revista 29HORAS - ed. 74 - dezembro 2015

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mobilidade

Por LEÃo SErVA

O aplicativo SP SEM CARRO exibe opções de rotas em São Paulo

NOVOS HORIZONTES

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rimam com tortura. O que não é verdade, absolutamente. Foi para quebrar esses paradigmas tortos que fizemos o aplicativo de smartphones SP SEM CARRO, assim como o guia “Como Viver em São Paulo Sem Carro”, que Alexandre Lafer Frankel idealizou em 2011 e lançamos anualmente desde de 2012. A ideia é tornar mais fácil a vida de quem quer parar de usar o carro, tanto por indicar caminhos quanto ao pôr em contato pessoas que já fizeram a opção. Para ser uma ferramenta útil, o aplicativo mostra opções de rotas para as pessoas fazerem a pé, de bicicleta, de transporte público ou de táxi; para mostrar que elas não estão sozinhas, ele abre janelas para as redes sociais onde há milhões de amigos lidando com a mesma questão. Se você está chegando agora, baixe o aplicativo em seu celular, use e abuse. Você vai ver que São Paulo é muito mais legal quando vista de fora de um carro que se move lentamente.

Leão Serva, 54, é jornalista e co-autor, com Alexandre Lafer Frankel, do guia anual Como viver em São Paulo sem carro

foto divulgação

Tem muita gente parando de usar o carro, evitando enfrentar na direção os enormes congestionamentos das grandes metrópoles. Isso é bom para a cidade, reduz a pressão sobre o trânsito e melhora a qualidade de vida dos indivíduos que fazem a escolha. Mesmo quem segue a vida em carros compartilhados, como táxis, Uber ou carona, tira carros das ruas. Muitas pessoas, no entanto, seguem dependentes do automóvel por uma sensação de que a vida é mais complicada sem ele, de que os caminhos são mais demorados, de que os riscos aumentam e que os transportes públicos são lotados. Recentemente em uma entrevista, o badalado urbanista colombiano Ricardo Montezuma lembrou que são sempre semelhantes as notas dadas aos transportes públicos pela população de diferentes países; da Suécia ou Suíça (que têm coletivos de qualidade indiscutível) a Buenos Aires e Bogotá (nem tanto), quanto melhor a infraestrutura, mais as pessoas pedem e isso é muito natural. No entanto, isso cria uma imagem ruim dos sistemas públicos, que a imprensa ajuda a disseminar, de que ônibus, metrôs e trens


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