Revista Tecnologia Gráfica Nº 84

Page 65

6

Captura das Imagens

Colorização

Captura das imagens

Visualização com Óculos

Fusão

Colorização

Fusão

R

Visualização com óculos RGB

GB

GB

RGB R

Esquerda

Direita

R = do Imagem doesquerdo – Colorizada olho esquerdo - Colorizada Vermelho R = Imagem pontododeponto vistadedovista olho de de vermelho B = Imagem doGB G ponto de vista do olho – Colorizada de ciano = Imagem do ponto de direito vista do olho direito - Colorizada de Cyan

Fonte: Macedo e Figueiredo, 2012.

Fluxo da produção de imagens anaglíficas.

ao elemento central de interesse, deve-se deslocar uma das camadas no sentido horizontal até diminuir ao máximo as manchas coloridas ou até que as cores de um elemento se encaixem perfeitamente. Com as imagens alinhadas, recorta-se a imagem final nas ­­áreas contíguas. Neste ponto a imagem anaglífica está pronta, podendo ser vi­sua­li­za­da no próprio monitor ou ser impressa. Para a impressão é necessário rea­li­z ar a conversão do modo de cor RGB para CMYK , utilizando o perfil e configurações exigidos pelo processo gráfico. Retoques e tratamentos devem ser rea­li­z a­dos antes da colorização, lembrando que tudo que for rea­li­z a­do em uma imagem deve ser rea­li­z a­do também na outra (5). Visualização da imagem anaglífica

Como a imagem anaglífica é formada por duas imagens sobrepostas, os olhos enxergam as duas imagens si­mul­ta­nea­men­te sem o efeito de tri­di­men­sio­ na­li­da­de desejado. Para que a simulação da visão humana se concretize é necessário utilizar os óculos anaglíficos, que têm a função de filtrar a imagem anaglífica, fazendo que cada olho enxergue apenas a imagem que lhe corresponda. Os óculos anaglíficos pos­suem, no lugar das lentes, filtros coloridos transparentes. No olho esquerdo o filtro é vermelho e no direito é cia­no. Por serem transparentes, os filtros permitem a passagem da imagem que possui a sua cor e impedem a passagem da imagem que possui a sua cor complementar (6). O filtro vermelho permite a vi­sua­li­za­ção apenas da imagem em vermelho (esquerda) e o filtro em cia­no apenas da imagem em cia­no (direita). Cada olho enxergará apenas a imagem que lhe corresponde, simulando a visão humana e, consequentemente, gerando a percepção de profundidade, pro­por­cio­nan­do assim a ideia de três dimensões.

Resumindo

A técnica anaglífica utiliza ar­ti­fí­cios ba­sea­dos nas cores complementares para simular a visão humana. Em razão disso, a imagem final, ao ser vi­sua­li­za­da, possuirá perdas tonais, principalmente se a imagem original possuir a cor vermelha muito saturada. Além disso, o uso de óculos anaglíficos implica alguns cuidados: ◆◆ Deve ser utilizado por cima de óculos com lentes corretivas, caso o observador os utilize ◆◆ Deve ser utilizado em locais bem iluminados, devido à perda de luminosidade causada pelos filtros ◆◆ Não deve ser utilizado por períodos muito longos, pois causa de cansaço visual Ao serem impressas, as imagens anaglíficas podem ter uma perda de coloração, devido ao uso de tintas (em contraste com o RGB , que é luz), o que poderá causar, em alguns casos, a passagem do mesmo elemento das duas imagens — a do olho esquerdo e a do direito — pelo mesmo filtro, obtendo uma vi­sua­li­z a­ção duplicada do mesmo. Como visto, a técnica anaglífica pode ser facilmente aplicada, necessitando de uma ou duas câmeras, um soft­ware de manipulação de imagens e um óculos anaglífico, sendo que este último pode ser produzido em casa, com uma armação de papel-​­cartão e os filtros de acetato colorido, por possuirem uma boa transparência. No mundo da impressão, a técnica anaglífica é uma alternativa cria­ti­va e de baixo custo para despertar o interesse do público, adi­cio­nan­do valor através do efeito de profundidade aos produtos impressos, além de utilizar um conceito bastante inteligente para enganar o próprio cérebro. O processo pode ser aplicado em diversos segmentos de impressão, como his­tó­rias em quadrinhos, livros de arte, embalagens e outras aplicações nas quais efeitos cria­ti­vos possam adi­cio­nar valor ao produto final.

Anderson Carlos de Souza Macedo é técnico em pré-​

i­mpressão pela Escola Senai Theobaldo De Nigris. Julio Tadeu de Figueiredo

é instrutor de pré-​ ­impressão da Escola Senai Theobaldo De Nigris, graduado em Tecnologia Gráfica pela Faculdade Senai de Produção Gráfica.

Colaboração do Naipe –

Núcleo de Apoio a Inovação e Pesquisa da Escola Senai Theobaldo De Nigris. Referências

MACEDO, Anderson Carlos de Souza; SANCHETTA, Gabriela Alves; FERREIRA, Gabriele Alves. Interatividade em produtos gráficos: aplicação de dados variáveis e imagens anaglíficas (3D). Orientação: Julio Tadeu de Figueiredo. Trabalho de Conclusão de Curso – Escola Senai Theobaldo De Nigris, São Paulo, 2011. SISCOUTTO, Robson Augusto et al. Estereoscópica. In: KIRNER, Claudio; TORI, Romero. Realidade virtual: conceitos e tendências. São Paulo: Editora Mania de Livro, 2004. Disponível em: <http:// web.tecgraf.pucrio.br/ publications/artigo_2004_ estereoscopia.pdf>. Acesso em: 12 set. 2011. VOL. IV  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

65


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.