Vilas Magazine | Ed 174 | Julho de 2013 | 30 mil exemplares

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Comunidades apresentam pauta de reivindicações à prefeitura

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nquanto a classe média ia para as ruas reivindicar mobilidade urbana e ciclovias em Lauro de Freitas, representantes comunitários de Itinga, Areia Branca, Vida Nova e Portão marcavam reunião com o prefeito Márcio Paiva (PP) para tratar de transporte público. A motivação era a mesma: a onda de protestos que varre o país. Um encontro preliminar na secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública deixou claro que o grupo não aceitava menos do que a presença do prefeito. Márcio Paiva não pode comparecer, justificou depois, porque estava em reunião com o secretariado para tratar do que vem ocorrendo no país. “Fizemos um plano de ação”, disse o prefeito. Para ele, as pessoas “estão cansadas de ouvir político falar”. Disposto a passar do discurso à prática também na questão do transporte público, Márcio Paiva ouviu uma lista de 28 demandas assinada por 16 representantes comunitários. Paulo Sacramento, representante da Comissão de Transportes de Itinga, tratou logo de ecoar a voz das ruas e avisou que “hoje não está aqui a Comissão de Transportes, hoje está aqui o povo todo”. Acrescentou que o grupo “é contra essa baderna que está aí na rua, contra o vandalismo”, mas que há

demandas a atender. Nenhuma delas é nova e quase todas estão fora da alçada da prefeitura por tratar do transporte intermunicipal, que liga Lauro de Freitas a Salvador – ou do metrô, que a comunidade quer “até Portão, como foi combinado há dois anos”. Como a competência é do governo estadual, desde logo o grupo pediu uma reunião com o governador Jaques Wagner. Mas o descalabro é maior no serviço municipal, explorado pelos chamados “topiqueiros” mediante permissão direta da prefeitura. As queixas são generalizadas e de todos os tipos, incluindo motoristas embriagados, cobradores que dirigem ônibus e desrespeito aos usuários. De acordo com os representantes comunitários, os “topiqueiros”, por exemplo, estabeleceram um limite para o número de passageiros idosos que transportam. Preenchida a cota, os demais ficam na calçada. Para Wellington Santos, da Associação de Moradores do Parque Santa Rita, em Itinga, “eles acham que são donos do sistema”. E acrescentou: “não é possível uma cidade como Lauro de Freitas ter um transporte público tão ruim”. Márcio Paiva, que anteriormente declarou ser contra a realização de uma licitação para Vilas Magazine

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Julho de 2013

Prefeito Márcio Paiva (centro) ouve de­ mandas de representantes comunitários

as concessões do transporte público municipal, disse que é preciso “respeitar os bons permissionários e retirar os que não prestam”. O prefeito admitiu a “péssima qualidade” do transporte coletivo em Lauro de Freitas e prometeu “asfaltar 90% da cidade para que as vans cheguem a todos os lugares”, inclusive com a criação de novas linhas. Mas nem só de transporte coletivo se falou. A “implantação de ciclovias em todos os bairros da cidade” é uma das demandas apresentadas. A implantação de pontos de ônibus cobertos e com assentos é outra. Veículos com menos de dez anos de uso e acessíveis a pessoas em cadeiras de rodas, mais duas. O grupo reivindica ainda a conclusão do terminal de ônibus de Portão, obra iniciada no ano passado, implantação da meia passagem para estudantes, mudanças no trânsito do Largo do Caranguejo e a reabertura de negociações com a Concessionária Bahia Norte em torno do pedágio de Areia Branca. Presentes à reunião, as vereadoras Naide Brito (PT) e Aline Oliveira (PP) e os vereadores Lula Maciel (PT) e Mateus Reis (PSDB) comprometeram-se com a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal em torno do tema. Além disso, ficou acertado que as propostas serão estudadas e que a prefeitura conversará mais com o grupo.


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