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PROJETO FADIGÔMETRO

Com muita honra e alegria aproveito esse novo canal disponibilizado pela ABRAPAC para atualizá-los sobre o Projeto Fadigômetro, iniciativa pioneira - em operação desde julho de 2018 - liderada pelas instituições representativas ABRAPAC, ASAGOL, ATL e SNA, juntamente com os institutos de Física (IF-USP) e Biociências (IB-USP), e a Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) da Universidade de São Paulo.

Graças à adesão dos aeronautas e ao apoio recebido da Comissão Nacional de Fadiga Humana (CNFH), do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e, mais recentemente, da Azul Linhas Aéreas, o Projeto Fadigômetro alcançou números muito expressivos nesses mais de três anos em operação. Até o momento, existem 846 aeronautas participantes com um total de mais de 21 mil escalas executadas e mais de 2,1 milhões de horas de jornada no banco de dados.

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O referido projeto ganhou grande repercussão após ter recebido a premiação “Dr. Bernardo Bedrikow – Inovação e novas práticas em Saúde e Segurança do

Trabalho”, categoria ouro, no 17° Congresso Nacional da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, realizado em Brasília no mês de maio de 2019. Após esse importante passo, a equipe do Projeto publicou, em janeiro de 2020, o estudo intitulado “Sazonalidade de indicadores de fadiga nas escalas de trabalho dos aeronautas da aviação regular brasileira”, cujas versões em Português e Inglês podem ser acessadas através dos links https://bit.ly/3elAL7T e https://bit.ly/3FpcAS4, respectivamente.

Atualmente, a equipe do Projeto está engajada para a submissão de um novo artigo que irá incluir mais de 8000 escalas executadas de janeiro de 2019 à meados de março de 2020, período de grande atividade aérea pré-pandemia de Covid-19. Nesse estudo, os pesquisadores pretendem investigar as prováveis causas raízes da fadiga, com ênfase nas madrugadas e nas operações de pousos e decolagens realizadas entre 02h00 e 06h00. De fato, resultados preliminares indicam um aumento do risco relativo de fadiga da ordem de 23,3% (de 20,4 a 26,2% para um intervalo de confiança de

95%), comparando-se conjuntos de escalas com uma e treze madrugadas em períodos consecutivos de 30 dias. Com isso avaliam que alguns indicadores chave de performance (KPI) poderão caracterizar as escalas de trabalho e estimular políticas efetivas para o gerenciamento do risco da fadiga, baseadas em modelagem biomatemática.

Alguns resultados dessa segunda análise foram recentemente apresentados no 5° Workshop de Segurança Operacional da ASAGOL, realizado entre os dias 16 e 20 de agosto de 2021 ( https://bit ly/3JfnqMH ), assim como no Ciclo de Palestras da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, evento organizado pela Associação Paulista de Medicina no dia 14 de setembro de 2021 ( https://bit.ly/3Er8TtM ).

Dessa forma, a análise de uma amostra robusta de escalas executadas em um passado recente poderá balizar recomendações de segurança e métodos de mitigação de risco, com o intuito de fornecer informações científicas qualificadas para auxiliar os sistemas de gerenciamento de fadiga dos operadores em um mercado dinâmico e em franca recuperação.

Para finalizar, agradeço mais uma vez à Diretoria da ABRAPAC por conceder esse importante espaço para o Projeto Fadigômetro, convidando nossa comunidade aeronáutica para conhecer mais sobre o projeto em www.fadigometro.com.br . E caso tenham dúvidas, críticas ou sugestões, entrem em contato com a equipe do Fadigômetro através do link: https://bit.ly/3HpsBrR

Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo

Fundador da SafeandOptimizedStandards

Pesquisadores pretendem investigar as prováveis causas raízes da fadiga, com ênfase nas madrugadas e nas operações de pousos e decolagens realizadas entre 02h00 e 06h00

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