Revista Comvida nº6

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n.6 | 2011 | trimestral

ATLÂNTICOLINE E ASSOCIAÇÃO TURISMO DOS AÇORES Preparadas para 2011

CRUZEIROS Os Açores na Rota dos grandes Navios

HÉLDER FERNANDES Na vida não há impossiveis



Editorial

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editorial ANO NOVO SERÁ VIDA NOVA? A Associação de Empresários das Portas do Mar, na altura em que este editorial estava a ser escrito, recebeu a confirmação por parte do Governo Regional dos Açores sobre o projecto de cobertura de espaços de circulação no nosso complexo turístico. Velha ambição da nossa parte e, certamente, boas notícias para todos aqueles que nos visitam e que não o fazem mais vezes por razões atmosféricas. A seu tempo daremos mais informações sobre este projecto nas páginas desta vossa Revista. Para além da boa notícia, a dúvida sobre o futuro paira sobre todos nós. Como será 2011? Será que entrei com o pé direito? Ninguém sabe. Como diria um célebre jogador de futebol: “prognósticos só no fim do jogo”. Contudo, apesar de não termos o condão de adivinhar o futuro ou de alterar o percurso natural das coisas, confiamos que 2011 poderá ser um ano positivo. É com essa convicção que estamos a preparar um conjunto de iniciativas que, conjuntamente com a APM – Associação das Portas do Mar, poderão ser mais

alguns bons motivos para contarmos com a vossa presença. Este esforço não é exclusivo das entidades referidas. Como poderão ler ao longo desta edição, o esforço também é possível constatar na Companhia de transporte de passageiros – Atlânticoline, que, fruto das muitas operações previstas para este ano, fará chegar muitos visitantes às Portas do Mar, e, também, pelas palavras da Presidente da ATA – Associação do Turismo dos Açores, que nos informa das múltiplas actividades de promoção no exterior do destino Açores. Com estas notícias sobre o trabalho que está a ser efectuado acreditamos que o saldo no final do ano será positivo. Para isso temos que começar já. Pela nossa parte, estamos preparados.

Associação de Empresários do Complexo das Portas do Mar A Direcção. Vicente Quiroga Fernando Neves Horácio Franco



Índice

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índice

ATLÂNTICOLINE Os desafios para 2011. Carlos Reis

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TURISMO DE CRUZEIROS

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CRÓNICA Ponto de chegada, ponte de união

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VINHOS, GASTRONOMIA E BUROCRACIA

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ORTODONTIA Pedro Eleutério

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REPORTAGEM Hélder Fernandes

ENTREVISTA Luísa Schanderl

44 PAVILHÃO DO MAR

ABRIU PORTAS A 2011

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NOTÍCIAS Acontecimentos do último Trimestre

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LOGISTAS Espaços e Contactos

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PROGRAMA DO TRIMESTRE

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ficha técnica Título da Publicação – Revista ComVida; Propriedade – Associação de Empresários do Complexo Turístico das Portas do Mar – Complexo das Portas do Mar 9500 – 150 Ponta Delgada; Director – Vicente Quiroga Lopes; Coordenação – Fernando Neves e Luís Oliveira; Editor – LMO Zona de Ideias, Imagem, Comunicação e Marketing, Lda. , Rua João Melo Abreu, nº11 9500316 Ponta Delgada. Site www.lmo-zonadeideias.pt; Design – João Sousa e Tânia Ferreira; Secretariado – Micaela Costa; Publicidade – LMO Zona de Ideias, Lda., Tel: 296 308 600 , Fax 296 308 609 , Email zona.ideias@mail.telepac.pt; Textos – Paula Costa, Rita Resendes e Patrícia Carreiro; Fotografia – José Borges e Banco de Imagens Zona de Ideias; Agradecimentos – Azores Cruise Club, André Velho Cabral, António Jorge Tavares e Pedro Eleutério; Impressão – COINGRA – Companhia Gráfica dos Açores, Lda., Parque Industrial da Ribeira Grande, lote 33 – 9600 – 499 Ribeira Grande; Revista Trimestral / Depósito legal nº 301082 / 09; Tiragem: 10.000 exemplares; Distribuição gratuita.


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Entrevista

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ATLÂNTICOLINE, ANO 2011: Novas metas Texto: Paula Costa

“Tudo está a ser preparado para que a operação de 2011 corra com estabilidade e dentro da normalidade”

A empresa Atlânticoline, a cuja presença já os açorianos se habituaram e a qual elegem como seu transporte inter-ilhas durante o Verão, transportou, no ano transacto, 130.364 passageiros e 18.195 viaturas. Este ano a operação inicia-se a 17 de Maio e prolonga-se até a 2 de Outubro. Este começo far-se-á, como é habitual, com o navio Express Santorini, sendo que entre os dias 9 de Junho e 11 de Setembro as ligações serão reforçadas pelo navio Hellenic Wind. Ambos os navios foram fretados à Hellenic Seaways. É de mencionar que o Express Santorini tem capacidade para transportar 630 passageiros e 125 viaturas, e o Hellenic Wind tem capacidade para 660 passageiros e 125 viaturas. Irá efectuar predominantemente as ligações entre as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Graciosa, nos meses de Junho, Julho e Agosto. NOVIDADES Para além destes dados estatísticos, a Atlânticoline começa este ano de 2011 com algumas novidades. Carlos Reis, presidente da transportadora,


Entrevista

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explica que haverá uma reorientação da empresa para o serviço ao cliente, reforçando desta forma a dinâmica comercial. No que diz respeito às rotas, ponto que se encontra no centro da atenção dos potenciais passageiros, a Atlânticoline garantirá uma cobertura eficaz e total das festividades que de Verão têm lugar no arquipélago. Carlos Reis lembra também que haverá uma melhoria de acessibilidades, com especial atenção à ilha de Santa Maria, para a qual o navio irá numa sexta-feira e regressará num domingo, tornando possível a estadia durante o fim-de-semana nesta ilha mais próxima. O mesmo acontecerá entre outras ilhas; os habitantes da Terceira terão também a oportunidade de visitar a ilha Graciosa durante esse mesmo período de tempo. A viagem às Flores, sendo a mais demorada da Atlânticoline, conta de igual modo com alterações; “vai ser

feita em horário nocturno, sai à meia noite e chega às 7:30 da manhã. Os passageiros têm possibilidade de dormir a bordo: é um horário mais simpático que chegar às 3 ou 4 da manhã”, assegurou o presidente da transportadora. Prevê-se que a operação da Atlânticoline decorra com estabilidade neste ano de 2011, apesar de dificuldades sentidas ao longo dos tempos. Carlos Reis acredita que “não há motivo algum para que cheguem fora do tempo previsto, está tudo programado para que tudo corra dentro da normalidade”. As agências de viagens estão habilitadas a vender e a disponibilizar rotas e tarifários já na segunda quinzena de Fevereiro, como afirmou o presidente da companhia: “há uma antecipação e disponibilidade de marcações que nunca aconteceu na história da Atlânticoline”. Em forma de análise, Carlos Reis salvaguarda que esta


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O Complexo das Portas do Mar é fundamental para o grande objectivo de trazer mais pessoas aos Açores.

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transportadora “tem vindo a crescer em termos de qualidade e viabilidade. 2010 já foi muito bom, o que corre bem é sempre possível melhorar. Quanto às alterações aos horários, pensamos que podem ter um impacto muito significativo. A empresa esteve muito orientada para uma vertente operacional. Essa fase já está assegurada e é altura de dar mais um passo num sentido diferente: tornar a empresa mais agressiva comercialmente, no bom sentido do termo”. PORTAS DO MAR No rumo ao progresso que a empresa procura e para o qual trabalha afincadamente, o presidente da Atlânticoline não tem dúvidas quanto à utilidade das Portas do Mar: “há 5 anos quase não escalavam navios de cru-

zeiro cá, agora temos mais de 100 previstos, ainda que a permanência seja reduzida”. Mesmo que por pouco tempo, este breve contacto pode ser fulcral para o despertar da curiosidade e interesse pelas ilhas açorianas, incentivando os que por aqui passam a voltar para melhor desfrutar e conhecer. Na opinião de Carlos Reis, as Portas do Mar manifestam-se fundamentais para o cumprimento desse objectivo: trazer mais pessoas aos Açores: “quem cá chega levar uma boa impressão desde o primeiro momento até à saída”. O presidente da Atlânticoline não tem dúvidas de que os passageiros desta empresa têm em Ponta Delgada as melhores condições da região no que concerne a todos os aspectos que a chegada e a partida implicam, sublinhando ainda que, apesar de o Governo Regional estar a intensificar o investimento em portos, o nível das Portas do Mar é incomparável.


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A CRISE ECONÓMICA Quanto à situação económica de crise que já se faz sentir, e que se teme que possa ainda piorar, o presidente da Atlânticoline defende que será “trabalhando muito” que a irão combater e pretendem mesmo aumentar a receita em 4%. “Reconhecemos que é uma meta ambiciosa e por isso, e ao contrário do que as pessoas pensam, que só trabalhamos de Verão e de Inverno descansamos, estamos a trabalhar muito agora para ter tudo pronto, temos a imaginação e criatividade a trabalhar. O trabalho de Inverno visa superar as dificuldades de Verão que a situação económica possa causar. Queremos motivar a população a aproveitar os nossos serviços e a viajar connosco”, recordando que numa viagem de barco a convivência é o mote a divulgar e promover. CLIENTES HABITUAIS DA ATLÂNTICOLINE De momento, os passageiros que mais recorrem ao transporte propiciado pela Atlânticoline são ainda os jovens. O tempo livre permitido pelas férias de Verão, aliado a um preço especial, revela-se aliciante e acessível. Este é mesmo um dos objectivos da empresa: “proporcionar aos jovens estas experiências que a preços normais de mercado não seria possível”. Segundo Carlos Reis, “o sector dos idosos está a crescer. Também

têm um preço especial. Já se começam a aperceber de que nesta idade é muito interessante descobrir as ilhas que não conheciam: é um papel muito importante que desempenhamos”. O aspecto concernente aos estrangeiros relaciona-se mais, na opinião do presidente da transportadora, aos pacotes inerentes à viagem de avião. De qualquer modo Carlos Reis ressalva que “vamos tentar desenvolver actividades e iniciativas que possam interessar mais os estrangeiros que nos visitam, e os continentais também”. SATA: CONCORRENTE OU COMPLEMENTAR? O presidente da Atlânticoline reconhece que a comodidade e rapidez disponibilizada pelo serviço aéreo são fundamentais, podendo mesmo ser factores decisivos na escolha. No entanto, a companhia aérea da SATA não é encarada pela transportadora marítima como concorrência, mas sim como uma alternativa: “há pessoas que preferem uma viagem mais demorada de navio porque podem conviver e experienciar o mar, outras preferem o avião. Temos uma boa relação com a administração da SATA e tentamos colaborar. De qualquer forma, a comodidade que os nossos navios agora proporcionam, a regularidade e a certeza de cumprimento de horários foram muito importantes em 2010 e podem ser muito importantes em 2011 na conquista da confiança das pessoas”, que


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assim saberão que barco estará pronto na data e hora previstas, oferecendo os melhores serviços possíveis. As rotas da SATA e da Atlânticoline são distintas, sendo passíveis de se tornarem complementares. Tendo em conta que a colaboração é almejada, contudo, Carlos Reis acautela que em termos operacionais é difícil a conjugação de horários entre as duas. Porém, “tudo faremos para que esta complementaridade seja cada vez maior”. O TURISMO NOS AÇORES A opinião de Carlos Reis relativamente ao estado do turismo nos Açores contrabalança entre vários aspectos. A situação actual não é segura, como comentou: “havia regiões do globo que eram muito fortes em termos de turismo, como Tunísia e Egipto, que estão com problemas graves e tempos conturbados. Algum redireccionamento de turismo vai haver. Há ainda o aspecto negativo crise, a redução dos salários que pode penalizar. Por outro lado os Açores são cada vez mais conhecidos a nível nacional. O Governo Regional tem promovido bastante o destino Açores, o que pode fazer com que as pessoas venham ao Arquipélago. A SATA também fez um esforço em termos de tarifários de tornar os Açores mais acessíveis. Confio que o ano de 2011 não vai ser muito mau.” Ao abordar o turismo no arquipélago dos Açores, emerge com frequência o sucesso nesta área que tem

tido o arquipélago da Madeira. Na opinião de Carlos Reis, “a Madeira tem muitos anos de avanço”. Porém está confiante que os Açores já avançaram muito e estão certamente num bom caminho. O AMBIENTE Tema que não pode deixar de forma alguma de ser mencionado quando dos Açores se fala é o ambiente. Que preocupações terá a Atlânticoline e que medidas tomará para o proteger? Como aferiu o presidente da companhia, “os navios envolvem combustível e não há volta a dar, há uma maior preocupação com o lixo a bordo e com o seu tratamento”. Carlos Reis explica que um dos navios é mais poluente que o outro, embora nenhum deles seja especialmente poluente. No que diz respeito à poluição marítima, o presidente da transportadora garante que “está controlado”. MENSAGEM De forma concisa, objectiva e que funciona como descrição e epígrafe dos serviços prestados por esta transportadora, o presidente da Atlânticoline apela: “confiem na Atlânticoline. Connosco podem ter uma boa experiência a bordo, podem começar as férias com a viagem”.


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a Delgada: Amanhecer majestoso em Pont

Queen Elizabeth realizou escala inaugural nos Aรงores.


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Saga Ruby & Queen Elizabeth

Entre o encanto do passado e a referência do futuro.

O final de 2010 e o início de 2011 marcou a passagem por Ponta Delgada de dois emblemáticos navios de cruzeiro da actualidade. Embora pertencentes a gerações muito distintas, cada qual simboliza uma referência entre os demais congéneres. Se o Saga Ruby encanta pelas suas linhas de paquete transatlântico clássico, o recém-inaugurado Queen Elizabeth seduz-nos com uma mescla de requinte e tradição britânica digna da companhia mais famosa de sempre, a Cunard Line!


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Interiores do Saga Ruby ilustram o glamour dos paquetes do outrora.

Saga Ruby: a excelência de um navio clássico! A elegância intemporal deste paquete, aliada a determinadas características que tendem a desaparecer nos paquetes mais modernos, fazem do Saga Ruby um dos navios de cruzeiro mais interessantes de se conhecer. Por esta razão, realizar um breve périplo pelas principais áreas públicas do ex Vistafjord, foi um verdadeiro privilégio. Outro elemento que gostaríamos de destacar, prende-se com o facto de este ter sido o primeiro navio a tomar combustível nas Portas do Mar, após a certificação daquele local para esse efeito. Quanto à visita efectuada, podemos afirmar que é um navio diferente dos actuais “resorts” flutuantes, mas apesar de já não ser novo, os seus interiores

estão muito bem cuidados, mantendo o aspecto de navio tradicional, com decoração sóbria mas elegante. Os locais públicos são acolhedores e espaçosos, onde destacamos o Britannia Lounge, Ballroom, Lido Restaurant e Dining Room. O Internet Center, a piscina interior e os camarotes são igualmente bonitos e apelativos. No espaço exterior, salientamos o tradicional promenade deck e toda a área envolvente à piscina exterior, onde foi possível constatar uma concepção muito diferente dos navios actuais. De facto, a disposição das zonas exteriores lembra outros tempos em que se dava importância ao exterior como local de excelência do barco. Também as baleeiras, ou pelo menos uma


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parte delas, são as tradicionais embarcações usadas nos grandes transatlânticos de outrora. Nem todos os nossos leitores poderão ter o prazer de realizar um cruzeiro a bordo deste magnífico navio, por razões relacionadas com a idade mínima exigida, ou seja, nem todos terão 50 anos: condição essencial para realizar um cruzeiro com esta companhia! Destinado essencialmente ao mercado britânico, e apesar deste Saga Ruby ser um navio já com 38 anos, conserva todos os predicados que fazem-no um ícone de referência entre os da sua geração. Esperemos que continue a navegar por mais uns anos e, principalmente, não conheça o triste destino, a que, o quase idêntico Saga Rose, foi sujeito!


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Queen Elizabeth: Cruzeiro com destino ao interior do navio Foi com especial agrado que membros do ACC receberam o convite para uma visita a bordo do magnífico navio de cruzeiros que escalou a cidade de Ponta Delgada no passado dia 2 de Janeiro de 2011. O Queen Elizabeth, navio da emblemática Cunard Line, realizou a sua escala inaugural nos Açores, motivo de redobrada satisfação, pois possibilitou, para além da referida visita, a primeira presença do nosso clube num briefing a bordo. Tivemos o prazer de estar presentes na cerimónia de boas vindas oferecida pelo capitão Julian Burgess, a quem o clube teve o privilégio de oferecer dois livros sobre os Açores, livros esses que ficaram disponíveis na biblioteca do navio e com o logo do ACC na contracapa. Outro momento de destaque aconteceu quando realizamos uma visita às suas principais áreas. Se no seu exterior o navio da centenária Cunard Line

não difere muito de outros tantos da classe Vista/Signature, não é menos verdade que, a sua chaminé e cores, transformam-no no Primus inter pares, claramente mais apelativo que os quase idênticos da Costa, Carnival ou Holland America. Aliás, as cores desta companhia têm um charme único e inigualável! O aspecto exterior, como acabamos de referir, é deveras apelativo. No entanto, na nossa perspectiva, é no interior que este navio exalta os sentidos de quem o contempla. De facto, um breve périplo pelas principais zonas públicas é suficiente para entender que estamos num ambiente único de requinte e sumptuosidade. Não conseguimos encontrar zonas do navio que não nos provocassem a expressão de fascínio, espanto ou deslumbre perante o que víamos. Desde o primeiro local que visitamos, o Yatch Club, que percebemos que o Queen Elizabeth não


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Direcção do Azores Cruise Club ofereceu livros sobre os Açores ao Capitão Burgess.

era apenas mais um navio de cruzeiros, mas sim um verdadeiro esplendor flutuante. As escadarias, os elevadores, até as magníficas carpetes salientavam essa ambiência única. É difícil destacar uma zona favorita, porque todos os locais públicos cativam os hóspedes. Até os simples corredores são decorados com pinturas magníficas, fotos da família real (destaque para o quadro da rainha Isabel II) ou símbolos marcantes da companhia. Relevo especial para as pinturas dos vários navios da Cunard (antigos e actuais) e ainda para os espectaculares modelos em miniatura dos navios Queen Elizabeth, Queen Mary, Queen Elizabeth 2 (este em prata), Queen Mary II ou Queen Victoria. Com uma decoração claramente inspirada nos navios da Cunard dos anos 30, salientamos áreas como o Grand Lobby, um deslumbrante átrio de três pisos, o lindíssimo restaurante Britannia, o salão de baile Queen’s Room, a

Texto: André Velho Cabral

requintada zona de compras Royal Arcade, o espantoso teatro Royal Court Theatre ou o magnífico salão Commodore Club, locais que encantam todos que têm a oportunidade de deles desfrutar. As piscinas, os variadíssimos bares, o casino, o SPA, os jacuzzis, o acolhedor Garden Lounge ou o Queen’s Terrace, também marcam a diferença dos demais navios. Estivemos perante uma combinação de formas e cores capaz de exaltar os sentidos, mesmo dos mais indiferentes ao género. Foram momentos únicos, que aqui partilhamos, enaltecendo a simpatia do capitão Burgess e de todos aqueles que proporcionaram momentos fantásticos a bordo do navio da Cunard. Aconselhamos vivamente um cruzeiro neste navio, mas quem o fizer não se preocupe com o destino: o Queen Elizabeth é um destino em si mesmo!


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Entrevista

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PRESIDENTE ATA Dra. Luisa Schanderl

ESTRATÉGIA PARA 2011 1. Pelas notícias recentemente publicadas, 2011 vai ser um ano em que a aposta na promoção do Turismo Açoriano vai ser muito forte em alguns mercados emissores. Qual é a estratégia que a Associação do Turismo dos Açores definiu para o sucesso que se pretende? A estratégia da Associação de Turismo dos Açores passa por promover a Região, junto de mercados prioritários, enquanto destino de natureza por excelência com uma vasta e diversificada oferta na área do turismo experiencial. Há produtos turísticos que são, para nós, estratégicos. É o caso do mergulho, dos passeios a pé, do vulcanismo ou da observação de cetáceos. Temos vindo a registar uma procura crescente destas actividades, que encontram nos Açores características ideais para a sua prática. É este posicionamento dos Açores que a ATA, num trabalho conjunto com a Secretaria Regional da Economia, e com os próprios empresários, pretende promover junto dos diferentes mercados. 2. A escolha dos Países onde decorrerão as várias acções previstas foi feita com que critérios? E o mercado Continental? A aposta da ATA também passa por promover a Região como destino dentro do País? Sim, sem dúvida. Portugal Continental é um dos nossos mercados estratégicos. Os outros são: Alemanha, Áustria, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Noruega, EUA, Canadá e França. Além da proximidade com alguns destes países, através das ligações aéreas existentes, encontramos nestes mercados um bom potencial que se prende com uma

Em 2011, Portugal Continental continua a ser para nós um dos mercados estratégicos.

Associação de Turismo dos Açores


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O turismo nos Açores deixou de ser uma actividade económica residual para se tornar num eixo fundamental de crescimento da Região.

elevada procura de actividades que os Açores têm para oferecer. A definição desta estratégia tem sido concretizada em articulação com a Secretaria Regional da Economia. Ainda recentemente foi realizada uma campanha promocional em Boston, e estamos a preparar outras, para outros mercados, já que consideramos que existe espaço para que os Açores se afirmem cada vez mais nesses países. Para isso é fundamental aumentar a nossa notoriedade, e é isso que temos vindo a fazer de forma sustentada. 3. A política de transportes de e para a Região tem vindo a sofrer várias alterações nos últimos tempos e que visam facilitar o fluxo de visitantes. Na qualidade de Presidente da ATA o que


Entrevista

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considera que falta fazer para potenciar o turismo regional? O turismo dos Açores tem vindo a ser potenciado ao longo dos últimos anos, tanto que deixou de ser uma actividade económica quase residual, para se afirmar como um dos eixos fundamentais do crescimento económico que a Região tem vindo a conhecer nos últimos anos. Enquanto Presidente da Associação de Turismo dos Açores, considero muito importantes as alterações registadas, já que permitiram aumentar o número de turistas que

recebemos. Refiro-me, designadamente, ao aumento do número de países com ligações directas aos Açores e ao estabelecimento de acordos de codeshare e inter-line com outras companhias, sem esquecer também a liberalização, com obrigações de Serviço Público, das rotas ContinenteAçores e a criação de tarifas promocionais para residentes e não residentes (88,50€). Mas estamos conscientes de que melhorar a política de transportes não é suficiente. Há todo um trabalho de promoção que é contínuo e que não podemos descurar, até porque concorremos com outros mercados. É nesse sentido que vamos continuar a levar os Açores um pouco por todo o mundo enquanto destino


Entrevista

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de Natureza por excelência com uma oferta crescente de actividades que levam o turista a interagir com ela. Além destes aspectos, é importante referir que o número e a qualidade dos serviços disponíveis para quem nos visita também tem vindo a aumentar, fruto quer das políticas desenvolvidas nesse campo, quer do esforço que os empresários têm feito. 4. Turismo de cruzeiros. Esta é uma aposta da Região? A sensação que se tem é que os navios encostam, mas os passageiros não consomem. O que considera que tem de ser feito no sentido de potenciar o comércio em dia de Cruzeiro? Não me parece que seja bem assim. Conhecemos o perfil-tipo do passageiro de cruzeiro, que não procura, com este turismo, um consumo compulsivo. No entanto, sabemos que se verifica um crescimento das receitas do comércio sempre que chegam embarcações, até porque muitos destes turistas aproveitam as paragens para conhecer a Região, o que é visível pela procura de Tours. Não nos podemos esquecer de que isto também é consumo e, como tal, contribui para impulsionar a nossa economia. 5. O complexo turístico das Portas do Mar é o maior investimento feito na Região na área do turismo. Contudo, fica a sensação de que o retorno deste investimento não está a acontecer como previsto. O que aconselha aos empresários presentes no Complexo

como boa estratégia? E em que medida a ATA pode colaborar numa melhor actividade? Este foi, sem dúvida, um investimento muito importante para a Região, não sendo correcta essa ideia de que o retorno conseguido não está a acontecer como o previsto. As Portas do Mar, além de constituírem uma infra-estrutura muito importante ao nível da captação de cruzeiros, alteraram por completo a relação de Ponta Delgada com a sua frente marítima, assim como o aparecimento de novas empresas e negócios. O conselho que posso dar aos empresários passa por, à semelhança do desafio que temos na ATA, apostar na promoção. Ou seja, os empresários devem procurar dar a conhecer as actividades que decorrem nas Portas do Mar. 6. Por fim, a Revista ComVida é um veículo de promoção das Portas do Mar e dos serviços presentes. Enquanto Presidente da ATA que mensagem quer deixar aos nossos leitores, empresários e frequentadores daquele espaço? O principal objectivo da ATA é promover os Açores. Nesse sentido, estamos totalmente disponíveis para colaborar com as Portas do Mar em actividades que tenham esse propósito. Gostava de deixar a todos uma mensagem de confiança. Os Açores são um destino único com uma oferta turística de excelência. Estou certa de que com o trabalho de todos nós conseguiremos fazer com que cada vez mais pessoas possam experimentar esta maravilha que são os Açores.


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Crónica

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, A D A G E H C E D O T N O P O

Costa Texto: Paula

à I N U E NTE D

PO

Sociólogo Licínio Tomás

Para além dos aspectos políticos e económicos já conhecidos e associados às Portas do Mar, será que existem outros, a outros níveis? Mais-valias relacionadas com outros campos de estudo, por exemplo? Este local é indubitavelmente uma porta de entrada para povos de todo o mundo que queiram visitar a ilha. Com eles trazem a sua identidade social, cultural, religiosa, e para além do convívio entre todas essas diferentes realidades que aí se encontram, surge também o mesmo convívio entre essas e os habitantes da ilha. Que vantagens situações deste género trarão para a ilha e arquipélago? Esta porta para o mundo poderá

traduzir-se num avanço de cariz sociológico? Para já, impõe-se caracterizar o preconceito, que pode irromper aquando do contacto com pessoas vindas de contextos que não o nosso. Segundo Licínio Tomás, Director do curso de Sociologia da Universidade dos Açores, “os preconceitos remetem para aquelas ideias, pensamentos, crenças e, sobretudo, convicções de que as nossas «certezas são feitas». O que é curioso é que hoje em dia se louvem as convicções como garante de verdade, de personalidade ou de certeza. A verdade é simplesmente um conteúdo lógico e a convicção, essa, assenta sobretudo ou em crenças ou em valores”. Estando estes últimos inseri-


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dos em doutrinas, códigos ético-morais ou ideologias, que causam atitudes diferentes em qualquer parte do mundo. Importante para combater falsos juízos de valor será a convivência, proporcionando uma aprendizagem comportamental, de forma a cultivar a tolerância, dado que se trata de “permitir que o outro possa existir com a sua diferença (ou diferenças), no mesmo espaço de acção e de vivência que eu.” Porém, este contacto pode não resultar sempre em aceitação, processos de convivência e experiências por que passámos também são factores determinantes. De qualquer modo é de salientar que “a atitude de abertura é ela própria um valor a cultivar e a difundir”. Na opinião do sociólogo, “as sociedades mais tolerantes e mais abertas enquanto o resultado da convivência são, penso eu, um mito.” Contudo, Licínio Tomás salvaguarda que é fundamental que se incentive a abertura através de valores de convivialidade, sendo estes passíveis de alcançar a tolerância como um factor de desenvolvimento: “isso é certo e parece-me uma muito boa política”. Acrescentando ainda que “as Portas do Mar

são, com todo seu simbolismo carregado de tradição, o convite à entrada oceânica e, isto, em qualquer sentido. Por natureza uma porta é, simultaneamente, um convite a conviver, refúgio e abrigo”. Ainda assim, não se pode descurar que o espaço tenha de ser dinamizado nesse sentido para que se alcancem estes objectivos. Essa porta já existe e está aberta. Contudo poderá espelhar efectivamente um avanço sociológico? Licínio Tomás afirma que “como alguém disse um dia: somos aquilo que fazemos e em que nos tornamos. E eu devo acrescentar que levámos muito tempo a tornarmo-nos naquilo que fazemos e que define o que somos, mas levamos muito mais tempo a fazermos com que mudar o que somos”. Isto é, a personalidade constrói-se através de um longo processo que engloba respostas comportamentais a situações diversas que se adquirem sem, na maior parte dos casos, estarem os indivíduos conscientes dessa evolução. “O receber novas pessoas proporciona antes de mais uma oportunidade de abertura e de uma abertura socializante ímpar”, garante o sociólogo.

“(...) os Açores aderiram forte e eficazmente à modernidade (...)”


“ (...) a atitude de abertura é ela própria um valor a cultivar e a difundir (...)”

Em forma de síntese, resta saber se é de desejar que essa entrada continue aberta e receptiva, se a população açoriana, em termos sociais, pode contar com benefícios daí advindos. Licínio Tomás esclarece que “a honra é um valor fundamental, mas a justiça e a hospitalidade ou convivialidade também. O primeiro é mais pessoal e os segundos mais de carácter social, porém, qualquer valor pessoal é valor não só por ser justificado e defendido por cada um de nós mas por sê-lo por toda uma comunidade. As minorias e os forasteiros estão mais sujeitos a serem culturalmente excluídos e excluídos em função de crenças e, muitas das vezes, em nome de valores e convicções!”. O sociólogo acredita que, como outras comunidades mais pequenas, assoberbadas por um isolamento secular característico, os Açores “aderiram forte e eficazmente à modernidade, isto é, aos valores de modernidade”. Esta modernidade, coligada à globalidade que tanto define o mundo actual, engloba da mesma forma um aspecto multicultural. Aderindo à modernidade e aos valores correlacionados, essas comunidades, como a açoriana, transformam essa adesão numa mais-valia que os caracterizará. Consequentemente, o preconceito decairá muito mais rapidamente. “A troca de experiências é a via para alcançar, por um lado, um sustentado desenvolvimento social e, por outro, a abertura e mudança que já começou”.

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VINHO, GASTRONOMIA E ...BUROCRACIA! Texto: António Jorge Tavares

As entidades responsáveis pela promoção dos vinhos portugueses esquecem-se que há produtores que lutam quase todos os dias para colocar e vender os seus vinhos num mercado cada vez mais difícil.

E

u tenho um amigo ligado aos vinhos, natural também como eu da cidade do Porto, que quando ali me desloco e é obrigatório o encontro com ele, me faz um rosário de queixas, por não sabermos aproveitar aquilo que temos de melhor no nosso país. Diz ele que para arranjarmos farelo, deitámos a farinha fora. Tento por vezes, contrariá-lo, dizendo-lhe que está a

ser pessimista, e ele questiona-me, se eu sei a diferença entre um optimista e um pessimista? É que para ele o pessimista, é um optimista esclarecido. No último artigo que fiz para a “ComVida”, abordando o tema “o vinho”, levantei um pouco a questão de possuirmos castas muito nossas que produzem excelentes vinhos, e por vezes andamos a utilizar castas estrangeiras, por questões de moda.


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Penso que atravessámos uma certa moda, onde impera também um novo-riquismo, aliado ao desconhecimento. Torna-se, isso sim, necessário esclarecer e educar o consumidor de vinho, que deve começar a apreciar os vinhos com as nossas castas, e até a fazer a comparação com vinhos onde entram outras que não nossas. Felizmente já começam a despontar consumidores, que já conhecem, e gostam de estar esclarecidos em relação aos vinhos que surgem no mercado. Gostaria de esclarecer desde já que nada tenho contra as castas “de fora”, oriundas de outros países europeus, algumas delas “irmãs” das nossas castas, muito semelhantes, só que baptizadas com os nomes dos seus países de origem, que nos fornecem vinhos absolutamente incríveis de qualidade, como por exemplo os alvarinhos da Galiza, os incríveis vinhos da Ribera Del Duero ou da região vizinha de Toro, ou até de outras paragens como alguns italianos da ilha Sicília que recentemente provei. Agora gostaria de focar uma questão muito importante: infelizmente assiste-se pelas entidades responsáveis pela promoção dos nossos vinhos no estrangeiro e até no próprio país, a uma descoordenação intolerável, que leva a que uma pessoa que acompanhe a actividade vinícola, e que acompanhe “tudo” que a comunicação social, sobretudo a comunicação especializada dedicada ao mundo do vinho, repara nos desmandos que acontecem e conclui que já no mundo do vinho existem lobies organizados de modo a continuarem a sua política de liderança no sector.

“ Atravessamos uma certa moda dos vinhos onde impera um novo-riquismo aliado ao desconhecimento”.


Vinhos

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Esquecem-se que para além deles, existem produtores que lutam quase todos os dias, para colocar e vender os seus vinhos, num mercado cada vez mais difícil, e se alguns ainda vão tendo alguma esperança, é quando conseguem numa feira ou outra, arranjar a vender para o estrangeiro. O vinho é uma coisa espantosa, e gostei imenso de ler na última Revista de Vinhos, uma frase muito acertada do actor francês e também produtor de vinho, Gérard Depardieu, em que diz:”Para mim, o vinho é uma forma de comunhão. Faz parte das pessoas e da vida”. Não é uma frase bonita, que exprime de uma maneira simples, e nos remete para momentos, em que com a família, ou num almoço de amigos, ou com a mulher que amámos, bebemos aquele vinho muito especial, que tantas vezes nos custou os olhos da cara, mas acabamos por dar por bem empregue o investimento, pela satisfação e prazer que nos proporcionou. Mas, neste momento estará o leitor a pensar o seguinte: o que é que tem este artigo sobre o vinho tem a ver com o título do mesmo? Já lá vamos… Torna-se imperioso que o bom apreciador de vinho, deixe aquela maldita rotina de beber sempre o mesmo vinho a que está habituado, e olhe à sua volta, descobrindo uma imensidão de vinhos que tem ao seu dispôr, deixando por vezes os durienses e os alentejanos um pouco em paz e faça outras descobertas. Vai ver que pode ficar surpreendido com outros vinhos, e não se vai arrepender. Procure, quando estiver a degustar um dos seus muitos pratos preferidos, saber qual o vinho que melhor o vai acompanhar, naquele “casamento” perfeito entre a comida e o vinho que escolheu.. Merece a pena reflectir um pouco sobre o assunto, já que tantas vezes, o vinho acaba por salvar às vezes a refeição. Não queria deixar de registar a tristeza que senti, ao ler já este ano na comunicação social, no suplemento “Fugas”do jornal “Público”, nas páginas dedicadas ao sector dos vinhos, as críticas feitas à “Viniportugal” que é um organismo financiado pelo Estado, em que relata que no

final do ano por ocasião de uma conferência realizada no Porto, com o nome pomposo de “Wines Of Portugal Internacional Conference”, em que foram convidados oradores de renomeada, para cerca de 300 pessoas, grande parte estrangeiros, ligadas ao sector, não tivesse a rematar o jantar de gala, realizado no Palácio da Bolsa, sido servido um Porto Vintage ou até um velho Tawny. Serviram, um vinho branco doce da Bairrada! Não existe a mais pequena dúvida que muitos responsáveis que se encontram a chefiar, sectores importantes do desenvolvimento do nosso país, não estão talhados para essas funções. Mais uma vez, tratámos aquele que é considerado pelos entendidos como um dos melhores vinhos do mundo, de um modo inqualificável. Razão têm os ingleses que estão instalados no Douro, pertencendo a eles a maior quantidade de área, e porque não dizê-lo das mais emblemáticas e bonitas quintas que temos. Recentemente, têm sido alguns angolanos a olhar para o Douro e a comprar as quintas que com a crise que atravessámos alguns produtores não conseguem aguentar. Só falta vir por ir os chineses... Para aqueles que não sabem, também o vinho do Porto acabou muito recentemente por levar mais uma taxa regional, chamada “ecol-bem”que saiu em portaria, por causa da protecção ambiental taxando as garrafas vazias por não terem retorno. Registe-se também que não tem razão de existir o IECImposto Especial de Consumo, para taxar os vinhos do Porto e os vinhos Moscatel do Douro e de Setúbal, que entram nas ilhas, tratando-os de igual modo como as bebidas estrangeiras espirituosas. Será encarecendo os nossos produtos de qualidade, tornando-os desse modo cada vez mais inacessíveis ao consumidor, que desenvolvemos o nosso país e a economia? As estatísticas não enganam: apesar de ser nosso, os maiores consumidores do vinho do Porto não somos nós, mas sim os estrangeiros! Chega de impostos e de...burocracias.

Os principais consumidores de Vinho do Porto são estrangeiros.


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Medicina Dentária

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MEDICINA DENTÁRIA ORTODONTIA Pedro Eleutério. Médico Dentista

SERÁ QUE UM SORRISO BONITO PROMOVE SAÚDE? Os dentes alinhados e correctamente posicionados além de esteticamente apelativo, permitem uma melhor higienização e uma melhor mastigação, que se traduz numa melhor digestão dos alimentos, e diminui também a ocorrência de problemas articulares (na articulação temporo mandibular, localizada entre a mandíbula e a cabeça), que podem ser responsáveis por dores de cabeça.

INDICAÇÕES OU FACTORES QUE LEVAM AO USO DE APARELHO: - Falta de desenvolvimento das arcadas dentárias, que se inicia quando a mãe deixa de amamentar o seu filho. A amamentação é um acto importante no desenvolvimento da posição da língua, no acto de deglutir e de respirar pelo nariz; - Alterações nos hábitos alimentares (alimentação de consistência mole e pobre em fibras) não estimulam o desenvolvimento das arcadas dentárias; - Problemas respiratórios (bronquites, sinusites, desvios do septo nasal, alergias, adenóides, amígdalas) levam à respiração bucal, diminuíndo assim o crescimento dos ossos da face e das arcadas dentárias; - Causas genéticas que passam de geração para geração; - Hábitos como o uso prolongado de chucha, chuchar o dedo, roer as unhas, dormir ou ficar com o braço debaixo do rosto causam deformações no rosto e nas arcadas dentárias; - Extracção precoce ou tardia de dentes de leite pode levar a mau posicionamento dos dentes definitivos quando não controladas por profissionais na área da medicina dentária. depois

Direitos Reservados | Dr. Pedro Eleutério

antes

Direitos Reservados | Dr. Pedro Eleutério

Entre as muitas especialidades existentes na Medicina Dentária, a ortodontia soluciona diversos tipos de problemas. A ortodontia é responsável pelo diagnóstico, tratamento e prevenção de problemas que podem ocorrer durante o desenvolvimento das arcadas dentárias e da dentição. Esta especialidade pode ser dividida em 3 áreas: a ortodontia removível (aparelhos removíveis), a ortopedia dento-facial (irregularidades entre as bases ósseas e os dentes) e a ortodontia fixa ( aparelhos com peças coladas nos dentes). A principal função desta especialidade é a de restabelecer o perfeito encaixe dos dentes (oclusão dentária).


Medicina Dentária

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INDICAÇÕES EM ADULTOS: - Motivos estéticos; - Motivos de higiene, dentes desalinhados aumentam a retenção de tártaro e promovem o desenvolvimento de cárie; - Motivos articulares, sentir estalos ao abrir a boca, dores de cabeça, desgaste excessivo das superfícies dentárias; - Em casos de reabilitação multidisciplinar, quando necessário abertura de espaços para reposição de dentes em falta.

“ A Ortodontia é a especialidade da Medicina Dentária relacionada com a prevenção e tratamento dos problemas de crescimento, desenvolvimento e amadurecimento da face e das arcadas dentárias.”

A idade ideal para a primeira consulta dentária é no final da erupção da dentição de leite. Nesta idade não se inicia algum tipo de tratamento mas sim no sentido de aconselhar e prevenir possíveis problemas futuros. O inicio do tratamento é variável de pessoa para pessoa, porque além dos problemas dentários mais comuns, podem existir problemas ósseos ou a combinação de ambos, sendo assim, as idades de inicio de tratamento distintas. Hoje em dia existem vários tipos de aparelhos para a resolução de problemas dentários, desde aparelhos removíveis a aparelhos fixos. Dentro dos aparelhos fixos podem-se destacar os de metal (mais comuns), os estéticos (menos visíveis), os auto ligantes, que são a mais recente tecnologia, reduzindo o tempo de tratamento em relação aos restantes em muitos meses, e também aos aparelhos fixos linguais, colocados na parte interior dos dentes.


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HÉLDER FERNANDES Correndo sem nunca perder o fôlego!

Texto: Rita Resendes

No longo corredor das portas do mar por onde, frequentemente, andam dezenas de pessoas encontramos alguém que corre procurando divulgar um desporto que ainda é um mistério para a maioria da população açoriana. Hélder Fernandes é o único praticante de atletismo em cadeira de rodas nos Açores, embora este desporto adaptado tenha sido há muito tempo reconhecido e valorizado a nível mundial. Um desportista como Hélder Fernandes, que em

2007 na sua primeira prova de atletismo em cadeira de rodas ficou colocado em 3º lugar e que nos anos seguintes atingiu o 2º e 1º lugar em diversas provas, é de admirar que disponha, somente, de dois patrocinadores, o Café Bar Baia dos Anjos e a empresa WOP (Walter Oliveira da Ponte). Este atleta que serve de exemplo para quem não quer “desistir e entregar-se a uma cadeira de rodas” confessou que a empresa WOP para além de o ter apoiado na sua deslocação ao continente em 2010,


Reportagem

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para a realização de uma prova em Lisboa, ainda é das poucas empresas açorianas que se mostra preocupada em ajudar-lhe com a divulgação do desporto adaptado na região. Quando questionado com a situação do desporto adaptado nos Açores, Hélder Fernandes mostrou-se desapontado dizendo que “não há apoios para o material” além disso “nunca nenhuma identidade, quer seja do Governo, quer seja outra instituição responsável, mostrou interesse em apoiar-nos”. Hélder Fernandes diz ter conhecimento de pessoas que “gostavam de entrar para o desporto adaptado”, mas os custos para a prática do Atletismo em cadeira de rodas são demasiado elevados. “A cadeira de rodas são entre 2500/3000 euros, isto fora o fato que são 180 euros e as luvas 150 euros”. Este Campeão do desporto adaptado mostrou-se, ainda, insatisfeito com os resultados do trabalho das entidades responsáveis por auxiliar qualquer pessoa com limitações físicas. Hélder afirmou que “limitam-se em pagar uma pensão de invalidez e estas pessoas ficam em casa ou são atiradas para instituições de solidariedade social e deviam era ser inseridas na sociedade”. Hélder Fernandes explicou que é importante para estas pessoas “sentirem que são úteis” e “que são capazes de fazer imensas coisas, não só a nível do desporto, mas também profissionalmente e socialmente”. Este atleta do desporto adaptado, que é Hélder Fernandes, acredita que

“O Atletismo adaptado nos Açores não tem apoios oficiais, apenas pequenas ajudas e patrocínios”


Reportagem

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a convivência e troca de experiências com pessoas com as mesmas limitações ajuda a encarar a vida de maneira diferente. O Atletismo em cadeira de rodas fez Hélder ver a vida de uma forma mais positiva. Ele admitiu que ao praticar este desporto sente que pode fazer alguma coisa de útil e fica feliz quando, por exemplo, ouve João Dias, um colega que faz ciclismo adaptado, lhe dizer: “foste tu que puxaste por mim. Meteste-me me nisso agora tens que continuar”. É isto que faz Hélder Fernandes continuar correndo sempre que pode “na esperança que alguém venha e entre”, pois assim pode “ajudar mais alguém”.

http://www.harnessdesigns.com/



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“O dever do Homem perante a vi

da consiste

em seguir sempre em frente.” Alexandre O’Neill Por fim, Hélder acabou confessando um dos seus maiores desejos “Se me saísse o Euromilhões, eu criava condições em termos de infra-estruturas, onde as pessoas com limitações pudessem ter qualidade de vida. Começando por fisioterapeutas, médicos, uma residência, cadeiras para qualquer desporto que eles quisessem praticar e procurava saber o calendário das provas que há no continente e

em Espanha e havíamos de participar em todas!”. Hélder Fernandes corre não só por si, mas também pelos outros. Procurando levar a sua mensagem a quem mais precisa de a ouvir: “Sou paraplégico há 17 anos, e penso que nada é impossível, desde que haja vontade (…), e mesmo para aqueles que muitas vezes desistem e simplesmente se entregam a uma cadeira de rodas… lembrem-se, nunca é tarde”.


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Reportagem

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Pavilhão do Mar abriu portas a

2011 Texto: Patrícia Carreiro

C

hegadas as 12 badaladas, foi a vez de dizer: Feliz 2011. O ano novo chegou em grande às Portas do Mar, local que se aprimorou para dar as boas vindas aos novos dias que se aproximavam. Mesmo com a crise, e com as suas consequências inevitáveis, muitos foram os que acorreram ao Pavilhão do Mar para lá celebrarem a nova vida que os esperava. A pompa e circunstância que o momento exige não ficaram esquecidas, mostrando cada um dos presentes o seu glamour ao rubro. Os senhores fizeram-se acompanhar dos mais bem aprumados smokings, vestidos a rigor – tal como pedia o momento. Mas a única companhia dos senhores não foi o límpido smoking. As senhoras encantaram-se e conseguiram encantar os presentes num autêntico desfile de cores, moda e diversidade. A colectânea

de vestidos e acessórios existentes em cada uma das mulheres transformou o Pavilhão do Mar num ambiente acolhedor e diversificado, repleto de feminismo e requinte. A entrada só por si já se revelou espantosa e inebriante. A cultura cubana foi o mote da iniciativa, tema este que foi um grande sucesso. O Trio Cubano a todos encantou com a sua música. Os artistas tiveram direito a luzes e câmaras. A acção foi protagonizada por todos aqueles que escolheram as Portas do Mar como local para transitar de 2010 para 2011. Ao clima à maneira de Holywood juntaram-se os flashes dos fotógrafos e a exuberante passadeira vermelha. Logo à entrada houve oportunidade para saborear petiscos irresistíveis, num cocktail sociável e entusiástico. Na sala de jantar outras surpresas esperavam pelos


Reportagem

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O fogo-de-artifício encheu o céu e o coração de cada um. convidados. Um apelativo prato de mariscos, como entrada de um jantar buffet repleto de sabores e experiências gastronómicas para descobrir que surpreenderam, uma a uma, as pessoas presentes. A Esplanada das Portas do Mar foi o lugar de selecção para ver rodar o ano de 2010 para entrar o de 2011. A baía das Portas do Mar serviu de cenário para as doze badaladas. O fogo-de-artifício – próprio da ocasião – encheu o céu e o coração de cada um, lembrando e deixando para trás as memórias de 2010, e enchendose de coragem e ânimo para as aventuras e os sucessos de 2011. O champanhe e as tradicionais doze passas da sorte foram a cereja em cima do bolo, num momento que se queria feliz e esperançado num ano melhor. Já no ano de 2011, os festejos continuaram no Pavilhão

do Mar, onde imperou a animação e a alegria com os sons musicais da conhecida e afamada Banda.Com. Enquanto o muito conhecido grupo de covers dava as boas vindas a 2011, os presentes puderam usufruir do serviço de bebidas em bar aberto. Garantido o sucesso do evento, e depois de muitas trocas de conversa e de taças de vinho, foi a vez de retomar os lugares à mesa e saborear a perfeita ceia, servida pelas três horas da madrugada. Todos os caminhos levaram às Portas do Mar no último dia do ano para uma festa que foi meticulosamente preparada. Com estacionamento gratuito, quem escolheu entrar no novo ano no Pavilhão do Mar só ficou a ganhar: venceu na alegria e na boa disposição e entrou em 2011 com o conforto e o glamour na mão.


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Notícias

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»

20 DE NOV.

VI Aniversário do Fair Play

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Direitos Reservados | Azores Cruise Club

Há seis anos que o Fair Play faz companhia aos açorianos ao longo da noite. Para celebrar a data, o clube nocturno escolheu o Pavilhão do Mar como cenário. Com os DJ’s Massivedum e a MC Liliana, o Pessoa, o Kicker, o Play e o André N não faltou animação e festejo. No mesmo evento decorreu ainda a final do concurso de Karaoke com a banda Oceanus. A iniciativa, com o apoio da Associação Portas do Mar, revelou-se – de facto – um sucesso.

VI ANIVERSÁRIO

19 DE NOV.

Arcádia nas Portas do Mar

FAIR PLAY

Tem 285 metros de comprimento e trouxe consigo cerca de dois mil passageiros. Bibliotecas, casinos, spa, centro de fitness e piscina são exemplos de distracções patentes na embarcação que visitou as Portas do Mar mesmo no final do ano de 2010.

26 A 28 DE NOV.

Feira de Mobiliário e Electrodomésticos

Direitos Reservados | Associação Portas do Mar

26 DE NOV.

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A 2ª Grande Feira de Mobiliário e Electrodomésticos, no Pavilhão do Mar, decorreu entre 26 e 28 de Novembro do passado ano. Os produtos, que desfilavam nas diversas prateleiras com descontos que iam até aos 60%, fizeram as delícias de muitos que por ali passaram. Foi também sorteado um automóvel, nesta feira organizada pela Doce Lar e pela Euronics.

174º Aniversário da Zona Militar dos Açores A Alameda do Mar recebeu as cerimónias da comemoração do 174º Aniversário da Zona Militar dos Açores. A Parada Militar e a actuação da Banda Militar dos Açores foram momentos altos da iniciativa. As comemorações também contaram com a III Prova de Atletismo. O objectivo desta organização foi revelar a missão da Grande Unidade Militar nos Açores e as suas capacidades junto da sociedade.

s | Azores Cru

ise Club

» Direitos Reserv ado

1, 3 E 6 DE DEZ.

Navios de cruzeiro nas Portas do Mar No último mês de 2010, muitos foram os navios de cruzeiro que atracaram no cais das Portas do Mar e que maravilharam muitos. No primeiro dia do mês, foi a vez do Saga Pearl II, seguindo-se (no dia 3) a visita do Crystal Serenity. No sexto dia do mês, os olhares encheram-se com o espectáculo do Black Watch.


Notícias

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2 A 7 DE DEZ.

» ciação Portas do Mar

Natal da Europa

Inventio

Música, animação e diferentes costumes. O 17º aniversário da Tuna Académica dos Açores – TAUA – foi assinalado com pompa e circunstância. Como não poderia deixar de ser, os tunantes escolheram o Pavilhão do Mar como palco para depois das actuações. A Banda Booze e a Urkesta Filarmoka encarregaram-se da música nestes dois dias. O sucesso foi garantido, neste evento que se queria intergeracional, intercultural e animado.

os | Associaç

»

vad Direitos Reser

10 A 11 DE DEZ.

ão Portas do

Mar

Direitos Reservados | Asso

Foi um evento único, realizado pela Escola de Formação Turística e Hoteleira. O Natal da Europa reuniu 15 escolas vindas de 11 países europeus, que partilharam – no Pavilhão do Mar – gastronomias, lendas e costumes diversificados. O objectivo (atingido) foi reunir estudantes e formadores de vários locais para celebrarem a riqueza do Natal espalhada pela Europa.

13, 15 e 30 DE DEZ.

iação Portas do Mar

Navios de Cruzeiro nas Portas do Mar

Let´s Rock 4 Charity

18 DE DEZ.

Às Portas do Natal O evento Às Portas do Natal teve como objectivo, e conseguiu, assinalar as festas da quadra natalícia de forma diferente e original. A Alameda do Mar transformou-se, acolhendo uma rampa de gelo com 30 metros de comprimento e 6 metros de altura. A iniciativa esteve incluída no lema “O Mundo Entra Por Aqui” e foi uma organização da Associação Portas do Mar.

»

Direitos Reservados | Assoc

iação Portas do Mar

Foi no palco do Pavilhão do Mar que bandas açorianas tocaram, com gosto e solidariedade, no Let’s Rock 4 Charity. Os artistas dos Undercover, Oceanus, Urkesta Filarmoka e Rock’n Kovers deram o seu melhor para uma iniciativa que recebeu parte das receitas da bilheteira. Foi a Missão Acreditar a privilegiada, revelando-se o evento, realizado pela Associação das Portas do mar e pela Baía dos Anjos, um verdadeiro sucesso.

Club Direitos Reservados | Azores Cruise

18 DE DEZ.

»

»

Direitos Reservados | Assoc

A baía das Portas do Mar encheu-se de brilho e turismo a meados e no final do último mês do ano. A 13 foi o dia de atracar o Marco Polo, o qual ficou em Ponta Delgada cerca de dez horas. Dois dias depois foi a vez do Pacific Princess parar majestosamente na maior cidade dos Açores. Finalmente, o Saga Ruby presenteou as Portas do Mar no penúltimo dia do ano. Embarcações de luxo num cais à altura.



Lojistas

50 50

ESPAÇOS

E CONT@CTOS


Lojistas

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Programa

Programa do trimestre

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*

do Trimestre

6

MAR.

2º FESTIVAL DE MARCHAS E DANÇAS DE CARNAVAL DAS PORTAS DO MAR Portas do Mar.

...............................................................................

...............................................................................

FEVEREIRO

MARÇO

25

Outletmarket 25, 26 e 27 de Março; Pavilhão do Mar.

ABRIL

8 25

Direitos Reservados | Associação Portas do Mar

1

Exposição Mitologia e o Mar e Outras Músicas 1 a 12 de Fevereiro; Pavilhão do Mar.

...............................................................................

2ª Edição da Expo Multi eventos 8 a 10 de Abril; Pavilhão do Mar.

2ª Mega Parada de Bandas Filarmónicas Portas do Mar.


Direitos Reservados | Associação Portas do Mar

Programa do trimestre

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2

MAI.

CAMPEONATO NACIONAL DAS PROFISSÕES DO MAR 2 a 6 de Maio; Alameda do Mar e Pavilhão do Mar. ...............................................................................

MAI.

FEIRA LAR, CAMPO E MAR 27 de Maio a 2 de Junho; Alameda do Mar e Pavilhão do Mar.

...............................................................................

MAIO

12

Dias Europeus do Emprego 12 e 13 de Maio; Pavilhão do Mar.

...............................................................................

27

Marcha do Coração Portas do Mar.

Direitos Reservados | Associação Portas do Mar

30

São Miguel uma maravilha no meio do mar 30 de Abril a 6 de Maio; Portas do Mar.

27

* Informação disponibilizada pela Associação das Portas do Mar sujeita a confirmação ou alterações.


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