revista 29HORAS - ed. 91 - maio 2017

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franchising

< De volta às raízes

Aos 19 anos, o carioca Leandro Souza – filho de um porteiro e uma empregada doméstica – foi para os EUA, sobrevivendo com três trabalhos por dia em Los Angeles. Juntou dinheiro e abriu uma empresa de vallet parking. Em 2009, com o pico da crise econômica mundial, Leandro viu o seu negócio e o de tantos outros fecharem. Diante da situação, ele juntou suas economias e voltou para o Rio de Janeiro. A ideia do Espetto Carioca surgiu após observar o sucesso que as barracas de churrasquinho faziam nas esquinas. “Voltar para o Brasil foi um baque de cultura”, conta Leandro. “A burocracia e a complexidade para abrir um negócio aqui não existem nos EUA. Ser empresário no Brasil hoje é ser campeão”. No final de 2009, o empresário e dois sócios abriram a primeira unidade no Recreio, zona oeste do Rio, onde o sucesso foi imediato. Inauguraram em seguida mais duas lojas e em 2012 decidiram virar franquia. Em 2016 a rede fechou o ano com 26 unidades – sendo 24 no Rio, uma em Juiz de Fora (MG) e outra em Piracicaba (SP) – e um faturamento de R$ 53 milhões. foto edgard pacheco

foco e Determinação >

Quando decidiu vender sua casa, em Taubaté, no interior de São Paulo, para investir em uma pizzaria, Luzia Costa não pensava que iria perder tudo. Mas o negócio foi à falência e ela se viu morando de aluguel em uma casa de pau a pique com um bebê de um ano no colo. Nesses tempos, ela vendia pirulitos e conservas de tomates secos para sobreviver. Mudou-se com o marido para Roseira e as coisas começaram a melhorar. Luzia entrou em um curso de estética oferecido pela prefeitura da cidade e destacou-se entre os alunos, pois já havia trabalhado como manicure. Decidiu então morar em Ubatuba, no litoral do estado, onde fazia massagem na praia e nos condomínios, trabalhando até meia noite. Em um ano, conseguiu juntar dinheiro para pagar as dívidas da pizzaria e voltou a morar em Taubaté, onde recomeçou sua vida, desta vez focada na estética das sobrancelhas. Em 2013, Luzia inaugurou a primeira Sóbrancelhas; quatro meses depois já havia uma franqueada. Em 2016, a rede teve um faturamento de R$ 50 milhões e ingressou no mercado internacional, na Argentina, com as marcas Sólocejas e Beryllos. “É muito fácil quebrar, é muito difícil crescer”, acredita Luzia, de 36 anos. “Se em algum momento eu tivesse dúvida do meu negócio, eu ainda estaria na praia”.

Pioneiro Das microfranquias Durante dez anos, Artur Hipólito foi CEO do Grupo Multi Holding, que inclui marcas como a Wizard. Esse know-how ajudou-o, sem dúvida, quando decidiu abrir a franquia de reforço escolar Tutores. “Eu tenho uma filha com déficit de atenção e um enteado com dislexia”, conta Artur. “E a gente não encontrava ninguém que nos ajudasse. Vimos que no exterior já havia redes de franquias estabelecidas que pensavam nessa dificuldade de aprendizagem e como ajudar os pais. E disso nasceu a Tutores”. O sucesso da Tutores, hoje com 110 franquias pelo Brasil, ajudou a ampliar o negócio. Com a entrada do novo sócio, Marco Imperador, surgiu então o Grupo Zaiom, com foco nas franquias

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de baixo custo. Hoje o Grupo Zaiom é o líder nacional em microfranquias e tem marcas como Home Angel, Doutor Faz Tudo e Dr. Jardim. São mais de 500 unidades franqueadas no Brasil. Artur Hipólito acredita que vender é atender às necessidades e desejos dos clientes e proporcionar momentos mágicos que façam valer a pena a compra. “É com esse objetivo que podemos conquistar e manter os clientes”, afirma. Palestrante, Hipólito é também autor do livro “Competindo pelo Cliente”, destinado a quem queira conhecer o mundo das vendas. “Acho importante compartilhar minhas experiências com jovens que queiram empreender”.


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