MAIS EDUCATIVA_ABRIL_2021

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abril 2021 | Nº86 | 8 x ano | REVISTA DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | NÃO PODE SER VENDIDA

maiseducativa.com

DIRETOR: DUARTE FORTUNATO

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Cursos de Aprendizagem

Mafalda de Castro A mulher furacão

ADN da tua Escola conhece os projetos da tua escola

Entrevista a Filinto Lima

Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas

OFERTA FORMATIVA 2021/2022

17 CTESP 16 LICENCIATURAS 15 MESTRADOS 2 PÓS-GRADUAÇÕES

O mundo aos teus ouvidos conhece o fenómeno dos podcasts

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ESCOL A SUPERIOR

AGRÁRIA

ESCOL A SUPERIOR DE

EDUCAÇÃO

ESCOL A SUPERIOR DE

SAÚDE

ESCOL A SUPERIOR DE

TECNOLOGIA E GESTÃO



Editorial

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Índice

Costumas ouvir podcasts? Nesta edição da revista vamos dar-te a conhecer alguns podcasts de que certamente já ouviste falar: ADN de Leão; Fuso by Bumba; Maluco Beleza; Ask.tm do Pedro Teixeira da Mota; Sem Barbas Na Língua e Fumaça.

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Em grande destaque temos Mafalda Castro — Uma das personalidades mais faladas nos últimos tempos, pela boa prestação que teve enquanto apresentadora do Big Brother durante um ano. Paralelamente, é animadora do programa Snooze da MegaHits, influencer, e criou recentemente o podcast “Bate pé”, em parceria com o seu namorado. Não há nada que esta mulher não faça e sobretudo com qualidade, chamamos-lhe a “Mulher Furacão”.

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E numa altura em que a saúde está na ordem do dia, não podíamos deixar de lado este tema tão importante: saúde mental. O Dia Mundial da Saúde Mental celebra-se a 10 de outubro, mas é importante mantermo-nos alerta para estes problemas diariamente, uma vez que os efeitos da pandemia do ponto de vista da saúde mental e do bem-estar são realmente preocupantes. E certamente que já ouviste falar da aplicação do ano - o Clubhouse! Se tinhas curiosidade em perceber como funciona esta nova rede social, começa já a folhear a revista e iremos esclarecer as tuas dúvidas!

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Este ano letivo, 2020/2021 é, sem sombra de dúvida, um dos mais desafiantes, como já tinha sido parte do ano letivo 2019/2020. O funcionamento de um Agrupamentos de Escolas teve necessariamente de ser repensado, por duas vezes, no regime presencial e no E@D (Ensino a Distância), em virtude da promoção da saúde de toda a comunidade escolar e da saúde de todos, no cumprimento de novas regras, essenciais à superação desta calamidade que estamos a viver. A Mais Educativa desafiou dois Agrupamento de Escolas para falarem sobre os seus projetos e as características que tornam cada escola única.

Opinião

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Destaque O mundo aos teus ouvidos: o fenómeno dos Podcasts

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Destaque O fenómeno Clubhouse: a app do confinamento

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Entrevista Mafalda Castro - Mulher furacão

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Entrevista Filinto Lima

16

ADN da tua escola ADN da Escola Secundária Matias Aires

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ADN da tua escola Agrupamento de Escolas Templários

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Saúde Saúde mental - A importância de cuidar da nossa saúde mental

20 Passatempos

Consulta todos os passatempos na página de Instagram da Mais Educativa (@mais_educativa). Informação disponibilizada pelo Departamento Comercial. Regulamentos em www.maiseducativa.com

E por último, mas não menos importante, ainda entrevistámos o Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima. Tudo isto, na tua revista de Abril! Joana Alves

Terracotta Ganha um par de brincos super originais da Terracotta!

Ficha técnica DIRETOR Duarte Fortunato, duartefortunato@youngdirectmedia.pt;

NIP C nº 510080723 E m p r e sa j o r nal istica i nsc ri t a c om o nº: 2238 5 2 C a p ital Social : 2 2.500 euros D ETENTORE S D E 5% O U MAI S DO CAPI TA L D A EM P R ES A: Mar i a da Gr aça Alves Romão d os Sant os 33 , 3 3 % | D u art e Jo sé A l v e s F or tunato 33,33% | Pa ulo Jorge Fortu n at o 3 3 , 3 4 % ADMINISTRAÇÃO E DIREÇÃO GERAL DA EMPRESA Duarte Fortunato, duartefortunato@youngdirectmedia.pt; Graça Santos, gracasantos@youngdirectmedia.pt; Paulo Fortunato, paulofortunato@youngdirectmedia.pt; SEDE DE REDAÇÃO E EDITOR: Rua António França Borges, nº 4A loja Dta. 2625-187 Póvoa de Santa Iria Tlf: 21 155 47 91 Email geral: geral@youngdirectmedia.pt

REDAÇÃO Joana Alves, joanaalves@youngdirectmedia.pt; Rita Coelho, ritacoelho@youngdirectmedia.pt; DEPARTAMENTO COMERCIAL Gonçalo Pires, goncalopires@youngdirectmedia.pt; DESIGN Cristina Germano, imagem@youngdirectmedia.pt; COMUNICAÇÃO Hugo Silva, comunicacao@youngdirectmedia.pt; ESTATUTO EDITORIAL Disponivel em https://www.maiseducativa.com/ficha-tecnica/ EDIÇÃO PUBLICADA EM SUPORTE DE PAPEL E DIGITAL TIRAGEM: 10.000 exemplares Distribuição: Gratuita Periodicidade: 8 x ano Registo na ERC nº 126169 Depósito legal: 341259/12 TIPOGRAFIA E MORADA: Monterreina, Cabo da Gata, 1-3, Área Empresarial Andalucia, sector 2 28320 Pinto Madrid - Espanha BANCO DE IMAGENS : Todas as imagens utilizadas nesta publicação, salvo as que estão creditadas, são retiradas do Adobe Stock, Unsplash e Pixabay. ESTA PUBLICAÇÃO ENCONTRA-SE ESCRITA AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.

www.maiseducativa.com Revista de conteúdos educativos para os alunos do Ensino Secundário

Imagens meramente ilustrativas

Prop rietário/Editor: Young Direct Media, Lda

Mr. Wonderful A Mr. Wonderful celebra em grande e da forma mais original o amor verdadeiro. Por isso, este ano, em parceria com a Mais Educativa, terás a possibilidade de ganhar uma caneca MEGA amorosa para ofereceres à tua mãe ou avó! IPS Ganha um pack de produtos do Instituto Politécnico de Setúbal. Participa nos nossos passatempos no Instagram @mais_educativa


4 > opinião Acredito, ainda, que as tecnologias digitais venham a permitir uma maior diferenciação pedagógica, uma utilização de recursos educativos mais diversificada, e que os envolvidos neste processo, alunos e professores, rapidamente se adaptem a estas ferramentas, tanto para aprender como para ensinar.”

José Vítor Pedroso Diretor-Geral da Educação

Se olharmos para os treinadores, jogadores portugueses, todos eles se confundem, porque muitos são ou colaboradores do Desporto Escolar, ou professores, e têm essa vivência do clube e da escola, o que se torna uma mais valia bastante importante. (…) Temos vários alunos que passaram pelo Desporto Escolar e que vão agora aos Jogos Olímpicos, estão no alto rendimento e todos são potencialmente atletas do Desporto Escolar, porque é na escola que tudo começa.” Rui Carvalho Coordenador Nacional do Desporto Escolar

Marcos Morgado Professor de Educação Física

Muitas vezes, nós professores, conhecemos a realidade do aluno na escola, e não conhecemos a realidade do aluno em casa, não sabemos o que está por trás, apesar de conseguirmos perceber algumas coisas. As aulas à distância, o que proporcionaram, foi conhecer essa realidade que revelou algumas dificuldades, ser confrontado com essa realidade, o que me fez perceber que temos de olhar para os jovens não como alunos que estão ali para absorver conhecimento, mas como pessoas que precisam de carinho, atenção, um reforço positivo para progredir mais e melhor.”

Tay Músico

Eu acho que era a única pessoa envolvida em todo o processo que não acreditava muito que ia ter assim tanto sucesso. Adorava o que estava a fazer, mas a confiança tem sido algo que tem vindo a crescer devagar. Eu pensava que estava a fazer um estilo de música ao qual as pessoas não iam ligar. Tenho aprendido é que o importante é fazeres o que gostas, independentemente do resultado final.”

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FRE QUÊN CIAS

LISBOA 92.4 FM PORTO 90.6 FM COIMBRA 90.0 FM BRAGA 92.9 FM SINTRA 88.0 FM AVEIRO 96.5 FM VISEU 106.4 FM RIO MAIOR 92.6 FM

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6 > destaque

O mundo aos teus ouvidos: o fenómeno dos Podcasts!

Ou se ama ou se odeia, mas os podcasts vieram para ficar. Apesar da sua recente popularidade, já não são recentes... O primeiro podcast em Portugal, BlitzKrieg Bop, nasceu em 2005. Atualmente reúnem cada vez mais adeptos, e há algumas figuras bem conhecidas do público português que já estão a carimbar o seu nome na história dos podcasts portugueses, tais como, Pedro Teixeira da Mota, Ricardo Araújo Pereira, Rui Unas e Mariana Cabral, mais conhecida por Bumba na Fofinha. No catálogo, há podcasts para todos os gostos, do humor ao crime, passando pelo desporto e pela política, a lista é infindável, mas nós reunimos seis podcasts muito populares em Portugal, ora espreita! Texto: Rita Coelho Fotos: Adobe Stock/ Redes sociais dos autores dos podcasts

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ADN de Leão: “Um espaço onde poderás ficar a conhecer mais sobre o Universo Sporting.” Este é o podcast oficial do Sporting CP, um espaço por onde passam inúmeras personalidades das várias modalidades do clube. Os episódios são lançados em todas as plataformas de podcast, no canal de YouTube leonino e na Sporting TV.

Fuso by Bumba: “O maior áudio unilateral de WhatsApp de sempre.”

Há três anos começou a dar cartas no YouTube, atualmente, o podcast de Mariana Cabral, que começou durante a pandemia, conta com mais de 50 episódios e está classificado por 2,3 mil ouvintes com 4,9 em 5 estrelas. Este podcast é puro divertimento, à semelhança dos vídeos e publicações a que a Bumba já tem vindo a habituar os seus seguidores.


destaque < 7

Maluco Beleza: “Começou por ser um podcast de sucesso apresentado por Rui Unas em que, ao contrário de outros meios de comunicação, se dá espaço a conversas genuínas e sem tempo com os convidados. À semelhança do seu host, também, como sempre, envolve a participação dos seus seguidores e, principalmente, dos patronos.” Com 491 mil

Sem Barbas Na Língua: “Um podcast sobre tudo e, sobretudo, sobre nada. Temas polémicos e trivialidades. Seriedade e humor.”

Um podcast do comediante Guilherme Duarte e do escritor Hugo Gonçalves, com quase 200 episódios, onde se abordam temas polémicos sem “barbas na língua”, com humor e seriedade.

inscritos no YouTube e mais de 120.718.894 visualizações, este podcast estreou-se em 2012, no qual, todos os temas são abordados sem tabus e o leque de entrevistados é vasto. Já lá passaram nomes como César Mourão, Salvador Sobral, Filipa Gomes, Ricardo Araújo Pereira e muitos outros.

Ask.tm do Pedro Teixeira da Mota: Este é o podcast independente mais ouvido de Portugal. Na plataforma SoundCloud, cada episódio tem entre 20 a 40 mil plays e a conta é seguida por 20,6 mil pessoas. Se tens uma

questão, só tens mesmo de perguntar ao Pedro e ele responde às perguntas do seu público. Quanto aos temas, vão desde a política, à música, passando por séries e superstições. Ficaste curios@? É ouvir!

Fumaça: Um podcast que nasce de um projeto de comunicação independente, com financiamento cooperativo.

Neste espaço podes encontrar conteúdo muito diversificado, entrevistas, reportagens, debates e até algumas séries sobre variadas temáticas, como as alterações climáticas. Recebeu os prémios de melhor podcast do ano e melhor podcast de entrevistas na primeira edição do Podes 2019.

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8 > destaque

O Fenómeno Clubhouse: a app do confinamento

Certamente já ouviste falar sobre esta rede social, o Clubhouse chegou devagarinho, mas veio para ficar! A nova rede social criada nos EUA pela Alpha Exploration Co. está a fazer furor em todo mundo, tendo já ultrapassado os 10 milhões de utilizadores. Texto: Joana Alves Fotos: Adobe Stock

São várias personalidades, caras conhecidas e até mesmo equipas de futebol que por lá se encontram. Rui Maria Pêgo, Clara Não, Carlos Coutinho Viena, Guilherme Geirinhas, Mafalda Sampaio, Dino D´Santiago, são apenas alguns exemplos. No panorama internacional, Drake Oprah Winfrey, Zara Larsson e até o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, já aderiram! Se no primeiro confinamento houve o ‘BOOM’ do houseparty, parece que agora é a vez de Clubhouse, a rede social que só te permite comunicar por voz em salas virtuais sobre os mais variados temas. Pensado exclusivamente para uma comunicação por áudio, esta aplicação está a causar muita curiosidade, uma vez que para ter acesso é necessário receber um convite por parte de um utilizador já registado, sendo meio caminho andado para aumentar a exclusividade de utilizadores. A aplicação foi lançada em março de 2020, e desde então, tem vindo a ganhar espaço no top da loja de aplicações da Apple. Na loja portuguesa da App Store, a aplicação desenvolvida pela Alpha Exploration já ocupa o primeiro lugar entre as apps de rede sociais. Por enquanto, esta app está numa fase de teste, e por isso, só está disponível para sistema IOS, mas em maio deverá chegar a versão para Android. Se ainda não tinhas ouvido falar do Clubhouse, certamente que te deves estar a perguntar em que consiste e como funciona?!

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É muito simples, nesta app não é suposto partilhar fotos, nem vídeo, nem texto. A comunicação é toda feita em áudio ao vivo, e uma vez criada uma conta, será possível acumular seguidores, bem como seguir outras pessoas e aderir às salas de conversação, sendo que és notificado sempre que se iniciam conversas que te podem interessar. Podes ter uma participação ativa numa destas conversas, desde que o moderador te autorize a intervir, ou podes entrar apenas como ouvinte. Tens ainda a possibilidade de criar a tua própria sala e ter autonomia para escolher quem participa na tua sala, pode ser pública a todos, ou apenas para pessoas que queiras convidar. Outra particularidade do Clubhouse é que as conversas são passageiras. Ou seja, quando uma sala é encerrada não fica nenhuma informação ou gravação sobre aquela reunião. Para além disso, de acordo com as regras da comunidade, é expressamente

proibido gravar quaisquer conversas. Quanto ao futuro da app, é bastante incerto, uma vez que pode “desaparecer” aquando do término da pandemia, pois as pessoas voltarão à sua vida normal, ou apenas cair no esquecimento como o houseparty. Uma coisa é certa, é um conceito giro na medida em que podemos ouvir profissionais das mais diversas áreas a falar sobre matérias que dominam, mas ao final de um tempo, pode acabar por “ser mais do mesmo”. Ainda que os temas a falar sejam inesgotáveis, após explorar a app e passar a curiosidade inicial, não há muito mais a acrescentar nesta aplicação, e a frequência com que acedes acaba por diminuir significativamente. Nada como experimentar, ficares a conhecer e teres a tua própria opinião!



10 > entrevista

Mafalda Castro A mulher furacão

Licenciada em jornalismo, soube desde cedo que o seu percurso passaria pela comunicação, e hoje em dia, com apenas 26 anos, é digital influencer, locutora da MegaHits, apresentadora, e lançou recentemente um podcast com o seu namorado! Um dos talentos mais promissores da sua geração, Mafalda Castro está ainda nomeada pelos Troféus Impala na categoria de revelação do ano! Texto: Joana Alves Fotos: Cedidas pela Entrevistada

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entrevista < 11 És licenciada em comunicação social. Sentes que a tua licenciatura te deu a bagagem necessária para a tua vida profissional? Sinto que me deu uma boa base e muitos conceitos dentro do mundo da comunicação, do que é estar em frente a um microfone e como adaptar a minha linguagem consoante o público para quem estou a comunicar. Mas sem dúvida que grande parte da minha bagagem vem da experiência. Ainda te lembras de quando começaste a ser reconhecida na rua e a sentir o carinho do público? Como é que lidaste com essa exposição? Foi estranho! Como é óbvio ninguém está propriamente habituado a que venham falar connosco na rua, pessoas que não conhecemos de lado nenhum, e que nos agradecem pelo nosso bom trabalho. No entanto, ao mesmo tempo era algo que me deixava bastante contente, pois sabia que estava a fazer algo certo e que deixava as pessoas felizes. As redes sociais são hoje em dia, um meio de expressão, e contas no Instagram com cerca de 300 mil seguidores, e em cada post milhares de likes e comentários. Sentes uma responsabilidade acrescida por teres tantas pessoas a influenciar-se por ti diariamente? Sinto que se tenho milhares de pessoas a seguir-me, então devo fazer o melhor possível para influenciar as boas práticas nessas pessoas, nas mais diversas áreas. Se eu partilhar uma causa solidária e contribuir para que um ou dois seguidores meus, no Instagram, doem a essa causa, então já valeu a pena. É preciso termos noção de que ninguém é perfeito, somos todos humanos e todos erramos por vezes, mas tento ao máximo causar influências positivas sem que isso altere a minha maneira de ser. Qual é a razão de seres a inspiração para tanta gente? Nunca sei responder a essa pergunta e sinceramente fico sempre meia sem jeito. Mas eu vou por mim: quando eu sigo alguém no Instagram é porque gosto da personalidade, da maneira como a pessoa se veste, dos conteúdos divertidos, da honestidade na comunicação ou simplesmente porque aprecio a carreira da pessoa no seu geral. Por isso quero acreditar que estes também são fatores que levam as pessoas a seguir-me. Na tua opinião, o que é necessário ter para se ser uma boa comunicadora? Isso depende muito do tipo de comunicadora que queres ser e do público a que te diriges. Para mim o mais

importante é a verdade. Pode parecer clichê, mas é o que eu acho essencial. É isso que as pessoas procuram, verdade e honestidade. De resto tudo se trabalha.

Para mim o mais importante é a verdade. Pode parecer clichê, mas é o que eu acho essencial. É isso que as pessoas procuram, verdade e honestidade. De resto tudo se trabalha.

Como te preparas para cada novo projeto profissional? Felizmente a minha carreira tem sido um crescendo, em que cada projeto é maior que o anterior. Isso ajuda-me a ir cada vez mais bem preparada e confiante para o que se segue. De resto, tento sempre inteirar-me do formato do programa que vou integrar, de conhecer os cantos à casa, e acima de tudo, dedicar-me a 100% ao que vou fazer, pois só assim resulta! O que é que te fez criar um blog? Qual o conselho que dás a quem pretende criar um blog/canal do YouTube hoje em dia? Na altura, os blogs em Portugal ainda eram muito pouco badalados, e como eu gostava de moda, de escrever e de fotografia, acabei por ver aí uma forma de reunir tudo isso numa plataforma só. Sem dúvida que o maior conselho que eu posso dar é que sejam consistentes e, se acreditarem naquilo que estão a fazer, não parem para olhar para o vizinho, ou desistam só porque há alguém com mais seguidores, mais isto ou mais aquilo abril 2021

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12 > entrevista

do que vocês. O importante é manter o trabalho que os resultados eventualmente aparecem. O que é que a Mafalda de hoje diria à Mafalda blogger com 18 anos? Diria para continuar a não baixar os braços, a ser insistente e a continuar a trabalhar. Acima de tudo diria que estava muito orgulhosa daquilo em que a Mafalda blogger se estava a tornar! A rádio foi o teu primeiro grande amor, ou a televisão veio ocupar esse lugar? A rádio foi o meu primeiro grande amor, e é o meu grande amor. Adoro fazer televisão e os desafios são totalmente diferentes, mas há uma certa magia na rádio que mais nada consegue substituir. Achas que se não tivesses tido uma tia ligada à rádio, esta paixão iria na mesma despertar-se dentro de ti? Acho que sim, porque como sabem, eu licenciei-me em Jornalismo, e antes disso criei o blog, por isso o gosto pela comunicação sempre esteve aqui. Felizmente, logo após concluir o curso, tive a oportunidade de entrar na Mega Hits, e foi algo que, sem dúvida, mudou a minha vida. Fazer televisão sempre foi algo que ambicionaste? Como é que surgiu o teu primeiro projeto em televisão? O meu primeiro projeto surgiu como VJ na MTV e como uma das influenciadoras para fazer o ‘It Girls’. Foi uma experiência totalmente diferente daquilo a que estava acostumada, quer em termos de televisão, de vídeo, de tudo. Foi um projeto curto, mas que acabou por correr bem e me abrir algumas portas, por isso fiquei satisfeita com o resultado final e com as amigas que me trouxe. De que forma a rádio e a televisão se podem complementar, enquanto meios de comunicação e expressão? Sinto que a rádio é algo mais intimista, que comunica mais com as pessoas, talvez pelo contexto em que as pessoas ouvem rádio – quer seja de madrugada ou ao fim do dia, geralmente as pessoas estão sozinhas e nós somos a companhia delas em viagem, só nós, e acaba por se criar uma ligação maior. Sinto também que na rádio, por muito que integre projetos específicos, consigo ser mais eu. A televisão tem outra magia, tem a imagem, que acresce responsabilidade e nos obriga a um outro tipo de comunicação. Eu faço os dois em simultâneo, pelo que é bastante possível de conjugar.

O que sentiste quando te disseram que irias conduzir um programa de TV como o BB?

Terminado o projeto do BB, sentes um acréscimo de confiança enquanto profissional?

Fiquei bastante contente. Pela responsabilidade do projeto, pelo facto de integrar uma equipa incrível com o Cláudio Ramos e a Maria Botelho Moniz, e pelo facto de adorar reality shows! Estava muito perto de voltar a ser repórter novamente no The Voice e de repente fui abordada pelo Nuno Santos, que me apresentou um projeto que não pude mesmo recusar. Fiquei muito contente pelo facto de terem vindo falar comigo e de ter estado, creio eu, à altura do desafio.

Como disse, tenho tido graus de exigência acrescidos nos meus desafios profissionais que, após superados, me acabam por deixar mais confiante para o projeto seguinte. Por isso sim. O Big Brother ensinou-me tanta coisa, desde presença em diretos, moderar conversas, a rotina da televisão, etc etc, que só tenho a agradecer a todas as pessoas que fizeram parte desta equipa.

Como foi estar a fazer dois programas diários a horas tão diferentes? Em que é que isso alterou as tuas rotinas? Foi das maiores loucuras que já fiz, mas também daquelas que me deu maior gozo. Já tinha sido um desafio nas galas do The Voice depois ainda ir na segunda-feira de manhã para a rádio, mas com o Big Brother andei num ritmo agitado durante um ano, combinando ainda compromissos pessoais, outros compromissos profissionais e, claro, o meu descanso. Acabou por correr tudo bem, mas tenho de admitir que as sestas ao início da tarde eram uma constante!

Depois de teres um projeto destes em mãos, sentes que o teu futuro passa pela caixinha mágica? A rádio terá sempre um lugar especial e espero continuar a fazer rádio durante o máximo de tempo que me seja possível, mas claro que estou sempre disponível para novos projetos no mundo da televisão. É ver aquilo que o futuro me reserva. Qual foi o maior desafio profissional ao qual te propuseste? Talvez este mix entre rádio de madrugada e televisão ao fim do dia. No que toca a projetos em si, o Big Brother foi o maior desafio. Podes ler a entrevista completa no site maiseducativa.com

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Cursos de Aprendizagem

Os cursos de aprendizagem do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) constituem uma enorme mais-valia para os jovens, porque garantem uma experiência prática em contexto empresarial que não é possível adquirir na escola tradicional. Possuem uma estreita articulação com o mercado de trabalho, garantem uma formação académica sólida, onde boa parte da formação é feita em contexto de empresa, para os jovens perceberem o que é estar no mercado de trabalho, o que é interagir em equipa, cumprir horários, adquirir competências próprias de quem está a trabalhar. São cursos de formação de qualidade, da qual resultam jovens altamente qualificados, cuja integração no mercado de trabalho se traduz, a médio prazo, no crescimento do capital humano das empresas e no aumento da sua competitividade.

de formação: sociocultural, científica, tecnológica e prática em contexto de trabalho. A formação prática em contexto de trabalho é desenvolvida nas empresas e tem uma duração correspondente a 40% da duração total da formação, distribuída, de forma crescente, ao longo de três períodos de formação. Esta organização da formação em alternância, centra-se na aquisição de conhecimentos, aptidões e atitudes através do desenvolvimento de atividades de natureza predominantemente prática, e assenta na valorização das empresas enquanto espaços de aprendizagem.

Estes cursos, da responsabilidade do IEFP, constituem uma modalidade de formação de dupla certificação, escolar e profissional, conferindo simultaneamente uma habilitação escolar de nível secundário (12.º ano de escolaridade) e uma qualificação profissional de nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações. Promovem a formação inicial de jovens com idade inferior a 25 anos tendo em vista aumentar a sua empregabilidade face às necessidades do mercado de trabalho e, além disso, possibilitam a progressão escolar e profissional. Os cursos de aprendizagem têm uma duração entre 2800h e 3700h, o equivalente a dois anos e meio de formação, e os planos curriculares organizam-se em quatro componentes

Durante um Curso de Aprendizagem os formandos têm ao seu dispor vários apoios sociais, como por exemplo, subsídio de refeição e transporte, bolsa de profissionalização, bem como, em alguns casos, bolsa de material de estudo e subsídio de acolhimento. Para saber mais sobre cursos de Aprendizagem, consultar www.iefp.pt e através do site https://iefponline.iefp.pt/IEFP/ é possível fazer uma pré-inscrição ou contactar o Centro de Emprego e Formação Profissional da área de residência ou o Serviço de Formação Profissional promotor da formação pretendida.


14 > entrevista

Entrevista a Filinto Lima: “A escola é um elevador social que agora se move muito mais devagar” A pandemia fez emergir problemas sociais e educativos na nossa sociedade civil. O acesso aos meios digitais que permitem acompanhar as aulas à distância são apenas parte de um problema maior. Filinto Lima, Professor, Diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia e Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, aborda nesta entrevista os problemas educativos e sociais que agora emergiram, o futuro da profissão de docente no nosso país, e o caminho a percorrer para acautelar junto dos mais jovens, as aprendizagens transversais, na sua dimensão mais humana e social, que sofreram modificações sem precedentes. Entrevista: Rita Coelho Fotos: Cedidas pelo entrevistado

O material informático e acesso à internet são a principal dificuldade e obstáculo para muitos alunos e professores. Sabemos que foi feito um investimento, mas ainda não chega. Como é que as escolas e os agrupamentos estão a lidar com esta dificuldade? Esse é um grande problema deste sistema de ensino. As escolas, as autarquias, as associações de pais e a sociedade civil têm ajudado a colmatar esta lacuna. Há alunos que têm telemóveis com características que lhes possibilitam assistir às aulas, e os restantes podem ir para a escola ter as aulas online, utilizando os computadores aí existentes, embora o ideal seja ficar em casa. Esta é uma forma de não prejudicar estes alunos por não terem o material digital necessário. Uma outra ajuda veio das autarquias – que também é exemplo Vila Nova de Gaia, que requisitam o serviço de um estafeta, que vai às escolas levantar material e exercícios em suporte de papel, enviados pelos professores, entregando-os em casa dos alunos referenciados. Na semana seguinte, recolhe-os e estes são digitalizados na escola e enviados para os professores corrigirem. Foi uma estratégia alternativa para resolver um problema da responsabilidade do Ministério da Educação. A pandemia fez emergir estas desigualdades sociais e económicas? Com certeza que sim. Aliás, os discursos, mesmo os políticos, neste momento centram-se no acesso ao computador e

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aos meios digitais, como se isso fosse a panaceia para os problemas causados pela pandemia nas escolas, e isso não é a realidade. O problema não se resolve dotando os alunos de computadores, esta é uma parte de um problema maior. De que vale ter o melhor computador do mundo, se os alunos nas suas casas não tiverem um ambiente adequado às suas necessidades, uma mesa ou um local de estudo apropriado, ou as refeições quentes que na escola lhes são garantidas? Este é um aluno motivado para aprender? Nestas situações, o material digital não tem qualquer impacto nas condições de estudo e de aprendizagem das crianças, não se podendo ignorar que as desigualdades vão muito além do acesso ao computador e internet. Repito, esta é só uma parte do problema. Diz-se que a escola é um elevador social. É um facto! Contudo, com o ensino à distância, este elevador move-se de forma lenta e inconsistente para todos os alunos, sem exceção. Ascende para os alunos com um bom ambiente familiar, mas desce, e muito, para os alunos que não vivem num ambiente positivo e motivador. O ensino à distância prejudica muito estes alunos.

bastante rápido. Nos próximos tempos, precisamos de realizar, recuperar e consolidar aprendizagens, e, para isso, serão necessários mais professores nas escolas, o que implica da parte da tutela um maior investimento. Esta recuperação não é algo que deverá acontecer para o ano apenas, mas sim ao longo dos próximos anos. O ensino à distância pode deixar sequelas nas aprendizagens dos alunos, revelando-se estas deficitárias e diminutas, em resultado de um ensino muito redutor. O trabalho ao nível das aprendizagens já estava a ser feito, e terá continuidade assim que os alunos regressarem à escola, em segurança e com saúde. É muito importante que os professores e técnicos atuem também no âmbito da saúde mental das nossas crianças e jovens, e que os acolham e se lhes explique o que se está a passar, e também o que se espera ou decorrerá dali em diante. Em setembro, muitas escolas e professores investiram tempo precisamente a clarificar as dúvidas dos seus alunos, preocupados com o que está a acontecer no mundo, e só depois avançaram para as aprendizagens. Penso que esta foi uma atitude muito positiva e inteligente. Acima da Educação está a Saúde, em todas as suas vertentes. As As crianças, por estarem em crescimento, escolas devem acautelar junto dos seus serão particularmente afetadas por todas discentes as aprendizagens transversais, estas alterações à nossa forma de estar na sua dimensão mais humana e social, atualmente. Qual o impacto que estes que neste momento se modificaram, anos de pandemia terão a médio longo devido à necessidade de manter o prazo no desenvolvimento intelectual distanciamento social na preservação da dos alunos? Vida. Como referi anteriormente, a escola é um elevador social que agora se move muito mais devagar, e para alguns desce


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Gestão da Comercialização de Produtos de Ourivesaria

Comunicação Empresarial

Gestão de Tecnologias Para a Inovação

Contabilidade e Administração

Relações Públicas e Organização de Eventos

Criatividade e Inovação Empresarial

Vendas Para Mercados Internacionais

Marketing Recursos Humanos


16 > adn da tua escola Como descreve este Agrupamento e os seus alunos, em particular, os do ensino secundário? O Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra, estando integrado num território educativo de intervenção prioritário, apresenta caraterísticas decorrentes do público-alvo que serve, nomeadamente com dificuldades socioeconómicas. No entanto, apesar de dificuldades verificadas em algumas famílias, verifica-se que existem alunos motivados, trabalhadores e interessados em superar as suas dificuldades e atingir o sucesso escolar. Quais os valores que considera serem fundamentais para serem transmitidos aos alunos do Ensino Secundário?

ADN da Escola Secundária Matias Aires

Este ano letivo, 2020/2021 é, sem sombra de dúvida, um dos mais desafiantes, como já tinha sido parte do ano letivo 2019/2020. O funcionamento de um Agrupamento de Escolas teve necessariamente de ser repensado, por duas vezes, no regime presencial e no E@D (Ensino à Distância), em virtude da promoção da saúde de toda a comunidade escolar e da saúde de todos, no cumprimento de novas regras, essenciais à superação desta calamidade que estamos a viver. A Mais Educativa entrevistou o Diretor do Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra, com sede na Escola Secundária Matias Aires, Dr. Luís Henriques, para perceber de que forma estão a ser vividos e geridos estes novos desafios educativos, pedagógicos e sociais, em resultado desta pandemia Covid-19 e as suas ambivalências. Texto: Rita Coelho Fotos: Cedidas pela Escola

Cada escola, tem o seu ADN, características únicas que as distinguem de qualquer outra escola, neste sentido, de que forma o Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra (AEAMS) se distingue de outros Agrupamentos e Escolas, em particular a escola secundária que é sede do Agrupamento? O Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra, na sua configuração atual, foi constituído com efeitos ao dia 24 de abril de 2013. Desde então, tem havido um grande esforço para que esta entidade, enquanto unidade orgânica, funcione sob as mesmas regras e as mesmas orientações, através do seu Regulamento Interno e Projeto Educativo. No entanto, cada estabelecimento de educação e ensino que compõe o Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra, continua a ter, no seu âmago, a sua cultura, quer por via dos diferentes ciclos de ensino, quer por via de algumas pessoas que lá trabalham há já alguns anos, e são de facto as pessoas que fazem a “cultura de cada lugar”.

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A minha visão para o Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra aponta para uma crescente melhoria do serviço público prestado à comunidade, assegurando a conciliação entre a inclusão escolar e um ensino-aprendizagem de qualidade, direcionado para a qualificação e o desenvolvimento de competências essenciais ao cidadão do século XXI, indo ao encontro do lema “Aprender uns com os outros, numa escola inclusiva”. A missão do Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra visa a sua afirmação como uma organização aprendente, no sentido de promover um ambiente adequado à aquisição de conhecimentos, proporcionar aprendizagens de qualidade para alunos com diferentes caraterísticas e necessidades, promover a formação integral do aluno, assegurar respostas adequadas aos alunos, promover o desenvolvimento de competências exigidas pela sociedade atual. Com a finalidade de cumprir a missão, os principais valores a defender centram-se em cinco áreas: respeito, colaboração, responsabilidade pessoal e social; participação ativa e espírito crítico. Relativamente a projetos escolares, quais são as apostas da Escola Secundária Matias Aires, sede do Agrupamento, e a que tem ensino secundário, para este ano letivo e os seguintes? Quais os projetos já concretizados pela escola que gostaria de destacar? Há prémios ou distinções que queira assinalar? Apesar de o Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra estar sempre envolvido em vários projetos de âmbito nacional, promovidos pelo Ministério da Educação e/ou pelo município de Sintra, destaco apenas alguns projetos que, apesar da pandemia, estão a funcionar neste ano letivo: Clube Robótica – aplicado a alunos do ensino secundário, tendo montado um carro movido a energia solar. A partir do próximo ano letivo, será aplicado também a alunos do 1.º ciclo;


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Na sua perspetiva, quais são os maiores desafios que uma escola, e a sua em particular, enfrentam atualmente ao nível da educação e socialização, devido às restrições provocadas pela Covid-19? De facto, este tem sido um tema que nos tem ocupado a maior parte do tempo. Desde que o vírus “chegou” ao nosso país, tivemos logo que elaborar um Plano de Contingência, de acordo com as informações e orientações que tínhamos, bem como em função do conhecimento do vírus e o seu modo de atuação e circulação. Depois, como todos sabemos… houve o confinamento geral, determinado pelo Conselho de Ministros de 12 de março, e veio a suspensão das atividades letivas, com efeitos a 16 de março de 2020. Nessa altura e durante o fim de semana, todos os professores começaram a pensar como é que poderiam “chegar” aos seus alunos, de modo a que os jovens não ficassem simplesmente “sem fazer nada” e para que não perdessem o ritmo de trabalho e de aprendizagem. Essa fase foi bastante difícil, pois as escolas não estavam preparadas para poder acompanhar o ensino e a aprendizagem à distância. Recorremos às ferramentas disponíveis, e que nos eram mais familiares,

como o e-mail, o Moodle, o uso do número pessoal de telemóvel, o WhatsApp e também o recurso a redes sociais. As reuniões de avaliação foram, pela primeira vez nas nossas vidas profissionais, realizadas através de videoconferência. Durante a interrupção letiva da páscoa e após determinação do Governo em manter as escolas encerradas, passou-se a uma nova fase, que foi a da elaboração/planificação do “Ensino à Distância” (E@D), com o recurso generalizado a ferramentas e instrumentos digitais. Passou-se a utilizar o Google Classroom como sala de aula virtual, para repositório de informações e recursos de apoio ao ensino/aprendizagem, e o Google Meet, como espaço virtual de encontro e interação, entre professores e alunos. Durante esta fase houve formação para todos os docentes, no que respeita à abordagem e utilização das ferramentas digitais para a área da Educação, no Google. A partir de setembro tivemos que desenhar um plano de funcionamento das atividades letivas e formativas para o ano letivo 2020-2021, tendo em vista as diferentes modalidades (regime presencial, misto e não presencial). Por último, que mensagem gostaria de deixar aos pais, pessoal não docente, professores e alunos, neste ano letivo tão atípico? A mensagem que quero deixar a toda comunidade escolar (alunos, pais e encarregados de educação, professores e pessoal não docente) é que temos de ter esperança na vacinação no combate ao vírus, que esta seja disponibilizada da forma mais rápida, para que possamos voltar “ao normal”, independentemente do que venha a ser “o normal”, depois de ultrapassado e dominado este coronavírus, desde que possamos passar a viver sem todos estes sobressaltos.

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Clube de Badminton – alunos de todos os níveis de ensino do AEAMS e que já receberam vários títulos nacionais e regionais; PESES – alunos de todos os níveis de ensino do AEAMS; Clube de Cinema; Todos em Rede - projeto transversal a todo o Agrupamento, desde a idade pré-escolar com Filosofia para Crianças, mindfulness para crianças do 1.º ciclo e jovens do 3.º ciclo e aspetos relacionados com o apoio social; Academia de Líderes Ubuntu – abrange alunos das escolas Básica D. Domingos Jardo e Secundária Matias Aires.


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ADN da tua Escola: Agrupamento de Escolas Templários

A Mais Educativa desafiou o Agrupamento de Escolas Templários a falar sobre as suas dinâmicas e características. O que distingue este Agrupamento dos restantes? Sabendo que cada lugar tem a sua própria cultura e que são as pessoas que dão vida aos lugares, desafiámos o Diretor do Agrupamento, Dr. Paulo Macedo a falar sobre a sua escola. Texto: Rita Coelho Fotos: Cedidas pela Escola

Esta rubrica intitula-se “ADN da tua Escola” precisamente porque cada escola tem a sua cultura e as suas características que distinguem cada escola. Que características únicas tem a sua escola que a distingue de qualquer outra? O Agrupamento de Escolas dos Templários foi criado em 2012 e integra o ex-Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, o ex-Agrupamento de Escolas Santa Iria e a Escola Secundária Jácome Ratton. A população escolar vai desde a Educação PréEscolar ao 12.º ano de escolaridade. Este é um agrupamento do concelho de Tomar de grandes dimensões, com perto de 2100 alunos e que abrange oito freguesias das 11 do nosso concelho, e que possui escolas do 1.º ciclo que distam mais de 18 quilómetros umas das outras. Este fator de enorme dispersão e diversidade da população escolar constitui uma dificuldade na caracterização e união do nosso agrupamento. As escolas e ex-Agrupamentos que integraram o Agrupamento de Escolas Templários tinham as suas características e o seu ADN. Foi complicado “retirar” a importância de cada Agrupamento, de forma a unir os exAgrupamentos num só, o Agrupamento de Escolas Templários. O seu agrupamento tem uma página de Instagram e tem um website bastante funcional e completo, porque consideraram importante fazer este investimento no digital? O Agrupamento tem uma constituição recente, e para começar este processo de união, o primeiro passo foi alterar o logótipo, o passo seguinte foi a alteração do site e atualização do novo logótipo. Adicionalmente, precisávamos de comunicar todas as nossas iniciativas através de vídeos e imagens, em particular as iniciativas relacionadas com o Plano Nacional das Artes, isso criou a necessidade de ter um site funcional, moderno, e

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com capacidade para comunicar todas as nossas atividades à nossa comunidade. Assim, esta foi uma aposta extremamente necessária para comunicar devidamente a nova imagem do Agrupamento e todas as nossas iniciativas. Os projetos escolares e educativos são uma forma de envolver os alunos em atividades de enriquecimento pessoal e curricular extra-aulas. Quais são os projetos que estão a decorrer atualmente? Nos últimos quatro anos, temos dinamizado inúmeros projetos das mais diversas áreas. Começo por destacar o programa “Escolhas” da 8.ª Geração e o Centro Qualifica Templários, projetos que procuram reduzir o número de alunos que não concluí o 12º ano de escolaridade, ou que ainda estão a concluí-lo, mas com muitas dificuldades. Assim, a Escola une esforços para combater o abandono escolar. Devido ao sucesso destes programas, decidimos candidatar-nos a ter dentro do nosso Agrupamento, uma escola designada por “Segunda Oportunidade”. Este é o primeiro ano em que este projeto que se destina a alunos que não concluíram a escolaridade obrigatória, está em vigor no nosso Agrupamento. Estamos ainda integrados na Rede de Escolas para a Educação Intercultural, promovido pela Direção-Geral de Educação, que tem como objetivo promover o acolhimento, a integração e o sucesso educativo de todos os jovens da educação pré-escolar ao ensino secundário, e desenvolver o respeito pelas diferenças e o estabelecimento de relações entre alunos/as e outros membros da comunidade educativa de diferentes culturas. Fomos Escola Piloto do Projeto para as Escolas, no âmbito do Plano Nacional das Artes, que abrange atividades na área da rádio, música, dança, arte e teatro. E ainda, o Plano Nacional do Cinema que se integra dentro do Plano das Artes, e que já habituou toda a nossa comunidade a ter filmes disponíveis para visualizar aos fins de semana e feriados. Há um projeto muito importante e único que não poderia deixar


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Qual é o feedback dos alunos que participam nestas experiências? Temos por tradição, há quatro anos, reunir uma vez por período, ou seja, três vezes ao ano, com os delegados e subdelegados das turmas desde o 2º ciclo até ao Ensino Secundário, para que eles deem o seu parecer sobre as atividades nas quais estiveram

Como estão a gerir as emoções e inseguranças da comunidade educativa face ao regresso ao ensino presencial e como fizeram a gestão contrária, ou seja, do regresso ao ensino à distância? A retoma às aulas presenciais foi gradual, tendo começado pelos alunos mais novos, tal como aconteceu a nível nacional. Quando a nossa Escola percebeu que íamos retomar, através de mediadores no âmbito do Plano de Desenvolvimento Social e Comunitário, considerámos que, para toda a comunidade, era importante fazer algo novo e que marcasse este regresso. Com o apoio e a iniciativa de duas psicólogas dos Serviços de Psicologia e Orientação, fomos dar as boas-vindas e dizer algumas palavras a todos os alunos e professores no dia em que regressaram ao regime presencial. Consideramos importante transmitir que a escola é um lugar muito estranho sem a presença de alunos, aliás, chamar “escola” a um lugar sem alunos, professores e funcionários é realmente estranho, por isso demos uma palavra de carinho, acolhimento e de boas vindas a todos. PUB

de destacar, o Plano de Inovação, que se iniciou com os alunos do 1º ciclo, e se irá alargar ao 2º ciclo e Ensino Secundário e que, para os alunos mais novos, consiste na criação de duas novas disciplinas. Uma delas é “História de Tomar e Tradições”, para a qual, temos, inclusive, um manual próprio. Na área das ciências, fazemos parte do Clube de Ciência Viva com o “Clube Ambiente e Património”, que se insere na rede de Ciência Viva nas Escolas, através do qual recebemos recentemente um prémio. Numa dimensão social, temos um Plano de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário, sendo este o primeiro ano em que está a decorrer, onde foram elaboradas três medidas, uma delas já está em desenvolvimento e que visa trabalhar com alunos de diferentes etnias. A segunda medida é Mindfulness para as crianças e a terceira relaciona-se com o Plano Nacional das Artes. Toda a informação sobre os nossos projetos e iniciativas está disponível no site do nosso Agrupamento.

envolvidos. Agora devido à pandemia e porque passamos para semestres, modificámos os parâmetros dessa atividade e reunimos apenas duas vezes por ano. O facto de termos entrado no Plano Nacional das Artes, e termos criado o nosso projeto cultural, em que os alunos de todas as idades estão totalmente envolvidos, trouxe uma enorme dinâmica ao nosso Agrupamento. Levou-nos a dinamizar um programa que é um enorme sucesso, a semana cultural, que se realiza, normalmente, no período do carnaval. Este ano, a 2.ª semana cultural foi exclusivamente online, mas foi dinamizada em grande medida pelos alunos a partir das suas casas, com o apoio da nossa coordenadora cultural e dos nossos parceiros culturais do concelho de Tomar. Este projeto é verdadeiramente especial, porque tem a capacidade de mobilizar toda a comunidade, inclusive externos ao nosso Agrupamento.


20 > saúde

Saúde Mental

A importância de cuidar da nossa saúde mental Texto: Joana Alves Fotos: Adobe Stock

Ao longo da vida, qualquer pessoa pode ser afetada por problemas de saúde mental, mais ou menos graves. Há algumas fases que podem levar a algum tipo de perturbação mental, seja a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, ou acontecimentos tristes e inesperados, tais como a perda de um familiar próximo, o divórcio, o desemprego, a falta de dinheiro. Para além disso, os fatores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de doenças mentais graves. Segundo a OMS, não existe uma definição oficial para o termo saúde mental. Contudo, a organização refere-se a um “estado de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stress habitual do dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de contribuir para a comunidade em que se insere”.

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O Dia Mundial da Saúde Mental celebra-se a 10 de outubro, mas é importante mantermo-nos alerta para estes problemas diariamente, uma vez que os efeitos da pandemia, do ponto de vista da saúde mental e do bem-estar, são realmente preocupantes. Os populares costumam dizer que “mente sã, corpo são”, o que significa que a nossa saúde mental e saúde física são duas vertentes indissociáveis e devem ser cuidadas com a mesma importância. Quando temos acne consultamos um dermatologista, quando temos uma dor de dentes recorremos a um dentista e, por isso, quando temos um problema do foro psicológico, o que deve ser feito é consultar um especialista da área, seja psicólogo ou psiquiatra, consoante as situações. No entanto, para muitos, continua a ser tabu tratar estas doenças e admitir que estão doentes, seja por vergonha, seja por preconceito. Estima-se que em cada 100 pessoas, 30 sofram, ou venham a sofrer de problemas de saúde mental.


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22 > saúde Problemas de saúde mental mais frequentes • Ansiedade • Mal-estar psicológico ou stress continuado • Depressão • Dependência de álcool e outras drogas • Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia • Atraso mental • Demências • Transtorno obsessivo-compulsivo • Bipolaridade • Hiperatividade e défice de atenção

Mas afinal o que é ter saúde mental? É sentirmo-nos bem connosco próprios e reconhecer limites e sinais de alerta. É estabelecer boas relações com os outros. É sermos capazes de superação aquando de perdas afetivas e conflitos emocionais. É estabelecermos uma missão de vida e termos confiança no futuro. É termos capacidade de adaptação a novas realidades/adversidades que possam surgir.

Saúde Mental em números • 12% das doenças em todo o mundo são do foro mental, valor que sobe para os 23% nos países desenvolvidos • 165 milhões de pessoas na Europa são afetadas por uma doença ou perturbação mental anualmente • as perturbações por depressão são a terceira causa de carga global de doença (primeira nos países desenvolvidos), estando previsto que passem a ser a primeira causa a nível mundial em 2030, com agravamento provável de suicídio e para-suicídio • Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%). • As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças em Portugal, mais do que as doenças oncológicas (10,4%) e apenas ultrapassadas pelas doenças cérebro-cardiovasculares (13,7%).

Como cultivar uma mente sã: • Reforçar os laços familiares e de amizade • Fazer caminhadas ao ar livre • Manter uma alimentação saudável • Ler ou cultivar o intelecto de alguma forma • Consultar um médico, perante sinais ou sintomas de perturbação emocional • Descanso e sono reparador • Pratica exercício físico com frequência • Cerca-te de pessoas positivas e que despertam o melhor de ti • Mantém hábitos e rotinas que te fazem bem

Onde pedir ajuda: • Ordem dos Psicólogos • SPPSM - Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental • ASPESM - A Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental • Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos • SPS - Sociedade Portuguesa de Suicidologia • ADEB - Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares • AFARAM - Associação de Familiares e Amigos do Doente Mental • A FARPA - Associação de Familiares e Amigos do Doente Psicótico • DOMUS MATER - Associação de Apoio ao Familiar e Doente com Perturbação Obsessivo-Compulsiva • ENCONTRAR+SE - Associação para a Promoção da Saúde Mental • FAMILIARMENTE - Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental • FNERDM - Federação Nacional de Entidades de Reabilitação de Doentes Mentais

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A saúde mental, senão for cuidada a tempo, pode levar à morte. Segue os nossos conselhos e começa já a cuidar da tua saúde mental e da dos outros! abril 2021

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24 > entrevista

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