Revista Abigraf 247

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5 Conversa de Pescadores, Porto Seguro, Bahia, óleo sobre cartão, 20 × 30 cm, 1984 6 Mercado em Kelantan, Malásia, aquarela e guache sobre papel, 39,5 × 36,7 cm, 1996 7 Ateliê em Brasília com Samovar, óleo sobre tela, 94 × 73 cm, 1993

RETROSPECTIVAS EM 2010 Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro – 7 de julho a 30 de agosto Museu da República, Brasília – 3 de novembro a 5 de dezembro

Deixou belos quadros de paisagens do Bra­ sil, da França e da África do Norte, além de interiores, naturezas e flores. Anne Marie Nivouliès de Pierrefort mo­ rou na ilha de Paquetá, nas La­ran­jei­ras e na Glória. Foi neste último bair­ro que Sergio, então com pou­co mais de 20 anos, a conhe­ ceu. Os mais de 50 anos de diferença entre os dois não impediram uma grande amiza­ de. Anne Marie foi tão importante para Ser­ gio, quanto ele foi para ela ao escrever um livro re­fe­ren­cial sobre a vida e a obra da ar­ tista, editado pela Galeria Wil­dens­tein (se­ dia­da em Paris). A ini­cia­ti­va de Sergio ge­ rou mostras retrospectivas de Anne Marie na França, Argentina e Brasil. Ele pintou um retrato da artista que, hoje, integra o acervo do Museu de Arte Moderna de Pa­ ris. Mas, quando foi fei­to, esteve exposto na vitrine da Farmácia Rápida, no bair­ro ca­r io­ca do Leme, único espaço para a arte do então ini­cian­te. 7

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47 0 1 0 • nº 2 • mai/jun 2 • ano xxxV gráfica

Capa

Orquídeas, São Paulo, óleo sobre tela, 80 × 60 cm, 2009

Em 1964, Sergio prestou concurso públi­ co para o Ministério das Relações Ex­te­rio­res. Aprovado cons­truiu passo a passo a car­rei­ ra, sempre promovido por mérito até alcan­ çar o posto máximo: em­bai­xa­dor. Serviu por 40 anos em 13 paí­ses e dirigiu o Departa­ mento Cultural do Itamaraty. Em Portugal e na França (teve ate­liês em Montmartre e às margens do rio Sena) pintou bastante e conheceu artistas de renome. Mas, foi em Paris, Lisboa e no Rio de Ja­ nei­ro que encontrou sua principal temática. Produziu, no Rio, dentre outros temas, uma série de desenhos, aquarelas e ­óleos sobre a zona do meretrício no Mangue. O traba­ lho que mostra, com humor e lirismo, mu­ lheres de uma vida nada fácil, mereceu do poe­ta Carlos Drummond de Andrade inspi­ rado poe­ma: “A Festa no Mangue”. Os ver­ sos abrem o álbum, publicado pela fi­l ial londrina da Galeria Wil­dens­tein. Sergio Telles, aos 74 anos de idade e 66 de arte, vive em São Pau­lo e se divide en­ tre seus ate­liês no Jardim Pau­lis­ta e na Bela Vista. Sua pintura é marcada pela lingua­ gem figurativa. Em sua obra a apurada téc­ nica não impede a mais pura emoção. O ar­ tista sabe, com um estilo próprio, vencer os de­sa­f ios da tela branca com intensidade de formas, cores e luz. Seus quadros são um grito que nos alerta, sem amargura, para a rea­li­da­de da vida. Em es­pe­cial, destacan­ do simples encantos, como o menino Ser­ gio sentia ao ir para a escola, caminhando ou de bonde pelos su­búr­bios ca­r io­cas. MAIO/JUNHO 2010  REVISTA ABIGR AF

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