estrategista do JP Morgan, manifestou-se em entrevista concedida à InfoMoney: “Vemos basicamente um ciclo virtuoso acontecendo no Brasil, onde você tem uma política fiscal mais apertada e uma política monetária mais relaxada”, disse Shayo. “Isso atrai capital externo e faz com que as empresas possam recuperar muito do que perderam em termos de lucro. O crescimento dos lucros das empresas é o principal motor da bolsa.”
EXPECTATIVA DOS BRASILEIROS COM O CENÁRIO POLÍTICO E SOCIAL Profissional bastante respeitada no segmento de pesquisa, Viviane Varandas, diretora de Atendimento ao Cliente da KANTAR Insights Brasil, estará este ano pela primeira vez no SIAC para apresentar os resultados atualizados da pesquisa Perspectiva 2019: Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Político e Social. No levantamento do mesmo estudo, divulgado em julho deste ano, Viviane mostrou que ainda existe uma preocupação natural do brasileiro com a manutenção do seu emprego. “Quando olhamos para o cenário de expectativas enxergamos um aumento dos índices positivos.
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Mesmo assim, a perspectiva dos entrevistados era de que as melhoras se concretizem a médio e longo prazos, não agora. 37% das pessoas acreditavam que a situação do Brasil pode melhorar em 2020 ou 2021; 19% consideravam que o quadro não vai melhorar em três a quatro anos; e apenas 14% pensavam em uma melhora já para o segundo semestre de 2019”, explica Viviane. Vamos aguardar o SIAC para saber qual é a expectativa do brasileiro sobre seu futuro profissional para o mercado financeiro.
Apresentadas algumas opiniões dos palestrantes do próximo 14º SIAC, esperamos contar desde já com a sua presença dia 12 de novembro, no Renaissance São Paulo Hotel. Faça sua inscrição gratuita no link: www.siac.org.br. Até lá!
14º SIAC - SEMINÁRIO INTERNACIONAL ACREFI Data: 12/11/2019 (terça-feira) Horário: das 8h às 13h Local: Renaissance São Paulo Hotel End.: Al. Santos, 2233 – Jardim Paulista – São Paulo, SP
PATROCINADOR DIAMANTE
PATROCINADOR OURO
PATROCINADOR PRATA
REALIZAÇÃO
PATROCINADOR BRONZE
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MANUAL LGPD
LGPD SEM MISTÉRIOS Manual desenvolvido pela ACREFI, em parceria com o Pinheiro Neto Advogados, esclarece os principais pontos da Lei Geral do Proteção de Dados e aponta as melhores práticas para um bom relacionamento com o regulador
B
oa parte do trabalho da ACREFI é dedicado a gerar e compartilhar conhecimento com os associados e com a sociedade. O lançamento do Manual de Boas Práticas para Aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados, em evento exclusivo para associados dia 20 de setembro, na sede da ACREFI, demonstra o interesse e o esforço da entidade para democratizar a informação em torno de um tema tão importante. Ao saudar os convidados via internet, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, lembrou o momento
HILGO GONÇALVES Participa do lançamento do Manual de Boas Práticas para Aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados
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de inovação que o sistema financeiro está vivendo e a necessidade de estarmos cada vez mais empoderados para enfrentar os desafios com maior segurança e assertividade. Hilgo também ressaltou a relevância desse manual, elaborado pelo escritório Pinheiro Neto Advogados e publicado pela ACREFI, para difundir os avanços da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e como as empresas devem se readequar à nova regulamentação. Além disso, ele trouxe um dado da Serasa Experian segundo o qual 85% das empresas declaram que ainda não estão prontas para atender às exigências da Lei de Proteção de Dados Pessoais. “A ACREFI cumpre o seu compromisso e o seu dever de empoderar as pessoas sobre a LGPD. Esse manual tem caráter informativo e não substitui o saber e a atuação dos profissionais dedicados ao Direito”, concluiu Hilgo Gonçalves.
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Fotos: Divulgação
CINTIA FALCÃO Consultora Jurídica da ACREFI
MARCEL LEONARDI Consultor do Pinheiro Neto Advogados
A ideia é desmitificar bastante alguns desses conceitos e esclarecer alguns equívocos cometidos pela imprensa não especializada MARCEL LEONARDI
Em seguida, Cintia Falcão, consultora jurídica da ACREFI, convidou Marcel Leonardi, consultor do Pinheiro Neto Advogados e um dos profissionais responsáveis pela elaboração do manual, para fazer uma breve palestra sobre o atual momento vivido pelas empresas diante dos desafios de se readequar às exigências da LGPD. Segundo Leonardi, um dos objetivos do manual é ajudar o mercado a compreender melhor a proteção de dados. “A ideia é desmitificar bastante alguns desses conceitos e esclarecer alguns equívocos cometidos pela imprensa não especializada. Uma das coisas que a gente mais ouve é se com a nova lei será preciso pedir consentimento para tudo. Na verdade, a lei flexibiliza tudo isso”, explica Leonardi.
A IMPORTÂNCIA DO CRÉDITO PARA A SOCIEDADE Ele ressalta, porém, que o segmento bancário de crédito, o setor financeiro de maneira geral, tem algumas peculiaridades de uma legislação que já rege tudo isso. Ainda mais quando se entende a importância do crédito para a sociedade. “O que não pode passar despercebido é que no Direito brasileiro, o legislador optou por colocar a proteção ao crédito separado, com uma legislação específica, dada a importância que o crédito tem para a nossa sociedade”, esclarece o especialista. “Isso é diferente do sistema europeu. As leis podem ser inspiradas umas nas outras, mas sempre devem ser adaptadas à realidade local.”
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MANUAL LGPD
JORNADA DO MAPEAMENTO DOS DADOS
OLHAR DO REGULADOR
Quais são os desafios que devem ser observados diante da implementação das exigências da LGPD? De acordo com Leonardi, tudo deve começar dentro de casa, com o que se chama jornada do mapeamento dos dados. Consiste em sentar-se com cada área de negócio e perguntar o que de fato cada uma delas faz com os dados pessoais. “Isso pode parecer simplório, mas não é tão simples assim, é preciso entender o que cada área faz, para onde vão os dados, com quem as informações são compartilhadas, quem são os seus parceiros, etc.”, exemplifica. “Um ponto importante é entender que esse processo não começa e simplesmente termina, pois envolve novos andamentos, novos produtos, novos serviços. Ele exige continuidade permanente da operação”, enfatiza Leonardi. “Isso é necessário reforçar porque existem pessoas que acham que a contratação de um serviço externo vai resolver tudo. Não, o trabalho do prestador de serviço começa por ensinar a equipe a fazer tudo isso. Esse é um processo que passa a fazer parte do dia a dia das empresas.”
Na percepção de Leonardi, ainda dentro de casa, é importante entender quais são os tipos de riscos que cada empresa está disposta a correr. Isso porque nada no Direito é uma ciência exata, pois envolve teses ou interpretação. A capacidade de interpretar essas teses está relacionada a um certo consenso. “Quando a gente pensa como será a atuação do regulador, vamos ter uma autoridade, composta por cinco pessoas, que vão dirigir e decidir sobre os rumos da proteção de dados. Quais são esses limites? Como vão interagir com as outras autoridades, Banco Central, CVM, etc.? Se a mesma autoridade olha para quatro ou cinco empresas, do mesmo segmento, elas estão adotando teses completamente diferentes umas das outras. Não é possível que todas estejam corretas”, adverte o consultor do Pinheiro Neto Advogados. Passada a fase da implementação interna, Leonardi recomenda que seria a hora de as empresas deixarem de lado as ambições naturais da concorrência e partirem para um amplo debate a fim de avaliarem se as conformidades relacionadas à proteção de dados pessoais estão no caminho correto. Isso evitaria surpresas com o regulador. “Eu, que vim do Google, em que fiquei por quase oito anos, antes de me juntar ao Pinheiro Neto Advogados, notava muito isso quando tínhamos contato com outras empresas norte-americanas. Em que empresas tão semelhantes, seguem caminhos tão diferentes. Quem está certo? Os dois não podem estar certos. Isso só gera ruído e desgaste”, afirma ele.
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS Uma dificuldade compartilhada por Leonardi com os associados da ACREFI está relacionada, por exemplo, com a atuação dos correspondentes bancários. Eles fazem parte do mesmo grupo? São coisas diferentes? “Já percebemos que existem instituições que têm dificuldade até em definir esses limites. Só por que atuam em meu nome, podem se aproveitar dos consentimentos para uso dos dados do consumidor?”, indaga o consultor. “Frente ao que já foi estudado, a resposta é negativa. Será preciso um contrato separado para trabalhar esse ponto com seus correspondentes. Ou seja, do ponto de vista do consumidor, ele não sabe com quem de fato manteve uma relação comercial”, explica o advogado.
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É IMPORTANTE NÃO TENTAR REINVENTAR A RODA Feito o mapeamento, entendidas quais são as bases legais e definidos os fundamentos que vão justificar o tratamento dos dados, chegou o momento de um dos desafios mais importan-
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tes: a readequação de todos os contratos em andamento. “Não tente reinventar a roda, a metodologia mais simples e inteligente é apresentar ao consumidor apenas um anexo específico do contrato relacionado ao uso de dados pessoais, em vez de refazer um contrato inteiro”, recomenda Leonardi. “A justificativa é muito simples, quando você pede para alguém aceitar alterações de um contrato já existente, abre margem para que o contrato inteiro seja rediscutido. Nessa hora, é importante não tentar reinventar a roda.” Isso nem sempre no setor de crédito é tão simples, pois algumas empresas continuarão sujeitas ao sigilo bancário e às informações regulamentadas por outras normas.
dequação foi doloroso, mas trouxe uma visão mais clara da operação, evitando tantas ineficiências e possibilitando corrigir tantas assimetrias. Essa jornada, que trata da proteção de dados, ajuda a entender o que cada área faz, sem buscar proibições. “Recomendo que as empresas experimentem a sensação de um ceticismo saudável. Não estou falando só de multa. A gente vive hoje uma lógica de economia reputacional, quando o empresário luta no dia a dia para sua marca dar certo. Ele quer ser reconhecido positivamente. E aí, um erro relacionado à proteção de dados pode comprometer a sua imagem na mídia. É obvio que isso ninguém quer”, diz o consultor.
PEQUENOS ERROS SERÃO COMETIDOS
Outro ponto que Leonardi acha importante destacar é que o tratamento dos dados deve gerar inúmeras demandas nas empresas e novas oportunidades de emprego no mercado de trabalho. “Essa é uma nova realidade da qual não se pode correr. Ao desenvolver um produto novo, será necessário, obrigatoriamente, levar em consideração a proteção de dados. Isso já é realidade na Europa, já é realidade nas multinacionais e já começa a ser realidade no Brasil. Isso não é um conhecimento só in house, é um conhecimento da lei que o profissional traz e pode fazer a diferença dentro das corporações”, alerta o especialista.
O que devemos olhar com mais atenção, em termos de adequação à proteção dos dados pessoais? “Eu repito aqui o que tenho ouvido de várias autoridades europeias, em eventos dos quais participei. O importante é a empresa demonstrar a conformidade. Pequenos erros serão cometidos, imperfeições legais serão detectadas, nem todas as cláusulas contratuais atenderão aos critérios da proteção dos dados” lembra Leonardi. No entanto, essas imperfeições não serão imediatamente sancionadas com os responsáveis. “O importante é corrigir, tomar alguma atitude. Porém, quando a autoridade reguladora percebe que a empresa simplesmente abriu mão das suas responsabilidades, sua atuação passa a ser implacável. Pois, o assunto da proteção dos dados pessoais deve ser levado com extrema seriedade”, recomenda o especialista.
ECONOMIA REPUTACIONAL Frente à sua experiência com a alguns clientes, Leonardi admitiu que o processo de rea-
OPORTUNIDADE NO MERCADO DE TRABALHO
OBJETIVOS DO MANUAL O nosso objetivo com essa cartilha foi tentar sensibilizar a liderança, o pessoal envolvido no dia a dia do produto, de que a proteção dos dados pessoais não é um problema que está apenas na cabeça do jurídico ou dos responsáveis pelo compliance. É uma questão que qualquer empresa precisa e na qual deve se engajar. Tentamos com essa cartilha suprir todos esses pontos”, concluiu Marcel Leonardi. f
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SUSTENTABILIDADE
RESPONSABILIDADE BANCÁRIA Bradesco, Itaú Unibanco e Santander estão entre os 130 bancos que se comprometeram com os Princípios de Responsabilidade Bancária, iniciativa liderada pela ONU voltada à sustentabilidade do planeta
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almente partir para a ação. “Não basta mais comprar alguns títulos verdes e anunciar seu compromisso. É preciso fazer mais”, disse. “Estamos muito orgulhosos de assinar os Princípios para Responsabilidade Bancária e de participar dessa coalizão global de granCANDIDO BRACHER Presidente do Itaú Unibanco de importância para a construção de um futuro melhor e mais sustentável”, afirmou Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco. “A responsabilidade pela execução desses compromissos é de nossas áreas institucionais e de negócios, permitindo incorporar as melhores práticas de sustentabilidade em todo o banco. Assim, nossa adesão ao PRB é um passo natural e alinhado à maneira como operamos”, acrescentou Bracher.
Estamos muito orgulhosos de assinar os Princípios para Responsabilidade Bancária e de participar dessa coalizão global de grande importância para a construção de um futuro melhor e mais sustentável. CANDIDO BRACHER
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Fotos: Divulgação
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reço, qualidade e atendimento são condições que costumam encantar os clientes. Mas, atualmente, apenas isso não basta. Tornou-se essencial para o consumidor perceber e vivenciar ações das marcas e das empresas direcionadas à sustentabilidade do planeta. Esse é o contexto em que 40 CEOs de 130 bancos, com US$ 47 trilhões em ativos, se tornaram signatários, dia 22 de setembro, dos Princípios de Responsabilidade Bancária, baseando seus negócios em parâmetros apoiados pela ONU, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas. O evento aconteceu em paralelo à Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O Bradesco e o Itaú Unibanco são os bancos que representaram o Brasil nesse esforço liderado pela ONU. O movimento conta também com o comprometimento de outras instituições financeiras globais, como Santander, Deutsche Bank, BNP Paribas, Citigroup e Barclays. Esse esforço conjunto prevê, por exemplo, que suas carteiras de crédito devam valorizar iniciativas direcionadas a uma economia de baixo carbono, resistente às mudanças climáticas e necessária para limitar o aquecimento global. Outra preocupação é estimular o uso de produtos e serviços voltados à neutraliANTÓNIO GUTERRES dade climática. Secretário-geral da ONU Para António Guterres, secretário-geral da ONU, quando um banco dispõe seus objetivos a essas linhas gerais, a sociedade e o mundo só têm a ganhar. “Criem novos modelos de negócio que permitam essa mudança”, lembrou Guterres. Eric Usher, diretor do UNEP-FI (United Nations Environment Programme Finance Initiative), reforçou a necessidade de não ficar só no discurso e re-
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SUSTENTABILIDADE
Por meio de comunicado distribuído à imprensa, o Bradesco lembrou que foi o representante brasileiro na composição do grupo de 30 instituições financeiras que se dedicaram à construção dos Princípios, desde março de 2018, em aliança com a iniciativa financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). "Um setor bancário que planeja os riscos associados às mudanças climáticas e a ouANA BOTIN tros desafios ambientais pode Presidente do Grupo Santander não apenas conduzir a transição para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima, mas também se beneficiar”, disse Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA. "Quando o sistema financeiro transfere seu capital de setores intensivos em recursos e de alto impacto negativo para aquelas áreas que consideram a Um setor natureza como solução, todos ganham no longo prazo”, completou a executiva.
Ana Botin, presidente do Grupo Santander, afirmou que todos nós – empresas, governos e indivíduos – temos a obrigação de contribuir para superar os desafios globais enfrentados hoje, e o clima é um dos mais importantes. “Para ter um impacto duradouro nas comunidades e no meio ambiente, cada entidade financeira deve unir-se ao esforço comum de mobilização de recursos do setor”, sugeriu Ana Botin. f
bancário que
planeja os riscos associados às mudanças climáticas e a outros desafios ambientais pode não apenas conduzir a transição para uma economia de baixo
INGER ANDERSEN Diretora executiva do PNUMA
Com forte presença no Brasil, o Santander também participou do grupo inicial das instituições financeiras que idealizou o Compromisso Coletivo de Ação pelo Clima. Ao comentar a adesão dos 40 CEOs de 130 bancos aos Princípios de Responsabilidade Bancária,
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carbono e resiliente ao clima, mas também se beneficiar. INGER ANDERSEN
ARTIGO
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AFFONSO CELSO PASTORE*
EM DEFESA DO CONTROLE DOS GASTOS PÚBLICOS
D
e onde vem a crença, manifesta por alguns líderes do País, de que diante de problemas difíceis sempre há soluções fáceis, “sem custos”? Durante anos o país ignorou o crescimento explosivo dos gastos sobre os quais o governo não tem controle – os gastos obrigatórios –, e só evitou que provocassem um crescimento explosivo da dívida pública pelo aumento contínuo dos impostos. Por algum tempo foi possível gerar os superávits primários necessários, mas ignoramos que o crescimento dos impostos afogaria o setor privado – empresários e famílias –, contribuindo para prender o País na armadilha do baixo crescimento. A “festa” continuou até que demos um passo adiante, ainda que insuficiente, com a aprovação do teto de gastos e da reforma da Previdência. Estamos com a renda per capita 9 pontos porcentuais abaixo do pico ocorrido no início de 2014, e a aceleração do crescimento ainda não está à vista. Quando os economistas entram em pânico, recorrem a Keynes, que ensinou que para elevar o PIB de uma economia deprimida existe um remédio universal – o aumento dos gastos públicos. É o “milagre” do multiplicador. Por que não afrouxar o compromisso com o controle dos gastos, gerando um impulso fiscal que nos leve mais rapidamente ao pleno emprego? Com uma dose de otimismo ainda maior, há quem acredite que, por elevar a arrecadação, o crescimento do PIB geraria um círculo virtuoso, ajudando a solucionar o problema fiscal. Felizmente existem economistas que respeitam as evidências empíricas e lançam alertas aos quais é preciso prestar atenção. Na Folha de S. Paulo do último domingo Lisboa, Mendes e Gazzano (Não Atire no Mensageiro) lançaram um desses alertas. Será que o multiplicador key-
nesiano é sempre o mesmo, qualquer que seja a fragilidade fiscal da economia, medida pelo tamanho de sua dívida pública? A pergunta tem respostas tanto no âmbito da teoria, como no da evidência empírica. Os economistas precisam aprender a se curvar às evidências empíricas. Ainda temos economistas que inventam uma “narrativa” atraente e saem em busca de dados que a justifiquem. Mas há também outros – felizmente um número apreciável e com excelente formação – que submetem suas proposições a testes empíricos, e incorporam ao seu diagnóstico apenas as que sobrevivem ao rigor da comparação com a realidade. Recentemente começamos a assistir no Brasil a uma saída de capitais aplicados em renda fixa que deixou alguns perplexos, mas que se explica facilmente: diante de nossa fragilidade fiscal o real tem uma volatilidade – e, portanto, um risco – significativamente superior à dos demais países emergentes. Os efeitos são tão importantes que levaram o Banco Central a alterar as suas regras de intervenção no mercado de câmbio, usando mais as intervenções no mercado à vista. Esta é uma das tantas evidências de que a fragilidade fiscal percebida pelos estrangeiros que aqui investem é elevada. O presidente da República não tem a menor ideia sobre as proposições da filosofia de ciência que levam à necessidade de se colocar uma hipótese à prova, e parece acreditar em “soluções sem custo” para problemas difíceis, sobretudo quando a promessa é de recolocar o Brasil na rota do crescimento acelerado. Mas os economistas que recomendam as políticas que ele deveria colocar em prática têm que reconhecer a importância das evidências empíricas, e sua obrigação é testarem suas hipóteses antes de as transformarem em recomendações. f
Affonso Celso Pastore é ex-presidente do BC e sócio da A.C. Pastore & Associados. 1a publicação OESP 15/9/2019
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PROJETO VOLUNTARIADO
Fotos: Divulgação
POSSO
AJUDAR?
A
Com a dedicação de voluntários, a ACREFI e o CIEE qualificam e certificam 300 jovens para que, na busca do primeiro emprego, possam atuar em correspondentes no país
qualificação é cada vez mais importante na busca por uma vaga no mercado. Mesmo para quem ainda corre atrás do primeiro emprego, o conhecimento pode ser a chave para uma resposta positiva para o ingresso desse jovem no mercado de trabalho. Atenta à sua responsabilidade social, a ACREFI, em parceria com o CIEE, colocou em prática a partir dia 14 de setembro seu Projeto Voluntariado, iniciativa voltada a habilitar e certificar estudantes, de 14 a 24 anos incompletos, para que atuem no atendimento de clientes em correspondentes. Com aulas realizadas aos sábados, em cinco encontros semanais, no Polo de Aprendizagem do CIEE na Vila Mariana, as turmas recebem dos voluntários da ACREFI orientações relacionadas a diversas competências, como ética e boas práticas de conduta, informações gerais sobre o Sistema Financeiro Nacional, princípios básicos previstos no Código de Defesa do Consumidor,
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conhecimentos de matemática financeira, crédito, além de dicas de prevenção à lavagem de dinheiro. Ao final do programa, os jovens são avaliados sobre o conteúdo explorado nas aulas e recebem um certificado atestando que estão aptos para trabalhar como agentes em correspondentes e eventualmente oferecer produtos financeiros aos clientes da instituição financeira. Para Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, a dedicação desses voluntários em uma causa tão importante, prevista como um dos pilares de sustentação da atual gestão da associação, revela o reconhecimento de todos de que a educação financeira é essencial para a formação dos jovens. “Trabalhamos para que esses jovens saiam daqui com mais conhecimento, com um certificado, várias possibilidades de um bom emprego e um grande futuro profissional”, reforça Cintia Falcão, consultora jurídica da ACREFI e do Programa de Voluntariado.
Luiz Gustavo Coppola, superintendente de Atendimento do CIEE; Marcelo Gallo, superintendente Nacional de Operações do CIEE; Cleber Martins, consultor de Operações da ACREFI; e Cintia Falcão, consultora Jurídica da ACREFI
Segundo Ricardo Melantonio, superintendente Institucional, Jurídico e de Compliance do CIEE, esse projeto é um movimento pioneiro da ACREFI e do CIEE que valoriza uma atividade em que os jovens podem atuar em todo o território nacional. “É uma demanda crescente, e poderá ser um ponto de partida para os participantes iniciarem suas carreiras no mercado financeiro”, comenta o dirigente do CIEE. Do ponto de vista dos 17 voluntários reunidos pela ACREFI, a retribuição desses jovens vem por meio da atenção, da dedicação e da perseverança. “O trabalho com esses aprendizes foi extremamente gratificante. Eles têm a minha gratidão por estarem ali, empenhados em conquistar conhecimento, em buscar um futuro melhor por meio do conteúdo organizado e oferecido pela ACREFI”, diz a voluntária Paula Gazzola, analista de Compliance do Banco PSA. Já para João Caritá Junior, presidente da Santana Financeira, esse trabalho voluntário com os estudantes coincide com seus objetivos pessoais. “Este projeto da ACREFI, em conjunto com o CIEE me representa, pois está alinhado com meu propósito. Doando tão pouco do meu tempo, tive uma experiência incrível, contribuindo com a educação dos jovens que são o futuro do nosso país”, concluiu Junior. f
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FINANCEIRAS
Fotos: Fabricio JR / Divulgação
EM SINTONIA COM AS EXIGÊNCIAS MERCADO Painel promovido pela FENAUTO revela que o setor de crédito está otimista com o futuro e preparado para atender cada vez melhor os clientes
U
m coral é formado por vozes diferentes, mas todos cantam com harmonia a mesma música. Foi uma sensação semelhante que ficou para quem acompanhou o painel sobre Crédito para o Mercado Automotivo, organizado na 8ª edição do Congresso da FENAUTO, dia 22 de outubro, que reuniu dirigentes de importantes
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instituições do segmento – todas associadas da ACREFI: Wilson Diniz (Banco Pan); André Novaes (Santander Financiamentos); Rodnei Bernardino (Banco Itaú); Celso Rocha (BV Financeira); Tadeu Silva (Banco Omni); e Alexandre Gil (Banco Safra) – com a mediação de Enilson Sales, vice-presidente da FENAUTO.
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Desde a apresentação inicial dos convidados, embora sejam concorrentes, ficou bem evidente a sintonia na mensagem de cada um. Entre os pontos em comum, a importância da valorização e da qualificação dos profissionais que atuam na área de crédito para o mercado automotivo, os avanços conquistados por meio das novas ferramentas digitais, o papel imprescindível dos lojistas no fechamento de novos contratos de financiamento e os benefícios gerados pela aprovação do Cadastro Positivo automático. Veja a seguir algumas das respostas dos dirigentes para temas sugeridos pelo público por meio dos canais de atendimento da FENAUTO.
Para nós da FENAUTO é uma grande alegria realizar um evento com esse porte e representatividade para os profissionais do nosso segmento. Superamos todas as expectativas que tínhamos, o que confirma que estamos no caminho certo para oferecer sempre mais para o segmento. E ter entre os nossos parceiros a ACREFI só nos deixa mais felizes e orgulhosos pela importante sinergia de tantos anos.
ILÍDIO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA FENAUTO
Tadeu Silva (Banco Omni): “A transformação é um aprendizado pelo qual as empresas estão passando. Todos os negócios estão sendo canalizados para universo digital. Quem não fizer isso acabou. É preciso investir em TADEU SILVA (BANCO OMNI) tecnologia para criar uma melhor experiência para o lojista. Porém, somos, antes de tudo, uma empresa formada por pessoas, que precisam de treinamento para atender e oferecer serviços de qualidade.” Alexandre Gil (Banco Safra): “Os benefícios geALEXANDRE GIL (BANCO SAFRA) rados pela aprovação do Cadastro Positivo são muito importantes, mas seus efeitos não serão imediatos. Não podemos e não devemos ficar esperando. Juntos temos uma força muito grande. Com a taxa Selic e a inflação em baixa, com a Reforma da PreviCELSO ROCHA (BV FINANCEIRA) dência aprovada e as demais em andamento, a tendência é trabalharmos com juros mais baixos, com maior confiança do consumidor para comprar mais carros e contratar crédito.” Celso Rocha (BV Financeira): “A estabilidade da economia e as reformas são importantes para gerar novos empregos e aumentar a confiança do consumidor. Mais cedo ou mais tarde, o Cadastro Positivo nos ajudará a trabalhar melhor e com maior segurança. No entanto, não podemos nos esquecer que as novas gerações estão deixando de lado a posse do bem. Nossos filhos não querem mais carros. Essa é uma oportunidade para deixarmos o pessimismo de lado e encontrar saídas para essa nova realidade.”
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FINANCEIRAS
Rodnei Bernardino (Banco Itaú): “Temos um sistema cada vez mais forte. Aprendemos todos os dias com os nossos clientes. Para atender o consumidor, precisamos ajudar o lojista a vender de forma mais ágil e rentável. Isso é funRODNEI BERNARDINO (ITAÚ) damental em pessoas, em educação e em treinamento. Com o compartilhamento cada vez mais rápido da inovação, a tecnologia deixou de ser um diferencial entre as empresas e a dedicação ao atendimento se tornou essencial.” André Novaes (Santander Financiamentos): “TeANDRÉ NOVAES (SANTANDER mos tecnologia para nos FINANCIAMENTOS) FichaGRAACC_Doe_20,7X13,7cm.pdf 1 08/05/18 11:22 auxiliar a oferecer crédito.
Existe muito dinheiro na mesa. Proposta negada significa não vender. Olhando para a quantidade de dados disponíveis, devemos processar essas informações e dar o crédito adequado a cada consumidor. Para WILSON DINIZ (BANCO PAN) isso, devemos aprender mais e extrair o melhor da tecnologia para que possamos oferecer crédito e vender mais carros.” Wilson Diniz (Banco Pan): “Estamos muito otimistas com as oportunidades para novos negócios. Existe uma demanda reprimida que precisa ser atendida. O brasileiro tem paixão por carro. Se aceitarem o meu conselho, invistam em suas equipes de venda, reforcem seu atendimento, aumentem seus estoques. Vamos vender carros como nunca neste país. E, se precisarem de capital de giro, contem com a gente.” f
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12 DE NOVEMBRO
BRASIL
Avanços, Desafios e Expectativas O ponto de encontro de quem é comprometido com as futuras gerações Apresentação: Christiane Pelajo
PATROCINADOR DIAMANTE
HILGO GONÇALVES Presidente da ACREFI
JOSÉ ROBERTO MENDONÇA DE BARROS Economista
MICHAEL C. BUSH CEO Global do GPTW
EMY SHAYO Estrategista do JP Morgan
FERNANDO SCHULER Cientista político
VIVIANE VARANDAS Diretora de Atendimento ao Cliente da KANTAR Insights
PATROCINADOR OURO
PATROCINADOR PRATA
REALIZAÇÃO
PATROCINADOR BRONZE
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PAINEL B3
VENDAS FINANCIADAS DE VEÍCULOS CRESCEM 5,4% EM AGOSTO NA COMPARAÇÃO COM O ANO PASSADO Alta – registrada nas vendas a crédito de autos leves, motos e pesados – foi puxada pelos financiamentos de usados; vendas a crédito de 0kms teve alta de 0,6% na mesma base de comparação As vendas financiadas de veículos em agosto de 2019 somaram 532,2 mil unidades, entre novas e usadas, incluindo autos leves, motos e pesados. Esse número representa um aumento de 5,4% em relação a agosto de 2018 e engloba veículos novos e usados em todo o país. Desse total, 196 mil representam veículos novos – 0,6% a mais do que em agosto do ano passado – e 336,2 mil, de usados, alta de 8,4% na mesma base de comparação. Considerando apenas autos leves, os financiamentos de usados cres-
1
VOLUME DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS (AGOSTO 2019)
540.825 unidades
505.068 unidades 310.132
344.746
532.282
196.079
194.936
jul/19
unidades Novos: 196.058
ceram 8,1% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já os financiamentos de autos leves 0km acumularam queda de -3,7%, na mesma base de comparação. Os números são da B3, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), a maior base privada do País, que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo o Brasil.
ago/18 VARIAÇÕES
Novos + usados
Novos
Usados
ago/19 x ago/18 = 5,4 % ago/19 x ago/18 = ago/19 x ago/18 = 8,4% ago/19 x jul/19 = -1,6% 0,6%ago/19 x jul/19 = 0,0% ago/19 x jul/19 = -2,5%
Usados: 336.224
Entre os automóveis leves, as vendas a crédito de zero quilômetro atingiram 118,1 mil unidades em agosto de 2019, queda de -3,7% sobre agosto de 2018; já as vendas financiadas de leves usados registraram crescimento de 8,1% na mesma base de comparação e somaram 306,4 mil unidades.
2 VOLUME DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS POR CATEGORIA (AGOSTO/19) Novos
Usados
AUTOS LEVES
2019 AGOSTO
118.129 306.437
MOTOS
2019 AGOSTO
65.031
15.573
PESADOS
2019 AGOSTO
12.043
13.488
Novos + usados – 424.566
Novos + usados – 80.604
Novos + usados – 25.531
JULHO
JULHO
JULHO
123.801 315.920
59.489
15.277
11.852
12.819
Novos + usados – 439.721
Novos + usados – 74.766
Novos + usados – 24.671
2018
2018
2018
AGOSTO
122.666
283.591
AGOSTO
61.137
13.196
AGOSTO
10.486
12.413
Novos + usados – 406.257
Novos + usados – 74.333
Novos + usados – 22.899
VARIAÇÕES
VARIAÇÕES
VARIAÇÕES
Novos Ago/19 x Ago/18= -3,7%Ago/19x Jul/19= -4,6% Usados Ago/19 x Ago/18= 8,1%Ago/19x Jul/19= -3,0% Novos + Usados Ago/19 x Ago/18= 4,5%Ago/19x Jul/19 = -3,4%
financeiro#117 setembro - outubro 2019
Novos Ago/19 x Ago/18= 6,4%Ago/19x Jul/19= 9,3% Usados Ago/19 x Ago/18= 18,0%Ago/19x Jul/19= 1,9% Novos + Usados Ago/19 x Ago/18= 8,4%Ago/19x Jul/19= 7,8%
Novos Ago/19 x Ago/18= 14,8%Ago/19 x Jul/19= 1,6% Usados Ago/19 x Ago/18= 8,7%Ago/19x Jul/19= 5,2% Novos + Usados Ago/19 x Ago/18= 11,5%Ago/19x Jul/19= 3,5%
27
3 MODALIDADES DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS (AGOSTO/2019) 11,9
0,6 0,8
Período
CDC
Consórcio
Leasing
Outros
Total
Agosto/2019
462.038
63.322
3.010
3.912
532.282
Agosto/2019
429.788
66.952
3.440
4.888
505.068
Agosto/2019
469.303
63.112
3.895
4.515
540.825
*Os dados referem-se a todas as categorias de veículos (autos leves, motos e pesados)
CDC CONSÓRCIO
CDC Ago/19 X Ago/18 = 7,5%Ago/19 X Jul/19 = -1,5%
LEASING OUTROS
86,8
VARIAÇÕES
Consórcio Ago/19 X Ago/18 = -5,4% Ago/19 X Jul/19 = 0,3%
Leasing Ago/19 X Ago/18 = -12,5%Ago/19 X Jul/19 = -22,7%
O CDC continua sendo a categoria de financiamento mais utilizada pelos consumidores, com 86,8% de participação. O Consórcio apresentou queda, com redução de -5,4% na preferência dos consumidores em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2018. A participação dos Consórcios no universo de financiamentos em agosto foi de 11,9% do total.
4 FINANCIAMENTO POR TEMPO DE USO (AUTOS LEVES) – AGOSTO/2019 Total Geral
Milhares de unidades
424,5
439,7
AGO/2019
JUL/2019
até 3 anos Seminovos
Novos
de 4 a 8 anos Usados Jovens
156,1
118,1
123,8
Ago/2019
Jul/2019
68,7 Ago/2019
de 9 a 11 anos Usados Maduros
162,0 63,3
68,5 Jul/2019
Ago/2019
+12 anos Velhinhos
Jul/2019
Ago/2019
66,0 Jul/2019
18,1
19,3
Ago/2019
Jul/2019
Em relação à faixa de uso, entre todos os leves comercializados a crédito em agosto de 2019, 118,129 são zero quilômetro, 68. 753 têm até três anos de uso e 156.110 de unidades somam entre quatro e oito anos de uso.
5 PRAZO MÉDIO DE FINANCIAMENTO POR TEMPO DE USO – AUTOS LEVES (MESES) – AGOSTO 2019 Novos
até 3 anos
seminovos
até 4 a 8 anos
usados jovens
até 9 a 12 anos
usados maduros +12 anos
velhinhos
Novos
39,9
44,8
44,8
43,2
39,3
Total Geral
42,9
42,9
JUL/2019
AGO/2019
até 3 anos
seminovos
até 4 a 8 anos
usados jovens
até 9 a 12 anos
usados maduros +12 anos
velhinhos
40,0
44,7
44,8
43,2
39,1
O prazo de financiamentos para automóveis leves ficou estável em relação a julho de 2019, com 42,9 meses. O maior prazo para crédito foi observado entre os autos seminovos e usados com 4 a 8 anos de uso, com 44,8 meses.
financeiro#117 setembro - outubro 2019
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ARTIGO
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NICOLA TINGAS
14a EDIÇÃO DO SIAC ACONTECE EM MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO DA ECONOMIA NACIONAL
A
14ª edição do Seminário Internacional ACREFI (SIAC) discutirá os principais temas da atualidade do Brasil e do exterior. Um experiente e especializado elenco de palestrantes nacionais e internacionais fará apresentações que prometem agregar conteúdo, reflexão e valor para o público que assistirá ao evento. O nosso propósito será estimular a percepção e o debate para os importantes avanços que tivemos nos últimos anos, bem como os principais desafios que ainda deveremos superar, sem perder de vista as expectativas da nossa população para hoje e para as futuras gerações. O momento brasileiro é de transformação da economia, fragilizada pela profunda crise fiscal, pela baixa competitividade e pela produtividade declinante para uma economia produtiva, sustentável e inclusiva. As reformas macro, micro e financeiras trarão expectativas favoráveis se as escolhas forem adequadas às reais necessidades do País. Contudo, o ambiente global é de incerteza significativa e de possibilidade de aversão ao risco, o que poderá afetar a atração de fluxos de investimento, que é fonte de recursos fundamental para a construção de uma economia qualitativamente próspera e inclusiva no futuro próximo. f Nicola Tingas é consultor econômico da ACREFI.
PROGRAMAÇÃO Palavra inicial Hilgo Gonçalves Presidente da ACREFI PESQUISA "A EXPECTATIVA DOS BRASILEIROS COM O CENÁRIO POLÍTICO & SOCIAL" Viviane Varandas Diretora de Atendimento ao Cliente da KANTAR Insights TENDÊNCIAS NA ECONOMIA MUNDIAL E NOS FLUXOS DE INVESTIMENTO PARA EMERGENTES & BRASIL Emy Shayo J.P. Morgan Emerging Markets Strategist RECONSTRUÇÃO DO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL José Roberto Mendonça de Barros Economista, sócio da MB Associados POLÍTICA BRASILEIRA: ESTAMOS AVANÇANDO RUMO A UMA AGENDA DE PAÍS CONSISTENTE? QUAL DEVE SER O PAPEL DAS LIDERANÇAS EMPRESARIAIS NESSA AGENDA? Fernando Schüler Cientista político, professor do INSPER, comentarista político COMO EMPRESAS E FUNCIONÁRIOS PODEM OBTER OS MELHORES RESULTADOS NA ERA DAS TRANSFORMAÇÕES DIGITAIS Michael Bush CEO Global do Great Place to Work for All Encerramento Hilgo Gonçalves financeiro#117 setembro - outubro 2019
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financeiro#117 setembro - outubro 2019