Adverso 223

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Maricélia Pinheiro

Conjuntura Nacional

Paulo Mors, em Audiência Pública, na Assembleia Legislativa:

“Luta promete ser longa. Sejamos fortes!” Professores da UFRGS, da UFCSPA, do IFRS e do IFSul participaram de uma Audiência Pública, na Assembleia Legislativa, no dia 11 de novembro, para debater os impactos da PEC 55 e da MP 746 nos Institutos Federais. O evento, que reuniu reitores, diretores, sindicalistas, estudantes e parlamentares, lotou o auditório Dante Barone. O presidente da ADUFRGS-Sindical, Paulo Machado Mors, que compôs a mesa de debatedores, defendeu a educação pública como um direito de todos os cidadãos. “Leio o cartaz à minha frente que diz: 'Educação não é gasto, é investimento”. Que país é esse que precisa ficar repetindo essa obviedade? É o mesmo país que trouxe a Previdência Social para dentro do Ministério da Fazenda. Aquilo que deveria ser uma estrutura de apoio solidário é encarado, agora, apenas como um negócio”. Alertou: “A forma de privatizar a educação é muito cruel. É esse processo de redução da educação pública que abre caminho para a privatização. Nossa luta contra as reformas promete ser muito longa. Sejamos fortes!”, conclamou. O presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Cien-

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tífica e Tecnológica (Conif) e reitor do IFSul, Marcelo Bender, disse que os cortes nos investimentos, previstos na PEC 55, irão inviabilizar a concretização dos campi em estágio de implantação. Por sua vez, a reitora do Instituto Federal Farroupilha, Carla Comerlato Jardim, avalia que “a PEC vai impor à sociedade brasileira tempos de penúria e tristeza”. Falando em nome do IFRS, o reitor em exercício Amilton de Moura Figueiredo, advertiu que a PEC 55 trará um retrocesso “à situação precária vivida pelas universidades na década de 90” e defendeu a unificação dos movimentos de protesto, “para que não seja negado a esta juventude um futuro melhor”. “Não é crise, é projeto” A audiência também deu destaque aos movimentos estudantis, que realizaram ocupação em diversas escolas do Estado. Manuela Ribeiro, 15 anos, aluna do IFSul Campus Pelotas, foi incisiva: “Essa PEC afeta as crianças, os jovens, as futuras gerações, que terão de contar com um serviço público ainda mais precário. O nome disso é sucateamento da educação pública. A crise educacional no Brasil não é uma crise, é um projeto”, disse a jovem.


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