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ANO 2 | EDIÇÃO 07 | MAR/ABR/MAI 2011

Entrevista Mirian Goldenberg desvenda a mente feminina ALIMENTAÇÃO Conheça a alimentação ideal para cada fase da vida Equilíbrio Entre no eixo para recomeçar a rotina

Elas estão no poder A corrida incansável das mulheres pela igualdade




Arquivo

viver bem

Intenso recomeço Há alguns dias encontrei um amigo e ele comentou orgulhoso: “Fui fazer um check-up esse mês e me surpreendi. Em todas as clínicas encontrei a Viver Bem em Revista; fui ao Instituto de Radiologia fazer uns exames e vi você apresentando uma edição especial do Viver Bem feita exclusivamente para a sala de espera deles, depois fui encomendar uns Fotos: arquivo

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SPA Revivare Casa do Mar EM REVISTA

remédios numa farmácia de manipulação e lá estava você de novo nos vídeos das reportagens gravadas para o programa de TV. Parabéns! O Viver Bem está em todas” , disse ele. O comentário deu aquela bela massagem no ego, claro. Mas, principalmente, fez cair a ficha do quanto a marca Viver Bem cresceu e conquistou seu espaço no mercado da

saúde e bem-estar. O ano de 2011 é que antecede o nosso aniversário de 10 anos, e se tivesse que escolher uma palavra que traduzisse o que ele está sendo para o Viver Bem, sem dúvida, seria intensidade. Apenas três meses se passaram e já deu tempo para realizar muitas coisa boas. Começamos o ano com um evento para a equipe que trabalha no programa. Um dia inteirinho de cuidados especiais, com direito a avaliação física e nutricional, sessões de massagem relaxante, alimentação saudável e funcional, e dinâmicas em grupo para que todos refletissem sobre o seu papel no Viver Bem e a importância de seguir uma rotina saudável. Foi em busca dessa rotina saudável que eu encarei uma semana no Spa Revivare Casa do Mar, no mês de fevereiro. A filosofia do Spa é um convite à mudança. Dieta sem glutém e lactose, exercícios funcionais, medicina ortomolecular e muito relaxamento. Voltei renovada, emagreci e ganhei muita disposição. Os sete dias longe de casa e do meu bebê, valeram a pena. Ainda em fevereiro, o Viver Bem marcou presença na Expo Saúde com produções especiais para o programa de TV, site e revista. E para fechar o primeiro trimestre, realizamos, em parceria com o Norte Shopping, um evento especial na Semana da Mulher. Nesses três meses o programa conquistou novos anunciantes, iniciamos a reformulação do site, aumentamos o números de páginas da revista e disponibilizamos a sua assinatura. Como bem disse o meu amigo, “o Viver Bem está em todas”. E se a teoria de que o ano só começa mesmo depois do carnaval for verdadeira, estamos prontos para colocar a mão na massa. Juliana Garcia


www.guiaviverbem.com.br

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1. Dia Viver Bem para a equipe 2. Semana da Mulher no Norte Shopping 3. Estande Nutrivida na Expo Saúde 4. Entrevista no estande da Otocentro na Expo Saúde

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SUA OPINIÃO “o maior ato de cura é o ato de perdoar”. Vocês não fazem idéia do quanto essa frase que estava no artigo da Mirani Rocha teve impacto na minha vida. Perdoei e ganhei de presente um ano novo de verdade. Descobri que não é possível viver bem sem o perdão. Helena nunes – por email As receitas dos sucos da edição passada encheram meu verão de saúde. Parabéns pela reportagem. quênia Goes – por email Parabéns pelo conteúdo da revista. Vocês se aprofundam na informa-

ção e contribuem para a evolução da humanidade. Passei a olhar minha esposa com outros olhos depois que li a reportagem de capa da edição passada. A beleza muda com o passar dos anos e hoje consigo enxergar o quanto ela é bonita e atraente. Zé Eduardo – por email Adoro a página “Pergunte ao personal”. Por que vocês não criam também uma página para dúvidas sobre alimentação e outra sobre sexualidade? Lia rapouso – por email

SAÚDE, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, BELEZA, ENTREVISTAS, QUALIDADE DE VIDA, COMPORTAMENTO, EQUILÍBRIO, MATURIDADE , MEIO AMBIENTE E TUDO O QUE VC PRECISA PARA VIVER BEM. SÁBADOS, ÀS 9H, NA TV PONTA NEGRA


editorial

Camila Ferraz

Expediente

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Edição nº 7 mar/abr/mai 2011 Direção geral Juliana Garcia e Patrícia Guedeville

A Transparência

Há alguns meses, recebi um e-mail de uma grande amiga sobre a transparência, ou melhor, sobre a falta dela. Ao pensar nisso, a primeira ideia que nos vem à cabeça são atitudes obscuras, pelas costas, falsas e isentas de autenticidade. Mas o texto falava da transparência que muitas vezes não conseguimos adotar nas atitudes com as outras pessoas, normalmente com o companheiro. Estou falando da coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar o que realmente sente sem se preocupar em dar uma imagem de fraqueza. Por quê temos sempre que estar atrás dos altos muros da razão? Com medo de correr riscos? Por quê seguir o caminho mais fácil de julgar, agredir, revidar e nunca ficar por baixo? Acho que essa magnífica “arte” de viver com mais transparência é o que falta nas nossas relacões. Uma dose cavalar desse ingrediente, acredito, deve ser um bem precioso para as mulheres, tema desta sétima edição da Viver Bem em Revista. No mês das mulheres, decidimos falar sobre elas, suas conquistas, EM REVISTA

suas multifacetas e até as dolorosas muletas. A matéria de capa cita três grandes exemplos de mulheres poderosas, com histórias de vida diferentes, mas todas saboreando seus êxitos. A maravilhosa entrevista com Mirian Goldemberg desvenda com destreza o que passa pela misteriosa cabeça de uma mulher. Também falamos nas avós, mulheres ao quadrado, que assumem diferentes posturas nessa fase da vida. Enfim, nossa primeira revista de 2011, um pouco mais encorpada ou volumosa, está cheia de dicas para apostar num novo recomeço com alimentação, hábitos e posturas mais saudáveis para que você viva melhor. Já que ainda é tempo de recomeçar, fica a sugestão: vamos nos policiar para tentar não prender tanto o choro nem reter a gargalhada, não esconder o medo e nem parecer invencíveis. Por mais difícil que seja, principalmente para as mulheres, não controlar tanto, competir e responder menos, ser mais transparentes e amar mais. Afinal, nada funciona bem sem o amor, até o êxito sem ele se torna arrogante! Adriana Keller

Coordenação editorial Adriana Keller Editorial Bureau de Comunicação bureaudecomunicacao@gmail.com Textos Adriana Keller, Cleonildo Mello, Dênia Cruz, Louise Aguiar e Rayanne Carvalho Revisão Adnrea Vianna Fotos Camila Ferraz, Geovana Reis e Canindé Soares Projeto Gráfico Carlos Soares Diagramação GR Design Editorial www.grdesigneditorial.com.br Comercial GGTec Produções Impressão Impressão Gráfica Tiragem 10.000 exemplares Fale conosco 84 3213.8592 viverbememrevista@ggtec.com.br


meio ambiente

maturidade

equilibrio

comportamento

qualidade de vida

entrevista

alimentação

beleza

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Sumário ANO 2 | EDIÇÃO 07 | MAR/ABR/MAI 2011

22 Errata Na edição passada, o nome correto do CD de Camila Massiso é “Boas Novas” e a fotografia é de Camila Ferraz.

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QUALIDADE DE VIDA Saiba a importância da atividade física no seu dia a dia MATURIDADE Como se comportam as avós do século XXI EM REVISTA


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Tereza Tinoco

O prato dos seus sonhos... O meu prato preferido é foie-gras fresco com framboesas, de preferência em um barco no Canal de Mide (França) em companhias maravilhosas. Qual a sua atividade física preferida? Caminhadas na praia onde moro e musculação com meu personal três vezes por semana. O que gosta de fazer no tempo livre? Viajar e conversar com amigos. Adoro!!!

Bob Flash

beleza

Ninguém sabia, mas um dos ícones potiguares do mundo da moda é formada em História e Estudos Sociais. Empresária há 15 anos no mercado da moda, peça permanente nos eventos Rio e São Paulo Fashion Week, Tereza desacelerou e respondeu algumas perguntas da Viver Bem em Revista.

O que é viver com qualidade? É conciliar boa alimentação, atividade física, trabalho e lazer. Gosta ou já experimentou algum tipo de terapia? Ainda não... Como será a tereza daqui a 20 anos? Certamente uma setentona toda espevitada (risos). O que é viver bem? Ter saúde e poder desfrutar da vida com a família e amigos queridos.

EM REVISTA


HÁ UMA DÉCADA FAZENDO O MELHOR PARA A SUA SAÚDE. PARABÉNS! É com muita alegria que a Formule comemora esses 10 anos ao seu lado. Tendo a qualidade como princípio há uma década, proporcionamos sempre o melhor para a sua saúde e bem estar. Hoje não será diferente. Agradecemos pela preferência e ainda queremos construir uma longa história com você.

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Cedida

Messias Junior Professor de musculação e

Pergunte ao personal 10

1. Sigo uma alimentação balanceada há 6 meses e pratico atividade física todos os dias, corrida e musculação. apesar disso não consigo reduzir o peso. devo alterar meu treino? Odélia Medeiros – por email Essa é uma situação comum entre os praticantes de atividades físicas; o nosso corpo vai se adaptando e aos poucos se condicionando às mudanças, tanto na alimentação quanto nas atividades propostas. Então está na hora de rever seu treino e até mesmo sua alimentação, por mais saudável que ela seja, para que ambos se adequem à sua nova realidade. Fale com seu professor e seu nutricionista, para ver o que pode ser feito, uma vez que os mesmos conhecem sua rotina de treino e dieta. 2. Grávida pode fazer musculação? Gostaria de saber também quais as atividades mais indicadas para esse momento. Daniela Letícia – por email As mulheres grávidas podem fazer musculação sim. Alias, as grávidas podem começar a fazer exercícios físicos a partir do terceiro mês de gestação, pois esse é o período mais seguro recomendado pelo médico. É a fase em que já está formado o tubo neural e não se corre tanto o risco de aborto espontâneo. Além da musculação, existem inúmeros exercícios que as grávidas podem fazer, desde a dança, passando pelo Spinning. O importante da atividade é que não seja

EM REVISTA

personal trainer há 10 anos, consultor em prescrição de treinamento, pós-graduado em formação continuada de docentes para um sistema educativo com ênfase na deficiência visual e coordenador da Nova Stylo Academia.

extenuante demais, não provoque pressões na barriga, até porque os exercícios nessa fase têm como objetivo manter o condicionamento, evitar o aumento de peso exagerado e ajudar na hora do parto. 3. tenho 62 anos, faço caminhadas todos os dias. Mas gostaria de incluir outras modalidades na minha rotina de exercícios. Quais são as mais indicadas para mulheres da minha idade? Graça Cunha – por email Hoje em dia, a prática de exercícios nessa faixa etária é muito comum, existe uma gama de atividades que podemos indicar, além da caminhada. Podemos fazer exercícios na piscina, do tipo hidroginástica, natação, além de musculação, dança, entre outros. O fato de estar com 62 anos não quer dizer que fique limitada a um ou outro exercício. Podemos fazer aqueles que melhor se adequem à sua realidade física, quanto as que provoquem maior empolgação, como aquelas feitas em grupos. 4. Praticar dança do Ventre ou Pole dance três vezes por semana substitui os exercícios na academia? Biana Fagundes – por email São exercícios que exigem bem do condicionamento físico. Com certeza substituem uma aula em academia; em uma aula de pole dance dá pra perder em média 500 calorias por hora, e em uma aula de dança do ventre a perda calórica é de mais de 300 calorias, valores esses que variam de uma pessoa para outra.


Por Patrícia Mota - Psicóloga - patriciamota.edu@gmail.com As mulheres “multitarefas” sempre com algo a fazer, muitas atividades e pouco tempo, muitas responsabilidades e pouco prazer... Será possível fazer um “mix” entre as atividades obrigatórias e o sentir prazer em realizá-las? Algumas pesquisas revelam que as mulheres são hábeis em desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo com um raciocínio estratégico maravilhoso, mas a questão aqui não é não poder, e sim, realizar com prazer, com tranquilidade e inteiras. Parece que o corre-corre nos roubou a possibilidade de sentirmos prazer no que executamos, e parecemos estar em quartéis generais, tentando cumprir horários, programação com filhos, a consulta médica, o dentista, as compras da casa, o jantar com os amigos, a academia... Ufa! Quem aguenta essa ditadura? Outro fator oscilante é a maternidade, cuidar de nós mesmas ou dos filhos? Qualquer tempo disponível precisa ser para as crianças. A maternidade, na atualidade, é uma tarefa difícil; no entanto, as mães precisam ser referência de bem-estar e prazer. Não adianta estar de “corpo presente”, sem disponibilidade para interagir com a criança. É importante compartilhar momentos com os filhos, mas sem

ultrapassar os seus limites e cuidar de si mesma para que esteja junto a eles com mais alegria, entusiasmo e prazer. E o sentimento de culpa, o que fazer com ele? Segundo algumas pesquisas, o sentimento de culpa feminino vem da repressão educacional e das cobranças que recebemos desde a infância. Os filhos se encaixam muito bem aqui; algumas mulheres

“A maternidade, na atualidade, é uma tarefa difícil; no entanto, as mães precisam ser referência de bemestar e prazer” se culpam pelo prazer que sentem em trabalhar, por exemplo. Comece mudando a atitude e não negue a culpa, tente compreendê-la sem se tornar manipulável pelos filhos. As crianças, desde pequenas, realizam uma leitura corporal que os adultos já não fazem mais, são muito atentas às expressões faciais, à entonação de voz, ao toque... Até que a linguagem, expressão verbal, se estabeleça, a criança aprende

a estar atenta ao que sentimos e ao que expressamos. A partir daí, dependendo dos sinais emitidos a elas, esses pequenos descobrem quando nos sentimos culpadas e vão em busca daquilo que podem barganhar para conseguir o que desejam, seja um brinquedo, seja deixá-los fazer algo que na semana passada você não permitiu, e por aí vai. Então, mulheres, vamos nos perdoar e compreender que as crianças são seres para o mundo, vamos ajudá-las a serem pessoas melhores que nós, mais compreensivas, entendendo limites e, principalmente, respeitando os limites de espaços dentro da própria casa. Algumas atitudes são válidas, tais como ensiná-las a dormir no próprio quarto, independentemente do fato de dormirmos sozinhas, visto que cada um precisa reconhecer o seu lugar, o seu espaço. Outra boa atitude é estarmos disponíveis para brincar com os filhos, passear, jogar, criarmos momentos só para eles, sem celular, sem interrupções, para que fique o registro de estarmos saciando o desejo deles e o nosso de realizar um encontro em que possamos nos sentir inteiras. Claro que quantidade é importante, mas como o tempo é cada vez mais curto, vamos trabalhar pela qualidade desses momentos.

EM REVISTA

artigo

Cedida

Mulher e mãe em busca do prazer e do bem-estar

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Aliados ou vilões, os alimentos atuam como forte tendência para determinados momentos da vida. Saiba onde encontrar os nutrientes essenciais para viver com saúde em qualquer momento

Fotos: Banco

ALIMENTAÇÃO 12

Alimentos certos para as horas certas

Por Rayanne Azevedo

EM REVISTA


A explosão hormonal da adolescência; a TPM e os desconfortos do período pré-menstrual; a geração de uma nova vida durante a gravidez; o fim do período fértil com a menopausa; os quilinhos a mais. Esses são alguns momentos comuns na vida de muitas mulheres, e que requerem uma atenção especial com a saúde, seja para amenizar algum desconforto ou suprir uma necessidade extra do organismo. Nessas horas, alguns alimentos podem ser aliados - outros, vilões. Entender o que se passa com o nosso corpo é fundamental para descobrir quais os erros e acertos para uma alimentação balanceada. Conforme explica o esteticista e en-

docrinologista Jorge Boucinhas, tudo começa com a passagem da infância para a adolescência. “É uma ruptura com o status quo anterior. É realmente uma explosão hormonal, caracterizada pela secreção em altas doses dos hormônios sexuais”, afirma. No caso da mulher, é justamente essa ‘explosão’ hormonal que irá fazer com que a primeira menstruação (menarca) apareça. Assim, é preciso priorizar alimentos ricos em proteínas - eles darão conta da fase de crescimento - e, no caso das mulheres, ingerir muito ferro, evitando anemias decorrentes da menstruação. Com o aparecimento da menstruação, chega também a Tensão Pré-Menstrual (TPM). “Na realidade, o que está na raiz da sintomatologia da TPM é o sódio. A causa da irritabilidade nada mais é do que edema cerebral”. Segundo o endocronologista, reside aí também a explicação para o inchaço generalizado, seios doloridos e mal estar que acomete algumas mulheres no período que antecede a menstruação. A dica é ficar longe do sal e reduzir ao mínimo o consumo de alimentos que

levem sódio na composição. Durante toda a fase de maturidade sexual da mulher, equilibram-se os hormônios estrógenos e progesterona - são eles os responsáveis pela continuidade do ciclo menstrual. Com a gravidez, tudo muda: a progesterona passa a preponderar sobre os estrógenos, e o hormônio do crescimento é produzido em maior quantidade a fim de gerar o feto. Os riscos de desenvolver uma diabetes gestacional nesse período e posteriormente enveredar por um quadro de obesidade e hipertensão, levam a atentar para o fato de que a alimentação das futuras mamães também deve ser especial. A recomendação é fazer refeições a cada 2h30, variando sempre que possível. Alternar a escolha dos alimentos é um truque da nutricionista Graça Morais. “Tanto o odor quanto o sabor passam pela placenta, então, quanto mais variada a alimentacão do bebê na barriga, maiores são as chances de que ele venha a ter um desmame mais tranqüilo”, revela. Manter-se bem hidratada com sucos e água ajuda a evitar o enjôo, além de facilitar a digestão e a absorção de nutrientes. Já no declínio do período fértil da mulher, a atenção recai sobre o aumento da fragilidade óssea. Isso ocorre porque durante o climatério - período comumente apelidado de “menopausa”, termo que, na realidade, se refere

“A dica é ficar longe do sal e reduzir ao mínimo o consumo de alimentos que levem sódio na composição” Jorge Boucinhas, esteticista e endocrinologista EM REVISTA

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Camila Ferraz

apenas à última menstruação de uma mulher - se dá uma baixa geral dos níveis circulantes de hormônios sexuais femininos. Daí os calores, a irritabilidade. Para driblar essa mudança hormonal, a recomendação é ingerir muito cálcio e alimentos ricos em fitoestrógenos. “Os fitoestrógenos são estrógenos vegetais e podem ser encontrados na soja e derivados, feijão, aveia, grão-de-bico, linhaça e ervilha”, explica Graça Morais. Quando o assunto são os quilinhos a mais na balança, contudo, é preciso ficar alerta. A obesidade, diferentemente das outras situações mencionadas nesta reportagem, pode e deve ser evitada. Nesse caso, alimentação leve, contínua e em porções moderadas. “Um obeso deve dar preferência às frutas, alimentos integrais, sementes, saladas e proteínas magras”, aconselha a nutricionista. Hábitos como comer em intervalos de três horas e fazer uso de chás digestivos também ajudam a se livrar do peso extra mais rápido e com saúde. Os alimentos industrializados, apesar de tolerado,s em geral em pequenas quantidades, devem ser evitados em quaisquer fases da vida, segundo a nutricionista.

Graça Morais: a OMS trata a obesidade como doença

“Um obeso tem quatro vezes mais chances de desenvolver diabetes” Graça Morais, nutricionista

ACERTE NO MOMENTO aDOLEsCÊnCia Consumir: Alimentos ricos em proteínas (leite e derivados, ovos, carne) e ferro (músculo, fígado, lentilha, passas e mariscos). Evitar: Açúcar refinado, sal e gordura trans. tPM Consumir: Alimentos diuréticos (alface, pepino, salsinha, melancia, melão e abacate), ricos em fibras (linhaça, frutas e vegetais integrais), cálcio (leite e derivados), ômega 3 (peixes gordurosos), vitamina B6 (banana, gérmen de trigo, arroz integral), saladas verde-escuras, carboidratos complexos a cada 3h para dar energia e acalmar a compulsão por doces (ex. maçã e ameixa). Usar sal de ervas como substituto para o sal de cozinha. Evitar: Sal e alimentos com altos níveis de sódio, chá preto,

EM REVISTA

malte, chocolate e café. GraviDEZ Consumir: Procurar ingerir, nas principais refeições, um alimento de cada grupo alimentar (principalmente ovo, que contém uma substância que protege o cérebro da criança), especialmente frutas, legumes e verduras; preferencialmente orgânicos, para garantir um maior aporte de vitaminas e minerais. Evitar: Refrigerante (não importa se diet ou light, especialmente aqueles à base de cola ou guaraná - eles comprometem a absorção de nutrientes), chá preto, mate, chocolate, café (à exceção do descafeinado), alimentos industriais, embutidos, balas, bolachas recheadas e margarina. Açúcar refinado e adoçantes à base de aspartame, sacarina ou ciclamino

também devem ser evitados e preferencialmente substituídos por adoçantes à base de estévia e sucralose. MEnOPausa Consumir: Alimentos ricos em fitoestrógenos (soja e derivados, feijão, aveia, grão-de-bico, ervilha e linhaça), vitamina E e cálcio. Evitar: Açúcar refinado, sal e gordura trans. ObEsiDaDE Consumir: Lanches leves (frutas, cereais e oleaginosas), alimentos integrais, saladas (sempre antes das principais refeições, para aumentar a saciedade), sanduíches naturais, sopas, chás digestivos (chá verde ou de hortelã). Evitar: Comidas gordurosas, embutidos, refrigerantes (dificultam a eliminação de toxinas), sal, açúcar refinado e gordura trans.



entrevista

Por Cleonildo Mello

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Se as discussĂľes sobre gĂŞnero, corpo, moda, consumo, envelhecimento, casamento, infidelidade, sexualidade e novas conjugalidades na cultura brasileira tivessem de imediato que adotar um nome que representasse tantas ideias juntas, o mais justo seria o da antropĂłloga Mirian Goldenberg

Sem medo de ser coroa EM REVISTA


Única mulher de uma família de quatro irmãos, ela resolveu estudar e pesquisar com afinco sobre esses temas. Com uma atividade intelectual invejável, Mirian Goldenberg é o tipo de mulher com quem todo mundo deveria ter ao menos cinco minutos de prosa. De sorriso espontâneo, ela é uma das mais conceituadas pesquisadoras da antropologia urbana do Brasil. Doutora em Antropologia Social, Mirian é professora do curso de pós-graduação em Sociologia e Antropologia na UFRJ, assina uma coluna semanal na Folha de São Paulo e não cansa de escrever sobre o comportamento humano. É autora de 17 livros, todos abordando esses assuntos. Viver Bem em Revista: A pergunta é título de um dos seus livros, mas é pertinente: por que homens e mulheres traem?

Fotos cedidas

Mirian Goldenberg: Pesquiso a infidelidade há 22 anos e percebi que a principal queixa das mulheres não é falta de sexo, isso até os maridos cumprem religiosamente. As mulheres se queixam da falta de intimidade.

E isso não é queixa dos homens, eles também não reclamam da falta de sexo. É falta de compreensão. Todo mundo acha que traição é falta de sexo e não é. E os homens ainda me dizem, na maior cara de pau, que o sexo é melhor com a esposa do que com a amante. No entanto, eles buscam na amante o que eles perdem com as esposas. Elogio, reconhecimento... Aquela mulher agradável, que não está lá só para reclamar, mas uma companheira que o aceite como ele é, e o valorize. E isso a amante sabe fazer muito bem. VBR: Se o homem recorre às amantes, o que fazem as mulheres? MG: Tem aparecido muito nas minhas pesquisas um tipo de busca com outras mulheres, o que é uma surpresa para mim porque não são mulheres homossexuais com experiências anteriores. São mulheres casadas, que sempre tiveram relações com homens, e que, de repente, descobrem: ‘puxa a minha melhor amiga me escuta! E sabe dizer o que tem de ser dito’. E, a partir daí, às vezes, cria-se uma relação de amor.

“A fidelidade é o principal valor, um capital muito mais valioso do que a presença de um homem em suas vidas” Mirian Goldenberg, antropóloga social EM REVISTA

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“As pessoas que envelhecem acabam sendo mais felizes do que aquelas que têm medo de envelhecer”

VBR: A fidelidade deve ser o principal fator para um relacionamento feliz?

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MG: A fidelidade é um valor fundamental para os casais contemporâneos. Nos mais diferentes tipos de arranjos conjugais, inclusive na relação entre o homem casado e a sua amante, inclusive na relação dos casais praticantes de swing, a fidelidade é um valor básico. Qual é o paradoxo da (in)fidelidade que aparece entre os meus pesquisados? Em primeiro lugar, o valor da fidelidade, mesmo quando os indivíduos são efetivamente infiéis. Pode-se pensar que é justamente porque os indivíduos são, em grande parte, infiéis que a fidelidade é um valor. Em segundo lugar, a fidelidade pode ser vista como uma ilusão. Mesmo sabendo que é muito provável que o parceiro seja ou tenha sido infiel, deseja-se acreditar que ele é fiel. Os pesquisados parecem querer a ilusão da fidelidade muito mais do que a própria fidelidade. O importante é acreditar na fidelidade, muito mais do que ser efetivamente fiel. VBR - Como percebe hoje a utilização do corpo como capital nas relações em geral? MG - No Brasil, o corpo é um verdadeiro capital. Determinado modelo de corpo, na cultura brasileira contemporânea, é uma riqueza, talvez a mais desejada pelos indivíduos das camadas médias urbanas e também das camadas mais pobres. Eles perceEM REVISTA

bem seu corpo como um importante veículo de ascensão social, e também como um importante capital no mercado de trabalho, no mercado de casamento e no mercado sexual. Neste sentido, além de um capital físico, o corpo é também um capital simbólico, um capital econômico e um capital social. No entanto, é preciso ressaltar que este “corpo capital” não é um corpo qualquer. É um corpo que deve ser sempre sexy, jovem, magro e em boa forma. Um corpo conquistado por meio de um enorme investimento financeiro, muito trabalho e uma boa dose de sacrifício. VBR - Então, vivemos na ditadura do corpo? MG - No nosso país, e mais particularmente no Rio de Janeiro, o corpo trabalhado, cuidado, sem marcas indesejáveis (rugas, estrias, celulites, manchas) e sem excessos (gordura, flacidez) é o único que, mesmo sem roupas, está decentemente vestido. Pode-se pensar, neste sentido, que, além do corpo ser muito mais importante do que a roupa, ele é a verdadeira roupa: é o corpo que deve ser

exibido, moldado, manipulado, trabalhado, costurado, enfeitado, escolhido, construído, produzido, imitado. É o corpo que entra e sai da moda. A roupa, neste caso, é apenas um acessório para a valorização e exposição deste “corpo capital”. Por isso, é possível compreender porque as mulheres brasileiras, logo após as norte-americanas, são as maiores consumidores de cirurgia plástica estética em todo o mundo, preenchimentos faciais, botox, tintura para cabelo, entre outros inúmeros procedimentos para conquistarem “o corpo”. Pode-se dizer que ter “o corpo”, com tudo o que ele simboliza, promove nos brasileiros uma conformidade a um estilo de vida e a um conjunto de normas de conduta, recompensada pela gratificação de pertencer a um grupo de valor superior. “O corpo” surge como um símbolo que consagra e torna visíveis as extremas diferenças entre os grupos sociais no Brasil. VBR: Como vê a relação felicidade e a idade? MG: Acho que as pessoas que envelhecem acabam sendo mais felizes do


que aquelas que têm medo de envelhecer. As mulheres que aceitam, vivem e usufruem a liberdade de que tanto invejam antes são mais felizes do que as que não aceitam envelhecer, que lutam contra o envelhecimento. E o reflexo, às vezes, é excesso de plástica, às vezes, é excesso de atenção para o processo de envelhecimento no corpo sem olhar para a liberdade ou para a saúde. Uma mulher de 50 hoje, não é igual a uma de 50 de quarenta anos atrás. Parece que elas não enxergam o que elas ganharam, só o que perderam. Aquelas que usufruem plenamente todas as liberdades conquistadas essas são bem felizes. São mulheres que vão inventar uma nova velhice. Essas mulheres que conseguiram ser meio Leila Diniz vão inventar uma nova forma de ser mulher e de envelhecer como mulher sem olhar tanto para o que está se perdendo. VBR: Já não somos mais como os nossos pais, é isso? MG: Ainda há um estereótipo da velhice que carregamos, apesar de não sermos esses velhos. Nós somos os novos velhos, no entanto continuamos pensando como aqueles velhos que eram os nossos avós, nem os nossos pais. Não é preciso dar um nome para esse corpo: jovem ou velho. É o seu corpo, que pode estar bem, saudável e interessante para fazer um monte de coisas. Porque, se olharmos do ponto de vista do mercado sexual e do mercado matrimonial, o que perde valor não é o corpo, é a idade. Esse corpo pode estar muito melhor do que o de muitos jovens, mas o rótulo da idade é que tira o valor desse corpo do mercado. Então, não devemos olhar o corpo e sim a pessoa. É a pessoa que tem o corpo e não o con-

trário. No Brasil, o corpo acaba sendo a representação da pessoa e não a pessoa tendo um corpo. VBR: É inversão de valores... MG: Eu criei um conceito que funciona muito bem aqui, no Brasil, principalmente para as mulheres. O poder das mulheres é um poder objetivo. Você enxerga as mulheres no poder, seja político ou financeiro. Mas elas ainda têm uma miséria subjetiva. Não conseguem juntar o poder conquistado com o sentimento de que elas são realmente poderosas. Nas alemãs, por exemplo, elas são poderosas objetivamente e subjetivamente. Aqui, mesmo sendo poderosas, ainda trazem um discurso e um sentimento de miséria: ‘Ah, eu preciso de um homem!’, ‘Ah, o meu corpo está caindo!’. Socialmente, eu não tenho um valor se não tenho um homem. Aqui, você pode ter o maior poder do mundo, mas, se não tem um homem ao seu lado, tem um discurso de miserável. No dia em que a mulher brasileira descobrir que ela pode ser poderosa objetivamente e subjetivamente, ela vai ser feliz.

guida, ligam a câmera e depois fazem muito mais. Algumas mulheres falam seis horas por dia com um americano, canadense ou alemão e não querem conhecê-los porque elas têm medo de perder a intimidade. Elas os conquistaram neste mundo virtual e temem que, no mundo real, a intimidade não funcione tão fortemente. VBR: E no casamento, o que mudou? MG: Acredito que as principais mudanças dentro do casamento têm a ver com a posição da mulher, que está muito mais exigente. Ela tem uma de-

“Aqui, você pode ter o maior poder do mundo, mas, se não tem um homem ao seu lado, tem um discurso de miserável”

VBR: A tecnologia parece ter mudado o mundo e ditado novas regras. Na sua opinião, o digital também mudou as relações? MG: O virtual é um novo mundo, onde as pessoas encontram exatamente o que elas querem. Se eu quero escuta, eu vou encontrar escuta mesmo que seja no Japão. É o que chamo de paradoxo da intimidade. É uma intimidade a distância, já que elas começam como antigamente, escrevendo, só que a cartinha vai mais rápido. Depois, elas mandam fotos. Em seEM REVISTA

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manda excessiva e os homens gostam dessa mulher mais independente, mais inteligente e com mais sucesso, porém, às vezes, ficam cansados, pois não sabem responder às excessivas demandas. É uma relação mais complexa, em que eles não podem dominar nem ser autoritários, portanto, mais difícil. Entretanto, as mulheres não querem mais qualquer marido. Elas querem um marido para trocar. Trocar conversas, trocar responsabilidades, trocar viagens... Para ter mais reciprocidade. Coisa que, nas relações de 30 anos atrás, era mais unilateral.

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VBR: Daí as insatisfações? MG: Eu acho que as mulheres estão mais insatisfeitas que os homens. Eles

“Vejo as adolescentes querendo mais presença, mais intensidade, mais momentos juntos”

querem menos do casamento. Os interesses masculinos ainda são mais diversos. Os homens gostam de muito mais coisas, de estar com os amigos e rir com eles. Gostam de falar bobagem, o que não conseguem fazer com as mulheres, que são mais sérias e reprimem esse lado infantil dos homens. Já elas não querem se divertir com as amigas, querem se divertir com os homens, só que outro tipo de diversão, não falar bobagem, besteira, tomando um chopinho. Elas querem ver um filme, ir a uma exposição... Elas são mais românticas. Os homens querem casar, tanto que casam e recasam, mas querem distribuir seus interesses em milhares de outras áreas. A mulher é sempre mais intensa na relação e isso cria um descompasso. Não vejo nem as meninas mudando isso. Vejo as adolescentes querendo mais presença, mais intensidade, mais momentos juntos. Elas gostam de fazer mais coisas com o namorado ou marido do que com as amigas. Amiga é para contar os problemas que está tendo com o namorado. VBR: Conte um pouco a experiência de tentar fundar o grupo Coroas!

MG: Mergulhei profundamente na crise dos 40, saí dela após um ano de sofrimento e comecei a brincar com o fato de estar envelhecendo. Alguns anos depois, como forma de criar uma resistência política lúdica, inventei o grupo Coroas, composto por mulheres de mais de 50 anos. Tentei seduzir minhas amigas para participarem dele e todas recusaram veementemente. Algumas disseram: “Se for Coroas Enxutas eu participo.” Outras: “Se for Jovens Coroas ou Coroas Gostosas, pode ser.” A maioria reagiu indignada: “Eu não sou uma coroa!” Após várias tentativas e de todos gostarem muito da idéia, ela não se efetivou. Hoje sou a fundadora e única integrante do grupo Coroas. Em todos esses anos de tentativas frustradas, percebi que é mais fácil criar um grupo com indivíduos que são explicitamente estigmatizados do que com aqueles que podem e querem esconder o possível estigma. Como não consegui, até hoje, viabilizar a existência do grupo Coroas, do programa de televisão ou de qualquer outra idéia semelhante, então, meu livro sobre corpo e envelhecimento terá o título Coroas.

PUBLICAÇÕES A Outra Toda mulher é meio Leila Diniz A arte de pesquisar Os novos desejos Nu & Vestido De perto ninguém é normal Infiel: notas de uma antropóloga O corpo como capital Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade Noites de insônia: cartas de uma antropóloga a um jovem pesquisador Por que homens e mulheres traem? Intimidade

EM REVISTA


desafio contínuo. Ao mesmo tempo em que demonstra ser uma dificuldade, mostra-se como uma possibilidade existencial, ou seja, é por meio das afeições e vínculos familiares e sociais que o ser humano se desenvolve e experimenta a construção de si mesmo. Portanto, há um desafio implícito em tudo e em todo o contexto no “approach” interpessoal configurado no dia a dia. É uma dança contínua entre a felicidade e a dor, que se experimenta incessantemente nas relações humanas. Nestas condições, é necessário descobrir reservas no tempo e no espaço como uma exigência de reflexão interior e da qualidade de vida familiar e social. É importante, pois, identificar o equilíbrio entre essas oscilações vivenciais e conduzir a todo instante, como norma prevalecente, o sentimento de compreensão.

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Camila Ferraz

Cedida

A qualquer momento e em toda parte há um sentimento incessante de busca e apoio psicológico na tentativa de suprir as carências existenciais. Através dos relacionamentos o ser humano realiza suas pretensões de vida. Neste próprio percurso vivencia as dificuldades e conquistas inerentes ao ser social. A criança nasce sem as condições autônomas à sua sobrevivência no que diz respeito às questões de nutrição, higiene, e por que não dos afetos? Desde cedo o homem experimenta os prazeres e os desprazeres de viver com e pelo outro. Quantas vezes, quantos questionamentos: será que a imagem projetada das pessoas nos relacionamentos reflete o perfil de uma figura sensata, capaz de atender os valores humanos e sociais? Conviver com as diferenças é um

psicologia

Os desafios da convivência humana

Psicóloga Anna Valeska Procópio avaleskaprocopio@hotmail.com 84 8864.7686 / 9100.7424 Psicóloga Elisama Rodrigues elisama_sousa@hotmail.com 84 9115.4403 / 8849.4088 EM REVISTA


qualidade de vida 22

Aproveitando o início do ano, fica mais fácil planejar a mudança de hábitos. Comece a pensar em levar uma vida mais saudável, antes que isso se torne uma necessidade

É só escolher, agora ou já? Por Rayanne Azevedo

EM REVISTA

Quando Jairo Paiva ouviu do médico que precisava mudar de vida, levou um susto. Tensão, insônia, ansiedade e estresse constante fizeram com que ele se submetesse a um check-up. Recém-chegado na casa dos 40, recebeu os resultados dos exames com gravidade. Taxas alteradas, metabolismo lento e a iminência de uma diabetes acenaram para o empresário com a visão de uma velhice nem tão tranquila assim. Dois anos se passaram desde então, e Jairo, hoje com 43 anos, é só saúde. “Saí da faixa de risco e atualmente me encontro naquilo que os médicos definem como ‘faixa de proteção’. Eu não estava com sobrepeso, estava é com ‘sobrebarriga’”, brinca. Vivendo imerso no sedentarismo desde o início da vida adulta, ele conta que começou aos poucos. Correu pequenas maratonas e andou de bi-

cicleta à procura de uma atividade física satisfatória. Mas foi com a bola nos pés que o empresário fez as pazes consigo mesmo. Não se trata de qualquer pelada de fim de semana: “Frequento uma escola com profissional da área. São 40 minutos só de condicionamento com a bola”, explica. Com a ajuda de uma nutricionista e de um personal trainer, Jairo também passou a frequentar uma academia de musculação quatro vezes por semana - uma rotina que baixou o percentual de gordura do empresário de 30% para 10%. “Sou bastante disciplinado, convicto, perfeccionista. Encontrei algo que gosto e estabeleci metas. Os exercícios que pratico se completam, me completam. Não quero mais parar, sentiria muita falta”. A história de Jairo é emblemática. Primeiro, porque sintetiza um dos maiores males que acomete a


sociedade moderna: o sedentarismo, sintoma e causa de tantos outros problemas de saúde. Segundo, por provar que nunca é tarde para gozar os benefícios da atividade física, desde que ela seja adequada ao organismo e à rotina de quem pratica. Quem faz o alerta é o presidente da Sociedade Norte-Riograndense de Cardiologia (SBC/RN), Dr. Itamar Ribeiro. “Atividade física faz bem ao coração, corpo, cérebro, intestino e articulações. O que preocupa é que as novas gerações praticam pouca atividade física. As tecnologias disputam a atenção do jovem, e a violência também contribui para que as pessoas fiquem mais em casa. O resultado disso são índices cada vez maiores de sedentarismo e o aparecimento precoce de doenças”, afirma. Para se ter uma idéia, o International Journal of Epidemiology, publicado pela Universidade de Oxford,

divulgou recentemente a informação de que pessoas que praticam sete horas de atividade física moderada por semana têm 24% menos risco de morrer. “Se não quer ir à academia, vá à praça. Não precisa ser atleta, até porque nem é o ideal. Atletas estão sempre no limite. O importante é começar a se mexer. O quanto antes”, aconselha Itamar. Sair do círculo vicioso sofá-cama-birô-carro não é tão difícil. Para quem quer pegar leve, uma simples caminhada diária, a opção pelo uso de escadas e até mesmo o ato de se levantar para atender o telefone já contam. Contudo, se estiver disposto a praticar alguma atividade física, a dica é procurar o acompanhamento de um profissional de Educação Física e, se for o caso, de um cardiologista e ortopedista, de forma a adequar os exercícios às limitações e objetivos que se pretende atingir.

Fotos Camila Ferraz

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Jairo Paiva, empresário

“O importante é começar a se mexer. O quanto antes” Itamar Ribeiro, presidente da SBC/RN EM REVISTA


Profissional de Educação Física, Daniele Mafra diz que o ideal é buscar um exercício que equilibre condicionamento cardiorrespiratório, força, flexibilidade e composição corporal. Submeter-se a uma avaliação física também é pré-requisito considerado essencial. “O importante é buscar algo que se gosta e realmente encaixar o exercício na sua rotina. Não adianta ir com muita sede ao pote ou fazer algo muito diferente do que você normalmente faria se você sabe que será difícil manter o ritmo por muito tempo. É importante optar pelo que se gosta, exercícios ao ar livre ou não, qual horário se sente mais disposta, se gosta de atividades em grupo ou prefere estar só”. Partir para um exercício sem avaliação física é, para Daniele, como fazer um bolo sem a receita. “Pode dar certo e pode não dar. A avaliação física dá subsídios para prescrever o treino, a atividade adequada, saber o que é contra-indicado, qual o calçado adequado, além de estabelecer metas e ajudar a alcançá-las. É uma questão de

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Geovana Reis

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desempenho e saúde”. A avaliação física compreende três fases. A primeira é o diagnóstico, onde se averigua as condições físicas e possíveis anomalias a serem corrigidas ou amenizadas, como uma postura inadequada ou o tipo de pisada. A segunda, formativa, compreende todo o período em que o indivíduo se sujeita aos exercícios. A terceira e última, somática, é onde se averigua o progresso feito, para que uma nova avaliação seja prescrita. “Tem gente que só faz avaliação física uma vez e depois não faz mais, mas é preciso entender que somente com a avaliação contínua é possível quantificar os ganhos. Caso isso não seja observado, a pessoa pode não atingir resultados tão satisfatórios quanto se fosse acompanhada propriamente. O maior risco, além de lesões decorrentes da falta - ou de uma má - orientação, é de a pessoa ficar desmotivada e abandonar o exercício”, enfatiza Daniele Mafra.

“Não adianta ir com muita sede ao pote ou fazer algo muito diferente do que você normalmente faria” Daniele Mafra, educadora física EM REVISTA

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Avaliação física: por que fazer?

COMECE JÁ! PassO 1 Busque orientação médica; PassO 2 Procure academias com registro no Conselho Regional de Educação Física, próximas ao seu trabalho ou à sua casa, ou ainda, espaços públicos seguros e bem iluminados; PassO 3 Realize uma avaliação física para conhecer sua condição física e estabelecer metas; PassO 4 Siga as recomendações de um profissional de Educação Física; PassO 5 Reavalie sua condição física e saiba se as estratégias utilizadas estão sendo eficientes; PassO 6 Renove sua prescrição de exercícios, pois seu corpo mudou!


Sua confiança nos transformou em referência. A Prontoclínica de Olhos acaba de adquirir sua nova plataforma cirúrgica, a mais moderna do Norte-Nordeste, para correção de miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Ela é composta pelo alegretto de última geração para correção de ametropias e do laser de femtossegundo que é usado para execução do flap, o que torna a cirurgia totalmente realizada por laser e aumenta a sua precisão.


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Cedida

Prosperidade Plena artigo

Por Mirani Rocha - miranirocharn@hotmail.com

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Quando pensamos em prosperidade quase sempre a identificamos como aquisição e acúmulo de bens materiais, muito dinheiro, poder comprar, e ter sempre mais, satisfazer todos os nossos desejos. Todavia, o conceito de Prosperidade é muito mais abrangente, envolve um contexto infinitamente maior. A Prosperidade real vem do poder criativo que formou o Universo, de Deus, da Inteligência Infinita, do Espírito Divino. A consciência dessa inteligência que existe dentro de cada um de nós é a chave de entrada para que haja prosperidade em nossa vida pessoal. Entendemos que a nossa ligação com essa fonte é ilimitada, portanto, nossos recursos potenciais também são ilimitados. A falta de prosperidade na nossa vida reflete nossas crenças limitantes sobre nossas reais possibilidades. Portanto, o mundo físico é a manifestação do pensamento criativo, e, já que é ilimitado, assim também é a capacidade potencial de se criar riquezas para as pessoas. A verdadeira prosperidade começa com o sentir-se bem consigo mesmo. É, sobretudo a liberdade de se fazer o que quer, quando se quer. Não consiste jamais em uma quantia de dinheiro, mas sim em um estado de espírito. A prosperidade ou sua falta é mesmo uma expres-

EM REVISTA

são exterior das ideias que estão em nossa cabeça. Começa com o sentimento e a certeza de merecimento. Se não aceitamos a prosperidade, inconscientemente recusamos a abundância. De acordo com Fausto Oliveira, escritor e terapeuta, existem quatro tipos de ser humano na área da prosperidade: O Pobre x Pobre - é aquele que é pobre de espírito e materialmente; um sofredor, uma pessoa que só

“A verdadeira prosperidade começa com o sentir-se bem consigo mesmo” atrai perdas e danos e está sempre de mal com a vida. Não se ama, vive em conflito emocional, se alivia na bebida, outros vícios e drogas. Sua vida financeira está sempre cada vez pior, negativa. O Pobre x Rico - é pobre de espírito, mas rico materialmente, tem muito dinheiro, mas sofre com mágoas guardadas, geralmente tem graves problemas de saúde. Pode sentir atração pela morte ou ter problemas psíquicos, tornando-se uma

pessoa triste e solitária. Trabalha demais como fuga e forma de atrair mais dinheiro e se afasta do amor, da alegria e da paz de espírito. O Rico x Pobre - rico espiritualmente, mas pobre financeiramente, leva uma vida saudável, calma e equilibrada, consegue superar as adversidades e parece gostar da vida. Porém, alimenta a crença adquirida que o conforta e acredita que o dinheiro traz infelicidade. O Rico x Rico - é a pessoa feliz, rica espiritualmente e financeiramente, não lhe falta nada, está sempre de bem com a vida, alegre, acreditando no melhor e sabe administrar e eliminar todos os problemas. Pensa positivo e age com respeito e amor aos outros. O Rico x Rico não precisa necessariamente ter muito dinheiro, ele quer ter bem-estar, viver bem com a família, com o meio-ambiente e principalmente com Deus e consigo mesmo. Entende que para o ser humano ser feliz completamente, é preciso que esteja em perfeito equilíbrio com o Universo e com a Terra. Ser próspero, é saber criar dentro de si uma sensação absoluta de paz, bem-estar e felicidade interna, fruto de uma vida conectada diretamente com o Bem Maior, a fonte ilimitada de abundância e prosperidade plena.


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Corpo e mente. Você saudável agora

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EM REVISTA


Por Karina Braga ferente tendo o corpo que sonha, o emprego, o parceiro(a), a casa, o carro ou o mundo ser diferente. Será que a forma como está vivendo sua vida é direcionando seus pensamentos, ações e palavras para o sentido de mudança que você quer e sonha? Idealizamos o mundo que queremos, mas geralmente pensamos no mundo como algo distante de nós e separado de nós, mas fazemos parte do mundo, somos a vida no universo em constante movimento. Acontece que o mundo que percebemos só existe dentro de nossa cabeça, ou seja, é uma interpretação do mundo real. Nós podemos mudar o mundo em que vivemos se modificarmos a maneira como percebemos o mundo. Se ficou confuso é um bom começo, fica muito mais fácil. Dar conta do mundo todo é no mínimo impossível. Vou facilitar: o único mundo que você pode mudar ou dar conta é o seu, Mahatma Gandhi disse: ”Seja a mudança que deseja ver no mundo”. Se estiver se perguntando por onde começar , comece por você! É importante que inicie estudando a si mesmo, Agora! Conhecendo como funciona, vai comandar sua vida. Não ficará mais a

mercê de seus sentimentos, emoções, desejos e frustrações ou sendo constantemente influenciado pela opinião dos outros ou envenenado por medo e ignorância. Descobrir o que lhe afeta, o que incomoda, o que alegra, o que irrita... Possibilita a você a transformar o que incomoda ou afeta, em impulsos que direcionam a realização dos seus projetos de vida. Existem muitas formas de se conhecer ou promover esse caminho. Uma ferramenta rápida e extremamente eficaz nesse sentido é a Neurolinguística ou popularmente conhecida como PNL (Programação Neurolinguística) ela estuda o funcionamento da mente. Ou seja, a estrutura subjetiva que move o comportamento. É como um filme onde o que você vê é a cena projetada, o resultado, mas como se chegou à cena, roteiro, ensaios,tempo de filmagem ou modificações é quase imperceptível para o público em geral. Então a cena vista é o comportamento e sua elaboração, a estrutura do pensamento. Aprender como você funciona vai dar a possibilidade de controlar ou modificar seu comportamento. Saia da sala de espera da vida e seja o protagonista de sua história. Agora!

Camila Ferraz

Preste atenção a você mesmo. Como cuida do seu corpo? Perceba como respira, como anda, como toca nos objetos, como fala, como se alimenta, como são seus gestos. Ah! Não tem tempo para isso, não é? Muitos detalhes. Então, como os pensamentos vêm à sua mente, através de imagens, sons ou sensações? Perceba que pensamentos vêm à sua mente e se em algum momento, existe silêncio? São em volume alto e as imagens vêm em velocidade? Se seu corpo incluindo a mente fosse uma casa, como estaria? Organizada ou em desordem? Se nunca pensou nisso é hora de parar para pensar. O corpo executa os comandos que sua mente dá, ela diz o que fazer, define suas ações do dia a dia das mais simples como o que escolher comer, às mais complexas como aprender a dirigir um automóvel. Mas você define o que escolher. Então, o que escolhe fazer? Pense como tudo poderia ser di-

karina braGa - Trainer Coach, Antropóloga, Arte-educadora, Especialista em Marketing, Inteligência Emocional e Dinâmica de Grupo, escaladora, Consultora em Gestão de Recursos Humanos e Diretora da Humanocenter.

Av. Deodoro da Fonseca, Nº 301 - Petrópolis www.humanocenter.com.br EM REVISTA

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comportamento

Do século XVIII até os dias de hoje, mulheres lutaram por direitos iguais e oportunidades no mercado de trabalho. Hoje elas ocupam lugares de destaque e se dividem muito bem entre a carreira profissional e a família

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Mulheres:

elas podem tudo Por Louise Aguiar

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Desde 8 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos de Nova York resolveram fazer uma grande greve para reivindicar melhores condições de trabalho, salários iguais aos dos homens e tratamento digno no ambiente laboral, muita coisa mudou no universo feminino. Não só se instituiu o Dia Internacional da Mulher para homenagear as 130 tecelãs que morreram na manifestação elas foram trancadas na fábrica, que foi incendiada -, como uma série de direitos foi conquistada ao longo dos últimos séculos.

O direito de votar foi o primeiro deles. Em 1862 elas votaram pela primeira vez na Suécia, mas aqui no Brasil isso só aconteceu no dia 24 de fevereiro de 1932. Passaram-se 78 anos para que o Brasil elegesse a primeira mulher presidente da República. Dilma Rousseff, militante de esquerda na época da ditadura, chegou ao poder e marcou uma nova era na história política brasileira, que se refletiu no Rio Grande do Norte com a eleição de Rosalba Ciarlini e Micarla de Sousa. Sem esquecer, ainda, da desembargadora Judite Nunes, que recentemente


foi empossada presidente do Tribunal de Justiça do Estado. Mesmo com tantas mulheres exercendo funções de tamanho poder, a antropóloga e militante da causa feminista Elizabeth Nasser diz que a luta por direitos iguais está longe de acabar. “Na questão dos salários, na criação de escolas em tempo integral para as mães trabalharem mais tranquilas, na assinatura das carteiras de trabalho e na própria consciência da mulher sobre seus direitos. Ainda temos que lutar muito por isso”, diz. Para a antropóloga, mulheres fortes como Dilma, Rosalba, Micarla e Judite não estão livres do preconceito. “A mulher que está no poder tem que ser muito forte, bater de frente, se impor. Ela precisa, mais do que os homens, mostrar que tem o conhecimento da causa”, defende. Nasser diz que as diferenças entre homens e mulheres ao ocuparem funções de desta-

que começam na maneira de se vestir. Além de ter que apresentar uma aparência e comportamento impecáveis e um bom desempenho no trabalho, as mulheres de hoje também precisam ser boas mães e esposas. Questionada sobre como a mulher moderna concilia tantas tarefas, a antropóloga diz que o ingrediente principal é dividir as atividades com o companheiro. Abandonar a carreira ou deixar a família em segundo plano por conta do trabalho está fora de cogitação. “A mulher pode perfeitamente se dedicar à família e ser uma boa profissional. Ter uma pessoa competente para ajudar, uma boa escola para os filhos e um marido que divida os afazeres é a melhor maneira de lidar com a situação”, ensina. Para Elizabeth Nasser, mais do que conseguir projeção social, é valioso conquistar um espaço no mercado de trabalho, o que ela acredita não ser difícil.

“A mulher que está no poder tem que ser muito forte, bater de frente, se impor. Ela precisa, mais do que os homens, mostrar que tem o conhecimento da causa” Elizabeth Nasser, antropóloga

Primeiro a carreira, depois a maternidade A procuradora federal da República Cibele Benevides, bem que poderia ter feito logo cedo o que a maioria das mulheres sonha: casar e ter filhos. “Desde nova aprendi a segurar uma caneta em vez de uma colher”, como ela mesma define, batalhou primeiro pelo seu sonho: ser procuradora da área criminal. Aos 20 anos terminou o curso de Direito na UFRN e passou no exame da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil. “Fui laureada na faculdade”, lembra com orgulho. No primeiro concurso que fez, Cibele passou em primeiro lugar para procuradora federal. Mas a advogada queria mais. Ainda não fazia parte dos planos dela

casar, então nas brechas que tinha no dia a dia de funcionária pública estudava para novos concursos. Quando surgiu a oportunidade de disputar uma vaga de promotor de justiça do Ministério Público Estadual ela não titubeou. Novamente Cibele passou em primeiro lugar, tomando posse do cargo em junho de 1997. Cinco anos depois, surgiu a oportunidade da sua vida. “Meu sonho era ser procuradora da República”, conta. Prestou o concurso e, mais uma vez, foi aprovada em primeiro lugar. Hoje, procuradora da República do Ministério Público Federal, está casada e somente em 2010, aos 35, Cibele engravidou.

“Desde nova aprendi a segurar uma caneta em vez de uma colher” Cibele Benevides, Procuradora da República

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Cedida

“Desde cedo fomos educadas para conseguir independência profissional e financeira antes de casar e ter filhos”, conta. Como ela mesma diz, Maitê só veio quando atingiu seu objetivo na carreira. Dias atrás Cibele descobriu que espera o segundo filho. Para a engenheira civil e empresária, Cintya Delfino, mãe de dois filhos e hoje à frente da uma das maiores construtoras da cidade, harmonizar com equilíbrio a vida pessoal, profissional e familiar é o grande desafio. “Fui mãe pela primeira vez muito cedo, aos 17 anos, e como perdi minha mãe ainda criança, fiquei sem o referencial materno, sem o apoio de uma mãe que soubesse e me ensinasse como cuidar, administrar e conciliar os afazeres domésticos e profissionais. O que contribuiu muito para meus acertos e desacertos. Entreguei-me à emoção de ser mãe e mulher ao mesmo tempo (ainda estudava), e nesse tempo meu foco foi a família”, explica. Nesse caso, o planejamento foi atropelado pela gravidez imatura, mas Cintya escolheu o curso e o caminho desafiador do setor empresa-

Para Cibele a ajuda do marido nas tarefas domésticas e com a filha é fundamental

rial. Porém, ela sempre teve bem clara a sua prioridade. “Acredito que a nossa prioridade na vida deve ser sempre o outro, o ser humano, a família! Aprendi cedo, com meu pai, que sucesso mesmo é o bem-estar e a felicidade de quem amamos. Nada vale mais que isso. A família deve sempre estar em evidência, assim como as pessoas com quem trabalhamos. Às vezes, por negligência ou desacerto, em determinadas situações, agimos diferente desta ordem. Mas logo é preciso dar conta e corrigir a rota”, afirma.

“Desde cedo fomos educadas para conseguir independência profissional e financeira antes de casar e ter filhos” Cibele Benevides, Procuradora da República

CONQUISTAS COR DE ROSA AO LONGO DO TEMPO 1788 - O político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres. 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.

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1859 - Surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres. 1862 - Durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.

1865 - Na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.

1869- É criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres.

1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas.

1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina. 1874 - É criada no Japão a primeira escola para moças.

1878 - É criada na Rússia uma Universidade Feminina. 1901 - O deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres. 1932 - No dia 24 de fevereiro é instituído o voto feminino no Brasil.


Com uma rotina de trabalho de oito horas diárias, Cibele se divide entre o marido, a casa e a filha, “Priorizo aquilo que é mais urgente”, ensina. Ela e o marido optaram por manter uma babá em casa apenas durante o dia. À noite, é tarefa deles cuidar de Maitê. “É uma forma de compensarmos o tempo que passamos longe dela trabalhando”, explica. Duas vezes por semana ela ainda faz questão de levar a filha à natação. Para Cibele, uma mulher como ela jamais poderia se casar com um homem machista. “O marido precisa entender que a mulher moderna tem um trabalho e uma carreira para cuidar e por isso a ajuda dele é fundamental”, defende. Ao ser questionada se sofreu algum tipo de dificuldade ou preconceito por ocupar um alto posto da área jurídica, ela diz que jamais percebeu. “Nunca coloquei o gênero como empecilho. E acho até que a área jurídica já assimilou as mulheres no poder, porque a história delas no setor é antiga”, opina. Cintya participa da opinião de que ter filhos é uma experiência inigualável, mas também dribla as funções no seu dia a dia. “Acho que algumas vezes sacrifiquei meus filhos em detrimento do trabalho ou das minhas limitações pessoais. Mas não me atormento com sentimento de culpa, porque eu sempre os amei e amo muito. O resto a gente faz os ajustes necessários para errar menos e continuar essa grandiosa missão de ser mãe”, conclui a empresária.

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Filhos X Trabalho

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Para Cintya a família deve estar em primeiro lugar

“Não me atormento com sentimento de culpa” Cintya Delfino, empresária

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evento 36

Ocimar Damásio, organizador, acredita que cerca de 20 mil pessoas visitaram o evento – entre profissionais do setor, fornecedores, estudantes e público interessado. Além da área da feira, houve também um auditório climatizado para até 100 pessoas, onde ocorreram palestras dos expositores ao longo do evento. Assim como a utilização do auditório Lavoisier Maia para palestras de destaque, como a do Dr. Lair Ribeiro. A revista e programa Viver Bem marcaram presença na feira com um estande exibindo vídeos, distribuindo revistas e fazendo a cobertura das principais novidades que a Expo Saúde 2011 trouxe a Natal. Selecionamos alguns dos estandes mais interessantes...

Fotos estandes: divulgação

Com uma área de 4.500 m², a Expo Saúde apresentou as novidades da área da saúde e bem-estar

Canindé Soares

Expo Saúde 2011

UNP - O estande da UNP criou um espaço de simulação para divulgar os cursos de saúde. As simulações estatísticas com metodologias ativas demonstraram paradas cardíacas, higiene oral, parto normal, terapia ocupacional com estimulação sensorial, entre outros. Os professores responsáveis, Ana Louisa e Fábio Purificação contam que a UNP possui o segundo hospital simulado do Brasil, agregando todos os setores da medicina. EM REVISTA

Nutrivida – Uma fila imensa se formava à frente do estande da Nutrivida. A atração do público era a In Body 230, uma máquina espacial que mede, além do peso, a massa magra, a gordura e a quantidade de água do corpo. Em seguida, oferece os dados e os parâmetros ideais. Um verdadeiro check-up para saber se o corpo está balanceado e controlar a obesidade.

Migun – Duas camas convidativas estavam à espera de visitantes para demonstrar as maravilhosas técnicas de massagem shiatsu, quiropraxia e moxabustão. Um conjunto de benefícios para ajudar na circulação, dores, correção de postura, fadiga e relaxamento.


ACQUA CUIDADO

REaBiLitE – Aulas demonstrativas de Pilates, técnica manual, RPG e liberação neo-facial foram as atrações do estande da Reabilite com as profissionais Adla, Paula e Dilza.

inStitutO dE RadiOLOGia Renata Medeiros explica todos os exames oferecidos pela empresa com demonstração de alguns na máxima qualidade digital. Cedida

ViVER BEM – no estande montado pelo viver bem, os participaram puderam receber as edições e fazer assinatura da revista, e assistir aos vídeos do programa.

OtOCEntRO – A Otocentro trouxe até a feira a técnica de fazer uma audiomentria, onde os visitantes puderam medir e dimensionar a qualidade da sua audição.

“Cerca de 20 mil pessoas visitaram o evento – entre profissionais do setor, fornecedores, estudantes e público interessado” Ocimar Damásio, organizador da Expo Saúde

O estande da Acqua, apresentou e demonstrou o seu processo de tratamento da água. Partindo do ponto que precisamos de dois litros de água por dia, no mínimo e sabendo-se que ela compõe de 60% a 70% do nosso peso corporal, regula a nossa temperatura interna e é essencial para todas as nossas funções orgânicas, convém que a ingestão dessa água seja a melhor possível. O pH ou o potencial de hidrogênio iônico é o símbolo que indica o grau de acidez ou de alcalinidade de uma substância. Quanto mais alcalina a água, mais saudável estará o corpo e quanto mais ácido o pH da água, maior o número de doenças como artrite, calcificação de dentes e ossos, pedras nos rins e outras enfermidades. O fato de ser uma água alcalina, também reduz o potencial de oxidação dentro do corpo humano, prevenindo o surgimento dos Radicais Livres e, assim, agindo contra o envelhecimento. Saiba mais: www.acquaenterprise.com.br

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equilibrio

Por Dênia Cruz

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Entrando no eixo

As atribuições da vida moderna estão fazendo o ser humano maltratar constantemente seu corpo. Se fizermos uma combinação rápida dos efeitos de atos repetitivos como dirigir, usar o computador por muitas horas, ficar sentando ou em pé por muito tempo, usar calçados ou roupas que não permita o corpo respirar,

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o resultado é preocupante, pois o corpo não está preparado para essa demanda excessiva de atividades. Nos últimos anos, os problemas posturais vêm aumentando consideravelmente, tanto na população adulta como na infantil. Segundo a Organização Mundial da Saúde estima-se que 80% da população mundial so-

frem com dores na coluna. Os motivos são diversos, mas o principal é a postura corporal incorreta. As dores são causadas porque as pessoas dormem de forma errada, sentam de forma errada, andam de forma errada e executam suas atividades diárias sem se preocupar com a maneira como seu corpo produz os movimentos.


Geovana Reis

A coluna é a região corporal que mais recebe os efeitos negativos do excesso de esforço, repetitivos ou não, e acaba desestruturando o equilíbrio do corpo

Postura incorreta, a vilã da coluna A postura incorreta em movimentos simples, como sentar numa cadeira, por exemplo, pode causar a médio e a longo prazos doenças desagradáveis como artrose e hérnia de disco. E em curto prazo, causam as dores crônicas desenvolvidas pelos vícios posturais, dores essas inicialmente sentidas na coluna, mas que podem radiar para os braços e pernas, finalizando em um desequilíbrio muscular por todo o corpo. De acordo com o ortopedista, especialista em coluna vertebral, Dr. Jean Valber, na maioria das vezes as dores na coluna não são decorrentes de problemas graves. Geralmente são dores musculares, mas que se não forem cuidadas de forma adequada e a tempo, geram doenças no futuro. “Quando as dores chegam a um grau mais patológico, elas são causadas por uma hérnia de disco ou artrose, que é o desgaste das articulações da coluna. Essas doenças foram provocadas a longo prazo por vícios de posturas por isso, é de suma importância, que as pessoas desde cedo criem consciência postural para evitar tais incômodos” explica. Outro alerta importante que o especialista faz é com relação à nossa postura no ambiente de trabalho. Como boa parte do nosso tempo é empregado no trabalho, prestar atenção nas posições em que ficamos

quando executamos uma atividade ocupacional é fundamental. Se não temos apoio para os pés quando estamos sentados, apoio para os cotovelos quando digitamos algo no computador, ou se ficamos muito tempo numa mesma posição, estamos sujeitos às conhecidas doenças ocupacionais. Por isso, a adoção da postura correta tem que existir tanto para as atividades de casa quanto no trabalho. Jean Valber ressalta ainda que a postura correta é aquela em que o corpo mantenha o equilíbrio com o menor esforço possível, buscando uma harmonia do ponto de vista fisiológico. “Quando uma pessoa está ereta (na postura correta), ela mantém o mínimo de esforço sobre o corpo, já o contrário impõe sobrecarga aos músculos, aos ossos ou às articulações levando o desgaste dessas estruturas. Cada pessoa tem seu ponto de equilíbrio postural, para identificá-lo é necessário uma avaliação médica. Não há momento certo para fazer essa avaliação, devendo ser observado desde o nascimento. O pediatra tem condições de identificar se a criança tem alguma má formação, e já orientar os pais sobre como agir. A prevenção é importante e é o melhor remédio. Em qualquer idade o acompanhamento médico, uma boa atividade física e a consciência corporal trazem a tão sonhada qualidade de vida”, revela o especialista.

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Valber: A postura correta não requer esforço

“Cada pessoa tem seu ponto de equilíbrio postural, para identificá-lo é necessário uma avaliação médica” Dr. Jean Valber, ortopedista especialista em coluna vertebral

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Entendo o método RMA

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de que a atividade física, o movimento do corpo, nos traz bem-estar. Sou praticante da yoga há 20 anos, mas quando fui pega de surpresa pela paralisia senti a necessidade de agregar algo ao meu tratamento de fisioterapia, foi quando conheci o RMA, pela Ingrid Meneses, que se tornou minha fisioterapeuta. Adorei o método e os resultados obtidos. Estamos em tratamento há um ano e a cada dia me sinto mais disposta, minha musculatura fortaleceu e a dores estão controladas”, revela Lieda Pinheiro. inGRid MEnESES ingridmeneses@click21.com.br 84 9126.0740

Geovana Reis

Na aplicação do RMA (Reprogramação Músculo-articular) é utilizado um adesivo especial chamado célula programadora. Não contém medicamento algum, é colocado em locais específicos do corpo do paciente para reequilíbriar o sistema músculo-esquelético. O tratamento é indicado em casos de dores músculo-esqueléticas e nos desequilíbrios biomecânicos. Depois de sofrer uma paralisia facial há quatro anos, em decorrência de um vírus, a bibliotecária aposentada, Lieda Pinheiro, encontrou na fisioterapia e na acupuntura a cura para suas dores e desconfortos. “Eu sempre fui uma esportista, quando jovem jogava vôlei. Então já tinha consciência

A fisioterapeuta Ingrid Meneses aplica várias técnicas em seus pacientes

“Eu sempre fui uma esportista, quando jovem jogava vôlei” Lieda Pinheiro, bibliotecária aposentada

CONTROLANDO O STRESS O stress é um dos fatores que mais provocam dores musculares. São dores intensas, as vezes, sem histórico traumático, tudo gerado pela tensão nos músculos provocada. Para solucionar o problema, recomenda-se, além de um tratamento especializado, técnicas de relaxamento que incluem, por exemplo, aulas de yoga, acupuntura ou uma boa massoterapia. Importantes instrumentos para o relaxamento muscular. A escolha por uma terapia corporal pode auxiliar no tratamento de dores musculares e de coluna. A acupuntura, alinhada às terapias manuais, por exemplo, forma um conjunto de tratamentos holísticos que está dando resultados positivos na busca pelo equilíbrio da postura. Segundo a fisioterapeuta especialista em acupuntura, Ingrid Meneses, a coluna é nosso eixo, encontrar o equilíbrio é literalmente entrar no eixo. “Quando pego um paciente pela primeira vez faço uma avaliação postural e energética. Tenho o cuidado de identificar que tipo de

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terapias posso utilizar para melhorar as dores e a postura daquele paciente, porque trabalho com um arsenal de opções que passam pela acupuntura, RMA, terapia manual e pilates, tudo para buscar a melhor técnica para a necessidade do paciente”, esclarece a fisioterapeuta. Ingrid Meneses ressalta a importância do profissional da fisioterapia não ficar preso a uma só técnica na aplicação do tratamento. Para a especialista, hoje em dia não se consegue tratar por completo sem ser energeticamente, sem ter uma visão global da necessidade do paciente. Por outro lado as pessoas também precisam estar abertas aos tratamentos, porque quem procura uma terapia corporal geralmente está desequilibrado energeticamente em termos musculares e posturais. “Quem tem problema de coluna precisa ser consciente que terá sempre que se cuidar, com acompanhamento médico e terapêutico. Não há idade para fazer terapia corporal, mas infelizmente, as pessoas não entendem a dimensão da importância desse tipo de tratamento, para seu bem-estar e equilíbrio”, explica a fisioterapeuta.



Fotos cedidas

compromisso 42

Empresa potiguar especialista em produtos ortopédicos assume compromisso com os usuários dos seus produtos

Responsabilidade social “Responsabilidade social também é nossa área”, essa é a frase da Orto-rio, empresa potiguar especialista em produtos ortopédicos. Assim é o projeto “Orto-rio na Praia”, idealizado pelo empresário Leonardo Vasconcelos, que permite portadores de necessidades especiais frequentarem um dos locais de lazer mais democráticos que existe, a praia. O projeto oferece equipamentos de acessibilidade, como cadeiras anfíbias, pranchas de surf adaptadas e uma rede de voley especial para os

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portadores de necessidades especiais desfrutarem o melhor da praia. Para o empresário, a palavra que vem à sua mente quando pensa no projeto é: realização. “Como trabalho oferecendo produtos para pessoas que precisam de auxílio ortopédico, nas mais variadas necessidades, me sinto feliz quando vejo pessoas que antes mal conseguiam estar no calçadão da praia, agora poderem tomar banho de mar, jogar bola na areia ou até surfar. O Orto-rio na Praia nos permite fazer uma inclusão em público. Isso não tem preço, pois nossa filosofia como empresa é proporcionar qualidade de vida ao nosso usuário”, revela. O projeto teve inicio em janeiro e a ideia era que acontecesse sempre no último domingo de cada mês, mas durante o verão o projeto foi à praia todos os domingos, das 8h às 14h, atendendo em média 30 pessoas por dia em Ponta Negra, Pirangi e Genipabu, e a estimativa é que chegue até a Praia do Forte. Segundo Leonardo Vasconcelos,

o Orto-rio na Praia foi inspirado em uma iniciativa semelhante implantada nas praias da orla da cidade do Rio de Janeiro, intitulado Praia para Todos e exibido na novela global Viver a Vida. A Orto-rio tem tradição em responsabilidade social, a empresa patrocina há seis anos o grupo de dança Gira Dança, composto por portadores de necessidades especiais, e há 20 anos é responsável pelo Projeto Rolando a Bola, que oferece a cadeirantes a oportunidade de praticar basquete. Para Leonardo, o compromisso com o outro é de todos, não somente do poder público. “Normalmente não olhamos para as pessoas com necessidades especiais, que também precisam de lazer. Como cidadão, acredito que se cada um fizer seu trabalho não será necessária a intervenção do governo em ações como essa”, declara. Ortorio Fones: 3223-5952/ 3213-6802 www.ortorio.com.br



Cedida

Camila Ferraz

maturidade chapéu

Cada uma no seu

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quadrado Cedida

Por Dênia Cruz

Já se foi o tempo que as pessoas que chegavam à Terceira Idade paravam de trabalhar e se limitavam a atividades lentas, sem muito esforço. Hoje em dia, a Terceira Idade virou a Melhor Idade, contrariando opiniões de quem acreditava que ao passar dos 50 anos a vida parava de ser produtiva. Principalmente para as mulheres, que acompanhando as conquistas da emancipação feminina são extremamente atuantes, nas mais diversas atividades, não esquecendo, claro, o papel de mãe e o especial papel de avó. Mas o que será que as avós dos anos 2000 têm de diferente daquelas avós à moda antiga? Tivemos essa curiosidade e fomos conhecer três mulheres diferentes que têm com um ponto em comum: são avós modernas e dinâmicas, cada uma com sua particularidade. EM REVISTA


Élcia Luz é avó e terapeuta holística, aos 56 anos curte os três netos e acredita que a avó estraga mesmo o neto, e por isso, mantém uma distância saudável. Mesmo tendo a postura da avó independente Élcia participou de perto das gestações das duas filhas, viu os netos nascerem, deu o primeiro banho nos bebês, sem abrir mão da individualidade das filhas e da sua também. “Eu criticava minha avó, minha mãe, mas quando me tornei avó, vi que realmente a gente quer fazer tudo do nosso jeito. Achamos que nossos filhos não têm maturidade para cuidar de uma criança, mas não lembramos que nós também não tínhamos experiência quando fomos mães. Tudo é uma questão de aprendizado, e nossos filhos precisam passar por isso”, comenta a terapeuta.

Élcia atribui sua percepção, de que certa distância na relação avó e neto é necessária, devido à sua profissão. Por ser terapeuta e trabalhar com a consciência, ficou muito mais claro que é preciso criar nossos próprios espaços, “Ser avó é uma relação perfeita. Um neto é um filho seu, mas que você não deu à luz. É o filho do seu filho, é tão mais forte, é uma relação de amor tão intensa, tão profunda, acredito que seja por isso que dizem que os netos são a sobremesa da vida”, explica Élcia. A terapeuta se classifica como uma avó participativa, é a avó das festas, dos momentos de doenças, de alegrias, de dificuldades, mas não é babá. E ressalta que somente em ocasiões muito especiais, e que as babás profissionais não podem acudir, é que ela desempenha esse papel.

Cedida

Avó parceria, mas independente

Élcia Luz e a neta Júlia

“É uma relação de amor tão intensa, tão profunda, acredito que seja por isso que dizem que os netos são a sobremesa da vida” Élcia Luz, terapeuta holística

Avó babá A avó babá é Ivanise Moraes 59 anos casada há 36 anos, mãe de três filhos e muita ativa. Comerciante desde a juventude, mesmo com as atribuições de casa, de mãe e de esposa nunca deixou de trabalhar. Assim, a senhora que não consegue ficar parada, teve que buscar de imediato outras atribuições para suprir sua necessidade de estar sempre em atividade. A solução veio em 2010, quando sua filha mais velha, Cristian Kelly lhe deu a primeira neta, a pequena Laura, que fará um ano de vida agora no mês de abril. “A melhor coisa na terceira idade está sendo ser avó. Acho que é melhor quando se é avó nova, porque temos mais energia. Não é possível comparar uma pessoa de 59 anos

com uma com 40 ou 45 anos, que está com toda força da juventude ainda”. Mesmo antes de Laura nascer, mãe e filha já haviam determinado quem iria cuidar da pequena quando a mãe voltasse a trabalhar. O consenso se deu porque as duas acreditam, que o melhor para Laura é ter nos dois primeiros anos de vida o acompanhamento constante e permanente de alguém da família. Ivanise é uma avó babá assumida e feliz, declara que dá trabalho cuidar de uma criança pequena, mas que ser avó é tão bom que as responsabilidades são secundárias diante do prazer de ter a filha de sua filha aos seus cuidados. “Sou avó de todos os momentos, não sou avó somente de feriado, e

“Sou avó de todos os momentos, não sou avó somente de feriado, e sim de todos os dias” Ivanice Moraes, comerciante

sim de todos os dias”. Quando a filha estava grávida, Ivanise caiu e quebrou o tornozelo; sua maior preocupação era se recuperar o mais rápido possível para poder cuidar da neta quando ela nascesse. “A chegada de Laura foi mais um estímulo para minha recuperação”, conclui. EM REVISTA

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“Gosto de estar por dentro das novidades, por isso tenho Orkut, Facebook, MSN e Skipe para falar com familiares e amigos pelo mundo”

Sônia Sckaff navegando no mundo virtual

Avó hi-tech E o que você diria de uma avó de 75 anos super antenada? Sônia Sckaff é funcionária pública federal aposentada, pernambucana descendente de libanês, solteira, mas tia-avó e bisavó de muitos sobrinhos. Mesmo não tendo casado, Sônia foi mãe adotiva do sobrinho Mario Sérgio, porque sua irmã faleceu prematuramente. A aposentada costuma dizer que Deus não lhe deu filhos biológicos, mas lhe presenteou na vida com filhos de coração. Sônia é o tipo de pessoa que gosta de desafios constantes, por isso, quando se aposentou em 1991, não pensou duas vezes e logo procurou se inserir em atividades que não a deixassem parada. “Eu nunca pensei em ficar sem fazer nada depois de parar de trabalhar, por isso não vi, nem senti, a transição da idade e da aposentadoria. Gosto muito de viajar, na verdade sempre viajei, conheço o Brasil todo. E quando me aposentei entrei num grupo da Terceira Idade, e nós organizamos sempre viagens EM REVISTA

em grupo por vários lugares do país”, revela Sônia. O contato com o mundo tecnológico se deu por sugestão de uma sobrinha, que a aconselhou a comprar um computador e viajar pelo mundo em rede. Foi aí que Sônia contratou um professor particular de informática para aprender os segredos do mundo virtual e tecnológico. Hoje a aposentada é mais “antenada” que muitos jovens concluintes do ensino médio. Sônia faz questão que seus equipamentos eletrônicos sejam de última geração; seu computador desktop tem um terabyte de memória, e seu netbook é acompanhado de um HD externo de 500 gigas, tudo isso para que ela baixe cursos de idiomas e visite os mais diversos sites da net. “Tenho um professor particular de informática porque quero estar sempre me aperfeiçoando no que há de mais moderno. Gosto de estar por dentro das novidades, por isso tenho Orkut, Facebook, MSN e Skipe para falar com familiares e amigos pelo

mundo. Agora estou aprendendo a usar o Twitter e preparando um blog onde pretendo trocar experiências com outras pessoas. Mas tenho cuidado com o mundo virtual, sei que tem muitas coisas perigosas na internet, assim, faço algumas restrições”, conta Sônia, que fala três idiomas (inglês, francês e espanhol), usados periodicamente para trocar experiências com amigos no Brasil e no mundo”, explica Sckaff. Por problemas de saúde o “sobrinho-filho” resolveu trazê-la para morar com ele e sua família, e poder cuidar melhor da “tia-mãe”. Com relação à experiência de ser tia-avó, Sônia declara que se completa, apesar de não ser uma avó babá, presente 24 horas do dia “Sinto-me ativa e feliz, porque meu astral é muito alto e por isso supero os problemas. E quanto aos meu netos, a vontade é de amá-los muito, suprir suas necessidades, e participar de momentos importantes da vida deles” afirma a aposentada.



Por Adriana Keller

meio ambiente

Água. Diga não ao desperdício No dia 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água, um bem natural extremamente precioso para a vida humana, que tem sido tratado com grande desrespeito

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Que 2/3 do nosso planeta são feitos de água, já ouvimos falar certamente, mas poucas pessoas têm a consciência de que seu desperdício pode trazer graves problemas aos habitantes do planeta. A estimativa feita pela ONU, é que em 2025, dois terços da população vão passar pela escassez de água. A história relata que a necessidade dos mais antigos povos era a de se estabelecerem perto de rios e lagos para garantir seu sustento através da agricultura. Mas com o passar do tempo, o homem negligenciou esse bem tão importante, desrespeitando a água, poluindo e desperdiçando. Apesar da Terra ser chamada de Planeta Azul devido à grande quantidade de água, 97,5% dela é salgada, proveniente de mares e oceanos. Apenas 2,5% do total é água doce encontrada na sua maior parte, nas calotas polares. E somente 0,3% é a água disponível em lagos, rios e lençóis subterrâneos. Esses dados são da Internatonal Hydrological Programme da UNESCO.

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SAIBA USAR PARA NÃO FALTAR nO banHO Feche o chuveiro para se ensaboar e depois abra para enxaguar. O consumo cairá de 180 para 48 litros. aO EsCOvar Os DEntEs Escove os dentes e enxágue a boca com a água do copo. Assim você economiza 3 litros de água. na DEsCarGa Verifique se a válvula não está com defeito, aperte-a uma única vez e não jogue lixo e restos de comida no vaso sanitário.

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Xixi no banho... Que nojo! O assunto é sério. E a criatividade brasileira deu seu “ar da graça” com a campanha que a ONG SOS Mata Atlântica, encomendou para a agência F/Nazca. A ideia era sensibilizar a população que, ao fazer xixi no banho, economiza-se a descarga, o que significa até 4.380 mil litros de água por ano. A campanha contou com publicidade na televisão e nas mídias sociais, criou um site muito divertido: www.xixinobanho.org.br com dados incríveis, como o volume diário do consumo de água por pessoa na Região Sudeste, 360 litros dos quais 80% são desperdiçados no banheiro com chuveiro, pia e vaso sanitário e 20% em outros locais da casa. No site, a ONG garante que não há porque ter nojo, pois o xixi é composto de 95% de água, sendo que os demais 5% possuem substâncias como uréia e sal. A campanha, além de provocar, no mínimo, reflexão sobre o desperdício da água, simplesmente ganhou o troféu Leão de Prata na categoria mais significativa do Festival Cannes Lions. Antes disso, o Brasil nunca tinha sido sequer indicado ao prêmio Titanium. E aí? Ainda tem nojo?

Fazer xixi no banho economiza a descarga, o que significa até 4.380 mil litros de água por ano EM REVISTA

na tOrnEira Uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros/minuto. Pingando, 46 litros/dia. Isto significa, 1.380 litros por mês. Feche bem as torneiras. vaZaMEntOs Um buraco de 2 milímetros no encanamento desperdiça cerca de 3 caixas d’água de mil litros. na CaiXa D’ÁGua Não a deixe transbordar e mantenha-a tampada. na LavaGEM DE LOuÇas Lavar louças com a torneira aberta, o tempo todo desperdiça até 105 litros. Ensaboe a louça com a torneira fechada e enxágue tudo de uma vez. Na máquina de lavar são gastos 40 litros. Utilize-a somente quando estiver cheia. rEGar JarDins E PLantas No inverno a rega pode ser feita dia sim, dia não. Use mangueira com esguicho-revólver ou regador. Lavar CarrO Com mangueira são gastos 600 litros de água. Só lave o carro uma vez por mês; use balde de 10 litros para ensaboar e enxaguar. na LiMPEZa DE quintaL E CaLÇaDa Use vassoura. Se precisar utilize a água que sai do enxágue da máquina de lavar.



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EM REVISTA AANO N O 22| EDIÇÃO | E D I 06 Ç Ã|ODEZ0 2010/JAN/FEV 5 | D E Z 2 02011 10/JAN/FEV 2011

ENTREVISTA Fred Alecrim fala sobre inovação e planejamento ALIMENTAÇÃO Com a chegada do calor, conheça os sucos que curam QUALIDADE DE VIDA Nessa estação, mergulhe nos esportes de praia

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