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ABRIL/MAIO/JUNHO DE 2024
Com a elevação de Acadêmicos Titulares a Eméritos, mais dez vagas foram disponibilizadas, sendo seis da capital e quatro do interior do Estado do Paraná. Sete candidatos se inscreveram para as seis vagas da Capital e quatro para as vagas do interior. Conforme o estatuto, uma comissão especial de três membros analisará os currículos e demais condições dos candidatos, emitirá o parecer de habilitação para votação pelos Acadêmicos Titulares e Eméritos, em Assembleia Geral.
No dia 10 de maio, foram empossados os novos Acadêmicos Titulares Kátia Sheylla Malta Purim, Luciano Dias de Oliveira Reis e Odery Ramos Junior.
O picadinho cultural de abril, 170º, teve a excelente palestra do Acadêmico Roberto Gomes de Carvalho. O picadinho de maio ocorreu sem a palestra, por problemas de saúde da palestrante. Por decisão da Diretoria, o picadinho de 25 de junho foi suspenso, pela proximidade com o aniversário da Academia no dia 22.
Alguns trechos do meu discurso na comemoração dos 45 anos da nossa Academia:
Akademus (em grego: Ακάδημος, transliterado Akádēmos), foi um herói máximo na Grécia antiga. O túmulo de Akademus localizava-se em Atenas e era rodeado por um bosque sagrado. Neste bosque o filósofo Platão congregava em torno de si uma plêiade de intelectuais entregues ao debate da filosofia, da dialética, do idealismo, da política. Platão nasceu no ano de 427 AEC (Antes da Era Comum). faleceu aos 80 anos e foi enterrado neste bosque. O termo ACADEMIA usado até hoje, provém dessa primeira escola de Platão no bosque de Akademus.
Da Academia grega partiu a revolução científica. A filosofia, a política, as artes, as ciências matemáticas e biológicas tiveram sempre nas respectivas Academias os grandes marcos de sua evolução.
A primeira Academia exclusivamente de ciências no mundo
foi criada em Roma, no século XVII (1603) e atualmente é conhecida como Academia de Ciências do Vaticano.
Também, há quatrocentos anos (1661), em Londres, foi fundada uma academia denominada “Royal Society of London for Improving Natural Science”. Em 1665 esta Sociedade Real iniciou a publicação da revista “Philosophical Transactions” que se tornou a primeira revista com perfil científico e conselho editorial. É a revista científica mais antiga do mundo com 359 anos de publicação ininterrupta. A Academia Nacional de Medicina foi fundada no dia 30 de junho de 1829, portanto, há 195 anos.
D. Pedro II, que se tornou imperador aos 5 anos pela abrupta abdicação do pai, era um erudito e por mais de 50 anos, foi um assíduo ouvinte das conferências da Academia. Sua cadeira permanece, até os dias atuais, no Salão Nobre da ANM.
Como anamneses são o nosso dia a dia eu gostaria de contar uma pequena história clínica:
Paciente: Academia Paranaense de Medicina
Queixa Principal – Check up de 45 anos
História da Moléstia atual – Sem queixas, saudável física, mental e economicamente. Tem uma cuidadora permanente, sua secretária Hilda. Seus discípulos da Diretoria a visitam toda segunda terça-feira do mês para manter o “status quo” e aos quais a paciente agradece muito. Como em qualquer família sempre existem os mais chegados e os menos presentes; a paciente roga que todos os acadêmicos venham visita-la nas posses e nos picadinhos culturais.
História Familiar – Centenas de irmãos (academias de medicina) e milhares de primos (demais academias), a maioria com boa saúde
Exame Físico – Nada digno de nota
Conduta – Retornar para um novo check up em 1 ano
Henrique de Lacerda Suplicy
Presidente da Academia Paranaense de Medicina (Cadeira 7)
ACADEMIA PARANAENSE DE MEDICINA
Diretoria Biênio 2024 / 2025
Presidente
Henrique de Lacerda Suplicy
Vice-Presidente
Antônio Carlos Corrêa Küster Filho
Secretário Geral
Rogério Andrade Mulinari
Secretário Adjunto
Rodney Luiz Frare e Silva
Primeiro Tesoureiro
Claudio Leinig Pereira da Cunha
Segundo Tesoureiro
Cesar Luiz Boguszewski
Primeiro Diretor Científico
Miguel Ibraim Abboud Hanna Sobrinho
Segundo Diretor Científico
Sérgio Bruno Bonatto Hatschbach
Diretor Sociocultural
Dilermando Pereira de Almeida Filho
Diretor de Publicação
Nicolau Gregori Czeczko
Diretor de Patrimônio
Manoel Augusto Ribas Cavalcanti
Diretor de Expansão
José Fernando Macedo
Diretor de Relações Internacionais
Guilberto Minguetti
Diretor de Relações Institucionais
Edison Luiz de Almeida Tizzot
Diretor de Relações Nacionais
Jurandir Marcondes Ribas Filho
Diretor de Memória
Ehrenfried Othmar Wittig
Conselho Fiscal
Titulares
Avelino Ricardo Hass
Bruno Maurizio Grillo
Renato Araujo Bonardi
Suplentes
João Batista Marchesini
Osvaldo Malafaia
Valdir de Paula Furtado
Em 10 de maio de 2024, no auditório da Associação Médica do Paraná, aconteceu a posse de novos Acadêmicos Titulares da Academia Paranaense de Medicina.
Na solenidade, foram empossados Luciano Dias de Oliveira Reis, Kátia Sheylla Malta Purim e Odery Ramos Júnior.
O 45º Aniversário da Academia Paranaense de Medicina foi comemorado em um almoço de confraternização, no dia 22 de junho de 2024, no restaurante da Associação Médica do Paraná.
Secretária da Academia
Hilda Hintz
No dia 30 de abril de 2024 tivemos mais uma edição do Picadinho Cultural. Na ocasião, o Acadêmico Titular Roberto Gomes de Carvalho apresentou o tema: “Lembranças... Passagens... do Hospital Santa Cruz –Depoimentos de um Acadêmico de Medicina, Tributo ao Dr. Hamilton Leal”.
SIM! Devemos fazer check up!
Cláudio Leinig Pereira da Cunha
Acadêmico Titular da Academia Paranaense de Medicina (Cadeira 35)
POIS SE PROCURAR, ACHA!!! (Lenda Urbana)
Um dos objetivos de realizar o check up é justamente detectar alterações em fase inicial de desenvolvimento, pois com o diagnóstico precoce de uma doença as chances de evitar danos ao paciente são maiores. Esta é a base da Medicina Preventiva.
Uma revisão médica periódica é uma forma de mantermos atualizados os dados de nossa saúde. Os cuidados preventivos são um aspecto importante da prática médica, levando a melhorias significativas na saúde geral.
As avaliações preventivas deverão sempre ser iniciadas por anamnese e exame físico acurados. A ideia de que quanto mais exames sejam feitos, melhor é, não é correta. Os benefícios dos exames complementares recomendados serão variáveis entre os pacientes e dependerão do seu estilo de vida, histórico médico individual e familiar, além dos outros fatores de risco presentes.
Não há diretrizes específicas sobre a frequência ótima das visitas periódicas. Em geral, são recomendados check ups anuais para pacientes com ≥ 50 anos e a cada 3 anos para pacientes ≤ 49 anos. Em casos de doenças crônicas, revisões mais precoces poderão ser agendadas individualmente.
Os cuidados preventivos podem variar em determinadas populações. Destacam-se a investigação das Doenças Cardiovasculares, avaliações ginecológicas e das gestantes, pesquisa de câncer, investigação dos idosos.
Focaremos a discussão principalmente da Doença Cardiovascular (DCV). A DCV é uma das principais causas de morbidade e mortalidade prematura em todo o mundo. Inclui a doença coronariana, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.
A prevenção primária da DCV começa com a identificação de Fatores de Risco modificáveis para alcançar mudanças terapêuticas no estilo de vida e uso de terapias medicamentosas de benefícios comprovados. Há também os fatores de risco não-modificáveis, que devem ser valorizados na caracterização do indivíduo, e incluem o sexo, idade e história familiar de DCV.
Todos os adultos com idade ≥ 20 anos devem ser avaliados quanto à dieta, nível de atividade física, consumo de álcool e uso de tabaco durante as consultas anuais de rotina. O exame físico deve incluir medidas da pressão arterial e índice de massa corporal para triagem de hipertensão e obesidade. Os testes laboratoriais incluem o rastreio lipídico e da diabetes para todos os pacientes.
Expediente
Academia Paranaense de Medicina
R. Cândido Xavier, 575 80240-280 - Curitiba/PR
55 41 99101-8309
Os fatores de risco modificáveis são responsáveis por 50 a 70% dos eventos e mortes por DCV em todo o mundo. Identificar e corrigir os fatores de risco é a pedra angular da prevenção primária de DCV. As mortes devido a DCV diminuíram nos últimos 40 anos e isto tem sido atribuído também ao diagnóstico precoce e ao tratamento mais agressivo dos fatores de risco modificáveis, particularmente a abolição do tabagismo e tratamentos medicamentosos da hipertensão e dislipidemia.
Encorajamos a intervenção precoce para abordar os fatores de risco modificáveis. A aterosclerose começa cedo na vida e a intervenção precoce é a forma mais eficaz de reduzir a carga aterosclerótica na população e a incidência de eventos cardiovasculares. Em função disto, a justificativa para nossa opinião de que check ups periódicos são indicados, no intuito de precocemente se instalarem intervenções que corrijam o risco cardiovascular. Diferentes abordagens são feitas no check up de acordo com a idade, história familiar e pessoal, hábitos de vida. Basicamente são recomendados na avaliação cardiovascular:
- Exame clínico, com aferição da pressão arterial, verificação do peso e cálculo do Índice de Massa Corporal.
- Exames laboratoriais: hemograma, perfil lipídico, glicemia, hemoglobina glicada, creatinina, TSH, PSA, função hepática, exame da urina.
- Eletrocardiograma ou Teste Ergométrico.
- Ecocardiograma
Na dependência do quadro clínico, podem ser realizados Doppler-ecografia das artérias carótidas e vertebrais, Ecografia do abdômen total, Radiografia do tórax, Endoscopias do aparelho digestivo.
Portanto, todos os pacientes adultos devem ser submetidos rotineiramente a uma avaliação para identificar fatores de risco modificáveis, incluindo uma avaliação do nível de atividade física, obesidade, ingestão alimentar, uso de tabaco e álcool. Eles também devem ser examinados para hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes.
Nas consultas preventivas periódicas sugerimos que todos os indivíduos adotem medidas para reduzir o risco de doença cárdio vascular (DCV): evitar fumar, minimizar o ganho de peso, adotar uma dieta saudável e praticar atividade física regular. Identificar e tratar a hipertensão, a obesidade, a dislipidemia e a diabetes são os pilares da prevenção primária da DCV.
E-mail: academiapr@uol.com.br www.facebook.com/APMMED
Diretor de Publicação:
Acadêmico Titular Nicolau Gregori Czeczko
O Boletim da Academia Paranaense de Medicina é uma edição trimestral da Academia Paranaense de Medicina.
Design gráfico: Pedro Luis Vieira
No fim dos anos 70, ainda estudante, tivemos a oportunidade de dar plantões no Hospital Oswaldo Cruz, centro maior das doenças infecto-contagiosas em nossa capital. Ainda hoje lembramos do som ritmado de um aparelho que mantinha vivas as crianças portadoras de poliomielite. Era o “pulmão de aço”, o precursor dos sofisticados respiradores artificiais ora existentes, e usado no tratamento da poliomielite. Essa gravíssima enfermidade só pode ser controlada com o advento da vacina, descoberta por Jonas Salk, cujo lançamento ocorreu em 12 de abril de 1955, na forma injetável de vírus morto. Mas o mérito da erradicação da poliomielite não pertence só a Salk. Sete anos depois, o pesquisador Albert Sabin desenvolveu outra vacina, as famosas “gotinhas” administradas por via oral, mais barata e de alta eficácia. Albert Sabin renunciou aos direitos de patente para facilitar a utilização da vacina em todos os países. A poliomielite foi considerada erradicada no mundo em 1994.
Herpes zoster
cica. As chamadas: Vacina pneumocócica polissacarídica (VPP) para 23 sorotipos de S pneumoniae e a chamada Vacina pneumocócica conjugada (VPC) no momento em duas versões, a 13 valente e a 15 valente. Estas últimas possuem o que se chama de memória imunológica, de forma que uma só dose é imunizante. A orientação é de que seja feita em maiores de 60 anos, primeiro a 13 ou 15 valente e 6 meses depois a polissacarídica 23 valente. No futuro é possível que a 13 e 15 valente sejam substituídas pela 20 valente.
Em recente publicação, Ronaldo Rozembaum afirma “a vacinação é uma intervenção fundamental em Saúde Pública, responsável pela preservação do adoecimento e óbito de mais de vinte doenças preveníveis pela vacina”
Levando em consideração esses dados, passamos a alguns comentários sobre vacinas, em especial nos idosos.
Influenza
O número total de casos de gripe no mundo, chega a 1 bilhão, com 3 a 5 milhões de casos graves e 290 a 650 mil óbitos por complicações respiratórias. No Brasil, estima-se um total de 14,9 milhões de casos com aproximadamente 97 mil hospitalizações. Desta forma, a vacinação deve ser realizada em dose única anual, nos meses de março a abril (hemisfério sul). As tetravalentes são preferidas por darem maior cobertura vacinal. Destaque para a “high dose “ (HD4v) por ter 4 vezes mais antígenos (maior proteção em idosos).
Pneumococo (Streptococcus pneumoniae)
ANUNCIO 90 ANOS.pdf 1 22/09/2023 11:36:08
A infecção pneumocócica, em particular a pneumonia, é um problema grave de Saúde Pública, sendo responsável pelo óbito de 1,6 a 2,0 milhões de pessoas a cada ano no mundo (50% destes em idosos). Existem no Brasil dois tipos de vacinas antiestreptoco-
O Herpes zoster é secundário à reativação do vírus (varicela zoster). Aproximadamente 30% das pessoas apresentarão HZ durante a vida. A vacina está indicada para adultos com 50 anos ou mais, e tem grande eficácia clínica e a possibilidade de ser usada em pacientes imunocomprometidos (proteção, maior que 90%). A administração é feita em duas doses via intramuscular, sendo a 1ª dose na data escolhida e a 2ª dose em intervalo de 2 a 6 meses.
Tétano Difteria Coqueluche
Embora difteria e coqueluche sejam menos frequentes na idade adulta, o tétano pode ocorrer de forma acidental. Para idosos de maior risco, não vacinados ou com histórico vacinal desconhecido, está recomendado uma dose de (dTpa) inicial e duas de (dT) 2 meses e 4 a 8 meses depois.
Covid – 19
Os coronavírus representam um grupo de vírus capazes de causar desde simples resfriados até quadros graves com insuficiência respiratória e óbito, tal como vimos durante a recente pandemia. As vacinas reduzem o risco de contrair a doença bem como a sua gravidade. O PNI recomenda que os idosos mantenham essa vacinação atualizada.
Vírus sincicial respiratório
O VSR faz parte do grupo de viroses de inverno, com maior gravidade em crianças e idosos. Nestes, infecções graves podem determinar 10% de óbitos. Duas vacinas estão aprovadas pelo FDA americano e uma delas já está disponível no Brasil, em dose única, IM.