PARQUE PIRAPÓ
ARQUITETURA DE ÁGUA E TERRA
Este projeto de arquitetura da paisagem trata da implantação e estudo preliminar do Parque Pirapó: um centro esportivo e parque público pautado em estratégias de recuperação e educação ambiental localizado à margem do Rio Pirapó, no município de Maringá, Paraná. O parque visa promover o desenvolvimento estratégico regional, tornando-se um polo de treinamento para atletas de Triathlon e remo. A área total possui 255,40 hectares, sendo 181,01 hectares passíveis de intervenção e o restante de Áreas de Proteção Permanente do Ribeirão Maringá e do Rio Pirapó.
A proposta inicial de promover lazer e práticas esportivas à margem do rio que abastence o município tornou-se um processo de recuperação ambiental ao ser constatado em visita à campo e artigos acadêmicos que as águas do rio estão turvas, decorrente de assoreamento, e contaminadas por defensivos agrícolas e lançamento clandestino de esgoto doméstico (Alves et. al 2008). Assim, insurge a proposta de aplicar sistemas regenerativos, que utilizam o relevo, solo, plantas e processos biológicos no tratamento da água. O tratamento aplicado é a fitorremediação. O trabalho apoia-se na importância da prática de atividade física, na carência de um espaço adequado para treinos aquáticos de alta performance na cidade e no caráter educativo da implantação de um parque nas margens do rio e em total simbiose a este. Considera-se aqui a importância de levar a população ao rio que abastece o município, para ilustrar seu imaginário das condições atuais e da importância das medidas de proteção, recuperação e sustentabilidade.

O terreno, em síntese, encontra-se em área rural de uso agrícola. Na região, há algumas indústrias e dois parques aquáticos: Ody Park (16 km) e Solar das Águas Quentes. Este último conta com linha de transporte público. A topografia tem declive suave em direção aos rios, sem impedimentos para a ocupação.










Como estratégia de zoneamento ambiental, a área
3 setores seguindo uma cota intermediária em decorrência da escala do projeto. Assim, propõe-se três classes de uso em seu programa de necessidades: Esportivo, Educativo e Eventos. No setor esportivo, foca-se no usuário praticante de esportes aquáticos, como nado livre, remo e caiaque, além de competidores, amadores e profissionais de triathlon (evento que reúne natação, ciclismo e corrida). No setor educativo, aproveita-se do sistema de fitorremediação para atividades de lazer e educação ambiental voltadas ao público geral e visitações escolares. Em seguida, tratando-se de um parque vicinal, onde há maior tolerância para geração de ruídos, propõe-se uma esplanada para realização de festivais de música e outros eventos.
O setor esportivo está agrupado em esportes aquátivos e esportes coletivos. A área de esportes aquáticos conta com a raia olímpica, um depósito de caiaques, duas piscinas olímpicas e vestiário. Já a área de esportes coletivos é composta por um ginásio coberto, quadras poliesportivas descobertas e um vestiário.
No conjunto voltado à educação ambiental tem-se viveiros para produção de mudas, marquise com vão livre para jogos e atividades escolares, percurso com espécies identificadas na mata ciliar e um deck contemplativo para que os
usuários do parque tenham o imaginário ilustrado com a paisagem do rio. Para o visitante que busca lazer, o projeto traz uma piscina natural alimentada por água tratada, um lago contemplativo, área para piquenique, redário, além de restaurante, loja e uma casa de chá/herbário.
O setor destinado a apresentações musicais é composto por um palco coberto e arquibancada para 3.800 pessoas sentadas, além de estacionamento (200 vagas) e pátio para montagem de praça de alimentação e sanitário
Ainda no que tange a setorização, a raia olímpica exige uma linha reta de 2,2 km e uma declividade suave, portanto, sua posição foi imposta pela topografia. Os setores de eventos e esportivo foram isolados nas extremidades do parque para possibilitar o controle de acesso, enquanto os tanques de fitorremediação e os equipamentos de lazer foram posicionados próximo ao acesso principal. Em razão de possíveis alagamentos e respeitando-se as áreas de amortecimento, evitou-se edificações próximo ao rio.
Segundo a Confederação Brasileira de Triathlon, as distancias oficiais da competição são 1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. Desta forma, propõe para treinos uma via interna de 8,8 km pavimentada com asfalto borracha (asfalto de pneus) para corrida e ciclismo (Figura 2).
1. PORTARIA 2. RESTAURANTE 3. LOJA 4. ALMOXARIFADO 5. CONCHA ACÚSTICA 3.800
18. PISCINAS OLÍMPICAS 19. VESTIÁRIO 20. ARQUIBANCADA 21. RAIA OLÍMPICA 22. DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS 23. QUADRAS POLIESPORTIVAS 6. MEANDROS DE FITORREMEDIAÇÃO 7. SISTEMA DE FITORREMEDIAÇÃO 8. REDÁRIO 9. VIVEIRO COBERTO 10. VIVEIRO DESCOBERTO 11. MARQUISE PARA EVENTOS 12. PERCURSO EM MATA CILIAR 13. DECK 14. LAGO CONTEMPLATIVO 15. PISCINA NATURAL 16. ÁREA PARA PIQUENIQUE 17. MIRANTE CASA DE CHÁ

ESPÉCIES ARBÓREAS


