ACM em revista 7

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especial integração

“dar voz a quem desconhece a Língua” 18

Aperfeiçoar a comunicação e a mediação no trabalho de acolhimento e integração de pessoas Refugiadas foi o objetivo central da Ação de Formação Técnica, promovida pelo ACM, com o apoio do Departamento de Estado norte-americano e da Embaixada dos Estados Unidos da América em Portugal, dirigida aos profissionais envolvidos nesta área. A iniciativa incluiu dois cursos, realizados em novembro, um dirigido aos profissionais portugueses que lidam com tradutores e intérpretes, nomeadamente técnicos de instituições de acolhimento e profissionais de saúde, e um outro já direcionado a todos os intérpretes e tradutores que possibilitam a comunicação com os refugiados e migrantes. Ambos os cursos, que decorreram no CNAIM de Lisboa, nos dias 20, 21 e 22 de novembro, foram lecionados pelas formadoras Susan Donovan e Tanja Milanovic, especialistas do International Rescue Committee, e terminaram com um “balanço muito positivo”. Os 15 participantes do segundo curso consideraram esta iniciativa do ACM como “uma boa prática” para o processo de integração de migrantes e pessoas refugiadas e para a transmissão de “ferramentas essenciais a todos os que trabalham, ou pretendem trabalhar, como intérpretes e tradutores”. Para qualquer profissional desta área, “é da maior importância este conhecimento de técnicas especiais de memória e de vocabulário”, bem como a “melhor forma de manter os limites profissionais neste processo”, explica Susan

| de zem bro 2017

Donovan. “Ter um intérprete competente é a melhor forma de dar voz a quem desconhece a Língua, nomeadamente aos refugiados, e essa competência só é possível através de uma formação especializada e contínua”, considera. Na mesma linha, Tanja Milanovic adianta que “sem uma interpretação competente muito se perde, perde-se a comunicação mas também a energia que implica todo o processo de tradução. Ao dar esta formação, sentimos que fazemos um trabalho com significado, algo realmente útil ao nível da integração de quem desconhece uma língua e um país”. “(...) uma boa integração depende muito da forma como o intérprete lida com as famílias refugiadas” Para os formandos, esta iniciativa foi uma mais-valia: “todos nós, que trabalhamos nesta área, precisamos de técnicas e ferramentas para lidar com situações de crise, em que é fulcral a presença de um intérprete para que se estabeleça a comunicação, que muitas vezes, é urgente”, considera Ghalia Taki, uma das formandas deste curso. Para esta refugiada síria, que vive há 3 anos em Portugal, já


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