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2ºLetras

Edição: Willian Ribeiro, RM 0025958, 2º Período Letras - Centro Universitário de Caratinga (UNEC)

A Educação Ambiental nas escolas

A Política Nacional de Educação Ambiental foi instituída em 1999 através da Lei número 9.795. Mas a Educação Ambiental surte os resultados pretendidos como tema transversal? O que pensam os profissionais da educação que defendem a Educação Ambiental como uma disciplina inserida na grade curricular? Este trabalho não tem a pretensão de responder de forma definitiva essas questões, mas contribuir com o debate sobre sua aplicação no ambiente escolar. Para problematizar o assunto, abordamos com alguns profissionais da educação e um biólogo - atuante no desenvolvimento de pesquisas científicas em duas reservas legais nas regiões de Caratinga e Simonésia -, a seguinte questão: a Educação Ambiental teria maior eficiência enquanto prática de ensino como disciplina isolada na grade curricular?

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Tema transversal x Disciplina isolada

Este trabalho teve sua origem a partir de uma conversa com o professor José Aylton de Mattos , que leciona desde 1962 e há muitos anos atua no Centro Universitário de Caratinga, hoje sendo Coordenador do Departamento de Extensão da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, que quando questionado sobre seu posicionamento sobre a Educação Ambiental nas escolas, declarou: “A Educação Ambiental só dará certo se o ensino tiver professores capacitados para ministrar aulas específicas sob o tema, que possam fazer com que os alunos se aprofundem e absorvam o assunto como é necessário, não podendo ser uma atividade opcional, sem preparação, que entra e sai de moda, porque aí será apenas mais uma tarefa interdisciplinar que não surte os resultados esperados, que é criar cidadãos mais conscientes da importância da preservação do meio ambiente e suas formas de preservá-lo de maneira que se tornem difusores do que aprenderam e ferramentas de divulgação de uma nova maneira de pensar

José Aylton de Mattos é professor de História, tendo iniciado sua carreira em Juiz de Fora em 1962 e chegado em Caratinga em 1963, prestando ininterruptamente, desde então, trabalhos na área educacional, inclusive como professor do Centro Universitário de Caratinga - UNEC

Mas será que esta premissa ideológica no que se refere a pensar ‘meio ambiente’ proposta como pla§1º. A educação ambiental não deve ser implantada no de aula transversal condiz com a realidade do ensicomo disciplina específica no currículo de ensino. no? Em seu embasamento legal, a Política Nacional de §2º. Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas Educação Ambiental tem as seguintes prerrogativas: áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facul“Art. 1º. Entendem-se por educação ambiental os tada a criação de disciplina específica. processos por meio dos quais o indivíduo e a cole§3º. Nos cursos de formação e especialização técnitividade constroem valores sociais, conhecimenco-profissional, em todos os níveis, deve ser incorpotos, habilidades, atitudes e competências voltadas rado conteúdo que trate da ética ambiental das ativipara a conservação do meio ambiente, bem de uso dades profissionais a serem desenvolvidas”. comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Entendendo que pela legislação a Educação Art. 2º. A educação ambiental é um componente Ambiental deva ser uma prática educativa integrada, essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos contínua e permanente em todos os níveis e modalios níveis e modalidades do processo educativo, em dades do ensino formal, é possível, então, ensinar uma nova maneira de pensar ‘meio ambiente’ em todas as caráter formal e não-formal”. disciplinas, desde as que possibilitem maior facilidade

A mesma lei estabelece que a Educação Am- de inserção do tema e seu ensinamento enquanto biental deve ser desenvolvida como uma prática edu- prática de aula junto ao alunado, caso de matérias cativa integrada, contínua e permanente em todos os como Geografia, História e Ciências, aparentemente níveis e modalidades do ensino formal, mas não como mais apropriadas para que se discorra o tema, até disdisciplina específica incluída nos currículos escolares. ciplinas mais complexas em que pode parecer, em um “Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida primeiro momento, que o tema não se encaixa, como é como uma prática educativa integrada, contínua e o caso de Matemática e Língua Portuguesa, que, numa permanente em todos os níveis e modalidades do visão grosseira,seriam matérias que tratariam apenas de números e linguagem, porém se a abordagem for ensino formal. bem trabalhada pode, sim, o tema também estar pre-

3 sente nessas aulas .

A Educação Ambiental pode, e deve, estar inserida dentro das escolas, da porta de entrada, aos planejamentos de aulas, reuniões de professores e de pais, porque mesmo havendo insistência em trabalhar o tema com profundidade ainda é preciso avançar muito dentro das escolas para que os resultados apareçam efetivamente.

A metodologia aplicada neste trabalho para colhimento de informações que norteasse as discussões se deu através de entrevistas de campo (in loco) em uma escola que carrega em sua fachada o nome do homem que deu origem a toda preocupação em torno do meio ambiente na região: Feliciano Miguel Abdalla.

Feliciano, libanês, caixeiro viajante que quando passava pela região de Caratinga e arredores admirava a beleza das matas, adquiriu a Fazenda Montes Claros, na divisa entre o distrito de Santo Antônio do Manhuaçu, com o município de Ipanema/MG, cerca de 70 anos atrás comprando-a do fazendeiro Bentinho de Abreu, mas só depois de fazer uma promessa ao então proprietário. “Em 1944, sentou seu Feliciano e seu Bentinho de Abreu. Seu Bentinho virou para o seu Feliciano e falou: estou te vendendo a fazenda, mas preserva a mata e preserva os macacos. Seu Feliciano jurou preservar e preservou”, contou Antônio Bragança, como gerente de campo da Reserva Ambiental Feliciano Abdalla em uma entrevista que concedeu durante uma matéria produzida pela equipe de jornalismo da Rede Globo de Televisão, em janeiro de 2011 . Hoje o gerente da Reserva é Marcelo Nery.

Mais de 950 hectares da fazenda ainda são de mata virgem e grande parte dela foi transformada na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Feliciano Miguel Abdalla, habitat do maior primata das Américas, o Muriqui monocarvoeiro ou Muriqui-donorte (Brachyteles hypoxanthus).

Feliciano morreu na virada do século XX, aos 92 anos de idade. Algumas semanas depois, um Jequitibá centenário, a maior árvore da floresta, desabou sem explicação. O tronco da árvore tem 40 metros de comprimento e virou uma espécie de passarela dentro da Reserva.

Bairro Floresta, em Caratinga/MG, tendo, segundo a atualização do Sistema Mineiro de Administração Escolar (SIMADE, 2014), 190 alunos distribuídos em oito turmas, sendo seis no período matutino e duas no vespertino oferecendo o Ensino Fundamental no Anos Finais (6º ao 9º anos).

A atual diretora, Fabrícia Ferreira do Amaral , promoveu uma ampla programação de atividades no dia 4 de outubro de 2014 que culminou com o Projeto “Nasce Uma Escola Para Fazer História” para comemorar a publicação no Diário Oficial do nome da escola, que, até então, era identificada como “Escola Estadual de Ensino Fundamental Anos Finais”, desde sua desvinculação da Escola Estadual Princesa Isabel e criação pelo Decreto nº 46.130/2013, MG, de 10/01/2013, sob Portaria da Secretaria de Estado da Educação (SEE) nº 49/2013, de 11/01/2013.

O tema do Projeto foi todo voltado para a questão ambiental, em específico relembrar a trajetória de Feliciano Miguel Abdalla como desbravador do espírito conservacionista que deu origem à RPPN Feliciano Miguel Abdalla, situada na região de Santo Antônio do Manhuaçu, distrito de Caratinga/MG, na divisa com Ipanema/MG.

Entre alguns moradores dos arredores da “Mata do Feliciano” a lenda de que um enorme Jequitibá tombou logo após a morte do precursor do espírito preservacionista daquela região segue incólume.

“Fez-se um silêncio na mata durante um período depois da morte de Feliciano e semanas depois a árvore centenária desabou”, narrou também Bragança, o ex gerente.

A mata se transformou em Reserva e objeto de estudos científicos que atravessam fronteiras, inclu-

Nasce uma escola para fazer história

Com sua denominação oficialmente publicada no Diário Oficial através da Lei número 21.413 de 15 de julho de 2014 como Escola Estadual Feliciano Miguel Abdalla, o educandário funciona à Rua Jequitibá, 150,

S. Salgado: Fotógrafo brasileiro que ficou reconhecido internacionalmente por seu trabalho em várias partes do mundo

Karen Strier entrou para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em 2005. É fellow da Associação Americana para o Progresso da Ciência.

Está há 24 anos estudando os muriquis em Caratinga e esse estudo revolucionou a tese tradicional sobre o comportamento dos primatas. É professora da Universidade de Wisconsin/EUA.

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sive internacionais. Sebastião Salgado , Karen Strier e outros pesquisadores do mundo inteiro frequentam rotineiramente a Mata desenvolvendo trabalhos experimentais. A lenda se transforma em homenagens escolares ao preservacionista Feliciano e essas homenagens passam de geração em geração e ganham as salas de aula. E uma lenda, se bem trabalhada do ponto de vista didático, pode colaborar, e muito, com a prática de ensino.

Em sua concepção, o teórico Luíz Antonio Marcuschi defende em seu livro “Produção textual, análise de gêneros e compreensão”, que “na ótica escolar, os gêneros se tornam um ponto de referência concreta para os alunos, operando como entidades intermediárias que permitem estabilizar os elementos formais e rituais das práticas”. Podendo então daí, a lenda, enquanto gênero textual aplicado em aula, contribuir para produções textuais, visitas de campo, trabalhos de recortes e colagens, pesquisas literárias, pesquisas virtuais na Internet, sessões de debate, oficinas de contos e histórias, etc., intermediando a Educação Ambiental dentro de sala como tema transversal.

Instalada no bairro que leva o nome de Floresta e cujas ruas levam o nome de árvores, nada mais apropriado para a escola em questão do que receber o nome do homem que dedicou, por instinto, uma enorme parte de sua propriedade rural para a preservação da natureza.

As homenagens pontuais foram resultados de

um amplo trabalho desenvolvido durante um mês (setembro de 2014) com os alunos, originando o Projeto “Nasce Uma Escola Para Fazer História” (foto), cuja programação teve recital de poesias, apresentações musicais, paródias, textos que falaram da história da escola de antes, de agora e do futuro. Os pais prestigiaram o evento, que teve ainda a participação de alguns líderes de bairro e membros do Colegiado Escolar que participam do dia a dia da escola e suas atividades.

A diretora concorda que, pela sua importância aos dias de hoje diante de várias situações de degradação ambiental progressiva (lixo, poluição do ar, falta de água em várias regiões do País) e para a formação de cidadãos mais conscientes da importância da proteção do meio ambiente, a Educação Ambiental poderia ter efeitos mais eficientes na prática do ensino como disciplina inserida na grade curricular. Em sua concepção, ela defende o seguinte: “A comunidade é que escolheu o nome da nossa escola e diante da escolha, que coloca um ícone da preservação ambiental como referência escolar, temos a responsabilidade de intensificar nossas atividades enquanto Educação Ambiental, mesmo ela sendo um tema transversal que não faz parte da grade curricular. Trabalhamos o tema de forma sistêmica, desde a preservação do ambiente enquanto natureza, como patrimonial - o bem imóvel da escola -, até a recuperação do bosque do bairro na região onde a escola está inserida em parceria com a comunidade”.

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Fabrícia Amaral: Entrevistada durante as atividades do Projeto “Nasce Uma Escola Para Fazer História” promovidas na E.E. Feliciano Miguel Abdalla no dia 4 de outubro de 2014

ENTREVISTAS Profissionais da educação defendem opiniões e acreditam em avanços

prática do ensino, sobre o que pensa a respeito da Educação Ambiental deixar de ser um tema transversal e se efetivar como uma disciplina da grade curricular, a supervisora pedagógica responde que “embora a Educação Ambiental permeie todas as disciplinas, com produções de textos uma vez por semana com temáticas que abordam questões como a sustentabilidade, o uso de celular, o descarte de resíduos, como uma disciplina que fizesse parte da grade curricular a Educação Ambiental poderia ter efeitos mais eficientes”.

Pela teoria, a orientação oficial sobre a aplicação da Educação Ambiental como tema transversal é a seguinte: “A transversalidade da questão ambiental é justificada pelo fato de que seus conteúdos, de caráter tanto conceituais (conceitos, fatos e princípios), como procedimentais (relacionados com os processos de produção e de ressignificação dos conhecimentos), e também atitudinais (valores, normas e atitudes), formam campos com determinadas características em comum: não estão configurados como áreas ou disciplinas; podem ser abordados a partir de uma multiplicidade de áreas; estão ligados ao conhecimento adquirido por meio da experiência, com repercussão direta na vida cotidiana; envolvem fundamentalmente procedimentos e atitudes, cuja assimilação deve ser observada a longo prazo”.(OLIVEIRA, Artur Santos Dias de Oliveira.

Educação Ambiental: Histórico e rumos atuais. In: Ambiente & Educação – Rev. De Educação Ambiental da FURG – Vol. 2 – 1997).

O próprio órgão gestor do ensino sugere que, embora se deva prevalecer uma “compactualidade”, existem contradições entre o ensinar e a prática. De

A supervisora pedagógica da mesma escola, acordo com as orientações dos Parâmetros CurElaine Cristina de Oliveira Arêdes , é outra que de- riculares Nacionais (MEC/SEF, 1998, p. 29), o que deve fende que “a Educação Ambiental não pode se resumir ser seguido como norma é: a ações pontuais, como em comemorações alusivas ao Dia da Árvore, Dia da Água, mas a ações cotidianas “Ambas – transversalidade e interdisciplinaridade que influenciem diretamente o meio ambiente e refli- – se fundamentam na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um tam positivamente no indivíduo”.

Por carregar em sua denominação oficial o conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de nome de um ícone da preservação ambiental na região conhecer isento e distanciado. Ambas apontam a de Caratinga, a escola em questão, segundo a super- complexidade do real e a necessidade de se convisora, detém uma responsabilidade ainda maior em siderar a teia de relações entre os seus diferenpromover a Educação Ambiental “porque Feliciano tes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da Miguel Abdalla foi um educador ambiental por ex- outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de celência”.

Indagada, como profissional que planeja as conhecimento, enquanto a transversalidade diz resações a serem executadas no ambiente escolar e na peito principalmente à dimensão da didática”.

Elaine Arêdes: Entrevistada durante as atividades do Projeto “Nasce Uma Escola Para Fazer História” promovidas na E.E. Feliciano Miguel Abdalla no dia 4 de outubro de 2014

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Buscando conhecer a prática do ensino em sala de aula, entrevistei também o professor Rafael Luís Neves , que leciona Ciências e Biologia, e conhece duas realidades em ambientes de ensino diferentes: na rede pública, como professor da E.E. Feliciano Miguel Abdalla e na rede privada, como professor da Escola Professor Jairo Grossi – referência em ensino na região, estando na liderança do Exame Nacional do Ensino Médio desde 2010 na área sob a jurisdição da 6ª Superintendência Regional de Ensino. Questionado sobre as duas realidades de ensino (na rede privada e na rede pública) em se tratando de Educação Ambiental e acerca de sua opinião sobre a matéria enquanto tema transversal e não uma disciplina inserida na grade curricular, ele relata o seguinte: “A educação ambiental enquanto área de ensino se torna mais fácil de ser trabalhada quando se tem o apoio da família. Geralmente nas escolas particulares temos uma cobrança maior da família para com os alunos. Numa escola pública como um todo a Rafael Luís Neves gente não tem este apoio da família, o que dificulta as abordagens e os impactos entre professor e aluno para tentar mudar o perfil deste aluno no que se refere à consciência ambiental. É importante trabalhar a Educação Ambiental desde a base, mas não se consegue alcançar resultados tendo a Educação Ambiental como algo opcional dentro das escolas; a Educação Ambiental deve ser uma premissa básica de ensino, seja numa escola pública ou particular”.

E o que pensa quem atua, na prática, defendendo o Meio Ambiente?

Procurando saber do posicionamento de quem atua em campo na área da Biologia enquanto pesquisador, para tentar traçar um paralelo entre o ensino da Educação Ambiental e a prática de quem conhece a importância do equilíbrio do ecossistema, cada vez mais ameaçado, entrevistei o biólogo, Anderson Gonçalves Ferreira , 36, que faz o monitoramento, junto de sua coordenadora Fernanda Tabacow , sobre o estado atual de conservação da população de Muriquis presente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Sossego e em remanescentes da região do Corredor Ecológico Sossego-Caratinga, com vistas a contribuir com os planos de ação para a conservação da espécie. Questionado se já desenvolveu algum trabalho com escolas, o biólogo declarou:

“Sim, já desenvolvi alguns trabalhos com escolas, o mais importante até agora ou que surtiu mais efeito foi a participação no Projeto Itinerante “A Mata Atlântica é aqui” da Fundação SOS Mata Atlântica em 2011; era um caminhão adaptado onde recebíamos escolas para que de uma forma lúdica ensinássemos aos alunos a importância da floresta e o que a falta dela pode ocasionar, para isso utilizamos jogos, pinturas, vídeos, além de estimular o plantio de árvores com a doação de mudas de espéGraduado em Ciências Biológicas pelo cies nativas para os pais eCentro Universitário de Caratinga – UNEC -, e que desde junho de 2012 professores”. atua no Projeto Muriquis da RPPN Mata do Sossego

Sobre sua avaliação quanto a maneira com que as escolas trabalham o assunto ‘Muriqui’ – se, em sua opinião, os educandários desenvolvem atividades com a importância que a espécie merece -, o biólogo respondeu que “as crianças com que teve a oportunidade de conversar afirmaram que conheciam a espécie através de programas de televisão”. Já como analisa a questão da Educação Ambiental, ele concluiu da seguinte maneira: “Educação ambiental deveria ser levada mais a sério, de forma correta e contínua, um exemplo disso seria que levar este conteúdo, que só é oferecido aos alunos dos ensinos fundamental e médio, aos primeiros anos da criança (ensino de base), onde se forma o caráter do cidadão. Educação Ambiental não funciona bem com adultos, pois já foram corrompidos por todo um sistema”.

A Educação Ambiental é extremamente relevante no ambiente escolar, principalmente para a formação de cidadãos mais conscientes sobre os problemas que o meio ambiente enfrenta na atualidade e de como é importante uma nova postura frente a esses problemas. Independentemente de estar como tema transversal e não como disciplina da grade curricular nas escolas, é pertinente que se fale mais e mais sobre este assunto aos estudantes, sem se preocupar, no momento, tanto com critérios pedagógicos, porque definitivamente são esses estudantes que formam a nova geração de cidadãos que podem ser aliados ou adversários do ambiente em que vivem e o papel da escola é fundamental para estabelecer qual lado vencerá.

A prática da Educação Ambiental e suas for-

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Projeto Muriquis da Mata do Sossego/MG, junto à Fundação Biodiversitas. Desde 2001, experimentando a elaboração e desenvolvimento de projetos na área de conservação de primatas da Mata Atlântica

mas de aplicação nas escolas são as mais variadas, mas numa questão em específico os profissionais abordados neste trabalho concordam: a Educação Ambiental como disciplina da grade curricular poderia inferir em melhores resultados, tanto de ensino, quanto de formação de cidadania na prática, embora o grande diferencial da efetividade das ações esteja mesmo no empenho, na dedicação e na preparação dos profissionais envolvidos no tema.

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