Revista Unakiê

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Junho de 2021 - Nº01

ENCHENTE RECORDE APÓS 119 ANOS swswsswswwws

Óbidos, a cidade mais portuguesa

Lixo nos igarapés

Legado histótico, Zezinho Corrêa

Manaus na canção Porto de Lenha




Junho de 2021 - Nº01

Sumário Quem somos e missão.................................................5 Editorial .........................................................................6 Lixo nos igarapé............................................................6 Saudade e Preocupação..............................................7

Cheia record após 119 anos........................................8 Fatores da Cheia........................................................8 Monitoramento.........................................................9 Marca histórica.........................................................9 Castelinho....................................................................10 História...................................................................10 Hoje em dia ............................................................10 Manaus na Canção porto de Lenha.........................11 Canção....................................................................11 História.....................................................................11 Prêmio......................................................................11 A Mais Portuguesa da Amazônia............................14 Óbidos (Pará)..........................................................14 Cultura.....................................................................15 O Carnapuxis ..........................................................15 Legado Histórico.........................................................19

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Quem somos Esta é a revista UnanKiê - O nome da revista é de origem da tribo dos Yanomami, que de cara já personaliza o que queremos, tratar da história de nosso povo e de nossa região. A Amazônia virou o assunto mundial, as grandes nações têm interesse em suas riquezas, fauna, flora e muitas de suas sementes que compõe o Eldorado, exatamente por isso que se vê as apropriações de seus frutos como o Cupuaçu, Açaí, Guaraná, Castanha do Brasil e invasões por parte das madereiras devastando a imensa floresta. Um ciclo que se repete, se lembrarmos da nossa borracha que foi levada clandestinamente para a Malásia. A Revista Unankiê, vem em um bom momento, como o grande guerreiro do clamor dos povos da floresta o Salvador, denunciar abusos e contar histórias para os daqui e para quem vem em busca de diversão e descanso na imensa região Amazônica.

Missão Ser a flecha que rompe a barreira do desconhecido, evidenciando as belezas da região Amazônica e denunciando a degradação do meio ambiente.

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EDITORIAL Manaus viveu uma madrugada de caos no sábado (06/05). Em reação ao assassinato de um líder do tráfico pela Polícia Militar (PM), integrantes da organização criminosa incendiaram 14 ônibus do transporte público municipal, duas viaturas policiais e uma ambulância do Samu ( Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O sistema carcerário abarrotado e a Segurança Publica na Capital em crise. Esses fatos são de conhecimento de grande parte da população e dos nossos políticos. Porém, quando são analisados de forma distinta, não permitem a visualização da problemática como um todo. Os líderes da organização criminosa comandam de dentro do presídio, tem sua comunicação o que lá não era para ser permitido. Além disso o tempo que passam nas prisões saem mais aperfeiçoados para o crime do que quando entram. Esse fator gera insegurança na sociedade e por isso, a relação entre a crise da segurança pública com o sistema carcerário brasileiro forma um ciclo no qual um influencia diretamente o outro. E qual seria a solução para tal? a pergunta que todos nós cidadãos de bem queríamos que houvesse a tal solução na qual enquanto não se resolve nos aflige, atinge nossas famílias, nossos empregos e nossa vida, assim como aconteceu neste dia (7) em Manaus quando os ônibus coletivos pararam, órgãos públicos não funcionaram e algumas empresas não abriram suas portas. Talvez uma mudança rigorosa nas nossas leis, a mudança de atitudes de políticos brasileiros e a sociedade consciente poderíamos amenizar tal problema que sociedade já passa a muitos anos.

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LIXO NOS MANAUS O crescente povoamento que têm ocorrido nos espaços urbanos nas últimas décadas, têm ocasionado consideráveis mudanças na paisagem natural dos ambientes aquáticos e terrestres do planeta, o que ocasiona uma série de problemas a sociedade e manaus vive esses momentos..

Em Manaus, o presidente daComissão de Meio Ambiente da Assembleia relatou que tem recebido denúncias sobre a poluição dos igarapés da cidade e do interior do Estado. Antes usado para lazer, hoje quase todos os igarapés da capital amazonense estão poluídos com lixo e outros rejeitos.

Foto: Walmir Ferreira


S IGARAPÉS DE

Saudade e Preocupação

Foto: Walmir Ferreira

Os igarapés de Manaus já foram sinônimo de lazer e alegria para as gerações mais antigas da cidade. E, para embaraçar no “túnel do tempo” a conversa é com quem viveu e aproveitou esse tempo de valorização dos nossos rios. Aos 45 anos de idade, a cirurgiã-dentista Lílian Lisboa lembra com carinho de sua infância e do tempo que ainda era possível se divertir nos igarapés da cidade.

Tomei banho nos igarapés e cachoeiras que outrora existiam, e nem faz tanto tempo assim. Infelizmente nem todos tiveram consciência, e que tristeza não termos mais os igarapés. Agradeço aos meus pais Raimundo Lopes e Edilamar Lisboa que me proporcionaram esses momentos tão maravilhosos na natureza disse a cirurgiã

Foto: Arquivo pessoal Nostálgica, Lilian afirma o quanto era bonito ver as águas tão limpas e claras, e o ambiente tão receptivo para um programa em família e faz uma reflexão sobre os dias atuais com lixos nos igarapés.

Dentre todos os balneários, o igarapé da Ponte da Bolívia (na época de 80) na Barreira de Manaus era o que eu mais gostava, mas atualmente o trecho está tomado pela mata e lixo. comenta.

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CHEIA RECORDE APÓS 119 ANOS Fatores da cheia

Um fator que ocorre todos os anos é o fenômeno La Niña (esfriamento do Oceano Pacífico) em parte da Amazônia Ocidental que causa aumento do volume de chuva na região é um dos vilões para aumento do volume d´água em rios e lagos, apontam os especialistas em hidrologia. Maior parte do centro histórico da cidade de Manaus, está alagado, muitas atividades foram interrompidas,

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comerciantes tiveram que fechar seus estabelecimentos, os que insistem continuar, tiveram que construir marombas, uma espécie de sobre piso, construído de madeiras. A trafegabilidade ficou impossível, pontes de madeiras foram erguidas em vários pontos do centro e bairros que são banhados pelo Rio Negro, mudanças no trânsito tiveram que ser realizadas como boa parte

das linhas de ônibus que sofreram mudanças no seu itinerário. Dados oficiais da Defesa Civil estadual informam que mais de 455.576 mil famílias já foram atingidas pelas cheias em todo o estado amazonense, 25 cidades estão em situação de emergência, incluindo a capital Manaus. Dos 62 municípios, 58 deles foram afetadas de forma bruta pelas enchentes do rio Negro e Solimões.


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Monitoramento O monitoramento hidrográfico iniciou no ano de 1902, o que faz da cheia deste ano a maior dos últimos 119 anos, conforme registro de medição do Porto de Manaus, que pode ser consultado por qualquer pessoa no endereço: www.portodemanaus.com.br A revista Unankiê, em uma análise mais detalhada identificou que somente 17 dos 119 anos de registro a cheia ultrapassou 29 metros. Com destaque para os anos de 1953, marca de 29,69 – 2009 (29,77), 2012 (29,97) e a maior de 2021 29,98.

Fonte: Site Porto de Manaus

Marca histórica Estudos sobre a mudança climática buscam respostas para os fenômenos naturais que vêm acontecendo nos últimos 10 anos na região amazônica. O Amazonas considerado o maior Rio do mundo em extensão territorial e em volume d´água vem surpreendendo os estudiosos de clima e tempo. No dia 01 de junho de 2021, foi registrado a maior enchente de todos os tempos, segundo divulgou o site do Porto de Manaus, capital do estado do Amazonas o Rio Negro bateu seu próprio recorde subindo acima de seu nível 29,98m, a maior cheia da história, ultrapassando a marca de 2012 de 29,97m.

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CASTELINHO Manaus é a cidade-símbolo do

período de ascensão da borracha, com seus prédios históricos ornamentais espalhados por todo canto, principalmente no Centro. Grande parte desses prédios já perderam sua essência, alguns se tornaram lojas e nem parecem como antes. O que não foi o caso do Castelinho da Vila Municipal, que segue sendo preservado até hoje.

História Foi inaugurado em meados de 1906, pelo Superintendente Municipal, Adolpho Lisboa ( 1862-1913), quando este exercia seu terceiro mandato à frente da prefeitura (1905-1907). Inicialmente chamado de Vila Alcida, em homenagem à filha dele, Alcida Leduc Lisboa. Foi uma das construções oriundas da era de ouro da borracha. Naquela época, o termo “vila” tinha um duplo sentido, poderia estar relacionado a um grupo de casas geminadas, ou à uma residência de um membro da alta sociedade. As belas estruturas de ferro da construção foram importadas da Europa, fabricadas pela celebre fundição escocesa Walter Macfarlane & Co.

Foto: Otávio Vislley

Em 1950, após anos desativada, foi comprada pela família Furtado, que pos suía vários negócios na capital e no interior do estado, a comando do Coronel Auton Furtado. Em 1970, começou a presentar os primeiros sinais pesados de desgaste, em seguida foi comprada por Mario Carlo Biaggi, em 1978.

O novo proprietário mandou restaurá-la, e de acordo com uma matéria de colunismo social da época, foi reinaugurada em 1979. Em 1996, o empresário Getúlio Viana, proprietário da Sapataria Classe, comprou a residência da família Biaggi, e logo em seguida vendeu para o Grupo Top, do ramo de bebidas.

Hoje em dia Atualmente, nele está instalada a Adega Top Castelinho, mas suas características originais continuam sendo preservadas. O Castelinho da Vila Municipal está localizado na rua São Luís, bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus. Foto: Otávio Vislley

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MANAUS, NA CANÇÃO PORTO DE LENHA Canção

História

Porto de Lenha é uma canção de 1991 composta e interpretada pelo músico brasileiro Zeca Torres(Torrinho). Foi lançado no primeiro álbum do cantor, Porto de Lenha ( álbum)

A primeira versão da letra foi escrita no início dos anos 1970 por Aldisio Filgueiras inspirada em uma composição de Torrinho e Wandler Cunha. Esse texto e vários de outros poemas foram composto por Torrinho.

Versos combinados com poesia, Porto de Lenha tornou-se uma espécie de hino de manaus e do manauara, uma música que traz intensidade e crítica social descrevem a Manaus de antigamente. Após 30 anos do seu primeiro álbum, Torrinho como é conhecido gravou o clipe da música com novo arranjo, focado em vocais.

“Desde sempre a música está presente em minha vida, seja na influência genética , meu pai era multi- instrumentista, compositor e regente de banda, compositor e regente de banda. Na minha infância e também como elemento influenciador consciência , ética e cidadania, eu costumo dizer que no meu caso da mesma forma que necessito de comida e água para me sustentar o corpo, também preciso de música para alimentar minha alma, não tenha dúvidas q essa canção Porto de Lenha significa uma vida para mim. disse Zeca Torres(Torrinho)

A história começou em meados dos anos 70, quando uma composição de ‘Torrinho’ em parceria com Wandler Cunha, foi apresentada em um festival de música. Dois integrantes do corpo de jurados desse festival, Aldisio Filgueiras e Joaquim Marinho ficaram encantados com a música, um rock intitulado “Baladas e Canções” que foi defendida por o próprio Wandler em 2* lugar naquele festival, ele mesmo ficou tão encantado pela canção que entregou a Torrinho um poema de 10 laudas sob o título “Baladas e Canções” . Inspirado na letra da canção feita por Torrinho, importa descrevera em versos livres um breve panorama das manifestações artísticas daquele período tão difícil e ao mesmo tempo tão rico em criatividade. “Torrinho” mostra o poema para Wandler com o seguinte comentário: ‘daqui dar pra sair uma suíte, uma cantada ou opera-

-rock com vários movimentos’. Reunidos, musicaram alguns textos e daí nasceu a frase que componha a cansarão “Porto de Lenha, tu nunca serás Liverpool/ De cara sardenta e olhos azuis”.

Prêmio Porto de Lenha ficou conhecida como a canção com a “cara” da capital do Amazonas. Graças ao sucesso da música, Torrinho recebeu uma placa comemorativa da câmara Municipal de Manaus em 2014.

Foto: divulgação

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A MAIS PORTUGUESA DA AMAZÔNIA Óbidos (Pará) bidos é Ó resse para

de imenso inteo visitante que ali poderá explorar a Serra da Escama e a Fortaleza Gurjão, além de apreciar o vasto patrimônio arquitetônico do período colonial. A cidade mais portuguesa, conhecida pela sua tranquilidade, beleza e pelo seu imenso patrimônio da altura dos portugueses, é um destino importante que vale a pena conhecer. Foto: Walmir Ferreira

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Cultura A pequena Óbidos, conhecida também como “Cidade Presépio”, tem sua fundação intimamente ligada ao Forte Pauxis e à Defesa Militar das posses de Portugal. Pelo seu traçado urbano e suas edificações da inspiração lusitana, ela é considerada a cidade mais portuguesa da linha do Equador, conhecida pela sua rica arquitetura, como casario do período colonial.

Foto: Walmir Ferreira

O Carnapuxis O Carnaval de Óbidos passou a ser considerado, como o maior carnaval da rua do Oeste do Pará, sendo incluído no calendário cultural. A festa carnavalesca de rua anual ou micareta é formado por blocos oficiais com suas especificidades, mantendo os símbolos da micareta o “Mascarado Fobó’ e as músicas escritas em marchinhas.

Foto: Walmir Ferreira

O mascarado Fobó é uma das heranças da colonização portuguesa, no período em que o folguedo carnavalesco Entrudo ocorriam entre as famílias. Foto: Walmir Ferreira

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LEGADO HISTÓRICO Zezinho Corrêa José Maria Nunes Corrêa mas conhecido como ‘Zezinho Corrêa’, nascido em 21 de maio de 1951, foi um cantor brasileiro mais conhecido por sua atuação como vocalista da banda Carrapicho. Nascido em Carauari interior do Amazonas, começou sua carreira como ator, treinando no Rio de Janeiro. Ele atuou em vários musicais antes de começar a cantar em 1980. Ingressou no grupo Carrapicho, que estourou na década de 1990 com a música Tic, Tic Tac. Além de sua carreira com a banda, ele teve uma carreira solo de sucesso gravando um cd solo no Teatro Amazonas em 2001 e participou do festival de música de Natal “ Ceci e a Estrela” em 2017. Zezinho Corrêa começou a a despontar como um dos ruandês vocalistas do Amazonas no Carrapicho, naquele período em que o forró era o ritmo que predominava nos finais de Manaus, nas variadas casas de shows onde o grupo se apresentava. Com a entrada do empresário João Santana e do apoio de uma emissora de rádio local, o Carrapicho alcançou grandes voos. Onde o Carrapicho estava, era sinônimo de casa lotada, além dos outros eventos em Manaus onde o grupo se apresentava. O grupo uma longa pausa entre 2002 e 2007. Após o hiato , Zezinho retomou os trabalhos musicais. No dia 21 de dezembro de 2020, o cantor subiu ao palco do teatro MaFoto: Divulgação

nauara com o show “Banho de Frevo- Zezinho Corrêa Canta Elba Ramalho”. Zezinho Corrêa deixa seu sobrinho de quem criou desde criança e um legado inenarrável na cultura amazonense, sua música Tic Tic tac tornou-se um dos maiores sucessos da Europa e do Brasil,

pois a música ficou na posição 34 nas 100 músicas mas tocadas do ano de 1996 no país. Zezinho Corrêa morreu de complicações do COVID-19 em Manaus, em 06 de fevereiro de 2021, aos 69 anos.


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