A Voz de Loulé 23 de abril - Edição 2056

Page 1


Reinaldo Teixeira Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional

Entrevista

Telmo Pinto

Pág. 6

Festival Literário Internacional de Querença regressa nos 25 anos da Fundação

3

Alte recebeu obra de habitação pública para combater desertificação

Pág. 4

Eleições Legislativas de maio de 2025: como votar em mobilidade

Pág. 4

Motocross regressa à Cortelha a 27 de abril com mais de 100 pilotos em prova

Pág. 6

Colégio Internacional de Vilamoura em 4.º lugar no ranking nacional de escolas

Alterações à lei dos solos já publicadas em DR: o que muda? Decreto-lei produz efeitos a 31 de dezembro de 2024.

Administração Interna aprova instalação de Sistema de Videovigilância em Vilamoura

Diretora: Nathalie Dias Quinzenário à Quinta-feira Desde 1952
ANO 72º N.º 2056 24 de abril de 2025
Pág.s 8,9, 10, 11 e 12
Pág. 4
Pág. 5

Palavras da Diretora

diretora@avozdeloule.com

CCPJ nº 8050

Meu Querido Nuno… a nossa última conversa…

A primeira entrevista que fiz ao Nuno Guerreiro foi em março de 2011, num café em Loulé, perto de onde morava na altura.

E a nossa conversa começou logo assim…

– Olá Nuno, [Vai um beijinho] tudo bem?…

Pronto para conversarmos?

Ele levanta-se e, com um sorriso enorme, diz:

– Olha, cheguei mais cedo porque vim tomar o pequeno-almoço e assim já estou cá. Queres comer alguma coisa?

– Não, obrigada, já comi…

– Mas pede alguma coisa para eu não comer sozinho…

E pronto, assim quebrámos o gelo inicial de uma entrevista…

uma mensagem:

– Nuno, preciso de falar contigo. Quero fazer-te um convite…

– Eu já te ligo, pois ando hiper ocupado com a preparação do meu novo espetáculo no Cine-Teatro Louletano. Tenho que te contar, vai ser único! Tenho músicos do Algarve, vou fazer uma homenagem ao Carlos Paredes… (e por aí fora) – conversa de hora e meia.

– Mas isso tens de me contar com mais calma, pois é assunto para publicar numa super entrevista… (risos)

– Boa ideia, vamos combinar o dia. Mas se calhar, como vou gravar um vídeo na Mina do Sal no próximo dia 10 de março, podias lá ir, fazias fotos e conversávamos…

– 10 de março?… olha, eu tinha tirado esse dia, pois é o meu aniversário.

– Ah… olha, fazíamos a festa lá em baixo… (risos) Ok, depois combinamos melhor… Uns dias depois recebo uma mensagem do Nuno…

Depois de beber uns goles do seu galão, olha para mim e diz:

– Já percebi que isto vai correr bem. És daquelas que olha nos olhos…

E entre cada frase que se dizia… lá começávamos a rir, ele estava muito bem disposto e falava do seu trabalho com muito orgulho.

Recordo que essa entrevista durou praticamente até à hora de almoço, pois a conversa fluía e, como dois bons conversadores, não havia espaço para o silêncio.

Ao longo destes anos, houve outras entrevistas e também assisti a alguns dos seus espetáculos, algumas vezes trocávamos mensagens e sabíamos que estávamos ali – qualquer coisinha era só escrever no WhatsApp. Um dia, recebo uma mensagem diferente e engraçada do Nuno…

– Aloo (iniciava sempre assim), olha, lembrei-me de ti…

– Ah, sim… conta lá…

– Olha, tenho aqui uns gatinhos, filhos do meu Simão e da gata da minha irmã. São da raça Sphynx, são lindos, tens que ficar com um.

– Oh pá… logo agora que acabei de oferecer uma gata às minhas miúdas… não consigo ficar com mais animais. Mas queres que divulgue?

Se souberes de alguém… eles são mesmo especiais…– Sim, agradeço a ajuda… mas não digas que são meus… senão não dou conta.

E assim me tornei na mediadora da doação dos gatinhos. Ao divulgar nas redes sociais, começaram a chover mensagens que eu reencaminhava para o Nuno.

Coincidíamos em vários sítios ou eventos no Algarve, como o MED, o Salir do Tempo, onde ele até levava o seu cão. Muitas vezes encontrávamo-nos no hipermercado, onde até tínhamos que sair da fila, pois havia sempre muita conversa para pôr em dia.

Ultimamente víamo-nos quase sempre no ginásio, eu andava a fazer reabilitação, e lá nos instalávamos a conversar. Por fim, já dizíamos: “Bom, vamos lá treinar, que isto assim não é vida…”

Ele perguntava-me sempre sobre a minha saúde após as duas cirurgias que fiz no ano passado (remoção de pedras nos rins) e falávamos de uma tosse insistente que me incomodava…

– Aloo, estás na redação? Posso passar por aí?

– Sim, estou. Podes vir…

Momentos depois, a porta d’A Voz de Loulé abre-se e, com um enorme sorriso:

– Cucu… posso entrar?

– Claro… (risos, beijinhos e conversas…)

– Então? – perguntei – O que se passa?

– Olha, Nathy, estive a pensar… como é o teu aniversário, não quero estragar o teu dia. Então fazemos assim: diz-me quando tens disponibilidade e eu venho cá e fazemos a entrevista…

Era assim, sempre preocupado com os outros. Eu já tinha reagendado algumas coisas e feito as contas para o meu jantarinho, mas ele veio e redefiniu tudo só para não me estragar o dia de aniversário…

Uns dias depois, lá combinámos, e veio então à Redação d’A Voz de Loulé. Chovia a cântaros, o Nuno chegou meio molhado da chuva, mas sempre com um sorriso enorme…

– Cucu, posso entrar???

– Oh homem, entra já! Então com esta chuva… isso nem se pergunta!

– Hoje não podes tirar-me fotos… tive de pôr este gorro na cabeça e estou feio…

– Como se isso fosse possível…

(Risos) – Lá estás tu…

– A minha mãe… preocupa-me muito a minha mãe… ela já não vai para nova e, apesar de ser uma “Guerreira” como eu – aliás, somos uma família de “Guerreiros” – tenho medo… e não estou preparado para o que lhe possa acontecer… olha, pára de gravar… não consigo… espera um pouco… Novamente, o Nuno não resiste, e aquelas lágrimas são tão sentidas, tão naturais, que também eu acabei por perder a compostura…

Momentos depois:

– Desculpa, não consigo evitar…

E assim íamos conversando…

Diz o Nuno:

– Oh pá, tu tiras-me tudo cá de dentro… até acabo por dizer coisas que deveria guardar só para mim…

– Com tudo o que tens dito, já quase tenho material para escrever um livro… a tua biografia…!

– Quê? Ay… sabes que eu já tinha pensado nisso, mas pensei em fazê-lo quando fosse mais velhinho… assim para ter mais coisas para contar, nas diferentes fases da minha vida… mas gostei da ideia… e gosto que sejas tu a escrever. Olha, agora vou ficar com isso na cabeça… (risos)

Mais tarde, quase a acabar a conversa, onde se falava de sonhos e coisas ainda por fazer, ele diz:

– Sabes, estou numa nova etapa da minha vida. Quando se passa a barreira dos 50, parece que vemos as coisas de outro ponto de vista. Estou agora mais calmo, só quero viver feliz, aproveitar a vida e organizar a minha velhice… quero assim uma casinha pequena, simples –olha, as casas típicas algarvias são um encanto! Claro, com todas as comodidades, mas não pode faltar uns quartos para a minha mãe e a minha irmã… e claro, preciso de um quintalinho ou um pedaço de terreno para os meus animais… Pode ser mais para o campo. Aí poderei compor, inspirar-me e continuar a dedicar-me à minha música.

Ah verdade, disseste que querias fazer-me um convite… o que é? – Olha acabei de escrever um novo livro, que apesar de ser infantil, é um tipo de literatura para os adultos lerem aos mais pequenos. Neste caso, é um livro que descreve o sonho de algumas pessoas com necessidades especiais e que frequentam a Associação

Lá conversámos, durante horas, e era muito engraçado…

– Olha, pára aí o gravador, que esta parte ninguém pode saber…

E lá me contava histórias e coisas que lhe tinham acontecido…

– Olha, tens de tomar este remédio (nem me lembro do nome). A minha médica recomendou e para mim tem sido fantástico.

E assim, nas semanas seguintes, perguntava sempre se o remédio tinha surtido efeito. No passado mês de fevereiro, mandei-lhe

De entre as coisas que dizia, tudo era dito com grande paixão: o nome dos seus músicos, do seu manager, das pessoas que trabalhavam com ele, da nova família do Cine-Teatro… mas o brilho nos olhos foi quando falou do pai… – Sabes, eu não conto isto a muita gente, mas contigo tenho confiança. Estar naquele palco do Cine-Teatro, além de ser um sonho de criança fazer lá um grande espetáculo, o que me preenche a alma é o facto de ter sido ali a penúltima vez que o meu pai foi a um espetáculo meu. Quando estou no palco, é como se ele estivesse ali sentadinho na cadeira de rodas a fazer-me o sinal de Fixe… consigo vê-lo, consigo senti-lo. É como se naquela imensidão estivéssemos ali só os dois. É tão bom…

E o Nuno não contém as lágrimas ao falar do pai. Ele era assim: um coração puro, enorme, emotivo, sentimental – e a família era tudo para ele…

Quando lhe perguntei o que mais o preocupava no futuro… não titubeou:

FICHA TÉCNICA

DIRETORA Nathalie Dias

SEDE DA REDAÇÃO/EDITOR

Rua 1º de Dezembro nº 26 B ·

8100-615 Loulé

Tel: 289 463 054

Telemóvel: 961 046 261

*Chamada para a rede fixa e móvel nacional E-mail: geral@avozdeloule.com

MBWay: 961 703 381

ADMINISTRAÇÃO Nathalie Dias

TIRAGEM POR NÚMERO 6200 Exemplares

PROPRIEDADE Goldenhouse – Med. Imob. Edição e Comércio de Jornais, Lda. Sítio do Vale Formoso 865-C 8100-267 Loulé NIF 505 139 260 ISSN – 2182-0104

REDAÇÃO Nathalie Dias CCPJ nº 8050

PAGINAÇÃO Isaura Inácio

IMPRESSÃO LUSOIBÉRIA Av. da República, n.º 6, 1050-191 Lisboa Contacto: 914 605 117 *Chamada para a rede móvel nacional e-mail:

DISTRIBUIÇÃO

COLABORADORES

EXISTIR. E quando falei com o Dário, o Francisco, a Ana e a Carolina, pensámos em quem poderia escrever um prefácio, mas que o escrevesse com sentimento, pois não é uma história comum – é uma história especial. E sem que ninguém tivesse combinado ou conversado nada… o nome que surgiu por unanimidade foi o teu… assim que…

– Aceito! Quanta honra, obrigada por me darem esta oportunidade… dá cá um abraço…

E pronto, outra vez com lágrimas nos olhos, lá continuámos…

– Oh pá, que bom… nunca fiz um prefácio, mas vou dar o meu melhor…

E continuámos a combinar as coisas…

– Tenho receio é de não ter muita disponibilidade para depois te acompanhar nas apresentações do livro. Se calhar, fazemos um vídeo, e assim, se eu não puder estar presente, pões o vídeo…

Os dias passaram, fui ao espetáculo do Cine-Teatro no dia 31 de março, e aquele Nuno em cima do palco era outro Nuno – poderoso, cheio de uma força e de uma luz que deixava o público mudo, petrificado, atento ao mais ínfimo detalhe… e bastava ele fazer um sinal para todos começarem a cantar e a aplaudir.

Dias depois recebo uma mensagem: – Aloo, já tens algum feedback da entrevista e do espetáculo? Aqui te envio o prefácio, espero que gostes. Depois passo aí… Ah, escuta… aquilo do livro da minha biografia… gostei da ideia. Acho que vou avançar… E foi assim… tudo parou de repente… No dia 17 de abril partiste… Mas digo-te, Nuno, que estes dias já ouvi a gravação da última entrevista algumas vezes, repito aquelas partes em que ainda me fazes rir, só para ouvir a tua alegria e a tua gargalhada. E assim te guardarei e recordarei…

Primeira Entrevista realizada em março de 2011
Nuno Guerreiro no Salir do Tempo - julho 2023
Foto após uma Entrevista em junho de 2022

Política

Eleições Legislativas de maio de 2025: como votar em mobilidade

As eleições legislativas estão marcadas para 18 de maio de 2025. Se estiveres fora da tua área de residência nessa data, podes votar antecipadamente em mobilidade, desde que te inscrevas previamente. Como funciona o voto em mobilidade?

• Quem pode votar? Qualquer eleitor recenseado em Portugal Continental, Açores ou Madeira.

• Quando se vota? No domingo anterior, 11 de maio de 2025.

• Onde se vota? Em qualquer município do país, incluindo arquipélagos.

• Como me inscrevo? No Portal do Eleitor (www.portaldoeleitor.pt), entre 4 e 8 de maio.

• E o meu voto? Será enviado para a tua mesa de voto original e contado a 18 de maio.

E os portugueses no estrangeiro?

Se estiveres recenseado fora de Portugal, tens duas opções:

• Voto presencial: em embaixadas e consulados, nos dias 17 e 18 de maio, apenas para quem o declarou previamente.

• Voto por correspondência: recebes o boletim em abril e deves devolvê-lo. Podes juntar uma cópia do passaporte, carta de condução ou certidão de eleitor.

Outras situações:

• Internados ou presos: podem votar antecipadamente, mediante pedido até 28 de abril.

• Deslocados temporariamente no estrangeiro (por estudo, trabalho, saúde, etc.): podem votar entre 6 e 8 de maio, com prova da situação.

As eleições de maio de 2025 foram convocadas após uma crise política e servem para eleger 230 deputados à Assembleia da República, incluindo os dois círculos da emigração: Europa e Fora da Europa.

Alte recebeu obra de habitação pública para combater desertificação

Foi consignada uma obra de habitação pública na aldeia de Alte, no concelho de Loulé, com o objetivo de fixar população no interior algarvio. A intervenção incidiu sobre um imóvel devoluto com origens no século XIII, situado entre as ruas Isidoro Rodrigues Pontes, Plácido Sousa Vieira e das Almas, que dará lugar a dois fogos T2 para arrendamento acessível.

Com um investimento de cerca de 325 mil euros e duração prevista de um ano, a obra integrou-se na Estratégia Local de Habitação de Loulé, focada na revitalização do interior do concelho. As infraestruturas obsoletas foram também alvo de renovação.

O vice-presidente da Câmara de Loulé, David Pimentel, destacou a importância de investir no interior para preservar a autenticidade do Algarve, enquanto o presidente da Junta de Freguesia de Alte, António Martins, sublinhou o simbolismo da obra num território marcado pelo declínio populacional.

Apesar de receber 100 mil visitantes por ano, Alte conta apenas com 1544 residentes e enfrenta o risco de perder a sua junta de freguesia a tempo inteiro. A autarquia reiterou o compromisso com a criação de habitação pública como resposta à crise habitacional que afeta o país.

ADMINISTRAÇÃO INTERNA APROVA INSTALAÇÃO DE SISTEMA DE VIDEOVIGILÂNCIA

EM VILAMOURA

No passado dia 21 de março, foi aprovado o despacho, assinado pelo gabinete do secretário de Estado da Administração Interna, que aprova a instalação e utilização de sistema de videovigilância no espaço público de Vilamoura.

Composto por 49 câmaras, o sistema será instalado nas zonas contíguas à Marina de Vilamoura e aos seus acessos, servindo como instrumento auxiliar e complementar das forças de segurança. Tem como objetivo aumentar a perceção de segurança, quer dos residentes e trabalhadores, como também das pessoas que visitam e escolhem Vilamoura como destino de férias.

O sistema de videovigilância funcionará ininterruptamente, vinte e quatro horas por dia, em todos os dias da semana. Não será permitida a captação e gravação de som, apenas recolha de imagens, uma vez que o equipamento será operado de forma a garantir a efetiva salvaguarda da privacidade e da segurança em espaço público.

A Guarda Nacional Republicana será a entidade responsável pela monitorização e tratamento de imagens, cabendo à Câmara Municipal de Loulé a sua instalação, através de concurso público estimado em cerca de 900 mil euros, que será lançado em breve.

Numa segunda fase, é intenção das duas entidades, continuar a implementar sistemas de videovigilância públicos em Quarteira e Almancil, estando já a decorrer trabalhos de análise e verificação dos locais para a sua implementação, em articulação com as juntas de freguesia.

Pub.

Ficção Coluna mensal

Joaquim Bispo escritor diletante http://vislumbresdamusa.blogspot.com/

O atraso da Primavera

Certo ano, há muito tempo, passara março, abril ia adiantado e nem sinais da Primavera.

O Verão, temendo pela eclosão das flores, muniu-se de uma coroa de raios solares e foi falar com o Outono. Este, pôs pelos ombros uma ampla capa de folhagem castanha e sugeriu que procurassem o Inverno. Ao fim de uns dias, chegaram às cavernas onde ele morava.

Estava ao fundo de uma galeria, com o seu manto de nuvens negras, acionando o enorme fole que soprava os ventos agrestes.

- Inverno! - bradou o Verão, já viste a Primavera este ano?

O visado virou-se lentamente e mirou os visitantes por baixo das sobrancelhas nevadas.

- Não te abespinhes, Verão! A pobrezinha está lá dentro, deitada.

- O que lhe fizeste, perverso? - a coroa do Verão faiscava.

O Inverno juntou uns cavacos e acendeu uma fogueira.

- Esqueces-te que é minha filha?murmurou, enquanto lhes servia um ponche quente.

O Outono, mais cordato, sorveu um trago e indagou:

- Mas, que se passa com ela para deixar assim as plantas e os animais em completa desorientação?

- Passou férias no outro hemisfério e parece que conheceu lá um galã sulamericano - um tal a quem chamam El Niño Vinha exausta e toda alvoroçada. Achei melhor ela descansar uns dias.

Quando o Inverno se afastou, o Verão comentou:

- Acho incrível que a menina tenha ficado no bem-bom, e que o papá ainda ache que a filhinha precisa de descansar. Não é espantoso?

- Claro! Ou bem que se assumem compromissos ou não!

Pouco depois, entrava a jovem, deslumbrante num vestido de pétalas de amendoeira e uma tiara de flores amarelas de giesta, que acentuavam o azul celeste dos olhos.

- Oh, que queridos! Preocupados por minha causa! Fiz falta?

Afastada a crispação, a Primavera, de asas brancas, elevou-se nos ares. As nuvens negras dissiparam-se, o céu azul apareceu e o sol beijou os prados, os pomares e os bosques. Do alto, tombavam poalhas de todas as cores, os talos tocados lançavam rebentos que se abriam em folhas e flores. Cheiros adocicados flutuavam ao sabor da brisa. Nuvens de abelhas, besouros e gafanhotos cruzavam os ares em azáfamas surpreendentes. Passarada de todos os tamanhos e cores revoluteava a alimentar-se, a acasalar, a construir ninhos. Os seus chilreios misturavam-se com as cegarregas de grilos e cigarras e o coaxar das rãs. Atrasada, mas fulgurante, tinha chegado a Primavera.

Opinião

andre.magrinho54@gmail.com

Tarifas generalizadas são um exercício de soma negativa

Donald Trump justificou as tarifas recíprocas como uma medida para corrigir uma “injustiça” nas barreiras tarifárias impostas por outros países aos produtos americanos. Argumentou que muitos países aplicam tarifas elevadas aos produtos dos EUA, enquanto estes aplicam tarifas mais baixas aos produtos desses países. Assim sendo, as tarifas recíprocas visariam reduzir o défice comercial dos EUA, que ocorre quando o país importa mais do que exporta. Refirase que o défice comercial dos EUA em 2024 foi aproximadamente 3,5% do PIB, e que, se atentarmos apenas na balança de mercadorias, terá sido de cerca 5,8% do PIB.

Para Trump, a ideia é que, ao aumentar as tarifas sobre produtos importados, os EUA incentivam a produção doméstica, equilibram a balança comercial, geram crescimento, a par da criação de emprego, redução dos custos de mercado, revitalização da indústria e reforço da segurança económica, especialmente em setores estratégicos como aço e alumínio. No plano financeiro, Trump espera, com as tarifas, ganhar milhares de milhões de dólares, numa década, para o tesouro americano, permitindo baixar a enorme dívida pública norte-americana e os impostos. E, consequentemente, no plano externo, impor o poder americano no comércio internacional, na lógica do “Make America Rich Again”

Sucede que a evidência histórica de uma escalada de tarifas é profundamente corrosiva para as pretensões de Trump, saldando-se num exercício de soma negativa para as partes Tarifas elevadas tendem a provocar retaliações de outros países, como aliás está a acontecer, levando a guerras comerciais que prejudicam o comércio global e a economia dos países envolvidos. Historicamente, o exemplo mais taxativo é a tarifa Smoot-Hawley de 1930, que exacerbou a Grande Depressão e antecedeu a 2ª guerra mundial. E, note-se que a panóplia de tarifas sinalizadas por Trump são as mais elevadas desde 1909. Acresce que vivemos num mundo de vasos comunicantes, em que prevalecem cadeias de valor globais, onde a produção é fragmentada à escala global, gerando uma forte interdependência das economias e das respetivas cadeias de abastecimento. Por isso, contrariamente às pretensões de Trump, o mais provável é que, desde as matérias-primas, aos componentes, até ao produto final, os preços de mercado subam significativamente e gerem inflação., prejudicando consumidores e empresas. E, mesmo a criação de emprego e a revitalização da indústria não passarão de uma miragem.

Em conclusão, tarifas elevadas não só criam incerteza e imprevisibilidade acrescidas, como podem ter efeitos adversos significativos, incluindo retaliações internacionais, aumento dos custos de produção, quebra no consumo, e desaceleração do crescimento económico. Por isso, as tarifas são uma ferramenta controversa que pode gerar mais problemas do que soluções, desde logo para quem as aplica, os Estados Unidos da América.

Alterações à lei dos solos já publicadas em DR: o que muda?

Decreto-lei produz efeitos a 31 de dezembro de 2024. Prorrogação do regime terá de ser precedida da apresentação e discussão na AR.

A lei do Parlamento com as alterações ao diploma que permite a reclassificação de solos rústicos, para habitação, com base num entendimento entre PSD e PS, foi publicada, produzindo efeitos a 31 de dezembro de 2024.

A lei 53-A/2025 altera por apreciação parlamentar o polémico decreto-lei 117/2024, de 30 de dezembro, do Governo, com alterações ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), permitindo a reclassificação simplificada de terrenos rústicos em urbanos, para construção de habitação.

No diploma publicado em Diário da República (DR) determina-se que “vigora durante quatro anos contados a partir da data da respetiva produção de efeitos”, e que “o presente decreto-lei produz efeitos a 31 de dezembro de 2024”.

No entanto, prevê-se também que “a prorrogação do regime é precedida da apresentação e discussão na Assembleia da República, pelo Governo, de um relatório de avaliação da aplicação do presente decreto-lei, que fundamente a decisão”.

Reclassificação de solos rústicos: o que diz o novo diploma

• Entre as principais alterações está a substituição do conceito de habitação de “valor moderado” – utilizado pelo Governo - por “arrendamento acessível” ou “a custos controlados”, proposto pelo PS.

• O regime especial de reclassificação assegura que pelo menos 700/1.000 da área total de construção acima do solo se destina “a habitação pública, a arrendamento acessível” ou “habitação a custos controlados” e “existam ou sejam garantidas as infraestruturas gerais e locais”.

• A reclassificação deve também ser “compatível com a estratégia local de habitação, carta municipal de habitação ou bolsa de habitação, quando exista”, e “consideram-se usos complementares todas as funcionalidades em relação de dependência ou de complementaridade com a finalidade de habitação, não podendo ser com ela conflituantes”.

• O critério territorial de “contiguidade com o solo urbano, enquanto consolidação e coerência da urbanização a desenvolver com a área urbana existente” também foi assegurado.

• A reclassificação do solo não pode abranger áreas da Reserva Ecológica Nacional (REN), como, entre outras, faixas terrestre e marítima de proteção costeira, praias, sapais, dunas costeiras e dunas fósseis, arribas, cursos de água, lagoas e lagos, albufeiras e zonas ameaçadas pelo mar e pelas cheias. Mas, agora, também “áreas estratégicas de infiltração e de proteção e recarga de aquíferos”, de “elevado risco de erosão hídrica do solo” e “de instabilidade de vertentes”, que não constavam no decreto-lei 117/2024.

• A reclassificação não pode ainda abranger “terras classificadas como classe A1 ou solos classificados” como classe A e B, que “se devem manter como Reserva Agrícola Nacional (RAN)”, e nas áreas integradas na REN e RAN devem, mediante parecer dos serviços municipais ou outra entidade, ser planeadas e executadas medidas de “salvaguarda da preservação dos valores e funções naturais fundamentais”, e “prevenção e mitigação de riscos para pessoas e bens”.

• Na reclassificação deve ser demonstrado o impacto nas infraestruturas existentes, bem como dos encargos do reforço dessas infraestruturas e sua manutenção, e da “viabilidade económico-financeira”, com identificação dos responsáveis pelo financiamento e “demonstração das fontes de financiamento contratualizadas e de investimento público”.

• Na lei ficou expressa a revogação da possibilidade de construir habitação destinada ao alojamento de trabalhadores agrícolas fora das áreas urbanas existentes, mas não contemplou que a reclassificação de solos rústicos tenha “caráter excecional, limitada aos casos de inexistência de áreas urbanas disponíveis”.

• A majoração de 20% do índice de construção, quando destinada para arrendamento acessível ou habitação a custos controlados, a necessidade de parecer não vinculativo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) nos solos de propriedade não exclusivamente pública, e a convocação de conferência procedimental prévia à emissão de parecer também ficaram consagradas.

• As alterações constantes da lei agora publicada foram aprovadas com os votos a favor de PSD, CDS-PP e PS, contra do Chega, IL, PCP, BE, Livre, PAN, deputado não inscrito e uma deputada socialista e abstenção de um deputado socialista.

• O Presidente da República promulgou, a 3 de abril, a lei apesar de considerar que mantém “derrogações ao regime geral e de matérias que aflora sobre combate à corrupção carecerem de maior substância e desenvolvimento, atendendo às profundas alterações introduzidas por iniciativa do PS, com apoio do PSD, que afastam objeções suscitadas sobre o diploma anterior”.

Opinião

nunovazcorreia@gmail.com

Loulé: um orçamento milionário, uma desigualdade escandalosa

Com mais de 200 milhões de euros para gastar em 2025, Loulé é um dos municípios mais ricos do país. Mas também um dos mais desiguais. A meses das autárquicas, o desafio político é claro - e inadiável.

Com um dos maiores orçamentos municipais do país, Loulé é simultaneamente o lar de algumas das famílias mais ricas de Portugal… e de milhares de residentes entre os mais pobres. Este paradoxo social não é uma inevitabilidade — é uma consequência de escolhas políticas. E em ano de eleições, é tempo de exigir responsabilidades.

Loulé está no top 20 do ranking nacional dos maiores orçamentos autárquicos para 2025, com 206 milhões de euros previstos. Em termos orçamentais o município de Loulé ocupa o 17º lugar no país, um número que impressiona, principalmente por Loulé surgir junto de municípios de grande escala como Coimbra, Braga ou Guimarães. O que poucos sabem — ou querem discutir — é que o concelho de Loulé é também um dos mais desiguais de Portugal.

Segundo dados recentes do Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças, vivem em Loulé 124 das famílias mais ricas do país, com rendimentos mensais superiores a 21 mil euros brutos. O concelho figura ao lado de Lisboa, Porto ou Cascais nesta elite financeira.

Mas do outro lado do espelho, a realidade é bem diferente — e profundamente chocante: 20% da população do concelho pertence aos estratos mais pobres do país. O coeficiente de Gini(*) de Loulé é de 0,53, um dos mais elevados a nível nacional, apenas ultrapassado por Lisboa (0,57) e Porto (0,54). É este o verdadeiro “caso enigmático” de Loulé: um município com um orçamento milionário e com uma das mais gritantes desigualdades sociais do país. Esta realidade não resulta da falta de meios — resulta da forma como eles são usados — e esse é um debate político que não pode continuar adiado. Durante décadas, o concelho assistiu a um crescimento económico assente no turismo e na atratividade imobiliária. Mas esse crescimento foi, e continua a ser, assimétrico e excludente. A aposta em obras de impacto visual e eventos de marca não está a resolver os problemas estruturais: a falta de habitação acessível, a precariedade, o abandono das zonas rurais e a pobreza urbana escondida.

A poucos meses das eleições autárquicas, os candidatos à Câmara Municipal de Loulé não podem contornar este tema. O orçamento municipal não pode servir para alimentar mais do mesmo. Têm de ser transformado em investimento estratégico, socialmente equilibrado e com um impacto concreto nas condições de vida de quem mais precisa.

Com 206 milhões de euros para gerir em 2025, seria legítimo esperar que Loulé fosse um exemplo de coesão, equidade e progresso partilhado. No entanto, os números indicam uma realidade diferente: uma enorme disparidade na distribuição da riqueza, agravada por uma política pública que, até agora, parece incapaz de mitigar os extremos.

Não estamos perante uma falha orçamental — estamos perante uma falha de prioridades. O problema não está no valor absoluto do orçamento, mas na forma como é aplicado. Onde estão os investimentos em habitação acessível? Nos serviços sociais? Na inclusão ativa da população mais vulnerável? Porque continua Loulé, com tantos recursos, a ser palco de uma das maiores desigualdades do país?

Loulé não é apenas um caso enigmático — é um caso simbólico. É o espelho de um país onde o crescimento económico não se traduz, necessariamente, em progresso social. Onde os orçamentos milionários coexistem com bairros sem saneamento. Onde as mansões de luxo ficam a dois passos de famílias que vivem com menos de 500 euros por mês.

Mais do que um número no ranking dos maiores orçamentos, Loulé precisa de ser exemplo de justiça e visão social. A liderança política local tem em mãos não apenas uma oportunidade histórica, mas também uma responsabilidade urgente: usar os milhões do orçamento não para embelezar, mas para equilibrar. Não para impressionar, mas para incluir. Porque a verdadeira riqueza de um concelho não se mede pelo tamanho do seu orçamento — mas pela dignidade de vida que oferece a todos os seus cidadãos.

É tempo de mudar o paradigma. Não se trata de saber gerir dinheiro — trata-se de saber onde e como o gastar. Loulé não precisa de mais cosmética urbana. Precisa de coragem política, visão social e uma estratégia de combate real à desigualdade. Mais do que slogans e promessas, são precisas respostas e, sobretudo, uma liderança com sentido de justiça e compromisso com todos.

(*) O Coeficiente de Gini consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a população recebe o mesmo salário) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem).

Artigo originalmente publicado a 15/04/2025 em www.observador.pt

Desporto

Reinaldo Teixeira Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional

Reinaldo Teixeira foi eleito, no dia 11 de abril, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), sucedendo a Pedro Proença para o fim do quadriénio 20232027, ao vencer José Gomes Mendes, nas eleições para a liderança do organismo.

O presidente da Associação de Futebol do Algarve (AFA) e coordenador dos delegados da LPFP, de 61 anos, conquistou 42 dos 52 votos (81%), contra os 10 (19%) de José Gomes Mendes, que liderava a Mesa da Assembleia Geral do organismo.

Reinaldo Teixeira tomou posse no dia 17 de abril como o 11.º presidente da LPFP, no restante do quadriénio para o qual tinha sido eleito Pedro Proença, que, após quase 10 anos no cargo, saiu para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), para assumir o lugar deixado vago por Fernando Gomes, entretanto eleito para o Comité Olímpico de Portugal (COP).

O gestor, natural de Salir, presidia desde 2019 à AFA, estrutura que integrava há mais de 20 anos, tendo, em 2015, sido nomeado coordenador dos delegados e avaliadores da LPFP, depois de ter sido delegado durante 20 anos.

Nas eleições para a presidência da LPFP votam as 34 sociedades desportivas das competições profissionais, com as 18 da I Liga a deterem dois votos cada e as 16 da II Liga, das quais se excluem as equipas B, com um.

Motocross regressa à Cortelha a 27 de abril com mais de 100 pilotos em prova

O Circuito de Motocross Algar, na Cortelha, concelho de Loulé, recebe no próximo dia 27 de abril a quarta jornada do Campeonato Centro/Sul de Motocross de Portugal. A prova, que promete muita emoção e adrenalina, contará com cerca de 100 pilotos distribuídos pelas classes MX85, MX1, MX2, MX Feminino, MX50 e MX65.

Com organização da Associação dos Amigos da Cortelha, entidade com vasta experiência no setor e reconhecida pela qualidade do seu traçado, este evento é já uma referência no calendário do motocross nacional. Este ano, o circuito foi alvo de várias melhorias, incluindo novos e espetaculares saltos, que prometem entusiasmar os amantes da modalidade.

O programa arranca pelas 08h00 com os treinos e, a partir das 11h00, iniciam-se as corridas oficiais, com o Campeonato Nacional de MX65 a dar o tiro de partida. A cerimónia de entrega de prémios está marcada para as 19h00.

O evento traz uma nova dinâmica ao interior algarvio, especialmente à freguesia de Salir e à Serra do Caldeirão, reforçando a importância do desporto motorizado na promoção da região. Os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras do recinto no próprio dia. A organização conta com o apoio da Federação de Motociclismo de Portugal, da Câmara Municipal de Loulé, da Junta de Freguesia de Salir e de outros parceiros locais.

I Open de Xadrez Rota da Água

Alte | 27 de abril

No próximo dia 27 de abril, Alte recebe o I Open de Xadrez Rota da Água, organizado pelo Loulé++ Clube de Xadrez das Torres do Al-Gharb, dentro da Semana de Artes e Culturas de Alte. O evento começa às 10h30 com uma caminhada cultural pela Rota da Água, visitando locais como a nascente Olho d’Boi, a Fonte Grande, a Fonte Pequena, a Ribeira e, opcionalmente, a Cascata do Vigário. À tarde, às 15h00, o torneio de xadrez acontece na Fonte Grande de Alte, em formato rápido (5 minutos + 3 segundos por lance). Em caso de mau tempo, a competição será transferida para a Casa do Povo de Alte. O torneio é homologado para Elo FIDE de rápidas e conta com 8 sessões.

A inscrição custa 2€, sendo isenta para os atletas locais, e deve ser feita até ao dia 25 de abril para torresdeloule@gmail.com. Os prémios incluem troféus para os 3 primeiros classificados, além de prémios por escalões, como Veteranos (+65, +50), Femininos, Sub 20 a Sub 8, e Melhor Jogador Local. Medalhas serão atribuídas aos 2º e 3º classificados de cada escalão.

O evento conta com o apoio da Junta de Freguesia de Alte, Câmara Municipal de Loulé, Casa do Povo de Alte e da ACXA – Associação de Xadrez do Algarve.

info@aslawyers.pt

Opinião

Cíntia Andrade

Advogada, Licenciada em Direito e Mestre em Ciências

Jurídico-Civilísticas

DIREITO DO TRABALHO HORÁRIO FLEXÍVEL

A propósito da recente celebração do Dia do Pai, recordamos um direito, muitas vezes esquecido, também extensível aos pais, que se traduz no acesso ao regime de horário flexível.

1. Código do Trabalho

1.1 Dispõe o artigo 56.º do Código do Trabalho, que “o trabalhador com filho menor de 12 anos ou, independentemente da idade, filho com deficiência ou doença crónica que com ele viva em comunhão de mesa e habitação tem direito a trabalhar em regime de horário de trabalho flexível, podendo o direito ser exercido por qualquer dos progenitores ou por ambos.”

1.2 Entende-se por horário flexível aquele em que o trabalhador pode escolher, dentro de certos limites, as horas de início e termo do período normal de trabalho diário.

1.3 O horário flexível, a elaborar pelo empregador, deve:

a) Conter um ou dois períodos de presença obrigatória, com duração igual a metade do período normal de trabalho diário;

b) Indicar os períodos para início e termo do trabalho normal diário, cada um com duração não inferior a um terço do período normal de trabalho diário, podendo esta duração ser reduzida na medida do necessário para que o horário se contenha dentro do período de funcionamento do estabelecimento; e c) Estabelecer um período para intervalo de descanso não superior a duas horas.

2. Procedimento

2.1 Verificados os requisitos do horário flexível, o progenitor poderá desencadear o processo com, pelo menos, 30 dias de antecedência, requerendo à sua entidade empregadora um horário flexível, instruindo a declaração com os elementos previstos no artigo 57.º do Código do Trabalho.

2.2 O horário flexível pressupõe que o trabalhador indique, no seu pedido, horários possíveis de início e termo do período normal de trabalho diário, que lhe permitam compatibilizar as suas responsabilidades profissionais e familiares, cabendo à entidade empregadora a elaboração do horário de trabalho (artigo 56.º, n.ºs 3 e 4 do Código do Trabalho).

2.3 Sem prejuízo, sempre que possível, quer o progenitor, quer a entidade empregadora, devem alcançar um acordo quanto aos termos do horário.

3. Recusa

3.1 Salienta-se que, a entidade empregadora, no âmbito do regime de horário flexível, pode recusar o pedido com fundamento em exigências imperiosas do funcionamento da empresa ou na impossibilidade de substituir o trabalhador se este for indispensável.

3.2 Esta recusa deve ter sempre por base o parecer da CITE (Portugal Continental), da CRITE (Regiões Autónomas) ou, subsidiariamente, quando o parecer seja desfavorável à entidade empregadora, através do reconhecimento do motivo invocado por parte do tribunal.

Eng.º Agrónomo

mscosta2000@hotmail.com

CELTAS

Os Celtas, eram descendentes dos Indo-europeus da Era do Bronze. O Bronze Atlântico (1000-700 a.C.) agrupou Portugal-Galiza-Irlanda-Bretanhas, caracterizado pelo haplogrupo (Y-R-CTS2501)

Os Celtas de cultura Hallstatt (Y-R-S28), originários da Europa Central, expandiram-se há 2500 anos, durante a 2ª Era do Ferro. A sua influência estende-se desde as Gálias (Trans e Cisalpina), passando pela Galiza na Península Ibérica, por Gales nas Ilhas Britânicas, pela Galicia na Polónia, até à Galácia na Turquia…

Na Península Ibérica constituíram-se em Celtiberos, Lusitanos, Célticos … Heródoto refere a presença destes últimos no Cineticum (Algarve), no início do séc. V a.C., onde fundaram Lacóbriga ou Lagos (fig.- fresco de Budens, séc. IV). Na sua expansão, entre os rios Tagus e Annas, colidiram com os Cónios indígenas, que por essa altura abandonaram a “Escrita do Sudoeste” de influência Fenícia.

As línguas Celtas extinguiram, durante a Pax Romana, com exceções de Irlanda, Gales, Escócia e Bretanha (B. Cunliffe, 1997) … na Voz de Loulé, nº 1824, 1844 e 1830, tratou-se de apelidos sobreviventes desta etimologia, como Contreiras, Vargas e Rebelo.

Se nalguns aspetos a influência Celta não resistiu ao tempo, noutros é notável o seu legado. O marcador genético masculino Y-R1b3, cujo portador mais antigo conhecido viveu na Turíngia (Alemanha) há 4500 anos, é atribuído aos Celtas. É o mais comum na Europa Ocidental, onde atinge frequências de 90% em Britânicos e Bascos, 60% em Portugal e de 70% no Algarve (Beleza et al., 2006). Os marcadores correspondentes femininos são muito menos frequentes, o que está de acordo com a descoberta de jazidas de ossadas só de homens, atestando razias nas populações masculinas autóctones…

Em 151 a.C. os Lusitani saquearam o Cineticum e arrasaram a capital Conistorgis (A. Shulten, 1940).

Após o assassínio de Viriato que culminou com a vitória nas Guerras Lusitanas (146-139 a.C.) os Romanos permitiram a deslocação de hordas de Lusitanos para sul (Estrabão, sec. I a.C.) …

Bom dia Sr.ª de Fátima

Laurentino Salgadinho

Poeta Local Almancil

Um bom dia te estou a dar

Peço-te vida e saúde

Com forças para rezar

Vontade de rezar

Pois nunca me faltou

Foi pedindo graças a ti

Que Deus muito me ajudou

Eu tenho que agradecer

A Deus por me dar bom conselho

E a ti Sr.ª de Fátima

Porque curaste o meu joelho

Alguém pode não acreditar

Até dizer que é mentira

Mas eu digo que foi milagre Esta ideia ninguém me tira

Não sei o que aconteceu Ninguém sabia o meu estado

Mas teve que ser milagre

Porque de repente fiquei curado

Não sei se será por muito tempo

Não sei o tempo que vai durar

Mas se voltar a doer

É porque insisto em trabalhar

Obrigada Sr.ª de Fátima

Não sei como Te agradecer

A minha divida é tão grande

Que nunca me irei esquecer

Jamais irei esquecer

E já lá vão quinze anos

Que foi milagre insisto em dizer

Oxalá que por muitos anos.

Comissão Vitivinícola do Algarve reforça promoção dos Vinhos do Algarve em 2025

A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) intensifica a sua estratégia de promoção para 2025, marcando presença em eventos nacionais e in-

ternacionais com o objetivo de consolidar os Vinhos do Algarve como referência no enoturismo.

A agenda inclui participações em feiras como a FINE – Wine Tourism Expo (Espanha), a Feira de Enotu-

O GOVERNO FOI DERRUBADO!

MOTE

O Governo foi derrubado! Ao serviço do nosso povo Eu estou mesmo empenhado! Para saber, o que vem de novo I Está previsto, eleições. No próximo mês de maio. Vai haver mais um ensaio. No meio destas confusões. Empregados e patrões. Funcionários do Estado. Todo este eleitorado, Tem de votar, mesmo a sério, Com uma política de Mistério O Governo foi derrubado! II

Todos, querem ter razão. E ninguém, sabe da verdade. Para acusar uma autoridade, Ao serviço da Nação. Cada um, a sua opinião. Está a ser um grande estorvo. Muita galinha, pouco ovo. Muitas perguntas, sem resposta. O Governo fez uma aposta. Ao serviço do nosso povo. III

Todos, se estão a perguntar: “Quando é que isto vai ter um fim?!” Mas a Política, é mesmo assim. Para os que estão a Governar. Não há uma Lei a controlar. Está tudo embaralhado. É uma rapsódia, é um Fado. É este, “O Mundo Moderno” Saber, quem é, o novo Governo? Eu estou mesmo empenhado! IV

O Primeiro Ministro Montenegro, Apenas, com um ano de governação, Foi acusado de falsificação, E de mal controlar o emprego. Tudo isto, no mesmo fôlego. Correm as Notícias até Moscovo. E em Portugal guardam o polvo Depois de o Governo cair, Vamos ver, o que está para vir. Para saber, o que vem de novo.

rismo, o Concurso dos Vinhos do Algarve e eventos como Entre Pratos e Vinhos e Algarve Wine Session. Destaque ainda para a participação na FATACIL e na Missão de Reconhecimento de Importadores, visando mercados como Reino Unido, Suíça e Países Baixos.

Com estas ações, a CVA aposta na valorização da identidade, qualidade e visibilidade dos vinhos algarvios junto de profissionais e consumidores.

Publituris

Poesia
Manuel José Dias Ramos

Entrevista

Telmo Pinto

Candidato à Câmara Municipal de Loulé pelo PS

Telmo Pinto é o candidato do PS à Câmara Municipal de Loulé, nas próximas autárquicas de 2025. Tem 54 anos, é casado e pai de três filhos. O candidato socialista é também empresário e tem um passado ligado ao desporto, tendo sido jogador profissional de futebol até aos 36 anos.

Engenheiro Civil, é Presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, lugar que ocupa desde 2013, ou seja, há quase 12 anos.

A Voz de Loulé – Telmo Pinto, que balanço faz, destes 11 anos e meio à frente dos destinos da maior Freguesia do Concelho?

Telmo Pinto – Faço um balanço muito positivo. É importante que as pessoas compreendam o que é, de facto, uma Junta de Freguesia. Costumo dizer que a Junta de Freguesia de Quarteira atingiu um patamar que lhe permite ser considerada uma pequena Câmara Municipal.

Isto está diretamente relacionado com a legislação e com as competências que nos foram atribuídas. A nossa Junta de Freguesia é uma das cinco ou seis maiores do Algarve, entre as cerca de 65 Juntas de Freguesia da região. Hoje, entre as mais de 3.200 Juntas de Freguesia existentes em todo o país, a Junta de Quarteira está entre as dez primeiras em termos de capacidade de execução ao serviço das pessoas.

Para simplificar aquilo que foi o nosso objetivo: quando iniciámos funções, a Junta fazia cerca de 5 a 6 mil atendimentos por ano. Neste momento, fazemos cerca de 60 mil. Isto demonstra claramente que conseguimos prestar mais e melhores serviços de proximidade à comunidade, dando resposta eficaz às necessidades da população.

Portanto, é com grande orgulho que olho para o trabalho desenvolvido na Junta de Freguesia de Quarteira

V.L. – Que balanço faz dos três mandatos de Vítor Aleixo à frente dos destinos do Concelho?

T.P. – Há algo que me marcou recentemente, subi as escadas do edifício da Câmara e olhei para aqueles nomes todos que lá estão gravados. E eu, enquanto candidato à presidência da Câmara Municipal de Loulé, tenho um enorme respeito por todos eles. Respeito por todos os que estiveram à frente dos destinos de Loulé.

Quando falamos com orgulho do Concelho de Loulé, do que ele é hoje, da referência que se tornou a nível nacional e internacional, é porque alguém trabalhou para que isso acontecesse. E eu acredito sempre que há duas formas de olhar para as coisas: o copo meio cheio e o copo meio vazio. E onde é que eu quero focar-me? No copo meio cheio.

Quero olhar para estes três mandatos – tanto o trabalho que fiz na Junta de Freguesia, que me deu esta experiência, como o trabalho do Vítor Aleixo – e perceber as necessidades. O que era necessário em 2013, em 2017 ou em 2021? E o que é necessário hoje? É isso que me move: identificar onde devo redirecionar o foco, onde é preciso agir.

Quero aproveitar tudo o que foi bem feito nestes três mandatos e a partir daí, construir o futuro que eu imagino e que acredito que o Concelho precisa. Portanto, olho para este percurso de forma positiva. Quero valorizar o que foi bem feito, dar-lhe continuidade, reforçar com uma nova energia — e é isso que trago comigo: uma nova energia — para também concretizar o que hoje é essencial para o Concelho.

V.L. – No embalo da sua resposta, diga-nos, a nível pessoal e profissional, o que o motiva a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal de Loulé?

T.P. – O que me motiva é o “fazer acontecer”. Há duas palavras que me definem: compromisso e concretização. Quando assumo um compromisso com as pessoas, não consigo voltar atrás. Dou-vos um exemplo simples: fui eleito em 2013 e assumi a responsabilidade de liderar a Junta de Freguesia de Quarteira. Em 2017, o Vítor Aleixo convidou-me para integrar a equipa da Câmara

Municipal de Loulé. Mesmo sabendo que, na Câmara, poderia ter mais capacidade de ação, decidi não aceitar o convite. O motivo? Eu tinha um compromisso com os fregueses de Quarteira. Podiam dizer-me: “O compromisso era só para quatro anos.” Mas para mim, compromisso é algo que vai além disso. Quando as pessoas confiam em nós, esperam lealdade e dedicação até ao fim.

Essa é uma das razões que me motiva. A outra tem a ver com a minha natureza de “fazedor”, como se diz em inglês. Sou alguém que precisa de agir, de concretizar. Isso dá-me energia. Gosto de ver as coisas a acontecer e de transformar ideias em realidade. O que me move no meu dia-a-dia é justamente isso: ver resultados concretos, ver o impacto real do nosso trabalho.

Foi esse espírito que me fez perceber que queria dar o próximo passo e chegar à Câmara Municipal de Loulé. Nunca escondi essa intenção. Disse-o a todos: ao Vítor Aleixo, aos responsáveis do partido, a todos. A minha candidatura não é uma crítica ao trabalho feito até agora, mas sim uma afirmação da nova dinâmica que quero imprimir. Em termos de equipa, apenas um vereador da equipa atual continuará. Porquê? Porque acredito que é necessária uma nova energia, associada ao conhecimento já adquirido. E, mais do que isso, é essencial que haja confiança no líder e na equipa.

Quando falo em líderes, refiro-me à equipa da Câmara, incluindo o Presidente. O meu objetivo é construir uma equipa coesa, que reflita a verdadeira estrutura da Câmara. Porque, ao contrário do que muitos pensam, nada se faz sem a base que já existe. O meu desafio será tirar o melhor partido dessa estrutura e garantir que todos tenham as melhores condições para trabalhar em conjunto.

Quero que as pessoas vejam, desde a base até ao topo, uma equipa alinhada, que fala a mesma linguagem e que entende o que está a acontecer. Uma equipa que integra o pensamento de toda a estrutura municipal. E, claro, tenho referências. Apreciei muito o trabalho de Joaquim Vairinhos, Seruca Emídio e Vítor Aleixo Todos foram Presidentes da Câmara enquanto eu jogava futebol no Louletano, e tenho uma boa relação com todos eles.

Hoje, aos 54 anos, sinto que este é o meu momento. Vairinhos foi Presidente aos 45 anos, Seruca Emídio aos 46 e Vítor Aleixo teve dois momentos: aos 43 e aos 55. Acredito que agora é a minha vez de avançar.

Quero dar continuidade aos bons projetos que foram iniciados e, ao mesmo tempo, trazer uma nova energia para concretizar o que ainda está por fazer.

V.L. – Porquê a escolha do slogan Nova Energia? A energia anterior já estava desgastada?

T.P. – Não, não se trata disso. Repare numa coisa: se o João Romão, que é o candidato à Junta de Freguesia de Quarteira, disser “vou trazer uma nova energia”, isso é importante, e eu acho que deve mesmo acontecer. Esta questão dos 12 anos... podemos discutir se deviam ser seis, mais seis... Mas o essencial é isto: é saudável haver renovação. Às vezes, precisamos sair do lugar onde estamos para conseguir ver as coisas com outra perspetiva, com mais clareza.

Gosto muito de viajar. Há pouco tempo estive em Berlim e tive ideias fabulosas. Não temos de inventar tudo do zero. Essa é, aliás, a parte mais interessante: muitas coisas já estão inventadas — o que precisamos é de conhecê-las, adaptá-las e melhorá-las.

A Nova Energia está relacionada com isso. É sobre trazer uma visão nova, ideias renovadas, com base no conhecimento e na experiência. E quem me conhece — até mesmo desde pequeno — sabe da irreverência que coloco em tudo o que faço, da energia que dedico aos compromissos que assumo.

Por isso, fez todo o sentido dizer: “Agora é uma Nova Energia.” Independentemente da energia que veio antes — tenha sido positiva ou não —, a que vem a seguir tem, inevitavelmente, de ser nova. E essa é a energia que quero trazer.

V.L. – Para si, quais são os maiores problemas que o Concelho enfrenta e como pensa resolvê-los?

T.P. – O concelho, como já referi, tem muitas situações positivas e interessantes que foram concretizadas. A prova disso é que somos hoje um destino de excelência. O Concelho de Loulé é um motivo de orgulho para todos nós.

Basta ver a forma como olham para o nosso território. Mas há algo que é importante perceber. Os números — e são números reais — mostram que Loulé, nos últimos 12 anos, cresceu em contraciclo com o resto do país em termos de população. E se olharmos com atenção, vemos que no Algarve é essencial atrair mais população. Precisamos de gente.

Por isso, temos de ter uma perspetiva clara, não só sobre o que precisamos, mas também sobre o que queremos para o concelho. E há necessidades que foram surgindo.

Dou o exemplo da educação. Temos de acabar com os contentores — peço desculpa, falo assim porque sou engenheiro civil. Precisamos de mais escolas, com resposta de proximidade. As pessoas têm de sentir que, perto da sua zona de residência, conseguem colocar os filhos numa creche ou numa pré-escola.

E é preciso acabar com as chamadas “zonas cinzentas”, que muitos desconhecem. Entre 15 de setembro e 15 de dezembro, há uma margem em que muitas crianças ficam de fora. Isso não pode continuar a acontecer. Temos de garantir uma resposta de qualidade e de proximidade. Esse é um passo essencial. Estar próximo da comunidade escolar — e quando falo em comunidade escolar, refiro-me aos pais, aos assistentes operacionais, aos professores — é onde devemos concentrar muita da nossa energia, para que as escolas funcionem bem.

Já foram feitas grandes apostas. Por exemplo, quando cheguei à Junta de Freguesia, a alimentação nas escolas era assegurada por uma empresa externa. As refeições eram transportadas em carrinhas. Hoje em dia, são preparadas em cozinhas próprias, com outras condições.

Também há mais transportes, que aproximam o interior do litoral. São medidas importantes. Mas agora temos de dar o próximo passo: criar novos equipamentos e entender as novas realidades.

Não sei se todos têm noção, mas atualmente, quando entramos numa sala de aula, não encontramos um ou

dois, mas três alunos, por vezes mais, com necessidades educativas especiais. É uma realidade nova à qual temos de nos adaptar.

E já que estou a falar de educação, aproveito para dizer que o concelho tem três grandes centros turísticos e uma comunidade residente que procura uma educação diferenciada — não necessariamente melhor em qualidade, porque a nossa rede pública tem qualidade, e temos de continuar a exigir ainda mais dessa qualidade —, mas uma educação com diferenciação.

Temos de reconhecer que em Loulé existem agrupamentos escolares com quase 60 nacionalidades diferentes. Isso gera uma procura por modelos de ensino que, muitas vezes, incluem o inglês como língua principal, como acontece no Colégio Internacional de Vilamoura ou em zonas como Vale do Lobo

Temos de olhar para isso não como uma ameaça, mas como uma oportunidade. É também um investimento no concelho. Atrai pessoas para viver aqui, para investir aqui, e isso é fundamental para o nosso futuro.

V.L. – Mas está a dizer que vai construir mais escolas e pré-escolares?

T.P. – Temos de construir mais escolas e mais pré-escolares, sim. Há uma necessidade real nesse sentido. Para além disso, devemos continuar a melhorar a proximidade com a comunidade escolar, como já referi anteriormente.

Outra área que considero fundamental são os equipamentos sociais. A Câmara Municipal tem feito um bom trabalho junto das famílias, através de apoios sociais, mas precisamos de investir muito mais em infraestruturas.

Temos, por exemplo, um projeto muito interessante em Quarteira, do qual me orgulho bastante, que já é uma referência a nível nacional. É, aliás, considerado o melhor projeto que se chamava “Envelhecimento Ativo”, mas nós mudámos o nome para “Longevidade com Qualidade”. A ideia é precisamente essa: retirar o foco do envelhecimento e valorizar a qualidade de vida. Só numa junta de freguesia, conseguimos movimentar entre 700 a 1.000 pessoas por mês, que são estimuladas tanto mental como fisicamente.

Há casos de pessoas que chegaram com depressões profundas e que hoje dão aulas. Temos 50 módulos onde os próprios participantes partilham os seus conhecimentos: workshops, teatro sénior, danças séniores... Isto mostra que temos de olhar para esta fase da vida com outra atenção, antes de pensarmos em lares ou em apoios no fim da vida. É aqui, neste princípio, que conseguimos minimizar os impactos negativos do futuro.

Neste caminho, precisamos de apoios domiciliários, de centros de dia e de centros de noite — que para mim são uma bandeira fundamental e que já existem noutros locais. Dou um exemplo pessoal: tenho um amigo Presidente, não digo o nome por respeito à privacidade, cujo pai está num lar. E ele dizia-me: “O pânico da noite é terrível.” Os filhos têm as suas famílias, as suas casas, os filhos adolescentes, com 22, 20 e 14 anos... Sabemos o tempo que isso consome. Muitas vezes, não têm tempo para os pais.

Seria essencial que pudessem fazer a sua vida durante o dia e, à noite, levar os pais para um centro de noite. Essa solução dá-lhes tranquilidade e aos pais o apoio que necessitam.

Outro ponto importante. Recentemente, falei com o Dário, da Associação Existir, e ele disse-me algo muito relevante: “Já reparaste que os miúdos com deficiência crescem e se tornam adultos, mas os seus cuidadores continuam a ser os pais, cada vez mais velhos?”

Onde é que estes jovens vão parar? Ele dizia-me que devíamos começar a pensar em ERPI (Estrutura Residencial Para Idosos) adaptadas a adultos com deficiência, para que tenham uma resposta adequada. E isto é real. Temos de olhar também para jovens com deficiência mental, cujos pais vivem um drama diário.

Dou o exemplo da Susana, uma mãe que conheço. A vida dela gira totalmente à volta do filho. Não tem vida própria. Devíamos ter equipamentos especializados, com técnicos capacitados para dar apoio a estes jovens — algo que um cuidador familiar, por mais amor que tenha, nunca conseguirá fazer sozinho com a mesma preparação.

Portanto, temos aqui várias áreas que precisam de atenção. E, claro, uma questão que surge sempre: os lares. Toda a gente diz “queremos um lar”. Mas o que

é hoje um lar?

Com a experiência que adquiri na Junta, percebi que um lar se tornou na maioria das vezes um depósito de pessoas com deficiência, de pessoas em cuidados paliativos. Isto está errado. O conceito de lar precisa de ser reformulado. Precisamos de voltar ao verdadeiro significado da palavra “lar” — um local com dignidade, segurança e carinho. E, claro, temos também de criar respostas específicas para a demência, que é um dos grandes desafios do futuro.

Ainda no âmbito social, outro problema grave é o dos sem-abrigo. Este não é um fenómeno que acaba com uma solução simples. Já estive em Madrid, Milão, Berlim, e vi que esta realidade está em todo o lado. Foi uma grande aprendizagem para mim nos últimos anos.

Conheci o Alfredo e o Nascimento, na Rodoviária de Quarteira. Conheci-os mesmo, de falar com eles quando estavam bem e quando estavam menos bem. Só assim se percebe a realidade destas pessoas.

É inevitável: temos de ter um abrigo onde os sem-abrigo possam pernoitar, mas com acompanhamento especializado. Uma equipa preparada para os apoiar. No entanto, não podemos deixar de lhes exigir também responsabilidade. Muitas destas pessoas já têm muito apoio por parte das IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), e por isso temos de criar regras, sem deixar de lado a dignidade.

Dar-lhes dignidade é dar-lhes também a possibilidade de se reintegrarem, de voltarem a andar na rua com um propósito e com esperança.

V.L. – No desporto, que medidas considera fundamentais implementar no concelho?

T.P. – Temos de começar a pensar o desporto como um todo. E digo isto com conhecimento de causa, porque sou um homem do desporto. Mas porquê pensar o desporto como um todo?

Eu quero que as pessoas voltem a ter aquilo que eu tive na infância. Havia menos carros, podíamos praticar tudo na rua. Em vez de termos uma street workout, tínhamos as alfarrobeiras e as figueiras para subir. Jogávamos à bola com duas pedras no meio da rua. Existiam campos improvisados nos terrenos baldios.

O que quero dizer com isto é que o primeiro pensamento para o desporto deve ser a atividade física informal. É preciso equipar o espaço público com estruturas desportivas simples que permitam atividade livre. Só assim podemos garantir que todas as crianças e jovens têm acesso ao movimento, ao ar livre e à experimentação.

E depois, naturalmente, há uma seleção natural. A partir dessa prática informal, os miúdos percebem para onde querem ir, em que modalidades se enquadram melhor, e aí surgem as associações e os clubes

Mas essa realidade desapareceu quase por completo. No outro dia ligaram-me por causa de miúdos que saltaram a rede da escola para irem jogar futebol e basquetebol. Achei graça, porque é nestas situações que se percebe o que está mal. Doze anos numa junta de freguesia ensinam-nos muito. E digo com franqueza: muitos dos nossos governantes deviam passar por essa experiência, por essa proximidade. Porque se os miúdos saltam a rede para jogar, o erro não é deles. O erro é nosso.

Por isso, o desporto começa na rua, com equipamentos acessíveis. Vejam o que conseguimos fazer em Quarteira: equipamentos nas praias, campos de basquetebol, agora vamos ter um novo campo de futebol, além dos que já existem, como no Jardim Filipe Jonas. É essa a base do meu pensamento: desporto para todos, desde cedo e em liberdade.

Depois, sim, avançamos para os equipamentos desportivos de competição. Mas temos de perceber que nem todas as crianças querem competir. A minha filha do meio ensinou-me isso. Levámo-la à ginástica, ao atletismo... até que, numa fase, dissemos: “Agora tens idade para competir.” E ela respondeu: “Mas eu não quero ir aos jogos. Eu não quero ir às provas.” Isso fez-me refletir: nem tudo é competição

Portanto, o desporto começa com a base, depois apoia a competição, valoriza os clubes e associações — que são quem realmente faz o trabalho diário no terreno. E é preciso dar-lhes condições dignas: mais campos de futebol, mais pavilhões, mais salas para dança, karaté, judo, e todas as modalidades que crescem nos nossos bairros, freguesias e escolas.

Também precisamos de identificar quais os atletas que devemos apoiar em modalidades olímpicas ou de grande visibilidade internacional. Porque é importante termos representação e reconhecimento nessas áreas.

E, claro, o desporto para todos. Há pouco tempo, por exemplo, foi inaugurado o projeto de vela adaptada Isso é essencial. Os clubes precisam de apoio para poderem acolher pessoas com mobilidade reduzida, dar-lhes condições reais para praticarem desporto com dignidade.

Mas não se trata apenas de deficiência. Também temos de pensar nas famílias carenciadas. Temos de ir ao encontro desses miúdos, que muitas vezes não têm meios para praticar desporto. Não podemos deixá-los de fora. Temos de criar condições para que também eles integrem clubes, participem, cresçam.

Quero sublinhar uma coisa: o desporto e a cultura são a base da formação dos nossos jovens. É nestas áreas que se desenvolvem a criatividade, o espírito de equipa, o compromisso. São estas experiências que os ajudam a crescer como cidadãos.

Por isso, temos de fazer estas apostas com coragem e apoiar tanto as pessoas como as instituições que fazem o desporto acontecer todos os dias.

V.L. – Quando fala em cultura, a que áreas concretas se está a referir? O que é, para si, o papel da cultura no desenvolvimento de Loulé?

T.P. – A cultura é muita coisa. E é, aliás, uma das áreas que eu mais quero apoiar. Loulé tem uma base cultural muito rica, com um trabalho já feito que merece continuidade e reforço.

A questão agora é: onde é que já chegámos e para onde queremos ir? Porque se já conseguimos tornar Loulé numa referência cultural, o nosso desafio agora é elevar ainda mais essa fasquia. E para isso, precisamos de entender que a cultura abrange imensas dimensões. Veja-se os banhos islâmicos, o conceito “com as mãos no mar e os pés na terra” — é um excelente exemplo de um projeto cultural com identidade local e projeção nacional. É um trabalho notável.

Depois, repare como os privados já estão a olhar para Loulé como um local de investimento cultural. Quantas galerias de arte privadas temos agora? Isso demonstra o potencial de Loulé enquanto pólo cultural atrativo

A cultura pode — e deve — ser a base da centralidade do concelho. Pode ser um fator decisivo para atrair pessoas, investimento e vida para o nosso território. Loulé não tem uma ribeira, nem um lago, nem mar — mas tem tido exposições, eventos e programação cultural de excelência

Temos de continuar com essa aposta. Por exemplo, se olharmos para a ligação entre cultura e turismo, vemos o que foi feito com o turismo religioso em Loulé: mais de 10 equipamentos foram reabilitados, entre capelas e igrejas. E temos o reconhecimento da Festa da Mãe Soberana como Património Cultural, o que é extraordinário.

Tudo isto representa um trabalho muito importante para mim. Claro que há outros objetivos, mas a cultura tem de ser uma prioridade estratégica para valorizar e promover Loulé. Muitos outros municípios estão a apostar fortemente nesta área — e nós temos de acompanhar essa dinâmica, ou melhor ainda, liderá-la. Mas a cultura não se resume a monumentos ou tradições. Falamos também de jornais locais, espetáculos, exposições, teatro, cinema, música… Há uma variedade de iniciativas que já acontecem em Loulé e que precisamos de continuar a apoiar e a fazer crescer. Quero cavalgar essa onda, como todos os que pensam estrategicamente devem fazer. Se formos inteligentes, percebemos que é pela cultura que conseguimos consolidar Loulé como uma terra vibrante, com alma e com futuro.

V.L. – A habitação é hoje uma questão central a nível nacional. Como pensa resolver este problema no concelho de Loulé?

T.P. – Sim. Isto não é um problema exclusivo de Loulé, nem de Portugal – é um problema mundial. Existem países, como a Áustria, que estão muito mais avançados do que nós, com números elevadíssimos de habitação pública.

Nós, em Portugal, nas últimas décadas — e não foi agora, foi mesmo nas últimas décadas — adormecemos e não avançámos como devíamos.

Dou um exemplo simples, ligado à minha área: Loulé precisa urgentemente de entre 4 a 5 mil fogos. Ontem! Estamos a falar de muitos fogos. Só para concretizar 100 fogos, qualquer município poderá demorar 4 a 5 anos.

Por isso, temos de ser resilientes e ter a capacidade de ultrapassar estas barreiras com todas as ferramentas disponíveis. É preciso aproveitar um pouco do PDM, sim, que poderá ajudar, mas temos de perceber que a abrangência do PDM implica também negociar com os proprietários. E esse é o maior entrave: o acesso ao solo. Os municípios, o setor público, não têm solo disponível.

Temos, então, de criar formatos de colaboração com os privados e os proprietários para avançar. Esta é a dificuldade real. Por isso falo tantas vezes do PDM. Por exemplo, nas periferias dos centros urbanos, o PDM pode crescer, mas estará sempre limitado ao crescimento a partir desses centros. Isso significa que vamos ter de encontrar terrenos de grandes dimensões para garantir uma resposta em escala.

O que quero dizer com isto? Se uma lei permite construir 100 fogos e levou todos estes anos a ser concretizada, imaginemos se cada município conseguisse fazer 100 fogos por ano — em 10 anos teríamos 1.000. E nós precisamos de 4.000 a 5.000. Por isso, é fundamental aproveitar o PDM, bem como a nova lei sobre o uso de solos rústicos. Atenção, isto tem de ser feito em articulação com os municípios, o que é muito importante. Temos de identificar terrenos com grandes áreas e dinamizar a construção em escala.

É igualmente importante recorrer a terrenos de área de cedência, pois nesses casos o município já detém a posse do solo. Também as unidades de execução são ferramentas fundamentais. Houve recentemente uma legislação nesse sentido que vai permitir avançar. Porquê? Se estivermos perante um terreno sem infraestruturas — sem estradas, passeios, iluminação pública, água ou esgotos — esse terreno não tem o valor que muitas vezes se pensa. E é muito difícil para os privados avançarem com esse tipo de investimento. Mas se for feito em colaboração com as câmaras municipais, através das unidades de execução, a câmara pode intervir diretamente, valorizar o terreno e impulsionar o seu aproveitamento.

Acreditem no que vos digo: isto valoriza mesmo os terrenos. E a partir daí, tanto os privados como a própria câmara podem construir. Estamos a falar de terrenos que passam a estar em condições de construção quase imediata.

É exatamente isso que está a acontecer agora em Loulé, com uma unidade de execução que poderá libertar cerca de 400 fogos de um momento para o outro. Esta dinâmica entre o setor público e o setor privado é absolutamente essencial, porque o público, sozinho, não tem capacidade para responder a 100% das necessidades habitacionais do país.

Por isso, precisamos de pessoas resilientes, com energia, dinâmicas, com conhecimento e experiência, para conseguir concretizar todas estas ferramentas que temos à nossa disposição. Caso contrário, será muito difícil dar resposta a este problema.

V.L. – Mas se percebi bem, está a dizer que é uma possibilidade construir mais habitação social em Loulé?

T.P. – Tem de ser habitação social e acessível. Nós enfrentamos um problema grave — uma das batalhas que temos mesmo de travar — que é o facto de a habitação social ser elegível para apoios financeiros, enquanto a habitação acessível não tem esse tipo de apoio.

E é aqui que precisamos de lutar, junto do Governo, da Europa, de quem for necessário, porque essa mudança não está nas nossas mãos. A habitação acessível é essencial, mas atualmente só é financiada a 100% pelos municípios e pelo Estado. E como não há capacidade para fazer tudo, é necessário encontrar um equilíbrio.

Temos, ao mesmo tempo, de assumir estas lutas e abrir espaço para estas discussões, porque se queremos que amanhã médicos, professores, elementos da GNR e polícias escolham o Algarve para viver, temos

de lhes garantir condições de habitação. Precisamos desses serviços todos, e isso só será possível com uma aposta clara também na habitação acessível

V.L. – Já que fala de habitação, como vê a situação das casas de madeira no concelho de Loulé, que são uma realidade dos últimos anos? E como pensa minimizar esse problema?

T.P. – Minimizar passa por dar respostas ao nível da habitação. Este problema não se resolve sem criarmos alternativas reais. A falta de resposta habitacional ao longo dos anos levou ao surgimento destas situações, porque as pessoas, por necessidade, viram-se obrigadas a recorrer a essa solução.

Agora, o problema destas pessoas tem mesmo de ser resolvido. Se me perguntarem qual é a fórmula exata, não sei. Os municípios não têm todo o poder de decisão, mas temos de trabalhar em conjunto com o Governo e outras entidades, porque as respostas têm de surgir.

Temos este problema nas mãos, não o podemos deixar crescer mais, mas é fundamental perceber como o resolver e como dar uma alternativa digna a estas pessoas

V.L. – O comércio local e as pequenas e médias empresas enfrentam desafios crescentes. Que medidas defende para impulsionar a economia de Loulé e apoiar os empresários locais?

T.P. – Em termos de comércio local, vivemos realmente essa dificuldade. As grandes superfícies comerciais e os centros comerciais parecem absorver tudo. Temos de criar e manter dinâmicas locais importantes, como aquelas desenvolvidas pela Câmara Municipal de Loulé durante o Natal, que foram muito positivas.

Ao mesmo tempo, o comércio local ganhará mais vida se trabalharmos o destino turístico de Loulé. Temos de atrair mais pessoas ao concelho, porque só assim o comércio pode crescer.

Outro ponto fundamental é a atualização e modernização das empresas, nomeadamente através da digitalização. Esta é uma realidade das novas gerações e está ao alcance dos empresários – cabe-nos criar as condições para que isso aconteça

Depois há medidas concretas, como os incentivos diretos ao consumo no comércio local. Por exemplo, falei recentemente com o Vice-Presidente da Câmara sobre o Cartão do Munícipe, que oferece benefícios nas compras no comércio local, como já acontece na época natalícia. É um incentivo importante e eficaz.

Um dos problemas maiores nos centros urbanos é o estacionamento. Eu sinto isso, especialmente em Quarteira, onde não há silos de estacionamento – que teriam um grande impacto urbanístico e financeiro. Em vez disso, conseguimos criar cerca de 800 lugares através de pequenas bolsas de estacionamento Exemplos disso são o terreno junto ao Centro Autárquico, com 70 lugares, e muitos outros espaços reaproveitados.

Para comparação, o Parque da Pontinha em Faro tem cerca de 580 lugares, o Parque de Estacionamento de Loulé, tem cerca de 300 lugares. Ou seja, estes 800 lugares em Quarteira representam uma grande resposta a um problema real

Já foi aprovada a construção de mais 150 lugares de estacionamento: no Beco do Farol e na Quinta do Romão – duas zonas pouco aproveitadas até agora.

Tudo isto tem um objetivo: facilitar o acesso ao comércio local. Se as pessoas tiverem onde estacionar, mais facilmente visitam o centro e compram no pequeno comércio.

Por fim, algo transversal tanto ao interior do concelho como ao comércio local, é a melhoria dos transportes públicos – tanto na frequência como na área de cobertura. Se melhorarmos este serviço, mais pessoas poderão vir à cidade, tal como se fazia antigamente, quando “vinha-se à Vila”. Essa memória tem de ser trazida para o presente, mas com soluções modernas.

Tudo isto só se faz com trabalho conjunto entre o setor público e o privado, com criatividade, dinamismo e empenho real.

V.L. – Relativamente à saúde, no Concelho de Loulé, o que tem para dizer?

T.P. – Eu sinto que a saúde é mais um dos aspectos fundamentais e que merece a nossa atenção. Há uma

parte da saúde que não é responsabilidade direta dos municípios, mas outra parte sim. No caso de Quarteira, por exemplo, o que conseguimos alcançar foi muito importante: passámos de 11 mil pessoas sem médico de família para zero pessoas sem médico de família graças à Unidade de Saúde Familiar Estrela do Mano Ou seja, o trabalho realizado pelas unidades de saúde, pelos profissionais e pelas pessoas que representam a saúde, tanto em Quarteira como no Concelho de Loulé, tem sido essencial para responder a esta necessidade. Além disso, é preciso entender que temos de chegar a todos os lugares. Existem aspectos que considero importantes destacar. Em Loulé, vamos avançar com uma unidade de saúde familiar e, ao longo do tempo, houve melhorias nas respostas e nos equipamentos, mas também acredito que Quarteira precisa de um novo centro de saúde. Neste momento, o serviço de saúde em Quarteira é prestado em contentores que funcionam de forma temporária, uma solução provisória, mas é hora de termos um equipamento de saúde digno, como está a ser feito em Loulé.

Aqui quero também destacar uma conquista importante: Loulé vai ter o primeiro centro de saúde universitário do país. Embora falemos muito sobre universidades, o que estamos a realizar em Loulé vai ser um marco na saúde do país, e este centro está a ser finalizado e será inaugurado em breve.

V.L. – E o que é isso exatamente?

T.P. – Significa que este será um centro de saúde onde também iremos ter formação de médicos, realizada aqui em Loulé. E isto leva-nos a outras áreas que, neste momento, ainda não são tão visíveis, mas em que precisamos de apostar. É uma aposta que devemos fazer.

A saúde é extremamente importante, assim como a ciência e a tecnologia. Por exemplo, as células estaminais do cordão umbilical já são tratadas em Loulé. Também estamos a adquirir uma ressonância magnética, que antes exigia viagens a Lisboa ou a Sevilha, mas que agora será possível utilizar localmente. Ou seja, há uma série de avanços que precisamos de aproveitar. Vamos também ter médicos em Loulé a realizar simulações de operações; atualmente, já conseguimos fazer uma operação quase em tempo real, com um médico na Austrália e o paciente aqui, em Loulé, ou vice-versa.

Tudo isso, essa ciência e tecnologia, precisa de ser aproveitado. Faz parte daquele copo meio cheio, e é importante que aproveitemos essa onda. É muito difícil atrair investimentos para os concelhos, mas conseguimos trazer muitos para Loulé. Portanto, a nossa missão é dar respostas à população local.

Não falei, por exemplo, da Unidade Móvel de Saúde do Concelho de Loulé, que vai ao interior e chega até às zonas mais remotas. Muitas vezes, estas são comunidades mais envelhecidas, com pessoas que não têm transporte ou dificuldades em deslocar-se, e aqui a Câmara Municipal de Loulé conseguiu fazer a diferença. Devemos concentrar as nossas energias nestes projetos, oferecendo respostas diretas aos nossos utentes, mas também nos investimentos, porque isso será o que atrairá mais pessoas para o nosso concelho, movimentará a nossa economia, e dinamizará a cidade, criando ainda mais hotéis e unidades de alojamento, pois precisamos que isso aconteça. E, na minha opinião, não se trata de uma reivindicação de um grupo específico, mas sim de algo transversal a todos. Precisamos de incentivar investimentos no nosso concelho.

V.L. – E já que estamos a falar de saúde, quer comentar o recente caso do Centro Oncológico do Algarve?

T.P. – O que é que eu acho? Só posso dizer uma coisa. O Centro Oncológico do Algarve, mais uma vez, teve a atenção de dois Presidentes que se interessaram em trazer para cá uma resposta, que é inevitável, pois todos nós queremos.

Agora, quer dizer, houve quem não quisesse. Porque eu acho que há interesses dentro do próprio hospital que não viam com bons olhos a criação deste equipamento. Além disso, houve falhas em algumas respostas, e tambem falhas da parte técnica, pois, sendo uma área que conheço, não se entrega um projeto dessa forma. Há muito a ser resolvido nesse sentido. Continua pág. 11

No fundo, acho que podia ter havido mais bom senso da parte de alguns, mas, infelizmente, houve quem não se interessasse em ter mais um equipamento na região do Algarve

Isso é o que posso dizer, e nem estou a atribuir responsabilidades a partidos específicos. Acho que isto se trata de uma questão geral.

V.L. – Que balanço faz, neste momento, da sua candidatura? Como estão os desenvolvimentos?

T.P. – Eu acho que está a correr bem. Eu acho não, tenho a certeza de que está a correr bem. Estou muito consciente daquilo que sou capaz de fazer e do que já fiz. Nada me atormenta. Como dizia quando praticava desporto, avancei para ganhar, tenho um trabalho passado que fala por si. E as pessoas, se não acreditarem no candidato, não será muitas vezes pelas promessas, mas sim pela credibilidade que ele tem. Acho que, no final, a credibilidade dos candidatos será o fator mais importante, para as pessoas perceberem que elas podem confiar em alguém que realmente faz acontecer. Portanto, vou continuar com este ritmo. Há algo que eu não vou fazer, e tenho muita pena que aconteça: o mal-dizer. Há pessoas que só sabem viver assim. Tenho pena que existam outras que, apesar de não falarem mal, gostam de estar próximas de quem fala mal. Para mim, são iguais. Acho que essa vai ser a grande questão para os nossos eleitores: se teremos ou não a capacidade de ouvir o mal-dizer e, ao mesmo tempo, interrogarmo-nos sobre o que é verdade e o que é mentira.

Eu também sou pai, tenho uma família – mulher, três filhos – como todas as outras pessoas. Gosto de manter a minha vida em equilíbrio. Por acaso, ouvi esta frase para esta posição: a minha mulher diz que gosta de passar pelas gotas da chuva. Eu, sinceramente, não consigo tanto. O que eu peço é respeito, mas sei que não haverá, já se percebeu que não vai haver. O que me entristece é que as pessoas aproveitem essas situações. No final, eu sei que vou sair a ganhar sempre na minha vida. Uma amiga minha da universidade disse-me uma vez: “Tu sais sempre a ganhar se construíres uma equipa à tua imagem e fizeres tudo o que acreditas”. E, portanto, eu já sei que vou ganhar, porque sei que vou fazer tudo o que acredito, com uma equipa à minha imagem. A partir daí, tudo o que tiver de acontecer, acontecerá.

V.L. – Já que refere o mal-dizer e as pessoas que falam, que opinião tem deste assunto dos óculos amarelos?

T.P. – Aos 43 anos, um amigo meu disse-me: “A partir de agora vais começar a ter problemas de vista.” E realmente, aos 45 anos, precisei de colocar próteses nas ancas, mas graças à medicina e à ciência, estou como novo. A ciência tem um papel fundamental nas nossas vidas. Comecei a ter dificuldades de visão aos 43, e a minha mulher, que é uma grande fã de óculos e relógios, sempre me disse: “Já que tens de usar óculos, escolhe uns que gostes.” Achei piada e decidi seguir o conselho. Os óculos amarelos inicialmente foram uma necessidade, mas com o tempo tornaram-se uma espécie de marca minha. Levo tudo isto com leveza, porque faz parte da minha irreverência e da forma como vejo as coisas. Para mim, é uma questão de estilo, nada mais.

V.L. – Já que mencionou a família, o que é que a sua família pensa sobre a sua candidatura à Câmara Municipal?

T.P. – A minha mulher tem acompanhado a minha trajetória e, ao longo do tempo, eu cometi alguns erros. Mas uma das coisas de que me sinto mais feliz é que, ao longo do percurso, tive um amigo que me disse algo muito importante: “Telmo, quando não precisas estar constantemente em cima das equipas da junta, é quando a junta está a funcionar bem.” E foi assim que aconteceu. No início, eu realmente tirei muito tempo da minha família, e foram momentos difíceis, porque passava muito tempo fora. Ao contrário do que as pessoas possam pensar, é como em qualquer área: um bom mecânico trabalha muito, mas também há maus mecânicos que não fazem nada; um bom político trabalha muito, e há maus políticos que também não fazem nada. Portanto, quem quer fazer, trabalha arduamente, seja qual for a área.

Naquela altura, a minha mulher não estava feliz com

o tempo que eu passava fora de casa. Somos pais de três filhos, e, como podem imaginar, essa fase não foi fácil. Mas hoje em dia, ela diz-me outra coisa: “Olha, aquilo que vi que tu te dedicaste, a diferença que conseguiste fazer, eu gostava que tu fosses à frente, para teres oportunidade de mostrar aquilo que sabes fazer.” E isso tocou-me profundamente. Até porque, quando terminei o curso de Engenharia, já tinha dois filhos. A minha mulher ficava em casa com eles, e ela conta histórias engraçadas sobre essa época. Por exemplo, os nossos filhos choravam, um para cada lado, e ela chorava pelo outro, pois além do trabalho como professora, eu só chegava à meia-noite.

Em relação à minha carreira, sinto que o meu curso de Engenharia, e tudo o que consegui construir com a minha empresa, deve-se também muito à minha sócia que está lá, pois eu não tenho conseguido dar tempo suficiente à empresa. Então, costumo dizer que o curso que tenho é metade dela. Outra coisa da minha família que me faz sentir pena é o facto de meu pai ter falecido antes de eu entrar para a política. Ele era um homem muito inteligente, e hoje, tudo o que ele me dizia, vejo que estava certo. Tenho a minha própria visão das coisas, mas sempre senti que ele, quando soubesse da minha entrada na política, iria gostar de partilhar comigo o seu conhecimento. Era uma pessoa que estava sempre a ler, sempre a aprender. E isso é uma das coisas que me faz falta.

No fundo, todos têm um certo receio com a política, porque realmente é algo que desgasta, mas gostam de ver aquilo que estou a fazer e isso é o que importa.

V.L. – Já pensou no que fará se for eleito Presidente da Câmara Municipal? E como irá gerir a sua empresa?

T.P. – A minha empresa é gerida pela minha sócia...

V.L. – Mas não há incompatibilidade?

T.P. – Não há incompatibilidade, já me informei sobre isso, e o que peço sempre é que me fiscalizem. Não podemos entrar pelo caminho de dizer que os privados que têm empresas não podem estar no público, porque, se for assim, qualquer dia só teremos profissionais da política e pessoas que nunca fizeram nada. A maior mais-valia que eu tive na política foi o meu conhecimento privado. Digo-vos, a contratação pública, gerir leis, olhar para as leis, lê-las, interpretálas, tudo isso me deu um grande estofo. Os cadernos de encargos de engenharia civil, quando passei para os espaços verdes, para a limpeza urbana, para as obras, tudo isso me deu uma capacidade enorme.

A gestão de pessoas, como fazemos nas obras, também me deu uma grande capacidade. Nós não perdemos isso. Temos que fiscalizar os políticos, como temos que fiscalizar todas as áreas, mas perceber que é muito importante que a sociedade civil faça parte das decisões públicas, das decisões políticas. Não podemos afastar-nos disso, senão, qualquer dia, só teremos pessoas sem capacidade e sem competência nestas áreas.

V.L. – Sendo engenheiro civil, há alguma esperança de que a área do urbanismo melhore?

T.P. – Sim, acredito que há esperança de melhoria na área do urbanismo, embora haja vários fatores a considerar. Não se pode atribuir toda a responsabilidade aos técnicos, pois existem muitos aspetos que influenciam o processo. No entanto, é fundamental trabalhar em conjunto com todos os envolvidos. Um ponto que sempre destaco é a importância de envolver os funcionários da Câmara, pois o sucesso do futuro executivo depende muito deles. A comunicação eficaz, de baixo para cima, é crucial, mas o trabalho em equipa é o elemento-chave.

A Câmara tem profissionais muito competentes, como os nossos arquitetos, e é essencial que possamos criar dinâmicas de colaboração para identificar e implementar as melhores soluções para a população. No meu caso, que também trabalho na área do urbanismo, sei que há sempre espaço para melhorar, não apenas nos aspetos técnicos, mas também na gestão de processos. É vital que todos, incluindo os técnicos e as pessoas da sociedade civil, trabalhem unidos para que possamos alcançar um progresso sustentável e de qualidade. Nos últimos anos, Loulé tem mostrado avanços significativos na entrega de projetos, e estou convicto de que, com o esforço coletivo, podemos continuar nesse caminho. Contudo, é importante lembrar que o

volume de trabalho em Loulé é muito maior do que em outras câmaras, pois cada projeto aqui representa um desafio maior. São necessários recursos e estratégias adequadas para dar resposta à elevada procura de investimento e projetos, e isso exige uma enorme dedicação de todos os envolvidos.

V.L. – Já divulgou alguns nomes para as Juntas de Freguesia. Pode comentar como está a decorrer o processo de escolha de candidatos?

T.P. – Em relação às Juntas de Freguesia, o processo está praticamente fechado. No entanto, tenho conversado com as pessoas e, embora o processo não seja totalmente fechado a sete chaves, vou esperar para anunciar quando for o momento apropriado. Tenho recebido várias manifestações de interesse, com pessoas a ligarem-me ou a dizerem que estão disponíveis para ajudar, para onde for necessário. Em relação à equipa para a Câmara, essa, sim, já está mais definida, e acredito que temos um grupo forte e comprometido para seguir em frente.

Só houve um vereador com quem acabei por não falar diretamente. Falei com os vereadores sobre a não continuidade e não deixei isso para o final. Podia ter feito como era comum antigamente, explicando tudo no final, em junho ou julho, mas não fiz isso. Fui transparente durante todo o processo, mesmo dentro do partido.

É lógico que algumas pessoas ficaram mais satisfeitas, outras menos, mas fui sincero e frontal ao explicar as escolhas que fiz para a nova equipa. Acredito que estamos a iniciar um novo ciclo, e é importante que este ciclo seja renovado. Apenas uma pessoa se mantém, alguém que está lá há apenas quatro anos.

V.L. – Circularam por aí alguns comentários a sugerir que, caso seja eleito, tenciona fazer uma “limpeza” na Câmara... Quer esclarecer de onde acha que vem essa perceção e o que tem, realmente, em mente?

T.P. – Eu nunca falei em “limpeza”. Não, eu nunca disse “limpeza”. As pessoas olham para mim com uma certa energia e começaram a dizer que eu ia fazer uma limpeza, mas isso não é verdade. “Limpeza”? Quem é que mandaria embora e com quem é que eu trabalharia?

V.L. – Como já são conhecidos os seus principais adversários, nomeadamente Hélder Martins pelo PSD-CDS e Fernando Santos pelo CHEGA , caso vença as eleições e não consiga uma maioria absoluta, com qual destes candidatos acredita que será mais fácil estabelecer uma negociação para garantir o apoio da maioria dos vereadores?

T.P. – Vou ser muito sincero: como fui desportista, sempre joguei para ganhar. Não gosto de falar sobre cenários hipotéticos. Quando chegar o momento, aí sim, falarei.

Tenho muito respeito por todos os outros candidatos, mas prefiro focar-me no meu trabalho e na minha equipa. Espero que todos eles também façam um trabalho construtivo e positivo para o nosso concelho. O meu objetivo é claro: vou trabalhar para vencer e, uma vez na Câmara, sei que encontrarei a melhor forma de construir soluções para todos.

V.L. – Considerando os desafios do interior do Concelho, quais são as principais estratégias que pretende implementar para promover o desenvolvimento dessa região, nomeadamente no que diz respeito à fixação de pessoas, à criação de empregos e à melhoria dos serviços disponíveis?

T.P. – O interior deste concelho é extremamente rico, mas infelizmente ainda não aproveitamos todo o seu potencial. Um dos maiores desafios é a falta de serviços adequados, o que impede a fixação de pessoas e o seu desenvolvimento. Não se trata apenas do interior de Loulé, mas do interior do país como um todo, onde a centralização é um problema evidente.

A primeira prioridade é desenvolver projetos que atraiam pessoas para viver e trabalhar no interior, mas para isso precisamos de garantir uma rede de transportes eficiente, que conecte as zonas mais isoladas, como Ameixial, ao resto do concelho, com uma frequência que permita a mobilidade diária das pessoas.

Porém, a presença de serviços adequados é fundamental. Não basta apenas organizar eventos, é preciso garantir que o interior tenha o suporte necessário para as pessoas se enraizarem lá.

Há uma enorme riqueza de produtos endógenos que podemos promover. Loulé é, por exemplo, o maior produtor de alfarroba do país e também produz mel, medronho, amêndoas, entre outros. Estes produtos podem ser a base de dinâmicas económicas importantes. O projeto dos armazéns industriais no Ameixial já está a atrair empresários para o interior, o que é uma excelente notícia. A ideia é criar um ciclo onde as pessoas possam viver e trabalhar no interior, sem ter que se deslocar constantemente para as zonas urbanas.

Outro ponto importante é a educação. A Escola Profissional de Alte, por exemplo, tem feito um bom trabalho para responder à falta de alunos, mas ainda há muito a fazer. O maior desafio é atrair alunos para os cursos profissionais, especialmente porque a maioria dos estabelecimentos de ensino estão no litoral. Precisamos de renovar o conceito da escola e encontrar formas de atrair mais alunos, além de reforçar a formação que já existe. Com isso, poderemos criar uma dinâmica positiva que ajude o interior a crescer. Portanto, o que precisamos é de olhar para o interior com outros olhos, investindo em projetos que atraiam pessoas, promovam os nossos produtos locais e melhorem a qualidade de vida das pessoas que lá vivem. Este é o caminho para dinamizar o interior de Loulé

V.L. – Tem algum projeto específico em mente para o interior do Concelho, que possa contribuir para o desenvolvimento da região, especialmente no que diz respeito à promoção de produtos endógenos, ao incentivo à criação de empresas e ao desenvolvimento de atividades que envolvam as comunidades locais?

mais pessoas, mais empresas e, consequentemente, mais vida para o nosso interior. O objetivo é começar a criar atividades sustentáveis, de forma a dar às pessoas boas razões para viverem no interior e a promover a riqueza local de forma estratégica.

V.L. – Se for eleito Presidente da Câmara Municipal de Loulé, com que tipo de Presidente podem contar os seus munícipes?

T.P. – Podem contar com o mesmo tipo de Presidente que têm conhecido até aqui. Aqueles que estiveram atentos perceberam que, mesmo antes de ser candidato à Câmara, já tomava a postura de candidato desde o primeiro mandato. Não foi uma postura de quem quer ser Presidente imediatamente, mas sim de quem se sente responsável pela comunidade. Fui, inclusive, muitas vezes aos eventos, mesmo antes de assumir qualquer cargo.

T.P. – Não tenho um único projeto específico, mas acredito que a chave para o desenvolvimento do interior do concelho está em olhar para os produtos endógenos como uma das principais fontes de riqueza. O Geoparque é um exemplo claro disso, pois é uma marca mundial que atrai atenção para o nosso território, mas a verdadeira mais-valia vem do trabalho que fazemos no terreno, em parceria com a comunidade.

A promoção da alfarroba e de outros produtos locais, como medronho, mel e amêndoa, pode ser um motor de crescimento. É fundamental dar a estas iniciativas uma chancela, como a do Geoparque, que valida o trabalho e a qualidade dos produtos da nossa região. O que eu quero fazer é criar um círculo virtuoso, onde atraímos mais empresas e criamos condições para que as pessoas se sintam motivadas a viver e trabalhar no interior.

Outro projeto que sonho realizar é a criação de uma quinta pedagógica, de grande escala, no interior do Concelho – quem sabe a maior da Península Ibérica. Um espaço onde as crianças possam aprender, interagir com a natureza, conhecer os animais, entender os ciclos de produção de alimentos e, ao mesmo tempo, valorizar os produtos locais. Imagine um lugar onde as crianças possam ver como nasce uma vaca, como nasce uma ovelha, onde possam ter contacto com cabras autóctones e aprender sobre a agricultura sustentável. Este tipo de iniciativa não só atrai turistas e gera receita, como também reforça a ligação das pessoas ao território. Esses projetos, junto com a criação de mais serviços no interior, são fundamentais para que possamos atrair

Colégio Internacional de Vilamoura em 4.º lugar no ranking nacional de escolas

O Colégio Internacional de Vilamoura (CIV) alcançou o 4.º lugar no ranking nacional de escolas de 2023/2024, com uma média de 16,4 valores, segundo o Observador. Destacou-se ainda com o 1.º lugar nas disciplinas de Física e Química e Biologia e Geologia, e o 3.º em Filosofia.

Isso tem muito a ver com o meu passado no Concelho. Estudei em Loulé desde os 10 anos de idade e sempre tive uma ligação muito forte ao Concelho. Conheço muita gente da minha geração, o que me facilitou a interação com a população, sem distanciamento. Por isso, o Presidente que podem contar é com o Telmo, alguém próximo das pessoas, que fala com elas, e que, por vezes, até fala mais do que devia. Gosto de ouvir as pessoas e estou disponível para isso. A minha ideia é promover o destino do Concelho de Loulé, fazendo com que sejamos competitivos em todas as vertentes, desde a serra até ao mar. Nunca podemos esquecer que somos do Algarve e que temos de promover essa identidade. O jovem que vive na Austrália escolhe o Algarve para as suas férias, e isso é algo que devemos capitalizar. A minha relação com a Associação de Turismo do Algarve será próxima, pois acredito que todos temos a ganhar com isso.

No que diz respeito à Câmara de Loulé, a minha opinião é clara: não faz sentido manter divisões separadas para o turismo. Precisamos de um Conselho Municipal com todos os atores da economia e do turismo a trabalhar juntos, a tomar decisões em conjunto. E a taxa turística, por exemplo, deve ser uma decisão pensada de forma colaborativa. Gosto de usar a expressão brainstorming porque acredito que, ao juntarmos as boas e as más ideias, conseguimos chegar a consensos que vão beneficiar o Concelho.

Em relação à segurança, uma área que tenho acompanhado de perto, defendo a continuidade do trabalho realizado no Concelho de Loulé, que investiu muito na proteção civil e nos bombeiros. É um trabalho fundamental para a segurança da população. Também sou a favor da criação de uma polícia municipal e de medidas simples, como a melhoria da iluminação pública, que ajudam a garantir a segurança do dia a dia.

O meu compromisso é com as pessoas. Acredito no trabalho de equipa e no espírito de colaboração. Se forem ver os vídeos feitos na Junta de Freguesia, verão que os verdadeiros protagonistas são os funcionários, que foram os que realmente fizeram a diferença. Quando cheguei à junta, por exemplo, encontrei situações de condições de trabalho muito precárias, como uma funcionária que demorava 20 minutos para ligar um computador. Imediatamente, procurei criar as condições para que todos pudessem trabalhar melhor. Isso é algo que pretendo continuar a fazer, criando condições para todos os funcionários da Câmara, para que juntos possamos fazer a diferença. Portanto, conto com todos para construir o futuro de Loulé Por Nathalie Dias

AS NOSSAS ESPECIALIDADES

Clínica Geral

Dermatologia

Endocrinologia

Gastroenterologia (estômago, fígado e intestinos)

Ginecologia e Obstetrícia

Medicina Interna (diabetes)

Medicina do Trabalho

Naturopatia / Acupuntura

Neurocirurgia

Nutrição

Oftalmologia

Otorrino

Psicologia

Medicarmo – Centro Clínico do Algarve, Lda

Psiquiatria

Terapia da Fala

Medicina Dentária

Branqueamento Dentário

Implantes Dentários

Prótese – Acrílica, Esquelética e Fixa

Ortodontia fixa e removível

Meios complementares de Diagnóstico

Análises Clínicas

Audiograma / Timpanograma

Ecografia Ginecológica / Obstétrica

Citologia

Biopsias

Largo do Carmo, “Edif. O Seu Café”, 77 2.º A, B – 8000-148 Faro Telf: 289 889 560 / Telm: 912 258 575 (chamada para rede fixa e móvel nacional) e-mail: medicarmo@gmail.com

O Expresso posiciona o CIV em 17.º lugar entre 529 escolas, com uma média de 14,9, superando em 1,81 valores a média nacional das privadas e em 3,66 a das públicas. Os alunos obtiveram resultados notáveis: 18 valores em Física e Química, 17,2 em Biologia e Geologia, 14,2 em Matemática e 13,5 em Português. No 9.º ano, o CIV ficou em 28.º lugar a nível nacional, destacando-se na disciplina de Matemática com o 9.º lugar.

A direção do colégio atribui este sucesso ao empenho de toda a equipa educativa.

«A Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24 ANÚNCIO VENDA DE PRÉDIO RÚSTICO

NOTIFICAÇÃO PARA EFEITOS DE EXERCICIO DO DIREITO LEGAL DE PREFERÊNCIA

Vem por este meio Carla Filipe de Sousa Barrocal Simões, NIF 216.416.183, casada com Nélson Daniel Lourenço Simões, sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia da Sé, concelho de Faro, residente na Urbanização Miramar, Lote 22, 4º esq. em Loulé, nos termos e para os efeitos previstos no disposto no n.º 1 do artigo 1380.º do Código Civil, dar conhecimento a todos os proprietários de terrenos confinantes, que é sua intenção vender o prédio rústico, sito em Várzeas da Amendoeira, União de freguesia de Querença, Tôr e Benafim, concelho de Loulé, composto por terra de cultura com árvores, confrontando do sul com Manuel Francisco Costa, do norte com Filipe Gonçalves Viegas, do nascente com João Brito e do poente com José Costa, inscrito na matriz predial rústica com a área de 5.980,00m2, com o artigo número 10491, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé, sob o número 6615/20240212, aí registada a aquisição a favor da anunciante pela AP. 1000 de 2024/02/12.

A referida compra e venda concretizar-se-á nos termos e condições seguintes:

a) o preço a pagar pelo adquirente será de 28.800,00€ (vinte e oito mil e oitocentos euros);

b) será pago a quantia de 2.880,00€ (dois mil oitocentos e oitenta euros) através de transferência bancária, na assinatura do contrato promessa de compra e venda a título de sinal, e os restantes 25.920,00€ (vinte e cinco mil novecentos e vinte euros), no ato da outorga da escritura pública de compra e venda, através de cheque bancário emitido à ordem da vendedora;

c) a escritura pública de compra e venda será celebrada até ao final do mês de maio do corrente ano, num dos cartórios notariais do concelho de Loulé;

e) os custos relativos à celebração da escritura pública de compra e venda, e demais despesas com a mesma relacionadas, incluindo o registo de aquisição a favor do(s) comprador(es), o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), Imposto de Selo (I.S) e honorários a advogado ou solicitador serão da exclusiva responsabilidade do(s) comprador(es).

Nestes termos, devem os proprietários dos prédios rústicos confinantes pronunciarem-se sobre se pretendem ou não exercer o direito legal de preferência que lhes assiste, no prazo máximo de 8 (oito) dias contados da data da publicação do presente anúncio, nos termos indicados, sob pena de caducidade do referido direito de preferência, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 416.º do Código Civil.

Caso reúnam as necessárias condições e pretendam exercer o direito legal de preferência na referida compra e venda, deverão os interessados enviar, dentro do referido prazo, comunicação escrita registada para a seguinte morada: Rua do Cabo n.º 9, 8100-560 Loulé.

A publicação deste direito de preferência é da inteira responsabilidade do anunciante.

Pub.

Algarve

Zoomarine

reforça apoio às associações de resgate e apoio animal

Contributo visa melhorar as condições para o resgate e reabilitação de animais vulneráveis.

O Zoomarine reforçou o seu apoio a três associações algarvias de resgate e proteção animal — Pata Ativa, Pravi Albufeira e Aga Cat Charity — com um donativo de 500 euros para cada uma e a entrega de 394 quilos de ração, além de outros bens essenciais. Esta ação insere-se no compromisso contínuo do parque com o bem-estar animal e a responsabilidade social. O apoio visa ajudar estas organizações a melhorar as condições de resgate e reabilitação de animais vulneráveis, reconhecendo o trabalho fundamental das equipas e voluntários envolvidos. O Zoomarine apela ainda à participação da comunidade nesta causa.

Faro terá novos operadores de trotinetes e bicicletas partilhadas

Licenças foram atribuídas após hasta pública e têm validade por um período de dois anos

A partir de 15 de abril, o Município de Faro contará com dois novos operadores licenciados para a partilha de trotinetes e bicicletas elétricas: a Lime, com 350 trotinetes e 100 bicicletas, e a Bolt, com 350 trotinetes. As licenças, atribuídas após hasta pública em janeiro, têm validade de dois anos, renováveis até um máximo de quatro.

Este novo modelo resulta do Regulamento Municipal da Mobilidade Suave, em vigor desde maio de 2024, que define regras para a circulação, estacionamento e operação destes veículos no espaço público.

Mais informações estão disponíveis no site oficial da Câmara de Faro.

Jovens acordeonistas portugueses conquistam prémios

na Bélgica

Três jovens acordeonistas portugueses destacaram-se no 7.º Prémio Internacional Accordéons-Nous, realizado em Mons, Bélgica, entre 10 e 13 de abril, conquistando dois primeiros prémios, um segundo e um quarto lugar.

Tiago Conceição, de Loulé, venceu a categoria Sénior Varieté (sem limite de idade) e arrecadou ainda o 4.º lugar em Duo World Music, ao lado de Bruna Palma, do Algoz, que obteve também o 2.º lugar na categoria 15-17 anos. Ambos são alunos do professor Nelson Conceição e contaram com o apoio da Associação Garvefole e entidades locais.

Vítor Pastor, do Barreiro, venceu a categoria

Concertista Clássico, sob orientação do professor italiano Pietro Roffi. O concurso contou com jurados de vários países e é organizado pela Escola Superior Arts de Mons.

Festival Pé na Terra

deixa a Fuseta e realiza-se pela primeira vez em Almancil

O festival Pé na Terra, dedicado à cultura lusófona, vai realizar-se pela primeira vez em Almancil, entre 12 e 14 de setembro, após anos na Fuseta. A mudança deve-se à necessidade de um espaço maior, permitindo duplicar a capacidade de público além dos 10.000 participantes. O evento, de cariz ecológico e multicultural, contará com concertos, workshops de danças tradicionais e uma programação diversificada com artistas lusófonos, incluindo Baianasystem, Super Mama Djombo e Fado Bicha. A nova data evita sobreposição com o festival MED e conta com apoio da autarquia local.

Victória Guerra

trocou Lisboa por Loulé em busca de tranquilidade

A atriz Victória Guerra, natural de Loulé, decidiu deixar Lisboa e regressar ao sul do país, procurando uma vida mais calma e em contacto com a natureza. Atualmente reside na cidade algarvia, embora mantenha uma agenda profissional ativa e ligações familiares que a fazem viajar com frequência, especialmente para visitar a mãe, que vive em Inglaterra. Viver em Loulé tem-se revelado uma escolha acertada para a atriz, oferecendo-lhe qualidade de vida, proximidade ao mar e distância suficiente da agitação urbana. A cidade, combina o charme tradicional com acessos modernos, o que a torna cada vez mais atrativa, mesmo com o mercado imobiliário em valorização.

Castro Marim conquista duas distinções no Prémio Cinco Estrelas Regiões

A vila de Castro Marim e a Barragem de Odeleite acabam de conquistar duas distinções na oitava edição do Prémio Cinco Estrelas Regiões, que destaca anualmente os ícones e marcas locais e regionais que se evidenciaram pela sua qualidade e exce-

lência em todo o território nacional.

A Barragem de Odeleite venceu o prémio na categoria de “Reservas/Paisagens/Barragens”, enquanto Castro Marim ganhou em “Aldeias e Vilas”. Estes prémios representam o melhor e mais deslumbrante que cada região portuguesa tem para oferecer, com o objetivo de identificar e promover os principais ícones culturais e turísticos de cada território.

Os vencedores foram escolhidos após um rigoroso processo de avaliação que contou com a participação de cerca de meio milhão de pessoas.

O Prémio Cinco Estrelas Regiões reforça, assim, o seu compromisso em distinguir o que de melhor se faz em Portugal, contribuindo para a valorização do património, cultura e tecido empresarial do nosso país.

Real Tuna Infantina

celebra 30 anos com espetáculo especial em Faro

A Real Tuna Infantina, tuna académica mista da Universidade do Algarve, celebra 30 anos com um espetáculo no dia 24 de maio de 2025, às 21h, no Conservatório Regional do Algarve Maria Campina, em Faro.

Intitulado “30 Anos – O Espetáculo”, o evento será uma homenagem à cultura algarvia, com convidados especiais ligados à música e tradição da região. Será também um reencontro entre gerações que marcaram o percurso da Tuna, reafirmando a sua ligação à cidade, à academia e ao Algarve.

Mais detalhes serão divulgados brevemente nas plataformas oficiais da Tuna.

Necrologia

LOULÉ

FRANCISCO NORTE PORTELA

MISSA

29 Anos de Saudade

Seus filhos, netos, genro e nora, vêm por este meio, participar a todas as pessoas amigas e conhecidas que, no próximo dia 25 de abril, pelas 19h00, na Igreja de São Francisco, em Loulé, será celebrada Missa assinalando o 29.º Aniversário do falecimento do saudoso extinto.

Desde já agradecemos a quem se dignar assistir a tão piedoso ato.

- Faleceu no dia 6 de abril, com 76 anos, Maria do Rosário de Fátima da Silva dos Santos, residente em Quarteira.

- Com 79 anos, faleceu no dia 6 de abril, José Maria de Jesus Macedo, residente em Quarteira.

- Faleceu no dia 7 de abril, com 65 anos, Hélder José da Silva Cravinho, residente em Quarteira.

- Com 93 anos, faleceu no dia 8 de abril, Maria Odete Pardal Coelho, residente em Quarteira.

- Faleceu no dia 10 de abril, com 39 anos, Pedro José Torrealba Vidal, residente em Loulé.

- Com 91 anos, faleceu no dia 10 de abril, Maria de Lourdes Coelho Gonçalves, residente em Loulé.

- Faleceu no dia 9 de abril, com 86 anos, David Januário de Freitas Coelho, residente em Loulé.

- Com 91 anos, faleceu no dia 12 de abril, Manuel Dias da Ponte, residente em, Vilamoura.

- Faleceu no dia 14 de abril, com 83 anos, Camilo José Seruca Ribeiro, residente em Quarteira.

- Com 86 anos, faleceu no dia 14 de abril, José Vitorino Brito Martins, residente em Quarteira.

Estes funerais foram realizados pela Agência Funerária João & Vítor Tel. 800 209 254

- Faleceu no dia 20 de março, com 94 anos, José Luís Pereira, residente no Ameixial.

- Com 69 anos, faleceu no dia 20 de março, Jaime Mendes Guerreiro, residente em Loulé.

- Faleceu no dia 25 de março, com 82 anos, Marinha do Carmo Raminhos

Pereira, residente em Quarteira.

- Com 60 anos, faleceu no dia 26 de março, Maria Helena Gonçalves Gomes Romão Grogan, residente em Quarteira.

Faleceu no dia 27 de março com 76 anos, Diamantino Lopes de Sousa, residente em Almancil.

- Com 85 anos, faleceu no dia 27 de março, Michael Thomas Lott, residente na Quinta do Lago.

- Faleceu no dia 29 de março, com 60 anos, David Martinho Gonçalves Brito, residente em Almancil.

- Com 76 anos, faleceu no dia 1 abril, Maria Rosa de Sousa Gomes, residente em Almancil.

- Faleceu no dia 2 de abril, com 73 anos, Inácio do Carmo Montes, residente em Quarteira.

- Com 79 anos, faleceu no dia 2 abril, Rosária Castilho do Rosário de Sousa, residente em Loulé.

- Faleceu no dia 3 de abril, com 94 anos, Maria Rosa Castro, residente em Loulé.

- Com 94 anos, faleceu no dia 4 de abril, Maria Ivone Martins Coelho, residente em Loulé.

- Faleceu no dia 6 de abril, com 53 anos, Rui André Barros Mendonça, residente em Loulé.

- Com 77 anos, faleceu no dia 7 de abril, Yolanda Querales Cardozo, residente em Loulé.

- Faleceu no dia 8 de abril, com 75 anos, Maria Maximina Domingos Bernardino, residente em Almancil.

Estes funerais foram realizados pela Agência Funerária Gil Barreto, Lda Tel. 289 462 946-Loulé / Faro

(*Chamada para a rede fixa nacional)

Morreu o Cantor Nuno Guerreiro

O cantor Nuno Guerreiro, vocalista da Ala dos Namorados, morreu no passado dia 17 de abril aos 52 anos, num hospital em Lisboa, onde tinha dado entrada na quarta-feira 16.

Nascido em Loulé, em 1972, cidade onde atualmente vivia, Nuno Guerreiro popularizou-se na década de 1990 enquanto vocalista da Ala dos Namorados, grupo responsável por temas como “Solta-se o beijo”, “Fim do mundo” ou “Loucos de Lisboa”.

De acordo com informação disponível no site da HM Música, agência que o representava, Nuno Guerreiro mudou-se para Lisboa na adolescência, para estudar dança no Conservatório.

Participou em espetáculos dos Diva e de Carlos Paredes e colaborou no primeiro álbum de Rodrigo Leão, “Ave Mundi Luminar”.

Em 1992 juntou-se à Ala dos Namorados, banda criada por João Gil e Manuel Paulo, e da qual fez também parte José Moz Carrapa.

Ao longo dos 30 anos de carreira, a banda editou oito álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo e uma compilação “de grandes êxitos”.

Em 1994, a banda editou o álbum de estreia, homónimo. José Moz Carrapa deixou a Ala dos Namorados após a edição do terceiro álbum, “Alma” (1996), e João Gil acabou por a abandonar em 2006, para formar projetos como a Filarmónica do Gil e O Baile.

Em 2023 a banda regressou aos palcos com o músico João Gil e o cantor Nuno Guerreiro “ao leme” do projeto, tendo sido na mesma ocasião anunciado um regresso aos discos.

Com os músicos Olavo Bilac e Tozé Santos criou o projeto “Zeca Sempre”, do qual foi editado um álbum, “O que faz falta – Zeca Afonso”, que tem como subtítulo: “As mensagens intemporais de José Afonso, numa nova sonoridade”, editado em 2011.

“Vira de Coimbra”, “No Lado do Breu”, "Redondo Vocábulo", “Menino do Bairro Negro” e “Saudades de Coimbra” são alguns dos temas que integram o álbum.

A solo editou quatro álbuns: “Carta de amor”, em 1999, “Tento saber”, em 2002, “Gangster mascarado”, em 2011, e “Na hora certa”, em 2022.

Depois de ter vivido em Lisboa e em Setúbal, o músico regressou a Loulé, onde atualmente trabalhava em direção de cena e produção no Cine-Teatro Louletano.

O projeto mais recente onde estava envolvido intitulava-se Nuno Guerreiro & Mau Feitio, composto por músicos do Algarve, tendo já somado alguns concertos, nomeadamente no festival Caixa Alfama, em Lisboa, em setembro

Morreu o Papa Francisco

O Papa Francisco morreu no passado dia 21 de abril, anunciou o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell.

de 2024.

“Percebi que havia um talento incrível no Algarve, mas que nem sempre têm a visibilidade que merecem. Então, comecei a investigar, a conhecer músicos, a perceber o que estava a acontecer na cena musical da região. E descobri artistas absolutamente incríveis”, afirmou Nuno Guerreiro em março passado, em entrevista aos nossos jornais A Voz do Algarve e a Voz de Loulé.

Um dos últimos concertos do músico aconteceu a 30 e 31 de março com Os Mau Feitio e a Banda Filarmónica da Sociedade Recreativa Artistas de Minerva, precisamente no cineteatro de Loulé e que, segundo a sala de espetáculos, foram filmados para a posterior edição em DVD.

Na mesma entrevista aos jornais A Voz do Algarve e a Voz de Loulé, Nuno Guerreiro revelava que iria lançar uma versão da música “Os Verdes Anos”, em homenagem ao guitarrista Carlos Paredes.

“Este é um tema que tem um significado muito especial para mim. Em 1992, fui convidado para cantar nos concertos do Carlos Paredes no Teatro São Luiz. Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira. Sem querer, foi também o que me levou à Ala dos Namorados, porque o Manuel Paulo estava lá e ouviu-me cantar”, recordou.

O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, anunciou que irá decretar um dia de Luto Municipal pelo falecimento do cantor Nuno Guerreiro.

“Como expressão de uma justa homenagem a este filho de Loulé, que dignificou e elevou o concelho através da sua arte, entende decretar Luto Municipal no dia 23 de abril em que terão lugar as exéquias fúnebres de Nuno Guerreiro. Este será um momento para que toda a comunidade possa homenagear este ilustre filho de Loulé”. Durante esse dia, a bandeira do Município de Loulé será colocada a meia haste, em todos os edifícios e equipamentos da Autarquia.

da grave pneumonia, apareceu na varanda da Basílica de São Pedro para abençoar os milhares de fiéis ali reunidos, que o saudaram com vivas e aplausos.

Agência Funerária Funerais Trasladações de todo o tipo para o País e Estrangeiro

José Rosa & Filhos, Lda ARTIGOS FÚNEBRES E RELIGIOSOS Pub.

Tratamos de toda a documentação

Número Grátis 800 222 000 Tel. 289 462 271 Fax 289 416 845 965 805 506 -968 033 276

Praça D. Afonso III, 21 e 23 8100 LOULÉ

FERREIRAS / ALBUFEIRA - 289 548 039

ALGOZ - Tel./Fax 282 575 572 - 966 340 239 - 964 283 736

*Chamadas para a rede fixa e móvel nacional Pub.

*Chamada para a rede fixa nacional

"Às 07:35 desta manhã [06:35 em Lisboa], o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja″, disse o carmelengo Farrell no anúncio.

O cardeal acrescentou que o Papa Francisco "ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados".

"Com imensa gratidão pelo seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino", disse.

O Papa Francisco tinha 88 anos e esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.

No domingo de Páscoa, o Papa, ainda a recuperar

“Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!”, afirmou Francisco, que apareceu numa cadeira de rodas, para dar a sua tradicional bênção “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo).

O Papa argentino permaneceu sentado na cadeira de rodas e pediu a D. Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, para ler a mensagem às 35.000 pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a Missa do Domingo de Páscoa, que foi presidida pelo Cardeal Angelo Comastri.

Após a mensagem, o Papa ainda apareceu no seu ‘papamóvel’ no meio da multidão de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para celebrar a Páscoa e durante cerca de 15 minutos percorreu os corredores da praça e abençoou bebés, rodeado por guarda-costas.

Francisco tinha feito outra aparição surpresa no sábado, quando foi rezar na Basílica de São Pedro antes da celebração da Vigília de Sábado Santo e parou para saudar alguns grupos de peregrinos americanos que se encontravam na igreja.

Lusa

ORAÇÃO A SANTA CLARA Oh! Santa Clara que seguiste a Cristo com sua vida de pobreza e oração. Faz-se que entregando-nos confiantes à providência do Pai Celeste no inteiro abandono. Aceitamos serenamente a tua divina vontade. Amem, Rezar a oração com 9 Avé Marias durante 9 dias com uma vela acesa na mão. No último dia deixar a vela queimar até o fim. Fazer 3 pedidos, sendo 1 de negócios, e dois impossíveis. Publicar no 9.º dia. MC

«A Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24

CARTÓRIO NOTARIAL DE LOULÉ NOTÁRIA

EXTRATO PARA PUBLICAÇÃO

Nos termos do artigo 100º, n.ºs 1 e 2, do Código do Notariado, CERTIFICO que:

No dia quinze de abril de dois mil e vinte e cinco, a folhas 87 do Livro de notas 332, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual:

Amândio Manuel da Silva Figueiredo, NIF 187.100.071, casado com Maria Isaura da Silva Miguel Figueiredo que também usa Maria Izaura da Silva Miguel Figueiredo sob o regime português, imperativo, da separação, natural de Loulé (São Clemente), Loulé, residente na Estrada da Pedragosa, Cx. Postal 653-Z, 8100-623 Loulé, declarou: Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio rústico situado em Pedragosa, freguesia de Loulé (S. Clemente), concelho de Loulé, composto por terra de cultura com árvores, furo, arrumos e tanque, com a área de cento e quinze metros quadrados, a confrontar do norte e do nascente com David Floro, do sul com caminho e do poente com Leonardo Maccormick, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 7.637, que proveio do artigo urbano 11.088 (cujo antigo artigo desconhece por ser muito antigo, não dispor de documentação e o Serviço de Finanças não estabelecer correspondências), com o valor patrimonial tributário IMT de €100,00, que lhe atribui.Que este prédio veio à sua posse no ano de mil novecentos e noventa, em dia e mês que não pode precisar, já no estado de casado com a indicada cônjuge sob o mencionado regime, por compra verbal feita a Francisco Serafim Guerreiro e Benvinda Conceição Correia, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram na Pedragosa, Loulé, já falecidos, não tendo, porém, sido reduzida a escritura pública esta compra.

Que desde aquela data, em que se operou a tradição material do prédio, passou cultivar a terra, a limpar as árvores, a manter o prédio limpo, a verificar os marcos, a fazer a manutenção do furo, a usufruir de todos os seus frutos e rendimentos e a suportar os seus encargos, agindo, assim, com a convicção de ser proprietário daquele imóvel e como tal sempre por todos foi reputado.

Que nos termos expostos, vem exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de trinta e cinco anos, pelo que a propriedade do mesmo foi por ele adquirida por usucapião

Está conforme o original.

Cartório Notarial em Loulé, a cargo da notária Paula Cristina Baptista Valentim, quinze de abril de dois mil e vinte e cinco

A Colaboradora autorizada, Nádia Filipa Figueira Rodrigues Guerreiro (inscrição publicada na ON em 03/06/2020, nº 103/8) .

Conta registada sob o n.º PB 1084/2025 Emitida fatura/recibo.

«A Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24 IRENE PAIXÃO DOS SANTOS LEITÃO NOTÁRIA

Rua D. Maria das Dores Sampaio, no 14, loja C, 6300-687 Guarda

Lília Patrícia Santos Marques Santos, colaboradora expressamente autorizada pela referida Notária, a praticar este acto, certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje, neste Cartório, lavrada a folhas 27 e seguintes do livro de notas para escrituras diversas 58-I que, Davide André Cachaço Marques, solteiro, maior, natural da freguesia de Almancil, concelho de Loulé, residente na Rua da Roseira Brava, número -7, Ribamar, freguesia de Santo Isidoro, concelho de Mafra, se declarou dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, há mais de vinte anos, pelo facto de lhe ter sido doado verbalmente, em dia e mês que não pode precisar do ano de dois mil, pelos seus pais, Dina Maria de Sousa Cachaço Marques e cônjuge António José Marques, residentes na Rua Vale Formoso, edifício Poço Novo, número 332, terceiro A, Almancil, doação nunca titulada por escritura pública do seguinte prédio: Rústico, situado em Escanxinas, composto por terra de cultura com um sobreiro, com a área de oitocentos e trinta e dois metros quadrados, a confrontar de norte, com Caminho, sul e poente, com Manuel Sousa Picareto, e nascente com Anna Bashkrova, inscrito na respetiva matriz da freguesia de Almancil sob o artigo 7109, com o valor patrimonial e atribuído de mil e duzentos euros, não descrito na conservatória do registo predial de Loulé. Que desde então, tendo-se operado a tradição material do bem, o tem possuído e usufruído, ou tem permitido o seu uso e fruição, limpando-o, arando-o, semeando-o, cortando algumas árvores, apanhando a lenha e a cortiça, tirando todas as utilidades pelo mesmo proporcionadas, tudo com ânimo de quem exercita um direito próprio, de forma reiterada e contínua, à vista de toda a gente da região, sem oposição de ninguém, sendo por isso a sua posse pacífica, pública, contínua e de boa fé, pelo que o adquiriu por usucapião, não tendo todavia, dado o modo de aquisição, documento que lhe permita fazer a prova do seu direito de propriedade.

Guarda, onze de Abril de dois mil e vinte e cinco

A Colaboradora

Lília Patrícia Santos Marques Santos

«A Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24 Notificação Para Efeitos de Exercício do Direito Legal de Preferência

Obviouscourage - Unipessoal, Lda com sede em Vila Tyla, Rua do Sobradinho de Alfeição, CP 195-Z 8100-327 Loulé, 8100-334 Loulé, NIPC 514.622.300, vem comunicar nos termos e para os efeitos previstos no disposto do artº 1 do artigo 1380.º do Código Civil. Dar conhecimento a todos os proprietários de terrenos confinantes que é sua intenção de vender a William Ian David Katzler e mulher Sarah Elizabeth Katzler NIF 316.976.890 e NIF 317.008.277, o prédio rústico sito em Canada, freguesia de Boliqueime e composto por a) PRÉDIO RÚSTICO, sito em Canada, freguesia de Boliqueime, concelho de Loulé, composto por terra de cultura com amendoeiras, figueiras e uma oliveira, com a área de 4.900 m2, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o n.º 3674/19950828, inscrito na respetiva matriz rústica com o artigo 2244, da mesma freguesia.

A referida compra e venda concretiza-se nos termos e condições seguintes:

2) O valor global atribuído da compra e venda é de 1.100.000.00€ (Um milhão e cem mil euros) e a escritura definitiva de compra e venda será celebrada no dia 8 de Maio de 2025 pelas 11.30h no Cartório Notarial da Drª Paula Valentim situado na Rua Loulé, lote 4 R/c, Dt.º Loja L,8100-522 Loulé.

Nestes termos, devem os proprietários dos prédios rústicos confinantes pronunciar-se sobre se pretendem ou não exercer o direito legal de preferência que lhes assiste, no prazo máximo de 8 (oito) dias contados da data da publicação do presente anúncio nos termos indicados, sob pena da caducidade do referido direito de preferência nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 416 do Código Civil.

A publicação deste direito de preferência é da inteira responsabilidade do anunciante.

«A

Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24

COMUNICAÇÃO

PARA O EXERCICIO DO DIREITO DE PREFERÊNCIA

A) Idalina Morgado dos Santos Ponte Coelho, NIF 115.197.460, viúva, natural da freguesia de São Clemente, concelho de Loulé, residente no sítio da Franqueada, freguesia de São Clemente, concelho de Loulé;

B) Andreia Sofia Barbosa dos Santos, NIF 223.373.427, solteira, maior, natural da freguesia da Sé, concelho de Faro, residente no Sítio das Quatro Estradas, freguesia de Quarteira, concelho de Loulé;

C) Patrícia Isabel Morgado Ponte Coelho, NIF 145.755.657, divorciada, natural da freguesia de São Clemente, concelho de Loulé, residente na Avenida dos Plátanos, n.º 71, 7.ºE, Jardins da Parede, Parede, Cascais; Veem por este meio, nos termos e para os efeitos previstos no disposto no n.º 1 do artigo 1380.º do Código Civil, dar conhecimento a todos os proprietários de terrenos confinantes, que é sua intenção vender em conjunto os seguintes prédios, situados na freguesia de São Clemente, concelho de Loulé: 1- misto, sito em Franqueada, composto por morada de casas térreas, com vários compartimentos destinados a habitação, com a área coberta de 206,00m2 e terra de cultura com árvores, com a área de 2.032,00m2, confrontando do sul com Casimiro José Morgado, do nascente com José Mestre, do poente com estrada e do norte com Herdeiros de Manuel Romão, inscrito na matriz predial parte urbana sob o artigo 4182 e a parte rústica sob o artigo 5400, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o número 2670/19891102, aí registada a aquisição a favor das anunciantes pela AP. 1870 de 2022/09/05;

2- rústico, sito em Ribeiro da Franqueada ou Franqueada, composto por terra de cultura com árvores, com a área de 1.950,00m2, confrontando do norte com José Mestre dos Santos e outros, do sul com José Mestre Madeira, do nascente com José Mestre e do poente com José Madeira e Francisco Firmino Morgado, inscrito na matriz predial sob o artigo 7179, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o número 4966/19950714, aí registada a aquisição a favor das anunciantes pela AP. 2924 de 2024/10/23;

A referida compra e venda concretizar-se-á nos termos e condições seguintes:

a) o preço a pagar pelo adquirente será de 241.000,00€ (duzentos e quarenta e um mil euros);

b) será pago a quantia de 24.100,00€ (vinte e quatro mil e cem euros) através de transferência bancária, na assinatura do contrato promessa de compra e venda a título de sinal, e os restantes 216.900,00€ (duzentos e dezasseis mil e novecentos euros), no ato da outorga da escritura pública de compra e venda, através de cheque bancário emitido à ordem da vendedora;

c) a escritura pública de compra e venda será celebrada até ao dia 16 de maio do corrente ano, num dos cartórios notariais da cidade de Loulé;

e) os custos relativos à celebração da escritura pública de compra e venda, e demais despesas com a mesma relacionadas, incluindo o registo de aquisição a favor do(s) comprador(es), o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), Imposto de Selo (I.S) e honorários a advogado ou solicitador serão da exclusiva responsabilidade do(s) comprador(es). Nestes termos, devem os proprietários dos prédios rústicos confinantes pronunciarem-se sobre se pretendem ou não exercer o direito legal de preferência que lhes assiste, no prazo máximo de 8 (oito) dias contados da data da publicação do presente anúncio, nos termos indicados, sob pena de caducidade do referido direito de preferência, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 416.º do Código Civil. Caso reúnam as necessárias condições e pretendam exercer o direito legal de preferência na referida compra e venda, deverão os interessados enviar, dentro do referido prazo, comunicação escrita registada para a seguinte morada: Rua do Cabo n.º 9, 8100 – 560 Loulé.

A publicação deste direito de preferência é da inteira responsabilidade do anunciante.

«A Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24

CARTÓRIO NOTARIAL DE FARO

A CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia catorze de abril de dois mil e vinte e cinco, foi lavrada neste Cartório, de folhas noventa e quatro a folhas noventa e seis do livro de notas para escrituras diversas número cento e oitenta e nove, uma escritura de justificação, na qual compareceram:

a) Horácio Manuel Ricardo de Sousa, NIF 169.081.656, natural da freguesia de Quarteira, concelho de Loulé, casado com Maria Eduarda Martins de Brito Ricardo sob o regime da comunhão de adquiridos, residente na Rua 25 de Abril, nº 105, Quarteira; b) Vitorina Maria Ricardo de Sousa Godinho, NIF 115.197.249, natural da freguesia de Almancil, concelho de Loulé, casada com Lino Godinho Hermenegildo sob o regime da comunhão de adquiridos, residente no Bairro 1º de Maio, n.º 51, Sines; e

c) Maria Graciete Ricardo de Sousa Guerreiro Faria, NIF 134.835.204, viúva, natural da freguesia de Quarteira, concelho de Loulé, residente na Rua Vasco da Gama, 87, 2º andar, Quarteira. Declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Rua Mártires da Pátria, número sessenta e sete, em Quarteira, na freguesia de Quarteira, concelho de Loulé, composto por edifício térreo com diversos compartimentos, destinado a habitação, com pátio, com a área total de noventa e um metros quadrados dos quais sessenta e sete são de área coberta, inscrito na matriz sob o artigo 1362, com o valor patrimonial tributável de € 58.917,48, igual ao atribuído.

Que o prédio se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho sob o número sete mil quinhentos e noventa e sete, com registo a aquisição, em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de Horácio Manuel Ricardo de Sousa e Vitorina Maria Ricardo de Sousa Godinho, ora justificantes identificados em a) e b), Maria Graciete Ricardo de Sousa Guerreiro Faria, ora justificante identificada em c), ao tempo casada com Vítor Guerreiro Faria sob o regime da comunhão de adquiridos, atualmente dele viúva, tendo sido esta a única alteração ao seu estado civil, conforme declarou sob sua inteira responsabilidade, e Romana Mendes Ricardo, atualmente falecida, conforme inscrição AP. sessenta e três, de vinte e sete de novembro de mil novecentos e noventa e oito.

Que o indicado prédio ficou a pertencer unicamente aos justificantes por sucessão hereditária da referida titular inscrita, Romana Mendes Ricardo, de quem foram declarados únicos herdeiros, conforme resulta da escritura de habilitação de herdeiros, lavrada a folhas cento e sete do competente livro de notas para escrituras diversas número duzentos e setenta e cinco - A, do Cartório Notarial de Vilamoura, a cargo do Notário Nuno Manuel Santos Louro. Que para fins de registo e sob sua inteira responsabilidade, JUSTIFICAM que o prédio atrás identificado, está descrito na citada Conservatória com a área total de setenta metros quadrados, e sem menção da existência da área descoberta que lhe serve de logradouro, descrição esta que é consequência de erro aquando da inscrição inicial do prédio, em que foi completamente omitida a existência de um pátio, pois o mesmo tem e sempre teve, desde que foi adquirido por Manuel Viegas de Sousa e Romana Mendes Ricardo, pais dos justificantes, e desde que estes têm conhecimento, o pátio que lhe serve de logradouro, com a configuração atual e a área total que o levantamento topográfico a que procederam demonstrou possuir de noventa e um metros quadrados, dentro da qual está implantado o edifício térreo, atrás referido, ocupando a área coberta de sessenta e sete metros quadrados, e isto, sem que se tivessem verificado quaisquer alterações na configuração do prédio, mantendo-se este com a mesma configuração geométrica e limites geográficos de sempre, não sendo sequer possível outra, em virtude de o prédio se encontrar perfeitamente demarcado e delimitado dos terrenos vizinhos a norte com Rua Mártires da Pátria, a sul com Rua do Depósito, a nascente e poente pela existência das edificações imediatamente contíguas e por muro em alvenaria.

Está conforme o original.

Faro, aos 14 de abril de 2025. A Colaboradora, Ana Rita Guerreiro Rodrigues

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/6, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 18.03.2016, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8.º do Estatuto do Notariado e da Portaria n. º 55/2011, de 28 de janeiro)

Conta registada sob o n.º 275/04

Fatura / Recibo n.º 1/28591

«A Voz de Loulé» Edição 2056 Loulé 2025-04-24 “Publicação de condenação –decisão judicial

Por sentença proferida em 7 de outubro de 2024, nos autos n.º 2195/17.5T9FAR, do Juízo Local Criminal de Faro – Juiz 3, do Tribunal Judicial da Comarca de Faro, foi condenado Mário David Benfica dos Loios Susano Afonso pela prática de um crime de fraude na obtenção de subsídio, previsto e punido pelo artigo 36.º, n.º 1, alíneas a) e c), do Decreto-Lei n.º 28/84, de 20 de janeiro, na pena de 130 dias de multa, à taxa diária de 7,00€, e ainda na pena acessória de publicidade da decisão condenatória, nos termos dos artigos 8.º, alínea l), 19.º e 36.º, n.º 4, do mesmo diploma legal.

LAÇO AZUL HUMANO EM QUARTEIRA

ASSINALA MÊS DA PREVENÇÃO DOS MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA

No dia 30 de abril, às 10h30, o Calçadão Nascente de Quarteira recebe uma iniciativa da CPCJ de Loulé para assinalar o Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. O ponto alto será a formação de um Laço Azul Humano, símbolo da luta contra os maus-tratos infantis, com a participação de crianças e jovens da Associação Akredita em Ti e alunos do Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres. A comunidade é convidada a participar, vestindo uma T-shirt azul. O evento pretende sensibilizar a população para esta causa e promover a proteção dos direitos das crianças.

VL O UL E

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.