31 Histórias de Todos Nós (Degustação)

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História de todos nós

Pensava no começo... De onde eu tirei essas histórias? Mesmo no início, antes de desvendar a autoria desses contos, eles começaram a habitar minha mente, minhas folhas, cadernos, agendas... Reparei que a minha limitação era o desafio a ser vencido pelo “Escritor”. Assim é que são assinadas as autorias desses contos. De todos os contos desses últimos cinco anos foram selecionados 31, pois a proposta é um conto por dia. A cada final do conto, há uma reflexão para servir de proposta de novos pensamentos para as nossas 24h. Intuição é algo que preenche essas mensagens do início ao fim. Por que “Histórias de todos nós”? São sentimentos em forma de textos, são personagens em forma de lições, são emoções trabalhadas em cada linha traçada. Parece um feixe de luz que não se incomoda em brilhar num acanhado filtro como eu. O Escritor recolhe histórias entre o céu e a Terra e as transforma em contos emocionantes...

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Viagem estelar


Viagem estelar

Era noite e, para mim, diferente de todas as noites. Havia começado meu dia bem cedo e, ao chegar em casa, comentei com a família que precisava ir dormir, pois um sono incontrolável me dominava. “Adormecendo o homem, o espírito desperta”. Todos dormiam em casa quando me senti ser transportado em espírito por amigos espirituais, com toda segurança. Juntamo-nos a uma caravana de espíritos: uns, desencarnados; outros, encarnados. Percebia que o ponto de encontro era uma praia deserta. Eu, em particular, saía da cidade do Rio de Janeiro. Os que têm laços de amizade costumam se reunir, independentemente do local, e se sentem felizes por estarem juntos. Os amigos pediam lucidez e vontade para superarmos alguma recorrência das limitações normais do corpo, pois iríamos volitar. Rememorei experiências de volitação até chegarmos a um espaço tranquilo, cercado de jardins, muito parecido com a entrada de um cinema de grandes proporções, com aparência/fachada modernizada: um ambiente claro e arejado. Assim que aterrissamos no local, indicaram-nos poltronas confortáveis, onde nos sentamos.


Reparei que estava num auditório lindo, que misturava uma construção antiga com a mais alta tecnologia. Em seguida, pediram telepaticamente que nossos pensamentos vibrassem na sintonia de cânticos de amor. E, imediatamente, obedecendo a esse pedido, fezse música no ambiente. Escutei um coro infantil louvando a Deus, numa verdadeira prece de amor. Preparavam o local para o que aconteceria após. Fomos envolvidos por aquele momento especial e não me lembro de ter visto alguém daquela caravana que não tivesse derrubado lágrimas pela gratidão do instante. Nossas poltronas lentamente foram inclinadas para trás, proporcionando-nos uma visão da cúpula do edifício. Foi nesse momento que ‘vivi’ a mais moderna tecnologia dos engenheiros do espaço aliada à sensibilidade dos artistas de Deus. A cúpula, como se tivesse uma engrenagem retrátil, foi se abrindo para avistarmos a mesma noite que envolvia a nós, espíritos na Terra. Pudemos ver a imensidão quando estamos longe da limitação do corpo físico, enxergamos com potencialidade de espírito.


Tudo é lindo! Mesmo sem compreender o que estava acontecendo, percebemos que começaram a projetar no céu estrelado, um filme que trazia a impressão de tridimensionalidade, pois nos sentíamos dentro do ambiente projetado. Sentíamos o aroma das paisagens e os sons se faziam presentes dentro da nossa capacidade auditiva.

A cena iniciou-se com o caminhar descalço de pés femininos. A mulher apresentava uma vestimenta da época de Jesus. Caminhava angustiada e sua veste apresentava respingos de sangue. Logo reparamos que nos reportaram à passagem do Evangelho que conta da mulher hemorrágica. Seu sofrimento e tristeza pareciam ser nossos, pois dentro do peito sentíamos a cena. Vimos a mulher encontrando-se com um homem que apontava o local onde ela poderia ver o rabino. Impressionante! Em nosso coração, conseguimos sentir a aceleração das batidas do coração enquanto caminhava apressadamente. Quando encontrou uma multidão, reparou que todos aguardavam que Jesus fizesse algo por eles. No entanto, ela não quis aguardar: queria buscar a cura. Mesmo fraca e com sede, movimentou-se, dentro do seu próprio espírito, a potencialidade da alma mais importante do ser em evolução: a vontade. A maravilha é que a vontade dela conectava-se com a de todos que ali assistiam ao filme. Parecia que todos nós éramos um só corpo. Lindo! De repente, pelos olhos da personagem, vimos as sandálias e a túnica do Mestre. E, como esperávamos, na cena, a mão da moça lentamente foi se aproximando das vestes do Cristo.


Nesse momento, reparamos que também erguemos nossas mãos para tocá-lo, instantes sem igual, cada qual fez seu pedido. Pedi, com toda a sinceridade da alma, que os influxos de pensamentos doentios, de ingratidão e de impaciência pudessem não fazer mais morada dentro de mim. Uma descarga de energia poderosa percorreu meu espírito e me serenou, me amou e me encheu de esperança. Não tenho todas as palavras para expressar aquilo que vivi, senti e recebi. Só sei que era uma noite de amor. Ao terminarmos o encontro, emocionados e ainda sentindo verdadeiramente a presença do Mestre, começamos a nos organizar em silêncio para não perder nenhum sublime eflúvio que impressionara a alma. Foi nesse momento que avistei o diretor da fábrica onde trabalho: o senhor Norberto. Nossos olhos em espírito se encontraram, sem necessidade de palavras. A volta foi de sublime viagem. Cada qual foi levado por mãos amorosas para seu lar de destino, das casas mais humildes às mais suntuosas. Quando me aproximei, reconheci o morro querido onde nasci, cresci e me casei. Retornei ao leito onde meu corpo adormecido se encontrava.


No dia seguinte, despertei muito cedo. Trazia no meu coração uma alegria imensa. Mesmo não lembrando da noite maravilhosa, os registros de amor estavam dentro de mim para sempre. Era como um sonho do qual eu não conseguia me lembrar direito, mas intuía que tinha sido muito bom. Meu cargo na empresa era de motorista da diretoria. E, como fazia todos os dias, fui buscar o senhor Norberto na casa dele. Naquela manhã, entretanto, ao abrir o portão, o senhor Norberto também trazia um semblante de gratidão e alegria imensa. Ao me avistar, disse-me: - José, esta noite acho que sonhei com você! Estávamos aprendendo a pescar... Houve risos de nós dois. E logo nos abraçamos. Acredito que trabalhadores da última hora não são escolhidos pelas posições sociais ou pela formação acadêmica... Acho que são escolhidos pelo coração. Benditas sejam as noites estreladas! Quem sabe ainda nesta noite poderás ser tu a viajar nesta excursão que preencherá teu coração de recursos de amor e esperança para dividir e compartilhar.

Medite HOJE Como posso me preparar para um sono tranquilo e com proveito espiritual? Qual é a real importância das diferenças intelectuais e sociais com que nos deparamos cotidianamente?.


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26 O laço da fÊ


O laço da fé

Numa visão ainda tímida, queremos contar a vocês três casos singelos e bonitos que presenciamos espiritualmente ao visitar, no sul do Brasil, uma pequena cidade cuja maioria dos habitantes apresentava poucos recursos materiais ou espirituais. Essas visitas espirituais são de grande ensinamento e deixam marcas luminosas em nossos espíritos aprendizes. Sempre entramos nos lares como almas irmãs, pedindo licença para aprender e, se for possível, auxiliar. Aproximando-nos da cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul, avistamos uma casa de esquina, com muro pintado de vermelho. Nossos instrutores nos convidavam a entrar. O senhor Sebastião ali morava com a esposa idosa, acamada. Os filhos moravam distantes e, de tempos em tempos, vinham visitá-los. Avistamos o marido ao lado do leito da esposa, fraca e enferma. Ele rogava a Santo Antônio de Pádua: - Meu Santo Antônio de Pádua, sempre carregando o Menino Jesus no colo, peço que segure minha Tonha no mesmo colo, que veja com seus olhos santos o que ela tem e que me diga o que devo fazer. A súplica era tão verdadeira que nós, espíritos aprendizes, sentimo-nos tocados pelo grande amor que emanava daquelas palavras.


Na mesma cidade, em outro pequeno bairro, encontramos pai e filho dentro de casa. O pai estava visivelmente desesperado. Naquele dia, além de terem a luz da casa cortada, não haviam conseguido o dinheiro para comprar gás. Acompanhando os registros da visita, percebemos a situação: a mãe abandonara o lar, o filho e o marido. Esse, sem apoio, resistia como podia. Naquele exato momento, nós, amigos espirituais, pudemos presenciar a súplica desse pai: - Maria Santíssima, Mãe de Jesus, cuide do meu menino! Não deixe que ele passe mais necessidades do que as do dia de hoje. Suplico que retire de mim as forças de homem e passeas a ele, para que ele consiga fortalecer-se.

O pai chorava copiosamente e nós, na soleira da porta, também choramos.


Seguimos nossa jornada de visitas. Num bairro mais bem cuidado, entramos numa casa muito bonita, com um belo jardim e sala confortável. Aproximando-nos da cozinha, reparamos que algo de muito estranho havia acontecido. Vimos copos virados, cadeiras jogadas de pernas para o alto, cortina rasgada. No canto da cozinha, uma amorosa mãe envolvia com seus braços a filha de aproximadamente 20 anos e dizia: - Dr. Bezerra de Menezes virá nos atender. Acalme-se, filha! Esses envolvimentos espirituais vão cessar, pois vamos aprender, juntas, o caminho do amor e do perdão.

Olhando para alto, suplicou: - Dr. Bezerra de Menezes, sei que reconhece minha voz, pois suplico desde o nascimento da minha menina. Acuda esses espíritos que devassam nossa consciência e liberte minha filha. Nós, espíritos em vigília, suplicamos também pela presença do sublime médico. Mais adiante, num campo de plantação de arroz, observamos uma família oriental que, seguindo uma tradição de seus antepassados, em gratidão pela colheita, uma vez por ano visitava casas da cidade para levar um cesto de alimentos aos mais necessitados. A família toda se reunia. Filhos que moravam em outra cidade vinham para esse grande ato de amor. Todos os anos, com cestas de frutas e leguminosas, saíam ao final da tarde, cantando músicas típicas de seu país de origem.


Prece atendida... Enquanto separavam alimentos e roupas, duas jovens, netas do casal de japoneses, foram “inspiradas” a ir à casa do pai do menino abandonado pela mãe.

Prece atendida... O casal de japoneses, fiel à lei de doar o que abundantemente recebera durante o ano, entrou na bonita propriedade e, ao ser atendido pela mãe desesperada, compreendeu que ali Deus estava chamando. Sem perguntar, o casal levantou a menina do chão, auxiliou na organização da casa, ofereceu chás de ervas calmantes e pediu para orar pelos antepassados, prometendo voltar muitas outras vezes. Prece atendida...


Medite HOJE Terminara nosso estágio. Profundamente tocados, entendemos que a fé é como um fio do qual seguramos uma ponta, enquanto a outra fica disponível para quem quiser experimentar essa conexão com Deus.

Juntos formamos um laço na história do espírito e do humano. Por Maria, pelo Dr. Bezerra, por Santo Antônio de Pádua, pelos antepassados... Que sempre seja assim!

A vida trilha caminhos que desconhecemos, porque ela tem conexões que não enxergamos e nem podemos prever. Por isso, necessitamos da fé em leis sábias que nos regem e que encaminham os acontecimentos para as melhores soluções.



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