GUNTER
EMILIO
Grupo de funcionários da Pancrom, em frente à sede da empresa, na Rua Silveira da Mota, no bairro do Cambuci, em São Paulo, reunidos durante festa de Natal em 1961. Entre eles estão Emilio e Gunter Murrins que, mais tarde, abriria a Color G
MUDANÇA DE ARES
Formado como esp ec ialist a em offset, em 1956 Emilio decidiu deixar a gráfica. Foi trabalhar com um mecânico que descobriu como lucrar com uma lei baixada anter iormente por Perón limitando a importação de equipamentos, transformando máquinas A4 em duplo ofício. A exper iência durou pouco, mas rendeu a socied ade em uma tipografia. Depois de três anos, vendeu sua parte e cruzou a fronteira. Aportou em São Paulo no dia 5 de fevereiro e, ao ver a cidade, disse ao amigo. “Eu não volto mais para Buenos Aires”. Instalado em uma pensão no Centro, depois de conhecer Santos e o Rio de Janeiro, Emilio não teve dificuldade para encontrar trabalho. “O Estadão de domingo pesava 12 quilos, com seis cadernos de emprego”, lembra Emilio. Depois de uma passagem relâmpago por uma encadernadora, respondeu ao anúncio da Pancrom à procura de impressores, sendo entrevistado por George Murrins e o filho, Horst. Rapidamente destacou-se aplicando o conhecimento adquirido na Argentina. Desmontou máquina, mostrou como era possível usar gesso para melhorar a qualidade do relevo, alterou a ordem da entrada das tintas nas máquinas, acabando por in fluenciar positivamente toda a produção. Tanto que ao receber seu primeiro 13 º‒ , acumulando 159 horas extras, foi surpreend ido pela atitude de George: “Ele disse que, por minha causa, pela primeira vez pagaria o 13 º‒ em dobro. Daria o benefício para todos os funcionár ios, mas o motivo era eu”, conta Emilio emocionado.
Mesmo valorizado, Emilio queria mais. Da Pancrom passou por vár ias gráficas, alternando a função de orçamentista com o comando da produção. Em 1970 entrou na Hoechst, aquela que viria a ser sua maior escola, e, igualmente, a empresa que o seguraria por mais tempo. Um dos responsáveis pela introdução das chapas Ozasol no mercado nacional, Emilio floresceu na H oechst. Terminou o primeiro ano como supervisor, no segundo passou um mês na fábrica da Alemanha e no terceiro
Emilio ingressou na Hoechst em 1970, onde, no terceiro ano, tornou‑se gerente técnico e foi um dos responsáveis pelo lançamento das chapas Ozasol no mercado nacional
março /abril 2014 REVISTA ABIGR AF
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