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Ano 22 - Florianópolis - Agosto de 2019 >>> N° 313
SEM COBRADORES? DIRIGENTES CONFEREM PESSOALMENTE COMO OPERAM sistemas de transportes em SANTOS E SOROCABA
Em Sorocaba Cobradores após greve passaram para Agentes de Bordo com qualificação Durante a árdua Campanha Salarial deste ano, mais uma vez os empresários colocaram na mesa de negociação um desejo antigo: Acabar com a função de Cobrador no sistema de transporte municipal e intermunicipal. Este tem sido um ponto recorrente nos últimos dez anos e muitas vezes parte desavisada da categoria acusou a Diretoria do Sindicato de “inventar” isso. Neste ano esse argumento caiu por terra pois as negociações foram transmitidas ao vivo e quem acompanhou viu que o sonho do empresariado local é esse: Tirar os cobradores do sistema com a desculpa de reduzir o valor da passagem (o que não aconteceu em nenhum lugar onde a medida foi adotada) acaba por aumentar os lucros das empresas. Encerrada a campanha a Direção do Sintraturb em parceria com os companheiros do Sindetranscol de Blumenau, resolveu visitar duas cidades com características semelhantes a Florianópolis onde A função de cobrador foi extinta. Para seduzir parte dos profissionais oferecem uma merréca para motoristas passem a executar a dupla função: dirigir e cobrar. Como se o transporte de passageiro em meios urbanos se resumisse a isso.
SANTOS
Opera há mais de 20 anos sem cobrador em-
barcado e os motoristas realizam a cobrança que também envolve dinheiro e foi estabelecido um prazo de cinco anos para a transição estabilidade de emprego para os cobradores. É bem semelhante a proposta dos patrões aqui em Florianópolis com a oferta de formação profissional para aqueles que quiserem ser tornar motoristas. Parte dos motoristas da nossa base apoia a ideia de acabar com os cobradores, esquecendo-se que quem mais corre riscos de ficar sem emprego são os próprios motoristas que serão substituídos por cobradores recém formados, custando bem menos do que um profissional com dez anos de empresa. Outro argumento muito usado para extinção da função são os frequentes assaltos. O patrões argumentam que sem cobradores isso acabaria. A realidade de Santos não demostra isso, os problemas com assaltos continuam ocorrendo, inclusive com profissionais sendo assaltados mais de dez vezes.
SOROCABA RESISTIU AS MUDANÇAS Diferentemente de Santos na qual o Sindicato de lá construiu com os patrões a transição, em Sorocaba a Direção e a Categoria optaram por resistir e lutar contra o fim da função com uma greve que durou vários dias e acabou na Justiça, que determinou a extinção de função com uma única canetada.
Todavia a Categoria e o Sindicato fizeram pressão e a Justiça vetou a dupla função não permitindo que motoristas cobrassem as passagens e o sistema não aceitaria o pagamento da tarifa com dinheiro em espécie. Após a implantação a evasão aumentou muito com inúmeros casos de motoristas agredidos por tentarem evitar os “pula catraca”, os assaltos continuaram, alguns casos foram extremos com profissionais baleados e com danos irreversíveis a saúde. O grande número de ocorrências culminou com a criação de uma nova função: O Agente de Bordo, e hoje são mais de 300 profissionais atuado embarcados. Mesmo com o Agente de Bordo a cobrança embarcada em espécie não é permitida e o profissional auxilia o motorista no trato com usuários idosos, portadores de deficiência, crianças, fornece informações e tal. Sorocaba é uma cidade industrial, menor do que Florianópolis, mas oferece 10 milhões de subsídios ao sistema de transporte. Lá também há um plantão de socorristas no terminal central com toda a infraestrutura para primeiros socorros, inclusive com um desfibrilador para urgências cardíacas. Exatamente como consta em nossa Pauta de Reivindicações.
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