MUROS QUE FALAM: Letras manuscritas na paisagem urbana do Rio de Janeiro

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aparecendo também em outdoors, folhetos, cartazes, parques, plataformas de estações de trem em algumas cidades da Europa e em outros espaços públicos.50

Figura 57 - Exposição de Barbara Kruger, na Mary Boone Gallery, Nova Iorque, 1991. Fonte: https://www.maryboonegallery.com/gallery

Outra artista que explora o texto de forma conceitual é Jenny Holzer (1950) conhecida por projetos em que a linguagem é usada como uma forma de comunicação e como meio de ocultação e controle. A artista coloca suas frases em diferentes suportes, como intervenções em objetos, material impresso, displays de LED, projeções em grande escala, camisetas e pôsteres, entre outros. O uso do texto como função de mostrar conteúdo claro e direto ao espectador, além de colocar, no meio das pessoas, os pensamentos que a obcecam. Um dos seus trabalhos mais famosos é a série Truisms, que começou em 1977, quando levou suas frases ao espaço público, colando pela cidade de Nova Iorque citações ambíguas como abuse of power comes as no surprise (abuso do poder não surpreende) e protect me from what i want (protege-me do que eu quero). Essa última frase serviu de título para a exposição da artista no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro em 1999, onde apresentou frases da série Truisms, junto com outras da série Lustmord - cujo tema são os crimes cometidos contra as mulheres na Guerra da Bósnia -, Mother and Child e Toaster. Para complementar a exibição e mostrar seu trabalho em grande formato, a artista aproveitou alguns espaços públicos abertos e programou projeções de seus aforismos sobre o morro da Urca, o Forte de Copacabana, as ilhas Cagarras, na pedra do Leme, no Arpoador e sobre o morro

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http://www.barbarakruger.com/biography.shtml


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