5 minute read

DE AVIADORES PARA A COMUNIDADE AERONÁUTICA

VISÃO

Ser reconhecida como uma associação especializada na assistência, no ensino e cooperação técnica junto à comunidade aeronáutica através da adoção das melhores práticas empresariais, de compliance e de responsabilidade social e ambiental perante às autoridades de Estado e organizações da iniciativa privada no Brasil e no mundo.

Advertisement

Miss O

Atuar de maneira ética e transparente com responsabilidade social e ambiental na aviação civil brasileira e mundial, através de estudos técnico-científicos que contribuam para a segurança de voo, valorização e bem estar da classe aeronáutica, beneficiando a sociedade como um todo.

Valores

Embasamento científico como premissa para todas as discussões.

Diálogo como recurso primário em todas as aproximações e demandas.

União visando ao fortalecimento da classe e à promoção de conquistas. Democracia como baliza para decisões.

Transparência em todos os atos executados.

Comprometimento com as demandas dos nossos associados.

E, neste caudilho, está o aviador. Somos testemunhas de notáveis transformações na indústria aeronáutica nos últimos 70 anos como podemos asseverar em nosso particular. Experimentos, aeronaves, empresas, legislação, espaço aéreo, gestão de segurança e regulação dentre outros. E não cessa este movimento no segmento que sempre teve o privilégio da vanguarda tecnológica. Portanto continuaremos sendo, os primeiros a testemunhar mudanças e com elas, novos desafios.

E assim a história vem mostrando a sua trajetória excludente e de restrição no papel do aviador na indústria aeronáutica (com raríssimo protagonismo) para ocupar de vez um assento coadjuvante em que ora, a realidade vem descortinando. Neste quadro recordamos que outrora tivemos aviadores que descreveram uma história de superação e de coragem, contribuindo com o progresso em nações-estado, na indústria, na liberdade dos povos, no desenvolvimento de processos e produtos mais eficientes, na literatura e na cultura, na ciência e na regulação e desenvolvimento de normas, políticas e gestão de segurança operacional com referência na OACI.

É assim que verificamos aquele que foi o Pai da Indústria Aeronáutica no Brasil, tornar-se Patrono da Engenharia Aeronáutica, aquele outro que foi responsável em transformar a Embraer como a terceira fabricante de aviões no mundo ou mesmo aquele que se tornou ícone do comportamento empreendedor, criando uma empresa modelo de excelência em atendimento em meio a grandes concorrentes no mercado. Tivemos outros que também foram donos de empresas aéreas competitivas e de vários nichos de mercado; temos o astronauta que além do feito, é respeitado e admirado por sua capacidade e atuação nas duas principais agências espaciais do planeta. Exemplos expoentes de fato e não podemos ignorar a existência de aviadores que ora administraram aeroportos e outras empresas do segmento.

Atualmente destacamos a recente atuação de aviadores civis na representatividade da categoria, na reformulação e aprovação do código aeronáutico, na cooperação com a ciência em nome de questões relevantes e ameaçadoras, como por exemplo, a fadiga, síndrome aero tóxica e radiação, junto a entidades internacionais e também na importantíssima missão de aperfeiçoar os assuntos e abordagens entre as autoridades do meio jurídico e acadêmico, sempre em proveito de todos os elos envolvidos na indústria de aviação.

Temos sob nossa bandeira a Embraer como a terceira maior fabricante de aviões no mundo.

É preciso continuar e ampliar esta atuação de maneira exponencial para que o aviador com a formação e a qualificação correta, possa ocupar os claros que o movimento de transformações na sociedade possam criar e assim cooperar mais e melhor, dado o potencial existente de conhecimento e expertise em sistemas complexos a que todos fazemos parte e que a nós é facultado. É oportuno deixarmos de sermos passivos ao concedermos a fatalidade dirigida, circunscrevendo o aviador aos limites do cockpit por mais belo e desafiador que o seja, a arte de voar com segurança versos ameaças, sobretudo porque somos e seremos o elo final a impedir tragédias que a tecnologia robótica não parece reclamar o lugar de unanimidade perante à sociedade e ao Estado. Não olvidamos que podemos participar de forma pró-ativa no espaço corporativo com eficácia segundo as mudanças e exigências do mercado altamente competitivo qual exige líderes capazes de estabelecer estratégias inovadoras e até disruptivas sem prescindir dos aspectos da segurança operacional e do valor do homem como agente de sucesso nos negócios.

E o que fazer então? Resposta difícil a curto prazo mas não numa perspectiva em um horizonte a longo prazo Isto porque a formação do aviador não acompanhou e nem interagiu com as transformações organizacionais do setor aéreo cuja dinâmica obedeceram ao rito da academia e dos negócios. Assim é que outros profissionais liberais assumiram postos de gerencia, de direção e estratégia por ausência de aviadores capazes de fazê-lo.

A importância de uma formação acadêmica e da manutenção de qualificações segundo suas responsabilidades crescentes sempre se fez necessária. Há exigência de foro organizacional para atender ao mister da indústria. Não é um impositivo do momento atual muito embora o porvir não nos deixa mais nenhuma outra alternativa senão prepararmos para as mudanças que a tecnologia já nos apresenta para o exercício como piloto.

O que será da profissão e destes profissionais a médio e longo prazo? Que curriculum deverá ter o profissional aviador ou agente de sistemas complexos da aviação? Uma curiosidade e ao mesmo tempo um ponto que podemos nos referendar para uma reflexão A Marinha Mercante é uma organização institucionalizada, onde os seus oficiais (aquaviários) tem em seu berço de formação um curriculum onde a tecnologia se faz presente pois estes desenvolvem habilidades no campo da matemática e física, como também desenvolvem seus conhecimentos dentro dos fundamentos da Engenharia Naval, dentre outras disciplinas, obviamente. Não raro estes profissionais ao longo de suas carreiras, ocupam diversos postos e funções de gerência, direção e estratégia no segmento mercantil.

A Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação e Cultura conforme parecer CNE/CES n° 464/2017, resolução n°3 de 12 de Julho de 2018 instituiu as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em Ciências Aeronáuticas. Dentre outras resolve regularizar, organizar e definir nacionalmente a formação do Aviador e Gestor Aeronáutico no âmbito da formação de bacharelado desenvolvido em três eixos garantindo a interdisciplinaridade no processo de formação do aluno, conforme especificado:

-EIXO 1 – Formação Aeronáutica;

-EIXO 2 - Formação Gerencial e Humana;

-EIXO 3 - Formação Prática de Vôo.

O curriculum assim posto tem como fim, dotar o aviador de conhecimentos atinentes à sua carreira e desafios típicos da Era do Conhecimento onde o capital conhecimento, passa ser a tônica do sucesso no meio social e no trabalho. Assim é que o aviador passa a enxergar o avião como uma unidade de negócio colocando-se no lugar do gestor de RH, do jurídico, do agente do órgão regulador, dos profissionais do setor comercial e de marketing da empresa, do gestor de segurança operacional, do educador, do pesquisador em aeronáutica e o mais importante, do líder que devemos nos tornar. Com esta base de informação abre-se um caminho com diversas oportunidades de especialização consoante as suas inclinações e dons para um desenvolvimento a ponto de estar preparado para assumir novos e grandes compromissos.

O que o futuro reserva a nós aviadores, de fato, é difícil responder mas, com certeza, com uma legião de aviadores qualificados técnica e academicamente, produziremos mais conhecimento, mais soluções e, quem sabe, respostas para as perguntas que nos preocupam recuperando, assim, a posição de protagonista que um dia tivemos em proveito do usuário do modal e de toda a cadeia produtiva.

This article is from: