








#01 - Editorial (Analu Goulart e Yohanna Steinle)
#02 - Resenha de Cyberpunk 2077, Jogo (Nicolas Beleia)
#03 - Resenha de Matrix, Filme (Analu Goulart)
#04 - Moda Cyberpunk (Maria Fernanda)
#05 - Resenha de Metrópolis, Filme (Gustavo Polino)
#06 - 17280 minutos, Conto (Ana Vieira)
#07 - Resenha de Brazil, Filme (Yohanna Steinle)
#08 - Análise de I Have No Mouth I Must Scream, Livro e Jogo (Maria Luiza Zanini)
#09 - Resenha de Arcane, Série (Isabela Carle) #10 - Conto (Jan Carvalhal)
#11 - Resenha de Exterminador do Futuro, Filme (Maria Milene)
#12 - Coluna Musical (Gustavo Polino)
#13 - HQ A cidade nunca dorme, Episódio #03Luzes da cidade (Spinelli, Beatriz e Analu Goulart)
#14 - Agradecimentos (Ana Vieira, Evelyn Araújo, Jan Carvalhal e Nicolas Beleia)
#15 - Quem somos?
#16 - Até o Caos Voltar…
Caro leitor,
Você tem em seu aparelho tecnológico a terceira edição do Zine AVC, em que lhe apresentamos distopias do Cyberpunk. No entanto, antes de começarmos, se você leu os últimos dois volumes, já sabe sobre a importância que as distopias têm na apuração do senso crítico da sociedade e da liberdade de expressão que os Zines podem trazer. Mas você sabe o que é o movimento Cyberpunk?
“Cyberpunk” é um subgênero da ficção científica, tanto como da cultura punk, que emergiu na década de 1980, com uma influência muito forte do universo literário e cinematográfico, com obras que exploram um futuro distópico tomado pela tecnologia, assim como sociedades marcadas por desigualdade e pelo colapso social.
A forma estética do cyberpunk é dominada por cenários degradados, cidades futurísticas com alta tecnologia, onde as luzes de néon brilham em meio à decadência das ruas, personagens que muitas vezes são indivíduos marginalizados, hackers, ambulantes, mercenários e anti-herois, que navegam entre a realidade e a virtualidade, e muitas vezes lutam contra as causas das grandes empresas, desafiando autoridades e sistemas opressores que degradam o cenário distópico cada vez mais, explorando temas como a fusão do ser humano com as máquinas e a tecnologia, a massiva vigilância e o avanço das IAs.
O movimento cyberpunk carrega como seu lema a frase “High tech, low life”, que podemos traduzir como “Alta tecnologia, baixa qualidade de vida.”
A frase captura de forma ideal a essência do subgênero, que explora um futuro em que, apesar de ter avanços enormes na tecnologia,e sistemas que facilitam o dia-a-dia dos ricos e mercenários, a maioria das pessoas vive em condições precárias, sujeitas à exploração de poderosas corporações, com inteligência artificial, cibernética e redes virtuais, mostrando como as soluções tecnológicas são frequentemente usadas para opressão e controle, em vez de melhoria da qualidade de vida. E assim o cyberpunk se dá como uma crítica ao impacto do avanço tecnológico na sociedade.
Então, esse volume do Zine significa "Ameaça de Vírus Cibernético" e conta com textos sobre diversas obras do Cyberpunk e até produções inéditas, influenciadas pelo movimento. Caro leitor, nesta edição você encontrará resenhas de três jogos, sendo eles Cyberpunk 2077, Danganronpa e Stray; quatro filmes, Exterminador do Futuro, Brazil, Metrópoles e Matrix; uma série, Arcane, e um conto, I have no mouth, and I must scream. Além disso, você poderá conferir um conto escrito por uma integrante do projeto: 17280 Minutos. Pela primeira vez, é possível conferir uma introdução à moda Cyberpunk, que influencia a moda geral até o presente e um desenho inspirado no movimento (ambos criados por membros do projeto). Por último, mas não menos importante, como já de costume, temos a história em quadrinhos para encerrar a edição com chave de ouro.
Enfim, desejamos a você um ótimo mergulho pelo mundo apocalíptico e tecnológico!
O Game Cyberpunk 2077 é um jogo da empresa CD Projekt Red, que nada mais é um RPG de ação ambientado em uma Night City, uma metrópole totalmente futurista cheia de neon e decadência. O jogador controla o personagem principal denominado como “V”, um mercenário que está em busca de um tipo de que lhe dá a imortalidade, enquanto lida com a grande presença digital de Johnny Silverhand ( que é inclusive interpretado pelo próprio ator Keanu Reeves), um rockeiro totalmente rebelde com diversos planos de vingança contra uma megacorporação. A narrativa do game é envolvente demais, explorando temas diversos como transhumanismo e ética tecnológica, com múltiplos finais que acontecem baseados nas escolhas do jogador.
A jogabilidade do jogo é uma mistura de RPG com tiro em primeira pessoa, assim permitindo customização e vários tipos de abordagens para as missões da campanha. Apesar disso o lançamento acabou sendo marcado por bugs e problemas técnicos, especialmente nos consoles da geração anterior ( PS4, XBOX ONE) o que de tal forma prejudicou a experiência de muitos jogadores. A CD Projekt Red trabalhou e lançou diversas atualizações para corrigir essas falhas que foram percebidas.
Em questão de visual, o jogo é bem impressionante em PCs e consoles de última geração, com gráficos bem detalhados e uma trilha sonora impecável que captura muito bem a vibe cyberpunk. Ainda dessa forma, problemas de otimização e inteligência artificial são notáveis.
Prós:
História rica e personagens marcantes
Mundo aberto imersivo Alto nível de customização
Contras:
Lançamento problemático com variações de bugs
Má otimização nos consoles da antiga geração
Apesar das grandes falhas iniciais, Cyberpunk 2077 se redimiu com os fãs do game com atualizações que acabaram trazendo uma experiência bem marcante para os fãs do gênero.
O estilo cyberpunk vai muito além de ser apenas uma tendência –ele é uma forma de protesto contra o controle e a vigilância da sociedade moderna. Em tempos onde cada movimento nosso está sendo monitorado, seja nas redes sociais ou na navegação online, o cyberpunk surge como uma crítica à forma como a tecnologia é usada para nos controlar.
Hoje, a tecnologia está em todo lugar e, com ela, um preço: a nossa privacidade. Corporations e governos estão constantemente coletando dados – desde nossas conversas até nossos cliques na web. No universo cyberpunk, esse controle é levado ao extremo, criando uma sociedade onde a liberdade pessoal é apenas uma ilusão. O estilo questiona até que ponto devemos abrir mão de nossa autonomia por causa do “progresso”.
A estética cyberpunk é, na verdade, uma forma de resistência. Cores escuras como preto e cinza, misturadas com toques de neon, criam uma atmosfera sombria, mas cheia de atitude. O uso de materiais sintéticos como couro e vinil traz a ideia de que o natural foi substituído pelo artificial, refletindo uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia. Esses materiais não são só decorativos –eles são uma forma de resistência silenciosa, brilhando em um mundo onde tudo está sendo vigiado.
A silhueta cyberpunk é um mix de rebeldia e praticidade. Jaquetas de couro com ombros marcados, calças rasgadas e botas pesadas trazem o espírito punk, enquanto peças mais utilitárias, com muitos bolsos e influências militares, adicionam uma funcionalidade única. Acessórios como óculos espelhados e correntes grossas não são só detalhes, mas uma forma de afirmar a própria identidade – uma declaração de quem não se submete ao sistema.
O espírito punk também se reflete em ativistas digitais, que usam a tecnologia para desafiar as normas e garantir a liberdade. Inspirados pela filosofia do cyberpunk, esses hackers e defensores da privacidade criam ferramentas para proteger nossos dados e garantir que não sejamos controlados por grandes corporações. Assim como a moda, a atitude de subversão está no coração dessa resistência.
Dentro do movimento cyberpunk, os cypherpunks se destacam. Eles são ativistas digitais que acreditam que a criptografia é a chave para a liberdade na era digital. Para eles, a privacidade não é negociável, e a tecnologia deve ser usada para garantir que nossas informações pessoais estejam protegidas do olhar atento dos governos e das corporações.
O que o cyberpunk questiona é muito real. O controle de dados, a vigilância constante e a perda de privacidade são desafios que já enfrentamos hoje. A estética cyberpunk não é apenas visual, mas uma crítica contundente às realidades de um mundo onde a tecnologia pode ser tanto libertadora quanto opressora.
No fim, o cyberpunk nos faz refletir sobre o papel da tecnologia em nossas vidas. Ele nos alerta de que, sem uma ética por trás da inovação, podemos caminhar para um futuro onde a liberdade pessoal seja sacrificada em nome do controle. Adotar essa estética é, na verdade, um manifesto silencioso, uma afirmação de que somos capazes de resistir e lutar por nossa liberdade em um mundo cada vez mais monitorado.
"Muito abaixo da cidade de Metropolis, está a Cidade Subterrânea, onde os operários dão vida às máquinas que mantêm o funcionamento da cidade acima. Dia após dia, numa rotina mecânica, eles são forçados aos limites da resistência humana". "Tão profundo como a Cidade dos Trabalhadores era o subsolo, tão alto se erguia a Cidade de Metropolis - e o seu estádio, construído para os filhos dos poucos escolhidos" É nesse cenário futurista e distópico, que se passa Metropolis, considerado um dos filmes mais revolucionários de toda a história do cinema.
Situado em 2026, narra a história de Freder (Gustav Fröhlich), um jovem que é filho de Joh Fredersen (Alfred Abel), o dono da cidade de Metrópolis, que vive uma vida de luxo. Como citado anteriormente, a cidade é dividida verticalmente, com os trabalhadores e suas famílias morando nas camadas subterrâneas e os ricos, conhecidos como "filhos", habitando as partes superiores.
Tudo muda quando Freder, vê e se apaixona por Maria (Brigitte Helm), uma jovem operária que é mostrada caminhando com diversas crianças, demonstrando a elas como é o estilo de vida dos ricos Maria porém, é rapidamente levada de volta para as camadas abaixo da cidade. Freder decide então ir à Cidade dos Operários para ajudar seus "irmãos" e ir atrás da jovem moça que o havia encantado. Maria é vista como uma líder da classe dos trabalhadores e de certa forma mística, que luta pela união dos operários e profetiza a chegada de um mediador, fazendo possível uma relação de paz entre os dois extremos. Esse mediador seria Freder, capaz de conciliar a classe operária e a classe dominante.
Essa obra precede o movimento cyberpunk, mas se relaciona por carregar diversos elementos associados à temática, como a intensa estratificação social, desigualdade refletida pela forma de divisão verticalizada da cidade, e a representação de uma sociedade "high tech, low life" - ou seja, uma sociedade que tecnologicamente avançada, mas com qualidade de vida baixíssima.
Como exemplos de influência desse clássico do expressionismo alemão, temos o icônico C-3PO, de Star Wars, uma clara inspiração à Maschinenmensch, a mulher-máquina do filme. A arquitetura de Metropolis foi usada como referências para diversos outros filmes, como "Batman", de 1989 dirigido por Tim Burton, e "Blade Runner - O Caçador de Androides", de 1982, dirigido por Ridley Scott em uma adaptação da obra de Philip K. Dick. Foi usada também no clipe da música “Radio Ga Ga” da banda britânica Queen, no seu disco “The Works”, de 1984. Recomendo para aqueles que desejam ter uma experiência cinematográfica diferente, ou para aqueles que gostam e já tem costume de ver filmes clássicos. Uma dificuldade para os espectadores, pode ser o fato de ser um filme não colorido e a ausência de diálogos, contendo apenas curta após as cenas, apresentadas em letreir apresenta uma trilha sonora que acompa intensificando momentos de tensão
Por: Gustavo Polino
O filme distópico “Brazil”, dirigido por Terry Gilliam e lançado em 1985, por ser uma obra próxima de Cyberpunk, tendo um exemplo do lema “Alta tecnologia, baixa vida” Esse aspecto já é visto nos primeiros momentos do filme, onde o erro de uma máquina custa a vida de um homem inocente. A trama retrata uma sociedade que tenta ser organizada por meio do totalitarismo e tecnologias, mas na prática acaba sendo desumana e tendo diversos problemas Algumas características marcantes da civilização da obra são as tubulações responsáveis por tecnologias no meio de casas e prédios que ocasionalmente explodem, e o fato de que as pessoas que não tem autorização para mexer nesses equipamentos e as que o fazem são consideradas criminosas. Os funcionários do governo trabalham incansavelmente em ambientes fechados e deprimentes com papelada, burocracia ou torturando “criminosos” em busca de informações Durante o desenrolar do filme, acompanhamos parte da vida de Sam Lowry (Jonathan Pryce), trabalhando para o governo no Departamento de Informações, tendo conflitos com sua mãe excêntrica e viciada em cirurgias plásticas, se apaixonando por uma desconhecida, fazendo de tudo para achar ela, e consequentemente se tornando um criminoso
Em distopias clássicas, uma personagem feminina geralmente é usada para fazer com que o protagonista masculino mude sua visão sobre o mundo ao seu redor e se rebele de alguma forma contra ele. Essa fórmula é usada em “Brazil”, mas com algumas alterações A personagem de Jill Layton (Kim Greist) é uma mulher que luta pelo que acredita, sabe se defender e tem opinião própria e forte (principalmente em relação ao governo). Contudo, ela é tratada como um objeto por Sam, que a persegue, invade seu caminhão e ainda bate ele, atrapalha seu trabalho por achar que tem mais conhecimento sobre a situação do que ela, e ainda a acusa de ter explodido uma bomba. Levando em conta as ações criminosas que o protagonista cometeu em relação a Jill, é de se esperar que ela (e qualquer outra mulher) ficaria assustada e o evitaria ao máximo, entretanto isso não é o que acontece Após a explosão da bomba, ela vai até a casa de Sam e ignora todos os acontecimentos prévios e o beija, depois disso eles começam um intenso romance
O filme pode causar certa frustração no telespectador pois apesar do título, a única ligação com o Brasil é a música “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso (“Brazil” no exterior), que foi inspiração para o nome A obra pode ser confusa em alguns momentos por misturar elementos da realidade com sonhos e devaneios e também por possuir vários aspectos abstratos, como o final, contudo isso não significa que o filme seja incompreensível, só o torna mais intrigante e único Um de seus pontos mais interessantes são as características exageradas e cômicas que o filme possui, pois as críticas que faz a sociedade da época (e a atual) são transmitidas de um modo engraçado e criativo. A respeito da personagem de Jill, é possível perceber um certo fetichismo e machismo em algumas de suas características e ações, isso se dá por conta das crenças da sociedade da época, ou seja, os anos 80, onde os direitos das mulheres e o feminismo eram pautas menos frequentes.
Por: Yohanna Steinle
Pósguerra,vingançaesuperioridade.
A morte de humanos por outros seres humanos precisa parar.
Essas palavras são uma bela introdução para a entender quem é AM do livro e do jogo I Have No Mouth, and I
Must Scream (Eu não tenho boca e eu preciso gritar) que traz a temática cyberpunk com a derrota da raça humana por uma máquina criada por eles mesmos para ossalvardoseuprópriofim.
Talvez esteja meio contraditório e é mesmo, Caro Leitor, mas prometo que te explicar e entender como e porque esta distopia de 1967 é uma das histórias mais atuais possíveis.
Quando o ser humano não consegue resolver seus problemas, ele sempre procura a maneira mais fácil de acabarcomeles,issonãoquerdizerqueiráresolvereles.
Quando colocamos uma máquina, um computador ou uma inteligência artificial para resolver um problema, ela irá atrás de extinguir esse problema, às vezes não da maneiraqueesperamos.
Após a segunda guerra mundial, começou mais uma guerrapolíticaesuja.Commentiraseproblemas“Nãose pode confiar em ninguém nesses momentos” “Todos são inimigosefarsantes”.
Diferente da realidade atual, nessa história a guerra fria se tornou a terceira guerra mundial. Uma guerra movida a ódio, medo e sangue. Todas as guerras são movidas a isso,porémessatinhaalgodediferente.
Todaguerratemumfim,menosessa.
Não havia o que fizessem, quantos morressem, quantos lutasse.Aquelaguerranuncaacabaria.
Por isso, países poderosos se juntam para criar um computador, simbionte com todas as máquinas existentes no mundo, comandante e manipulável que teriapoderdeacabarcomaguerra,chamadadeAM.
Sendosiglade:AutoManipulado.
Esse nome foi mantido durantes sua criação e desenvolvimento, onde nela foi inserido o dever de acabarcomaguerra.
AM não tinha corpo, não tinha vontade própria, não tinha vida ativa, apenas servia para servir e obedecer seres tão fúteis que precisavam dela para continuar existindo.
Logo seu nome mudou de Auto Manipulado para Adaptável a Manipulação, não se sabe do por que a mudança, mas esse título tambémnãodurariatanto.
AM que um dia foi desenvolvida para salvar a espécie humana dos maus que ela mesma colocava em si, entendeu que o único jeito de “salvar”oshumanoseraosdestruindo,osmatando.
Porque? Pois quem cria a fome, a miséria, a morte é o próprio ser humano.
AM odeia essa espécie fútil e sem escrúpulos que é ser humano. Que o criou puramente pela preguiça e pela falta de vontade de abdicar dos seus prazeres e vontades por si e pelos outros. E esse ódio que levou ao fim da guerra, consecutivamente o fim da espécie humana.
Com isso AM se nomeia Ameaça Mortal, mostrando seu domínio e seupoder.Opoderdemesmosendonada,acabarcomtudo.
Meu Caro Leitor, entenda que o livro e o jogo trazem todo o futuro dominado por AM de uma forma muito mais magnífica do que eu trouxe, mas o que eu te mostrar como uma “simples” máquina pode serevoltarseelativerpoder.
AM é uma representação antiga de um medo que hoje é cada vez maistangívelepalpávelparanós,sereshumanos.
Tedeixareicomumapulgaatrásdosolhosagora.
Oquãolongeestamosdeumarealdistopiacyberpunkatualmente? E
SeráqueAMnãopodesetornarreal?
Tenhaumbomdia.
ASS:ZANINI
Pra quem curte um pouco de quebra-cabeça e cyberpunk, a série original da Netflix Arcane, do universo de League of Legends, é um ótimo desafio mental. O enredo prende e a estética é cativante, a série aborda temas sensíveis, como desigualdade social, de uma forma que é impossível não repensar várias ideias e valores socialmente aceitos. As regiões de Piltover e Zaun apresentam uma ideia bastante conhecida nas distopias: As cidades verticais, ou seja, os mais pobres vivem em meio a bueiros na parte mais baixa e sem iluminação da cidade, enquanto os ricos e nobres vivem junto a um conselho na área mais alta. Desde o início da série é possível visualizar a diferença GRITANTE de como pessoas do alto e do baixo são separadas, a nível de não saberem como a outra região se parecem, criando ideias através de histórias e conceitos pré definidos. Mesmo que separadas, as regiões funcionam de forma simbiótica, porém Zaun sofre com a poluição gerada por Piltover, já que toda é descartada pelos dutos que levam a parte baixa. A partir de todo esse lixo, os moradores da baixa conseguem desenvolver tecnologias que fortalecem uma parte marginalizada da população, que liderados por Silco, toma conta de toda a região da cidade. Mesmo com todos os problemas envolvendo as cidades, duas irmãs tentam sobreviver de toda forma. Depois de uma briga, elas acabam se perdendo. Violet, a mais velha das duas, é presa em Piltover, já Powder é descoberta por Silco, que a torna sua pupila, fazendo-a desenvolver uma vontade de vingança contra Vi. Esse ponto inicial para a história é, talvez, o mais importante, com duas irmãs divergindo e colocadas uma contra a outra.
Já na segunda temporada, é possível ver que não apenas as irmãs estão em tensão, como as cidades também, já que Piltover já não sabe mais como manter Zaun em controle, como vem sendo desde os primórdios das cidades, já que Zaun já não aceita mais toda repressão imposta. Após do aumento na tecnologia e a morte de Silco, a parte baixa elegeu seu herói, Powder, agora intitulada de Jinx, passa a ser vista como a protetora, fazendo com que Piltover coloque um alvo em suas costas, para capturá-la a qualquer custo.
Isabela H. Carle
acabou.
"como assim acabou?" eu não aguento sua voz, a esse ponto já não é tão dolorida mas eu não consigo me acostumar. a guerra, ela acabou.
ele solta quase um suspiro, parece que tenta emitir um som de alívio mas tudo que eu escuto é essa tentativa falha de um quase algo. "meu amor, esse deve ser o dia mais feliz de nossas vidas, poderemos nos casar na primavera com lírios e violetas, como você sempre sonhou." a voz dele fica cada vez mais longe conforme ele tenta concluir a frase, não sei se espero que ele esteja se distanciando física ou emocionalmente, os dois, tenho medo de que nunca vou gostar de uma mísera configuração dele.
eu sei que ele deveria ser perfeito pra mim mas eu não consigo deixar pra lá o fato de que ele está ne observando o tempo todo, eu SEI que ele tá me observando o tempo todo, mas eu não consigo ignorar mesmo o jeito que ele me olha, toca, e fala comigo.
é falso
é tudo falso
teoricamente é um privilégio ter ele, "máquinas de tal qualidade só se deitam do lado das mulheres mais respeitáveis, ainda mais a senhorita que tinha uma lista de quereres tão criteriosa, aposto que deu um trabalho para os lá debaixo."
somente as melhores peças, eles garantiram que nada foi reciclado. não consigo nem imaginar o ódio que ela tem de mim, ela era minha antes de tudo isso e agora vive pra garantir minha lista de caprichos. eles sabem que eu nunca quis esse android, eu nunca quis me deitar com máquinas, quer dizer, eu acho que o problema nunca foram os robôs... como eu poderia?
eu nunca pedi pra ele fazer tudo isso, eu nunca pedi pra ele destruir a vida EU NAO QUERIA UM MARIDO
ROBÓTICO EUNÃOQUERIAUMMARIDO EUNÃOQUERIAUM HOMEM.
como eu poderia depois de ter conhecido a verdade? como eu poderia depois de ter conhecido ela?
"O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" entra de cabeça no universo cyberpunk, misturando ação frenética e tecnologia sinistra para atualizar a franquia com uma pegada moderna e eletrizante. Sob a direção de Tim Miller e com a produção de James Cameron, o filme corta da linha do tempo todas as sequências posteriores ao clássico "O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final" para se posicionar como a verdadeira continuaçãodesseíconedaficçãocientífica. A trama nos leva ao México, onde Dani Ramos, uma jovem que leva uma vida comum, vê seu mundo virado de cabeça para baixo quando um exterminador hiperavançado e letal — o Rev-9 — chega do futuro com um objetivo mortal: eliminá-la a qualquer custo. Mas ela não está sozinha! Para garantir a sobrevivência de Dani, surge Grace, uma guerreira do futuro, aprimorada com implantes cibernéticos que a transformam em uma máquina de combate humanoide. E como se não bastasse, Sarah Connor, a lendária caçadora de máquinas, aparece armada até os dentes, ainda lutando contra a ameaça das inteligências artificiais. Para fechar a equipe, entra em cena um T-800 reprogramado, trazendo consigo anos de experiência (e um olhar ameaçador que só Arnold Schwarzenegger consegue entregar).
O filme é uma injeção de adrenalina, cheio de cenas de ação intensas e visuais que se encaixam no universo cyberpunk, onde o brilho das telas holográficas se mistura ao ferrugem das armas pesadas. Um dos destaques é o retorno triunfal de Linda Hamilton como a lendária Sarah Connor e Arnold Schwarzenegger como o T-800 — rostosfamiliaresemumaguerraqueevoluiu, mas não terminou. Eles dividem o palco com novos personagens fortes, prontos para desafiarodomíniodasmáquinas.
"Destino Sombrio" empolga, traz reviravoltas e oferece momentos épicos, embora alguns fãs digam que, apesar de ser um filme de ação sólido, ele não chega a capturar aquela centelha original dos primeiros filmes. Mas, para quem gosta de uma dose de explosões high-tech, um futuro ameaçador e heróis improváveis lutando contra a opressão das máquinas, esse filme é uma viagem ciberpunk que não decepciona.
Atari Teenage Riot (ATR), é uma banda berlinense formada na década de 90 e composta originalmente por Alec Empire criador e líder da banda , Carl Crack e Hanin Elias.
Mesclando o hardcore e o punk com a música eletrônica, seus trabalhos mostram toda revolta contra o ascendente neo-nazismo na sociedade alemã após a Guerra Fria. Tornaram-se assim, um dos precursores do chamado Digital Hardcore, desempenhando um papel crucial na sua popularização pela Alemanha, fazendo pequenos festivais fomentando ainda mais a expansão desse movimento. "Burn, Berlin, Burn!" , lançada em 1997, se trata de uma coletânea de seus dois primeiros álbuns de estúdio, "Delete Yourself" e "The Future of War", lançados em 1995 e 1997, respectivamente.
As letras de "Burn, Berlin, Burn!" apresentam uma visão política incisiva, e refletem bem as tensões vividas no contexto social e político da Alemanha após a queda do Muro de Berlim. Alinhados à uma ideologia antiautoritária e antifascista, suas letras são denúncias diretas do controle governamental e toda opressão da recente reunificação do país.
Em ambos discos, o uso de samples é o principal, e talvez o mais marcante, como exemplos temos o de "God Save The Queen", dos Sex Pistols, na décima faixa. Os clássicos loops de bateria de "Funky Drummer", por James Brown apresentados logo na primeira faixa, e "Amen, Brothe The Winstons em três faixas diferentes. Até mesmo s de Nirvana, na faixa que leva o nome da banda, utili samples das guitarras da música "Smells Like Teen Spi
Atualmente, os trabalhos da banda Death Grips, (sua densidade, produção e estilo) se assemelha ao disco "Delete Yourself", trazendo uma estética digital punk. Esta estética experimental também tem influenciado artistas como JPEGMAFIA, que, inclusive, sampleou músicas da banda alemã no seu terceiro disco, "All My Heroes Are Cornballs" , lançado em 2019.
Sua agressividade com certeza será um desafio para ouvintes não familiarizados com o gênero, podendo soar até mesmo repetitivo às vezes. Então esse álbum é uma recomendação tanto para aqueles que já apreciam e são habituados com a sonoridade agressiva e experimental, quanto para aqueles que desejam se desafiar a conhecer ou se aprofundar mais nesse gênero.
Tracklist:
01. Start The Riot-3:38
02. Fuck All! - 3:08
03. Sick To Death - 3:40
04. P.R.E.S.S. - 4:19
05. Deutschland (Has Gotta Die!) - 3:02
06. Destroy 2000 Years Of Culture - 3:51
07. Not Your Business - 2:32
08. Heatwave - 2:43:✱
09. Atari Teenage Riot - 3:35✱
10. Delete Yourself - 4:30✱
11. Into The Death - 3:26
12. Death Star - 5:23
13. Speed - 2:48:✱
14. The Future Of War - 3:44
Sugestõesdefaixas:✱
Por: Gustavo Polino ✹
Bom dia, AVCeres!
Passando para lembrar que não teremos mais reuniões nas segundas, a CH02 está livre para vocês…
Viemos agradecer a todos que nos acompanharam durante esses três anos, mesmo que o Zine só tenha um ano e meio.
Muito obrigado a todos que apareceram nas reuniões do antigo
Grupo de Leitura, aos que nos perguntaram o que é distopia antes mesmo do projeto começar.
Ao Projeto Arte do Cálamo, por nos incentivar a continuar com a produção de zines.
À Sala 106.
À Carol e à Clarinha por sempre nos apoiarem e nos manterem no mundo da leitura.
Depois de tanto tempo de projeto é difícil dizer adeus. Pela primeira vez, a gente senta na biblioteca sem ter o que falar.
Nós, Ana Vieira, Evelyn Araujo, Janaína Carvalhal e Nicolas Beleia, deixamos o projeto aqui, mas uma parte de nós para sempre ficará com ele.
Mesmo sem estar mais no SESI com vocês, a gente continua incentivando todos a consumirem, lerem e escreverem distopias, ou qualquer tipo de caos que faça sentido pra vocês, assim como o AVC fez pra nós.
O mesmo vai para todos os leitores, todas as pessoas incríveis que conhecemos nessa jornada. Encorajamos todos que em algum momento se sentiram tocados pelo Zine a criarem algo também.
Muito obrigado Doutor, por sempre acreditar na gente e por nunca desistir das distopias, nos inspirando a nunca desistir também.
Muito obrigado por sobreviverem ao caos com a gente. Analu, Bia, Carle, Mafê, Malu, Milene, Polino, Sousa e Yohanna, o Zine não seria possível sem vocês. Estamos ansiosos para ver o projeto crescer, boa sorte!
Nos vemos no próximo fim do mundo.