MULHER. - Centro de Cidadania e Abrigo á Mulher - Part. 3/3

monotrilho

Painel de chapa perfurada especial branca

Painel de ripas metálicas vertical branco (15x5cm)

Painéis deslizantes com ripas verticais metálico com acabamento de imitação de madeira

Sistema de fixação com perfis de alumínio e trilhos com acabamento branco

Estrutura metálica

Mega Treliça

Laje nervurada

Ampliação laje nerveurada

Ventilação cruzada

Placa Solar Fotovoltaica nas coberturas Brises para conforto térmico

Abertura zenital com brise superior para conforto térmico

Sistema de captação e tramamento de águas pluviais

A conscientização a população do entorno e evidenciação da problemática do tema se aplica através da ampliação da esquina, criando espaço de exposição público junto com a fluição do pedestre, tanto de forma fixa com totens como projetado no período do final de tarde e noite. O projetor também cria a possibilidade de ter sessões de cinema para a comunidade, podendo ser eventos beneficentes e preparados pelas mulheres do abrigo, também como uma forma de ensino e capacitação. A esquina também se torna um espaço recreativo com alguns equipamentos voltando para criança como de estar para adultos, incentivando seu uso e tornando o espaço mais seguro.

Espaço de convívio no pátio interno do térreo com área oficina de jardim, estar coberto e descoberto.

O abrigo é utilizado por mulheres que sofrem risco de morte eminente, podendo ou não, ter um acompanhante, como filhos. A proposta é trazer segurança, tranquilidade e aconchego com os espaços, proporcionar ambientes individuais, coletivos e sensoriais que auxilie no processo de recuperação e tratamento.

O edifício com o abrigo é deslocado do prédio principal, criando um térreo elevado para uso das mulheres e mais segurança no seu acesso. Com a intenção de buscar a normalidade de uma rotina na cidade dentro do prédio, existe uma rota objetiva que a mulher consegue fazer pelo elevador ou rota de incêndio até sua respectiva habitação ou espaço coletivo, simultaneamente foi elaborado rotas a partir dos corredores externo com escadas para proporcionar um caminho mais contemplativo, estimulando novas sensações, possibilitando encontros não planejados entre as moradoras, já que as mulheres permanecem no local por algumas semanas ou meses, tendo essa rota passando pelos ambientes sensoriais, todos esses pontos ajudando a evitar o sentimento de isolamento, não pertencimento e significado de lar, tanto das mulheres como dos filhos.

ambiente sensorial

Os abusos em suas diversas versões e formas criam traumas, esses que muitas mulheres carregam, mudando seu jeito de ser e sentir, sem ser de forma saudável. As situações vividas podem estar ligadas aos sentidos, cada um vinculado ao momento individual do trauma, podendo criar aversão a sensação conectada com a lembrança.

A proposta dos espaços sensoriais é a possibilidade de criar uma atmosfera não agressiva e que se relacione com a aversão sentida pela mulher, possibilitando que ela se sinta confortável novamente com o sentido, não de uma forma que invalide ou busque apagar o que aconteceu, mas de uma maneira que ressignifique a sensação perante um estimulo especifico e permita voltar a vivencia-lo em outras situações cotidianas e boas, sem vinculá-lo ao trauma.

Todos os estímulos e significados que esses espaços possam gerar é acompanhado de um tratamento terapêutico guiado, possibilitando que a mulher compreenda as situações, os estímulos se tornem conscientes e o local seja efetivo no processo terapêutico.

Através de uma análise com psicólogas sobre como funcionam os processos terapêuticos sensoriais possíveis para ajuda no tratamento de mulheres que sofreram alguma violência ou abuso, sendo que cada caso é especifico, os espaços criados buscam se conectar com os 4 sentidos: visão, olfato, audição e tato, junto com os elementos da natureza: água, terra, fogo e ar, buscando a biofilia para alguns desses ambientes, possibilitando uma integração sensorial consciente e efetiva.

3 pavimento

A proposta sensorial no pavimento 3 é visual e auditiva, podendo ser integrado com o espaço externo ou fechado. A partir de projetores criar um espaço imersivo no chão, forro e paredes, por conta disso ele é todo branco assim como seus mobiliários para possibilitar a projeção do que for necessário, junto com o auxílio de caixas de som e iluminação dimerizável em diversos tons. Quando o espaço não estiver sendo utilizado de forma terapêutica, pode acontecer exposições imersiva para as mulheres visitarem possibilitando novidades para o local.

4 pavimento

O ambiente sensorial do 4 pavimento tem a proposta da biofilia, a partir da integração da água e vegetação, ambos elementos com a possibilidade se sentir através do toque. Foi elaborado espelhos d’água com cascatas e um piso elevado do qual pode proporcionar diferentes esguichos de água ou até se tornar um pequeno espelho água, regulando inclusive a temperatura para ser usado em sessões terapêuticas, juntamente com um espelho, possibilitando que a mulher se olhe, visando uma nova perspectiva pessoal em um ambiente estimativo, assim a cada momento que elas passem pelo espaço, elas possam dar outro significado com essa imagem, já que passar por traumas relacionados a abusos pode afetar diretamente a forma que a mulher se vê e se reconhece. Na parte de vegetação, um jardim vertical e grama sintética junto com mobiliários de estar.

6 pavimento

O sexto pavimento é composto de áreas comunitárias, com isso a proposta é um espaço de estar coletivo com estímulos de texturas, que também podem ser usados individualmente em sessões.

O espaço é aberto possuindo controle solar através dos brises, existindo uma boa passagem de ar. Para as texturas, foi utilizado um tapete sensorial, onde cada parte tem um tecido e formato diferente, na intenção de sentir com os pés, mão, sentar ou deitar em qualquer parte, criando possibilidades de aproximação do toque com sensações aos poucos e de maneiras diversas e confortáveis, já que o toque em muitas mulheres se torna uma questão delicada, junto com o auxílio de mobiliários confortáveis que continuam na parte com o piso de pedras junto com um fogo de chão, criando novos estímulos e possibilidades de trabalhar os sentidos.

O alojamento possui 4 tipologias de habitação, com intenção de atender as necessidades distintas de cada mulher, tendo como principal premissa a privacidade e espaço individual de cada uma, visando sua recuperação.

Todas unidades possuem o mesmo padrão, variando o tamanho e capacidade de pessoas.

O equipamento possui o total de 22 unidades, acomodando simultaneamente até 22 mulheres e 14 acompanhantes.

Abriga uma mulher.

Conta com: três camas de solteiro, bancada de estudo, guarda-roupa, bancada com pia e fogão, uma geladeira/ frigobar, banheiro individual.

Total: 4 mulheres e 8 acompanhantes.

Abriga uma mulher.

Conta com: uma cama de solteiro, bancada de estudo, guarda-roupa, bancada com pia e fogão, uma geladeira/ frigobar, banheiro individual.

Total: 4 mulheres.

18,8m - 4 unidades

. considerações finais

A visão do ser mulher está tendo avanços significativos, como em relação ao mercado de trabalho, política e seus direitos, com um longo caminho de lutas e resistências até aqui, e todo caminho que ainda precisa ser trilhado, as violações dos direitos ainda se fazem presentes, assim como as violências e abusos, da mesma forma que o ciclo de violência doméstica, o ciclo de violência e abusos contra a mulher na sociedade permanece vivido e sentido diariamente pelas mulheres.

Este trabalho se faz presente representando as dores sofridas pelas mulheres, das que se foram, as que estão sofrendo e as que são resistência, com intuito de evidenciar as dores vividas, que um dia não se faça mais necessário com uma cidade acolhedora e segura, uma sociedade consciente e igualitária.

Por nossos direitos, por dias melhores, por vidas seguras.

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Valerie Jane Morris-Goodall