REAGE PETROLEIRO QUEM SOMOS
O Brasil e o mundo assistem a mais uma crise de seus sistemas econômicos. Políticas de austeridade insistem na receita de jogar o peso desta
Somos petroleiros que se cansaram de ficar assistindo calados à ruína da
conta, que se iniciou no colapso dos sistemas de crédito bancários, no traba-
empresa onde construímos nossas vidas, de nossos postos de trabalho, de nos-
lhador, restringindo seus direitos. A Europa passa por um processo de gran-
sos direitos, chamados de privilégios enquanto os bancos e mercados recebem
de transformação, cujo resultado final, diante de um sindicalismo perdido,
vultuosas ajudas, doações de campos de petróleo e incentivos ao livre merca-
caminha para a degradação econômica e social resultante de medidas, que,
do de derivados às custas da nossa sangria e da Cia. Entendemos que é hora de
em países como Grécia e Espanha, acumulam fracassos
nos unirmos em defesa da Petrobras, dos nossos empregos
como taxas de desemprego de 23 e 18%, respectivamen-
e das nossas vidas. Precisamos nos unir para construir um
te, drástica queda dos salários médios e aumento sensí-
grande movimento que dispute a sociedade para a impor-
vel da informalidade e subempregos.
tância da soberania energética e da defesa da Petrobras para o nosso País! Sentíamos que tal necessidade não era
BRASIL DIANTE DE UM ABISMO
atendida pelas nossas organizações coletivas de classe à
Diante deste cenário, o Brasil tenta seguir os mes-
altura desta importância. Impulsionados por esta realidade,
mos passos catastróficos. Segundo o próprio (des)gover-
um grupo de petroleiros iniciou este coletivo com o propó-
no de Temer, esta Espanha supracitada é o exemplo a ser
sito de ser uma organização de trabalhadores com ideias e
seguido. É nesta conjuntura que nós, trabalhadores petro-
visões diversas, mas tendo em comum o ideal de defesa de
leiros, nos tornamos a pedra filosofal. Margaret Thatcher,
nossos direitos acima de quaisquer outros interesses.
ao decidir pelo neoliberalismo na Grã-Bretanha, escolheu,
REAGE PETROLEIRO
cirurgicamente, a classe dos mineiros como ponto de par-
Uma categoria que sempre esteve à frente das lutas dos trabalhadores
tida. Mais que privatizar as minas e fechar postos de trabalho, ela objetivava
brasileiros não pode fugir de seu papel de vanguarda neste momento. Dessa
destruir a resistência da maior organização trabalhista à época. Não é coincidência, portanto, vermos contrarreformas no campo polí-
forma, convidamos todos(as) petroleiros(as) a construirmos juntos este co-
tico assim como metas não cumpridas por iniciativas da própria Cia, cortes
letivo. Diante de tais ataques, não nos cabe outra alternativa senão resistir,
de custos associadas à precarização das condições de trabalho e “impair-
não nos cabe outra estratégia que não a coletiva. Portanto, por você, por nós
ments” em cascata, que desaparecem com lucros de US$90 bilhões em ba-
e pelos(as) trabalhadores(as) deste País, pela dignidade de tudo o que cons-
lanços que mais parecem catapultas, no nosso cotidiano petroleiro.
truímos, inclusive a história de nossa empresa: Reage Petroleiro!
unir os petroleiros de todo o país
contra a redução do efetivo No dia 21 de julho aconteceu a audiência sobre a diminuição do número mínimo dos postos de trabalho de operação. O juiz iria julgar a ação do sindicato em até 2 semanas. Mas, atendendo aos “apelos” da empresa, no fim do dia 25 de julho, deixou reduzir o número mínimo, onde já está sendo praticado desde o turno das 7h do dia 26 de julho. É importante um calendário de mobilizações a fim de pressionar a direção da empresa e os seus gerentes. Estamos na véspera dos Congressos nacionais da FNP e da FUP, é importante que esta seja nacionalizada. Que tenhamos um calendário de luta comum entre todos os sindicatos e uma pauta comum para esta luta. Que unamos os petroleiros do turno com o horário administrativo, das refinarias com as plataformas, das áreas operacionais com as áreas administrativas, da Petrobrás com a Transpetro, ou seja, pela máxima unidade entre os trabalhadores contra esse grande retrocesso. Para conseguir esta união é necessária uma pauta que unifique. Propomos uma campanha por concurso público emergencial para garantir a reposição do efetivo e a segurança nas unidades operacionais. Concurso para os cargos de Operação, Manutenção, Segurança, Inspeção, Engenharia, dentre outros, é fundamental em alternativa a redução dos postos de trabalho e o fechamento das unidades, como quer a gestão da Petrobrás. A CIPA fez uma importante contribuição na luta contra a redução. Com um embasamento mais técnico subsidiado pelos estudos da Fundacentro, os 9 cipistas eleitos registraram em ata da reunião um documento com posicionamento contrário a redução do número mínimo, argumentando que isso gerará mais acidentes nas refinarias. Este documento está sendo utilizado em outras refinarias da Petrobrás.
LEIA NAS PRÓXIMAS PÁGINAS UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A NOSSA LUTA
PÁGINAS 2 E 3 > Em defesa das refinarias Basta de acidentes e assédio
PÁGINA 4 > A Greve Geral e a aprovação da Reforma Trabalhista Reflexões sobre a cultura do estupro