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e direção de luz usada nos splashes, agrupando poster iormente as duas fotos. Para tal empreitada, foi necessário construir uma tenda para limitar e confinar o voo dos pássaros e dentro dela um sensor de movimento, que disparava o flash, sincronizado à câmera, pré-focada na trajetória do pássaro, pronta para captar a imagem em pleno voo. Mas o desafio maior não era tecnológico e sim logístico: como conseguir as aves? A maior parte dos pássaros domesticados tem as asas cortadas para não fugir. Ademais, no Brasil não é permitido fotografar animais silvestres fora de seu habitat natural. Para os primeiros testes, Tony acabou comprando um periquito australiano. Tudo funcionou a contento, porém a ideia era fotografar aves brasileiras. Passaram- s e seis meses até ele conseguir um casal de jandaias em um petshop especializado em aves exóticas. Depois uma coruja, uma arara canindé, e finalmente o acesso a um número maior de es pécies por meio do Complexo Ambiental Cyro Gev aerd, o zoo do Balneár io Camboriú, em Santa Catarina, incluindo algumas ameaçad as de extinção como o araçari-poca. O resultado foi uma explosão de cores. “Cada tentativa era uma surpresa, uma nova imagem impossível de ser repetida. Tanto a formação dos splashes quanto a aerodinâmica do voo proporcionavam
REVISTA ABIGR AF setembro /outubro 2016
resultados igualmente imprevisíveis. As duas situações integravam-se perfeitamente.” Com a exper iência no Sul, Tony somou duas dezenas de imagens, rendendo o convite para a primeira exposição do Beleza Ameaçad a*. Entre 15 e 18 de setembro, as fotos, reproduzidas em metacrilato, foram apresentadas no Festival Aves de Paraty, no Museu do Forte, evento incorporado ao Paraty em Foco. “A repercussão foi muito boa. Ornitólogos e amantes das aves ficaram encantados, principalmente pela abordagem diferenc iad a, que chama atenção para a necessidade da preservação das aves de uma nova maneira”, afirma o fotógrafo. “Os muitos contatos que fiz com especial is tas de todo o Brasil devem facilitar o acesso a outras espécies. Esse é só o começo.” A exposição deve viajar pelo País. Já há convites para a Semana de Fotografia de Minas Gerais, no segundo semestre de 2017, e para levá-la a Curitiba, assim como para apresentá-la em shoppings de São Paulo. Isso sem contar o trabalho com morcegos, por meio do Instituto Butantã. Mas essa já é uma outra história. *O projeto Beleza Ameaçada é representado pela ArtShot (www.artshot.com). A galeria doa uma porcentagem do lucro das vendas das imagens para instituições ou pessoas físicas protetoras das aves fotografadas.