Revista Santos Modal - ed 53 (Jun/Jul)

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SINDICALISMO Trabalhadores lutam para manter as conquistas históricas em um novo cenário econômico mundial

NEGÓCIOS

Cresce a participação da EcoRodovias no cais santista

TALENTOS LOCAIS

Especialistas defendem que empresas fortaleçam ações internas para formação de lideranças

RODOVIÁRIO

Governos lançam linhas de crédito para renovação de frota de caminhões

junho | julho 2010

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dezembro | janeiro 2010


:: índice

06 Programa Renova SP Rodoviário

Financiamentos com taxa de juro de 5,5%

08 Marítimo O novo navio oceanográfico brasileiro

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11 Dragagem Porto de Santos

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aguarda homologação

14 CAPA GREVES DE HOJE, CONSEQUÊNCIAS DO PASSADO

19 Offshore Petrobras

08

19

bate recorde de produção

22 Eventos Logisvale 2012 11 edição 53 junho | julho 2012 Foto da Capa: imagensaereas.com.br

Leia também

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Portos do Brasil Talentos locais

Especialistas defendem que empresas fortaleçam ações internas para formação de lideranças

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editorial ::

:: expediente Diretora Vera Moraes vera@santosmodal.com.br

O PAPEL DO BRASIL NO ATUAL CENÁRIO ECONÔMICO

:: Editora Érica Amores - Mtb 34.455 jornalismo@santosmodal.com.br

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economia internacional chega ao meio deste ano de 2012 em clima tenso. A crise econômica que afeta a Europa e que já reflete nos Estados Unidos está colocando em pauta qual será o papel do

Brasil neste cenário. Os mais otimistas acreditam que o País atrairá mais capital investidor, impulsionado pela estabilidade política e perspectiva de crescimento. Já os mais pessimistas

Redatores Alessandro Padin Sabrina Souza :: Assinatura assinante@santosmodal.com.br :: Distribuição Principais empresas do setor,

defendem que é questão de tempo para que os efeitos negativos

administrações portuárias,

sejam sentidos com mais consistência por aqui.

Ministério dos Transportes, representantes de

Os leitores que recebem esta nova edição da Revista SANTOS MODAL podem tirar as suas próprias conclusões. O mesmo

órgãos governamentais e assinantes ::

Brasil que tem resultados baixos de crescimento do PIB e uma

Santos Modal é uma publicação

indústria que sofre com a entrada de produtos manufaturados

bimestral da Editora

mais baratos é o que vê os portos, como o de Santos, baterem recordes de movimentação de cargas, principalmente por conta do embarque de commodities. Como atingir o equilíbrio, de forma que todos os segmentos cresçam em igual proporção?

Oliveira & Moraes Ltda-ME Tel.: 13 - 2202-8070 / 2202-8066 www.santosmodal.com.br :: As matérias assinadas são de responsabilidade

Como consolidar o País como o local seguro para que novos

de seus autores e não representam,

investimentos sejam feitos, gerando divisas e estimulando o

necessariamente, a opinião da editora. A responsabilidade sobre as fotos publicadas

pleno emprego? A resposta está com vocês.

são das empresas cedentes e anunciantes. :: É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação sem autorização prévia, bem como das notas ou

Boa leitura!

matérias publicadas no site www.santosmodal.com.br

Alessandro Padin

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rodoviário ::

por Alessandro Padin

Arquivo Renova SP

Corrida contra o tempo

Envelhecimento da frota de caminhões no País acende a luz amarela dos governos Estadual e Federal, que investem agora em financiamentos para o setor

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tualmente, de acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a idade média dos caminhões que pertencem aos caminhoneiros autônomos no País, é de 19,3 anos, e entre as empresas, é de 8,4. O percentual de caminhões que ainda circulam pelas rodovias brasileiras com mais de 20 anos de uso chega a 32% da frota total. Além disso, 17% têm mais de 30 anos de uso. No Estado de São Paulo, são mais de 610 mil veículos registrados, sendo 30% da frota com mais de 30 anos de uso. Em Santos, dos seis mil veículos de carga que circulam na região portuária, mil deles possuem esse mesmo tempo de utilização, segundo informou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Estes dados acenderam a luz amarela dos governos Estadual e Federal para este envelhecimento da frota nacional. Veículos com

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muito tempo de uso causam problemas de mobilidade no trânsito, problemas mecânicos provocam congestionamentos e riscos de acidentes e, no caso da atividade portuária, muitos caminhões com longo tempo de estrada são utilizados no transporte de adubo e outros tipos de carga transportada a granel. “A ABMP (Associação Brasileira dos Municípios Portuários) fez uma avaliação sobre o que acontece com a frota de caminhões que opera nos principais portos brasileiros. O nosso diagnóstico mostra que o destino dos caminhões mais antigos acaba sendo a atividade portuária, fazendo transporte entre porto e retroporto, circulando na maior parte dos casos nas áreas urbanas dessas cidades”, afirmou recentemente o prefeito de Santos e presidente da ABMP, João Paulo Tavares Papa. Para minimizar os efeitos do envelhecimento dos veículos de carga no Estado de

São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, anunciou, em maio, a implantação de um projeto piloto, o “Programa de Incentivo à Renovação de Frota de Caminhões - Renova SP”. O acordo foi formalizado com a assinatura de protocolo de intenções entre a Agência de Fomento Paulista e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (Sindicam). “O objetivo é estimular a aquisição de veículos menos poluentes e que possibilitem melhores condições de trabalho dos caminhoneiros que atuam no transporte de carga na região portuária de Santos”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa. Estudo apresentado na Faculdade de Medicina da USP mostrou que 59% dos caminhoneiros sofrem de lombalgia,


:: rodoviário Du Amorim

Com o Renova SP, do Governo do Estado, os caminhoneiros terão acesso a financiamentos com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de parcelamento em até 96 meses, incluindo carência de seis meses doença que é uma das principais causas de afastamento do trabalho. De acordo com o programa, os caminhoneiros terão acesso a financiamentos com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de parcelamento em até 96 meses, incluindo carência de seis meses. Para a equalização das taxas serão disponibilizados, nesta primeira etapa de implementação do projeto piloto, recursos de R$ 45 milhões. Serão atendidos os caminhoneiros que operam há mais de um ano no Porto de Santos e que utilizam veículos com mais 30 anos de uso. O programa prevê, ainda, que o veículo antigo deverá receber tratamento adequado, sendo retirado de circulação e destinado para reciclagem em centros especializados. Para aprovação do modelo de concessão de crédito da Agencia de Fomento Paulista é preciso que a documentação do veículo também esteja em ordem. BNDES - “O governo precisa estabelecer condições especiais voltadas para esse público particular. Outro aspecto é a questão da normativa, a regulamentação para reciclagem que precisa ser definida por norma federal, e que garanta a inutilização completa do caminhão antigo, para que ele não seja repassado pra frente e continue rodando em outras praças. Acho que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é o ministério que precisa capitanear o processo, mas ele tem que contar com apoio do Ministério do Meio Ambiente, da Secretaria de Portos, Ministério da Fazenda, BNDES. E o nosso papel, da associação e também dos sindicatos do setor, é buscar um encaminhamento mais rápido dessa política”, destacou Papa. O pedido do prefeito de Santos e presidente da ABMP começa a ser atendido. Como parte do pacote de medidas anunciado pelo Governo Federal para o estímulo ao investimento econômico do país, o BNDES reduziu taxas e deixou de exigir valor de entrada para as aquisições de veículos e equipamentos de

Governador Geraldo Alckmin na assinatura do protocolo de intenções entre a Agência de Fomento Paulista e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (Sindicam) transporte rodoviário de cargas. O programa Procaminhoneiro agora conta com taxa de juros de 5,5% ao ano. Anteriormente, esse índice era de 7%. Outra mudança é o financiamento total (100%). Até então, o comprador precisava dar uma entrada de, no mínimo, 10% do valor. Para o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), senador Clésio Andrade, as novidades são positivas para o setor, que se esforça para renovar a frota de caminhões. “A CNT defende uma política de governo para a renovação da frota, seja por razões econômicas, para tornar mais eficiente a atividade transportadora, seja por questões ambientais. Os novos caminhões com padrão Euro 5, obrigatórios desde este mês de abril, emitem muito menos poluentes”, concluiu Clésio. O prazo máximo de financiamento, pelo Procaminhoneiro, é de 96 meses. Os recursos do programa podem ser utilizados para financiar a aquisição não apenas de caminhões, como também chassis, caminhões-tratores, carretas, cavalos-mecânicos, reboques, semi-reboques e carrocerias para caminhões, novos ou usados, com idade de até 15 anos, de fabricação nacional. Segundo a proposta da CNT, se forem retirados, anualmente, 50 mil veículos com mais de 20 anos de uso de circulação, é possível, até 2023, reduzir a

idade média da frota para 7,8 anos. Equipamentos - O apoio financeiro do Procaminhoneiro está limitado a, no máximo, uma unidade de cada componente (cavalo-mecânico, chassis e carroceria) por transportador autônomo e a, no máximo, três unidades de cada componente (cavalomecânico, chassis e carroceria) por empresário individual ou microempresa. Os benefícios podem ser aproveitados por pessoas físicas com renda anual igual ou inferior a R$ 2,4 milhões de reais; empresários individuais e microempresas, do segmento de transporte rodoviário de carga, com receita operacional bruta anual igual ou inferior a R$ 2,4 milhões ou, ainda, sociedades de arrendamento mercantil ou bancos com carteira de arrendamento mercantil. O Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que financia máquinas e equipamentos, foi prorrogado por mais um ano, até dezembro de 2013. Pelo programa, as taxas para compra de ônibus e caminhões também foram reduzidas, de 10% para 7,7%, e o prazo máximo de amortização foi estendido de 96 meses para 120 meses. O nível máximo de participação do BNDES foi elevado de 80% para 100% para micro e pequenas empresas e de 70% para 90% (grandes empresas). :: junho | julho 2012

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marítimo ::

por Alessandro Padin Du Amorim

Alpha Crucis: O novo navio oceanográfico brasileiro

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Embarcação vai incrementar pesquisas no País e facilitar projetos colaborativos entre cientistas que realizam estudos no Atlântico Sul

om o objetivo de aumentar a competitividade da ciência brasileira em oceanografia, entra em operação no segundo semestre o novo navio oceanográfico brasileiro, o Alpha Crucis. A embarcação (então chamada Moana Wave) foi comprada da Universidade do Havaí em 2010, em parceria firmada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Universidade de São Paulo (USP). O processo de aquisição, de reforma e transferência dos Estados Unidos para o Brasil durou 15 meses, até 29 de março, quando o

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Alpha Crucis iniciou a viagem de 43 dias até o Porto de Santos. O custo final do navio foi de 11 milhões de dólares, entre recursos da Fapesp e da USP. O projeto para compra da embarcação, hoje batizada com o nome da estrela que representa São Paulo na bandeira do Brasil, foi apresentado pelo Instituto Oceanográfico da USP, que será responsável pela gestão do uso e manutenção, em março de 2010. “Esse é mais um fruto dessa ótima parceria entre a Fapesp e a USP, que, além do Alpha Crucis, também terá o Alpha Delfini, um navio novinho, um pouco menor, que será entregue

em breve para aprofundar as nossas pesquisas oceanográficas”, afirmou o governador Geraldo Alckmin durante a entrega oficial do novo navio oceanográfico brasileiro, realizada dia 30 de maio no Porto de Santos. Com grande autonomia para permanecer em alto-mar - até 40 dias sem reabastecimento - e capacidade de transportar equipes maiores de pesquisadores e especialistas de várias disciplinas, a embarcação vai incrementar pesquisas no País e facilitar projetos colaborativos entre cientistas no Brasil e em países que realizam estudos no Atlântico Sul, um dos


:: marítimo oceanos menos conhecidos do mundo. O projeto para equipar o Alpha Crucis foi planejado para atender, também, as necessidades de pesquisas em biodiversidade e mudanças climáticas. Com 64 metros de comprimento por 11 de largura, a embarcação tem dois motores e um sistema que permite que fique parada em alto-mar para pesquisas sobre correntes marinhas. Entre outros instrumentos instalados estão uma ecossonda multifeixe, que permite fazer o levantamento do relevo do fundo do oceano; dois sistemas acústicos para medição de correntes marinhas; uma estação meteorológica completa e uma sala de computadores para integrar dados que poderão ser usados pelos cientistas durante as expedições. Financiamento – O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, reuniuse recentemente com o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, para discutir a possibilidade do Governo Federal financiar pesquisas que serão realizadas com o novo navio oceanográfico brasileiro. A proposta é acertar uma parceria com o

Instituto Oceanográfico da USP, semelhante ao que o ministério já mantém com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) para o financiamento de pesquisas. “As pesquisas serão feitas em áreas de interesse comum dos governos federal e estadual, como a biodiversidade marinha e a biotecnologia. Também vai ajudar no planejamento para instalação de plataformas de petróleo da camada do présal”, explicou Paulo Alexandre. “Ele deixou em aberto outras possibilidades de parceria, que vamos trabalhar para viabilizá-las”. Mesmo com operação prevista para o segundo semestre, o secretário adiantou que, até julho, o navio Alpha Crucis deve realizar a sua primeira viagem com professores e alunos do Instituto. Segundo Paulo Alexandre, o navio vai propiciar o desenvolvimento de mais projetos colaborativos entre cientistas atuantes na área, no Brasil e em países que realizam estudos no Atlântico Sul, um dos oceanos menos conhecidos do mundo. “O resultado desse trabalho se reverte diretamente na proteção do meio ambiente e em riquezas para o país, com uso sustentável dos recursos marinhos”, destacou.

Governo libera recursos para o Parque Tecnológico de Santos Além da inauguração do Alpha Crucis, o novo navio oceanográfico brasileiro, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciências e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, anunciaram o repasse de R$ 10 milhões para o Parque Tecnológico de Santos. Os recursos serão empregados para execução das obras do parque. O objetivo é estimular o empreendedorismo e a inovação nas áreas de petróleo, gás natural, energias renováveis, porto, logística, desenvolvimento urbano e tecnologia da informação. “Estes recursos são fundamentais para que a região acesse as oportunidades que estão surgindo com este novo momento trazido por investimentos como o pré-sal”, ressaltou Paulo Alexandre Barbosa. O Governador destacou que o repasse permitirá avanços no projeto: “Estamos liberando R$ 10 milhões para o Parque Tecnológico, que terá inclusive uma incubadora de pequenas empresas para que elas possam crescer e prosperar em Santos”. ::

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negócios ::

Ecorodovias amplia atuação no porto

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Grupo deve assumir o controle total do Complexo Tecondi até o final do ano Divulgação Elog

esponsável pela administração de cinco estradas nas regiões Sul e Sudeste, o Grupo Ecorodovias vai entrar com força no segmento portuário. Conforme noticiado pelos jornais “O Estado de S.Paulo” e “Valor Econômico”, a companhia comprou 41,29% do Complexo Tecondi, em Santos, um investimento de R$ 540 milhões que engloba terminal de contêiner, um terminal de armazenagem e uma empresa de transporte para movimentação interna no cais santista. A tendência é de que o grupo assuma o controle total do complexo até o final do ano. Em entrevista ao Estadão, o presidente da Ecorodovias, Marcelino Rafart de Seras, afirmou que a aquisição foi feita com 30% de capital próprio e 70% por meio de emissão de dívida. Nos próximos 12 meses, de acordo com o contrato firmado, a empresa poderá comprar a participação restante do complexo, hoje nas mãos do Grupo Formitex, a holding que formalizou a compra integral do Tecondi, que antes pertencia ao Grupo Barbeito. O valor total do negócio saltará para R$ 1,3 bilhão, caso a companhia decida adquirir o controle total. O presidente do Tecondi continua sendo o executivo Cesar Floriano, do Formitex, enquanto Luis Opice, presidente da Elog - o braço de logística da holding EcoRodovias, assume a vice-presidência. Atualmente, o complexo movimenta 310 mil contêineres por ano, Segundo Seras, com Ecopátio que a EcoRodovias mantém em Cubatão, a capacidade do Tecondi vai superar o limite de armazenagem e chegar a 500 mil unidades. Além do Ecopátio localizado na Baixada Santista, a companhia tem outros complexos do gênero na Rodovia dos Imigrantes e em Viracopos, além de dez portos secos e quatro centros de distribuição. Ele destacou, também, o fato do Tecondi estar ao lado de outros terminais que têm contrato de concessão vencendo neste ou nos próximos anos. Isso significa que a EcoRodovias entrará na disputa das licitações que o governo federal fizer no Porto de Santos. A concessão vence em 2023, e é prorrogável por mais 25 anos. 10

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Terminal Ecopátio O Tecondi foi arrematado em licitação pública em 1998. Desde 2002, a movimentação saltou 286%. Encerrou o ano passado com cerca de 300 mil contêineres, o equivalente a 16% de participação no total de contêineres escoados por Santos em 2011. Entre 2002 e 2011 a receita do terminal cresceu 1.170%. É o terceiro dos quatro terminais de Santos especializados em contêineres. Fica atrás da Santos Brasil e da Libra, respectivamente primeiro e segundo colocados, e à frente da Rodrimar. Logística - O segmento de logística deve responder por 50% da receita do grupo Ecorodovias em um prazo de quatro a cinco anos, e a controlada Elog deve ter papel fundamental nesta busca. O diretor de negócios da Elog, Omar Passos, explicou em entrevista a Agência Reuters, entretanto, que esse salto na participação da receita incluiria também uma eventual concessão de aeroportos, que entraria na receita de logística, mas não da própria Elog. A Ecorodovias participou, em fevereiro, do leilão do concessão de aeroportos em parceira com a alemã Fraport, mas não fez a melhor proposta por nenhuma das três concessões disponíveis -Guarulhos, Campinas e Brasília. O crescimento da controlada, contudo, já está encaminhado. Isso porque a companhia inicia em maio as operações do terceiro módulo do Ecopátio Imigrantes, em São Bernardo do Campo (SP), com 11 mil metros quadrados. Os dois outros módulos, que somam 65 mil me-

tros quadrados, funcionam como um centro de distribuição exclusivo da Colgate-Palmolive. “(O terceiro módulo) será destinado a empresas que importam produtos para revender… ainda não temos contratos assinados, mas algumas prospecções”, disse Passos. Além disso, a Elog concluiu a construção de um armazém de 8 mil metros quadrados dentro do Ecopátio Cubatão. O novo empreendimento se somará a um armazém detrês mil metros quadrados já existente e será destinado à movimentação de cargas secas e produtos diversos. O Ecopátio Viracopos, próximo ao aeroporto de Campinas, ainda está na fase de obtenção de licenças, e a estimativa é que as autorizações sejam concedidas até o final deste ano. “Das licenças até o início das operações prevemos um espaço de um ano”, afirmou o diretor. A área de Campinas possui 1,8 milhão de metros quadrados, mas 300 mil metros quadrados correspondem a Áreas de Proteção Ambiental (APP). “Cubatão tem um vocação de contêineres, e Viracopos tem uma vocação de operar em escala em função da sua própria região”, diz Passos, referindo-se ao fato de que o aeroporto de Campinas é o principal aeroporto de cargas do Brasil. No futuro local, explica o executivo, será possível abrir contêineres e realizar uma distribuição fracionada. Os ecopátios da E-log deverão se conectar por meio de linhas férreas, tanto da ALL quanto a MRS Logística.::


:: dragagem

por Alessandro Padin

Dragagem: Porto de Santos aguarda homologação

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A Marinha do Brasil está analisando a batimetria para a confirmação Itapema já está sendo discutida pelos técnicos da Ster Engenharia (empresa responsável pela derrocagem), da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) e Codesp. Segundo Paulino Vicente, tudo deve ser encerrado neste ano. “Evidentemente que temos prazos limites. No caso da Teffé é o início da temporada de cruzeiros. Até a chegada do primeiro navio de passageiros que deve ocorrer em outubro.” O material rochoso será levado para áreas das prefeituras de Santos e Guarujá. Capacidade - Com a conclusão da obra de dragagem e alargamento do canal, a Codesp espera aumentar em 30% a capacidade operacional do cais santista. A dragagem consiste no aprofundamento do canal de navegação de 12 para 15 metros em toda a

sua extensão. Ele também foi alargado de 150 para 220 metros. Somados os serviços nas margens Direita (Santos) e Esquerda (Guarujá), as obras se estenderam por 25 quilômetros. O volume de sedimentos retirados do solo chega a 5,7 milhões de metros cúbicos. Estão em andamento desde 2009 sob responsabilidade do consórcio Draga Brasil. A obra foi dividida em quatro áreas. Nos trechos 1, 2 e 3 (que vão do Paquetá até a Barra de Santos, na saída da baía), exceto nas proximidades das rochas Teffé e Itapema, o canal já apresenta 15 metros de profundidade. Para Paulino Vicente, a derrocagem é um grande passo para o alargamento do canal e a implantação do tráfego em mão dupla, que vai trazer grande ganho na performance do porto de Santos. ::

imagensaereas.com.br

diretor de Infraestrutura da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Paulino Vicente, acredita que a homologação do aprofundamento para 15 metros do Trecho 1 do canal de navegação do Porto de Santos deve ocorrer até julho. A Marinha do Brasil está analisando a batimetria (técnica de medição oceânica submersa) para a confirmação. A obra de dragagem, iniciada no dia 21 de fevereiro de 2010, já está praticamente concluída, com exceção apenas das áreas onde ainda se encontram partes do navio Ais Giorgis e os fragmentos das pedras derrocadas de Teffé e Itapema. Paulino aguarda a finalização da batimetria do Trecho 4, principalmente do subtrecho D, para verificar se serão necessários alguns ajustes na dragagem. Assim que tiver a confirmação da profundidade, a documentação será encaminhada para a Marinha. Embora não tenha condições de confirmar a data da homologação dos 25 quilômetros do canal, já que a análise é feita pela Marinha, no Rio de Janeiro, ele está otimista e espera que isso ocorra ainda em julho. “Acho que temos prioridade. A gente pede uma atenção especial e a Capitania dos Portos de Santos tem nos ajudado muito no sentido de agilizar esse trabalho.” Com relação ao Ais Giorgis, Paulino informou que 53% da embarcação já foram retirados do canal de navegação. Segundo ele, a tecnologia utilizada para fatiar o navio “se mostrou altamente importante e decisiva. Foi um dos trabalhos mais importantes da última década. Nós já tiramos seis pedaços do Ais Giorgis. O motor foi retirado em três partes”. A próxima fase prevê flutuar o casco e transportá-lo para a margem esquerda (Guarujá) e continuar o corte em terra. Após esse procedimento, um equipamento verificará se restou algum fragmento metálico no canal, para posterior dragagem. A logística para a retirada dos 33 mil metros cúbicos de fragmentos das pedras de Teffé e

Com a conclusão da obra de dragagem e alargamento do canal, a Codesp espera aumentar em 30% a capacidade operacional do cais santista

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empregabilidade ::

por Alessandro Padin

Talentos adormecidos Especialistas em recursos humanos e gestão empresarial defendem o fomento de ações internas de treinamento de lideranças nas empresas da região

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atração e ampliação de negócios estimulados pelo pré-sal e pela expansão das atividades do Porto de Santos têm aumentado a procura, por parte das empresas, de profissionais com perfil de liderança para assumir cargos de gestão na Baixada Santista. O que parece ser motivo de comemoração para muitos é de preocupação para o especialista em Gestão Empresarial, Paulo Queija, e para o consultor em Recursos Humanos, Djalma Moraes, da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial. A falta de investimentos em treinamento e desenvolvimento de lideranças faz que essas vagas sejam preenchidas por pessoas provenientes de outras regiões, ignorando a possibilidade da descoberta de talentos locais “adormecidos”. “As empresas da região precisam mudar esta cultura de buscar gestores fora daqui e fomentar internamente as ações de treinamento de lideranças. É preciso valorizar o profissional local”, ressalta Moraes. Mas o que impede isso? Queija responde: “Quando há, dentro de uma organização, uma iniciativa que tenha o objetivo de aperfeiçoar a produção e o envolvimento de funcionários é necessário que os próprios gestores participem, acompanhem os processos e definam os objetivos a serem alcançados. Muitas empresas fazem treinamentos que, com o tempo, se mostram ineficazes porque são realizados de forma isolada sem a visão global de metas e, principalmente, sem o fomento interno de novas lideranças”. Os dois especialistas defendem medidas que possam reverter essa tendência do treinamento isolado tais como a realização prévia de um diagnóstico que ofereça dados para que a empresa tenha segurança em tomar decisões em relação ao seu corpo de funcionários. Além disso, ações do gênero têm que envolver reuniões intermediárias de avaliação, busca de efetividade nos resultados e, por fim, a sensibilização de lideranças. “Tudo isso, é Divulgação claro, com a participação decisiva dos gestores.

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Eles devem ser o ponto de referência para que antigos vícios no ambiente de trabalho não sejam repetidos”, afirma Paulo Queija. Djalma Moraes completa: “Nós sabemos que há talentos na região porque vemos isso no cotidiano do nosso trabalho. Precisamos abrir este debate com as empresas locais sobre o treinamento e fomento de lideranças, pois envolve diretamente o crescimento e capacidade de competitividade delas. Na área de comércio exterior, por exemplo, o maior custo vem da mão-de-obra por conta da qualificação exigida. Por que não valorizar os talentos que a empresa já possui?”. Comunicação – Queija chama a atenção, também, para as novas relações de trabalho trazidas pelo uso da internet e o impacto disso na comunicação entre os funcionários da empresa. Ao questionar certa vez sobre como controlava o andamento dos contratos, ele ouviu do gestor responsável por este procedimento em uma empresa: “Envio todas as comunicações que tenho com os fornecedores por e-mail e com cópia para o meu chefe”. Em seguida, indagado de que

forma isso poderia oferecer um respaldo no momento de cobrar algo e garantir o bom andamento dos trabalhos afirmou: “Assim o meu chefe fica sabendo de tudo o que acontece”. Quem garante que o chefe leia todos os e-mails no qual é copiado? Qual a importância que ele dá as mensagens deste colaborador, já que recebe diversas e inúmeras ao longo do dia? Qual a confiança que tem no trabalho deste funcionário? Estes são alguns dos pontos levantados pelo consultor para ressaltar que os avanços da tecnologia e o uso dos recursos digitais proporcionados pela internet não devem excluir as formas tradicionais de relacionamento e a capacitação dos colaboradores em se comunicar no ambiente de trabalho. “A comunicação dentro de uma empresa engloba desde o contato direto entre as pessoas, por meio de conversas e reuniões presenciais e virtuais, bem como o uso de e-mails, comunicados, MSN, redes sociais e demais ferramentas de interação, passando, ainda, pelos treinamentos e capacitações individuais e coletivas. Portanto, a comunicação é a base de tudo o que acontece numa


:: empregabilidade organização e pode ser um dificultador ou facilitador dos acontecimentos. Por conta disso deve ser bem cuidada e disseminada de forma a diminuir o máximo os ruídos de entendimento e interpretação”, explica. Visão Sistêmica – Paulo Queija defende que investir em uma visão sistêmica do processo é fundamental para diminuir as distorções na comunicação corporativa e impedir que os funcionários fiquem acomodados ao uso da mobilidade digital. “É a maneira do colaborador conhecer o trabalho ou a área que atua e quais os impactos que tem sobre as demais áreas e vice-versa. Ter a visão do todo oferece a condição do profissional ser mais proativo, antecipar problemas, enxergar soluções mais duradouras, enfim, fazer a diferença e desta forma se tornar mais valioso e ser requisitado dentro da empresa e do mercado do trabalho”, destaca. O especialista chama a atenção para o fato de que a concentração dos processos empresariais nos meios digitais pode levar as pessoas a negligenciarem a importância de se expressarem bem e de forma inteligível em todas as atividades do ambiente

corporativo. “Uma das formas é aprender a escutar e se expressar. Diferente de somente ouvir, a arte da escuta envolve a busca do entendimento do que é falado, mostrado e percebido no momento da comunicação. A maneira utilizada para alinhar este processo é quando falamos com as nossas palavras o que entendemos para que o outro lado verifique se a mensagem chegou corretamente. Da mesma forma, no momento de transmitir algo, fazer o caminho inverso e pedir que o outro retorne com o que realmente entendeu para que as dúvidas sejam sanadas e a comunicação fique mais limpa”, sugere. Segundo Queija, o outro passo, que já inicia com o anterior, é aprender a se expressar melhor. “Como fazer isso? Buscando utilizar melhor a linguagem ao falar, escrever e construir frases, pois com o ´vocabulário pobre` é muito mais difícil desenvolver raciocínios. A melhor forma de desenvolver isso é a leitura de jornais, livros e revistas. Outro ponto é desenvolver o uso da expressão corporal, da entonação de voz caso o contato seja pessoal, pois temos diversos recursos disponíveis que, se bem utilizados, facilitam bastante o nosso

dia-a-dia. No caso do envio de mensagens por e-mail, MSN e outros formas similares vale a pena ler o que foi escrito antes de enviar e se colocar no lugar da pessoa que vai receber a mensagem, para saber se a ideia está clara e colocada de forma educada”, conclui. ::

Nós sabemos que há talentos na região porque vemos isso no cotidiano do nosso trabalho. Precisamos abrir este debate com as empresas locais sobre o treinamento e fomento de lideranças, pois envolve diretamente o crescimento e capacidade de competitividade delas Djalma Moraes, especialista em Gestão Empresarial

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capa ::

por Sabrina Souza

Greves de hoje, consequências do passado Fotos: acervo imagensaereas.com.br

Uma sucessão de fatos ao longo dos anos levou à crise que os trabalhadores portuários enfrentam atualmente no que diz respeito aos direitos trabalhistas

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s constantes mudanças no sindicalismo brasileiro afetaram principalmente a área portuária. E para entender o que vem ocorrendo nos dias atuais, é preciso voltar um pouco na história. No Porto de Santos, até o final do ano de 1980, segundo Everandy Cirino dos Santos, presidente do Sindaport (Sindicato dos Empregados na Administração Portuária), quando existia a Companhia Docas de Santos (CDS), as negociações eram mais fáceis. “As tratativas eram mantidas diretamente com os administradores da empresa que tinham autonomia para decidir sobre a relação capital e trabalho. Com o término do período legal de concessão da exploração do porto pela CDS, o Governo Federal criou a Codesp (Companhia Docas do Estado de S. Paulo), empresa de economia mista, de capital majoritário da União, ocorrendo mudanças naturais na administração e nas negociações trabalhistas”. Essa mudança começou a dificultar as negociações. A regulamentação dos trabalhadores avulsos (estivador, conferente, consertador, bloco, vigia, arrumador e capatazia) era feita pela Sunamam (Superintendência Nacional da Marinha Mercante), mas após um tempo foi extinta e a composição de ternos e as tabelas de remuneração passaram a ser pactuadas com o Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima) e FNE em conformidade com a decisão do TST. “Existia, nessa época, a figura das empresas entidades estivadoras, que eram responsáveis pela requisição dos trabalhadores avulsos junto aos sindicatos. Havia muita reclamação por parte dos sindicatos e trabalhadores sobre o não recolhimento e depósitos como 13°, férias e FGTS. As negociações eram feitas de acordo com quem tinha representatividade do seu segmento no Syndarma”, lembra Cirino. O Porto de Santos passou por um período delicado. Não existia investimento na área portuária devido ao fato dos portos serem administrados pelo Governo Federal. Praticamente todos estavam com os seus equipamentos ultrapassados e instalações comprometidas. Mas, as mudanças não pararam por aí, e a interferência dos sindicatos ficaram ainda mais difíceis, conforme lembra o sindicalista: “Com a Lei de Modernização dos Portos (Lei 8630/93) foi instituída a figura do operador portuário para viabilizar a privatização da atividade portuária e a necessária consolidação da

Carlos Nogueira

Everandy Cirino dos Santos é presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport) coordenação e integração dos trabalhos em terra e a bordo, eliminando a interferência e controle sindical sobre a realização do trabalho”. OGMO - Atualmente, a escalação da mão de obra avulsa, segundo a Lei 8.630, é atribuição do OGMO (Órgão Gestor da Mão de Obra), que mantém o registro e cadastro de trabalhadores avulsos, alocando-os segundo a requisição feita pelo operador portuário. Cirino acha que todas essas modificações resultaram nas insatisfações e greves que estão acontecendo no cais santista. “Atualmente é muito mais difícil a negociação, pois os órgãos públicos, principalmente o Ministério Público do Trabalho, decidiram intervir na relação capital e trabalho”, finaliza.::

Trabalhadores portuários no porto de Santos, na década de 60

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O sindicalismo e as greves no século XXI Agência Petrobras de Notícias

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Para sindicalista, trabalhador paga, com a perda de benefícios, a conta dos abusos cometidos pelas grandes corporações e corrupção

o mundo inteiro, encurralados pela crise, os diretos trabalhistas têm sido colocados de lado e o reflexo disso pode ser notado nas ruas, inclusive do Brasil, que ultimamente tem tido greves frequentes nos mais diversos setores. Para Cauê Cavalcante, dirigente sindical do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista e coordenador do Departamento de Política e Formação Sindical da entidade, é importante que sindicatos e trabalhadores não percam e nem abram mão das conquistas fruto de esforços seculares. “Sabemos que muitos dos direitos que temos hoje são fruto do esforço e da luta de milhares de trabalhadores que no passado lutaram contra condições degradantes de trabalho. Por isso, naturalmente, o papel dos sindicatos e dos trabalhadores é mais do

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que garantir a manutenção, é avançar nessas conquistas. Este é o nosso papel”, afirma. Em outros países, segundo o dirigente, a perda de muitos direitos trabalhistas já é uma realidade: “Assistimos, principalmente na Europa, justamente a perda de inúmeros benefícios conquistados no passado. O tão aclamado estado de bem-estar social está sendo retirado pelos governos. Querem, mais uma vez, jogar nas costas dos trabalhadores a conta dos abusos cometidos pelas grandes corporações e pelos governos corruptos.” Cavalcante alerta que o problema enfrentado na Europa está chegando aos poucos ao nosso País, mesmo que de forma mascarada. “A possibilidade de uma nova reforma previdenciária, aliada ao discurso de que é preciso combater a desindustrialização no

País, nada mais é do que uma tentativa de flexibilizar direitos consolidados há muitos anos. Neste sentido, enfrentamos hoje um período de grandes lutas e grandes embates no campo sindical.” Os sindicatos estão passando por uma verdadeira revolução. Além do caráter reivindicatório, nesse novo momento estão preocupados também em oferecer outros serviços aos trabalhadores, como assistência médica, apoio jurídico, seguro de vida e até mesmo auxílio funeral. Mas é importante que em meio a todo esse processo o movimento sindical de uma maneira geral, não se torne uma instituição obsoleta, sem finalidade e vazia. Que suas causas iniciais, ou seja, lutar por melhores salários, condições de trabalho, horas extras e benefícios, continuem ativas.::


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Influência psicológica das greves nas relações sociais

istoricamente as greves têm sido a prática mais difundida e direta da ação reivindicatória dos trabalhadores perante os empregadores. É o fenômeno social que melhor expressa o conflito e a luta de classes na sociedade moderna. Mas quais as consequências psicológicas que ela traz para as relações de trabalho e até mesmo familiares? Segundo Graziela Ruffo, psicóloga clínica e institucional, pós-graduada em Atendimento Familiar, a greve remete aos mais diversos sentimentos. “Sendo a greve um direito individual, porém de exercício coletivo, instrumentalizado pela pressão, visando obtenção de vantagens trabalhistas, podemos concluir que ela remete a sentimentos de revolta e indignação. Representa uma dualidade nas relações profissionais, podendo fortalecer a relação

entre os profissionais, que compartilham da mesma maneira de reivindicação, como haver grandes divergências e desafetos aos que se opõem a ela”. Nesta situação, tanto o indivíduo que adere a greve, como o que se opõe a ela, sente-se desrespeitados, um por sentir o enfraquecimento do grupo e de um ideal e o outro por

sentir-se intimidado e incompreendido. A psicóloga ainda reforça dizendo que o perfil do grevista é fazer com que suas experiências com os sentimentos de desrespeito, vergonha e injustiça inspirem outros indivíduos e, em alguns casos isso pode afetar as relações familiares e sociais. “Em alguns casos há um padrão de repetição de comportamento, que pode afetar as relações familiares deste indivíduo. O ser humano tende a repetir determinados comportamentos e posturas nos vários papéis que desempenha na sociedade. A postura reivindicativa, revoltada e pouco afetiva pode ser refletida na relação familiar e social”. “A greve é uma poderosa arma de reivindicação de interesses e necessidades, mas pode levar o indivíduo à insegurança, ansiedade extrema, podendo até mesmo levar a processos depressivos”, finaliza a terapeuta.::

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A linha do tempo do sindicalismo brasileiro

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evolução do trabalho gerou mudanças de comportamento e pensamento político e ideológico. Essas mudanças foram responsáveis para que os trabalhadores se reunissem e reivindicassem melhores condições de trabalho, e isso fez com que o papel dos sindicatos também fosse modificado, até pelas transformações ocorridas nas estruturas das empresas. No Brasil, o sindicalismo pode ser dividido em duas partes: Sindicalismo - Comparado às grandes potências mundiais, a indústria brasileira se desenvolveu tardiamente, enquanto esses países estavam em pleno desenvolvimento, em meados dos séculos 19 e 20, a economia no Brasil era predominantemente agrícola. Nesse período as jornadas de trabalho eram de 14 ou 16 horas, mulheres e crianças eram explorados, os salários eram baixos, não havia nenhum direito ou proteção legal. A primeira greve que se tem registro no Brasil foi a dos tipógrafos em 1858, na cidade do Rio de Janeiro, na qual melhores salários foram reivindicados e injustiças patronais denunciadas. Com a vinda dos imigrantes, enganados com promessas nunca cumpridas e com experiência de lutas, o arnaquismo foi organizado, se tornando a posição hegemônica no movimento operário brasileiro no período do nascimento e da consolidação da indústria brasileira. Em abril de 1906, realizou-se no Rio de Janeiro, o 1º Congresso Operário Brasileiro, com a presença de vários sindicatos, federações, ligas e uniões operárias, principalmente do Rio e São Paulo. Nascia a Confederação Operária Brasileira (COB), a primeira entidade operária nacional. Mas a reação patronal e do governo não demorou. Em 1907, foram expulsos do país 132 sindicalistas. Com o advento da 1ª Guerra Mundial, houve uma queda vertiginosa nos salários, ocasionando várias greves entre 1917 e 1920. A greve de 1917 paralisou São Paulo e envolveu cerca de 45 mil pessoas. A repressão sobre os trabalhadores foi total, o governo convocou 7 mil milicianos que ocuparam a cidade, o ministro da Marinha enviou dois navios de guerra para o Porto de Santos. A “Revolução de 1930”, liderada por Getúlio

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Vargas, atrelou a estrutura sindical ao Estado, destruindo todas as bases sociais e políticas em que tinha se desenvolvido o movimento sindical no período anterior. A partir dessa década, o Brasil passou a ser um país industrial e a classe operária ganhou uma importância maior. O conflito entre capital e trabalho passou a ser tratado como uma questão política. Criou-se uma estrutura sindical corporativista, dependente e atrelada ao Estado, inspirada no Fascismo italiano, mas também criou o Ministério do Trabalho, a Justiça do Trabalho e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Ao longo dos anos os sindicatos foram aumentando. Entre 1940 e 1953, havia 1,5 milhões de trabalhadores nas indústrias e as greves tornam-se frequentes. Em 1947, sob o governo do marechal Dutra, mais de 400 sindicatos sofreram intervenção. Em 1951, houve quase 200 paralisações e em 1952, 300. Em 1953, foram 800 greves, a maior delas com 300 mil trabalhadores de empresas têxteis, metalúrgicos e gráficos. O golpe militar de 1964 significou a mais intensa e profunda repressão política que a classe trabalhadora enfrentou na história do país. As ocupações militares e as intervenções atingiram cerca de 2 mil entidades sindicais em todo o país. Suas direções foram cassadas, presas e exiladas. A ditadura passou a se utilizar de práticas de tortura, assassinatos e censura, acabando com a liberdade de expressão, organização e manifestação política. E é após esse período, na década de 70 que surgiu o chamado novo sindicalismo. Novo sindicalismo - Entre as décadas de 70 e 80 o sindicalismo brasileiro viveu uma

João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar de 1964

das suas fases mais importantes. Influenciado pelo contexto político do período, que estava em transição entre o regime militar e o democrático, teve grandes êxitos em suas reivindicações. Nesse período ele ficou conhecido como o “novo sindicalismo”, marcado por uma atuação mais reivindicatória e menos assistencialista. Era extremamente combativo, o que estimulou o surgimento de novas lideranças sindicais que lutavam pelo direito de greves sem restrições, autonomia e liberdades sindicais, pela substituição do contrato individual pelo coletivo e pela livre negociação com os empregadores. Mas, a crise do sindicalismo que criou o atual perfil, teve início na década de 90, fruto das mudanças de ordem política, econômica, tecnológica e o avanço da globalização. Aqueles métodos tradicionais que os sindicatos adotavam passaram a ficar defasados diante da nova realidade e o resultado foi a redução na quantidade das greves, a queda da taxa de sindicalização, negociações coletivas fragilizadas e uma maior atuação da Justiça do Trabalho. E quem sofreu a consequência direta de toda essa transformação foram os trabalhadores. A abertura dos mercados à concorrência estrangeira levou à reestruturações empresariais, que optaram por manter um menor número de trabalhadores, com maior capacitação, maiores jornadas de trabalho e salários reduzidos. Além dos trabalhadores menos qualificados, ativistas sindicais e líderes operários também foram sacrificados nesse processo, através do qual as empresas buscaram eliminar da fábrica todas as formas de organização coletiva dos trabalhadores. Se não bastasse toda essa crise estrutural, o sindicalismo brasileiro também sofreu devido ao novo perfil dos trabalhadores: terceirizados e temporários. A terceirização dos serviços e os trabalhos temporários, adotados como forma de aumentar a produtividade e competitividade e reduzir custos com a mão de obra, tiveram efeitos devastadores sobre a qualidade dos empregos, uma vez que os trabalhadores se defrontaram com péssimas condições, enfraquecendo e muito a resposta organizada através do movimento sindical.::


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por Alessandro Padin

Agência Petrobras

Petrobras bate recorde de produção

Foram processados 2.029.021 barris/dia de petróleo, superando a marca anterior de 2.020.200 barris/dia, alcançado em 3 de julho de 2010

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Petrobras alcançou, no dia 7 de junho, recorde de produção em suas refinarias no Brasil, o que contribui para reduzir as importações de derivado. Foram processados 2.029.021 barris/dia de petróleo, superando o recorde anterior de 2.020.200 barris/dia, alcançado em 3 de julho de 2010. Para obter essa marca, segundo a empresa, buscou-se a Ainda que o tema máxima eficiência operacional, aproveitandodivida a oportunidades opinião dos se todas as para aumentar a carga processada, dentro dos limites dos representantes do setor, a equipamentos e sistemas das refinarias. respeitadas, garante a PetroSEPForam pretende fazer diversos bras, todas as diretrizes de confiabilidade ajustes na Lei 8.630/93 e operacional das instalações e os princípios de segurança, meio ambiente criar um novo marcoe saúde que norteiam as ações da Companhia. A empresa regulatório para os portos destaca, ainda, como um dos aspectos importantes, que esse resultado foi alcançado com a atuação integrada das áreas de Refino e Logística da Petrobras. Reputação - Pelo segundo ano con-

secutivo, a Petrobras é a única empresa latino-americana incluída no ranking das 100 corporações globais de melhor reputação, segundo pesquisa divulgada pelo Reputation Institute, instituto privado de assessoria e pesquisa com sede em Nova York e escritórios em dez países. A corporação é, também, a única empresa de energia entre as 100 mais respeitadas, ocupando o 98º lugar. BMW, Sony e Walt Disney Company são as três primeiras colocadas do ranking. As empresas foram avaliadas por meio de pesquisa realizada em abril com um público de 47 mil pessoas de 15 países: Canadá, Estados Unidos, Brasil, México, Alemanha, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Rússia, Austrália, China, Coréia do Sul, Índia e Japão. O instituto realiza, desde 2006, pesquisas globais que mensuram a reputação de centenas das maiores empresas do mundo a partir do modelo RepTrak, que avalia a percepção das pessoas sobre a empresa a partir das dimensões: Produtos e Serviços, Inovação, Ambiente de

Trabalho, Governança, Cidadania, Liderança e Desempenho Financeiro. Inicialmente, as empresas de melhor reputação em cada país eram escolhidas pela população de mesma nacionalidade. Desde o ano passado, a pesquisa internacional passou a avaliar as empresas tanto em seu país de origem quanto em alguns dos principais mercados em que atuam. Um dos pré-requisitos, portanto, é que as organizações pesquisadas fossem reconhecidas em diversos países, de forma a obter índices comparáveis e que apresentem um panorama das empresas que de fato inspiram mais confiança, são respeitadas e admiradas em todo o universo pesquisado. Etanol - A Petrobras apresentou, durante a Rio+20, minivans abastecidas com o etanol de segunda geração produzido pela companhia. A tecnologia aproveita o bagaço de cana como matéria-prima e permite ampliar a produção de etanol em 40% sem utilizar recursos adicionais da natureza.:: dezembro 2010 junho| janeiro | julho 2012

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por Alessandro Padin

Mercado em ebulição

Alheios a crise que afeta a Europa e EUA, investidores encontram nas feiras e eventos corporativos a chance de expandirem os negócios no Brasil Foccuss

A Navalshore 2012 terá 350 expositores nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras oferecendo oportunidades de negócios e networking para profissionais vindos de mais de 40 países

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á um grande ponto de interrogação na cabeça de empresários e lideranças de governo em todo o mundo sobre os rumos da crise econômica que afeta a Europa e os Estados Unidos. No Brasil, no entanto, mesmo que com alguns prognósticos negativos e os resultados pífios no crescimento do PIB, há um clima de otimismo com a atração de investimentos e o desenvolvimento de setores, principalmente os que estão ligados a cadeia de infraestrutura. O reflexo disso pode ser visto no fortalecimento das feiras e eventos corporativos, um segmento em franca expansão que tem reunido a iniciativa privada nacional e internacional em busca do que o País está oferecendo no momento: oportunidades.

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A indústria naval é um exemplo. Nos próximos anos, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o Brasil necessitará de aproximadamente 500 embarcações, entre navios de apoio e sondas de perfuração flutuante para exploração de petróleo na camada do pré-sal. A perspectiva fica ainda mais ampla ao se somar outros fatores como ampliação do Canal do Panamá, que vai permitir um intercâmbio maior com o mercado asiático, e o programa de dragagem que vem proporcionando aos complexos portuários brasileiros expandirem suas atividades. É neste cenário que acontece, entre os dias 1° e 3 de agosto, a Navalshore 2012 – Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore, evento promovido pela UBM Brazil

que vai reunir no Centro de Exposições SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ), os principais players do segmento em todo o mundo com um objetivo específico: o fortalecimento de todas as cadeias produtivas envolvidas no desenvolvimento naval brasileiro. São mais de 11 mil m² de área de exposição reunindo as últimas novidades em produtos e serviços para construção e reparo naval, além de soluções para o setor de petróleo e gás. A programação da feira abrange, ainda, worshops técnicos e a Conferência Work Boat South America. Ao todo serão 350 expositores nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras oferecendo oportunidades de negócios e networking para profissionais vindos de mais de 40 países. A expectativa é que, ao longo dos


:: eventos três dias, 15 mil pessoas passem pelos pavilhões. Na edição de 2011, de acordo com o levantamento realizado pela organização, 39% dos visitantes tinham cargos de Ceo, presidente, diretor geral, vice-presidente, gerente e executivo e 36% ocupavam a função de engenheiro, coordenador e técnico nas empresas. Santos Export – Em Santos o ambiente otimista também se traduz em números. O porto vem apresentando taxas de crescimento há mais de uma década e deve superar, neste ano, a marca de 100 milhões de toneladas movimentadas. Atualmente, por exemplo, já é o 41° do mundo no trânsito de contêineres. Para discutir questões como a relação Porto-Cidade, os investimentos públicos e privados necessários para o aperfeiçoamento do cais santista, acontece no dia 14 de agosto, no Casa Grande Hotel, em Guarujá, Santos Export – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, evento promovido pelo Sistema A Tribuna de Comunicação e Una Marketing de Eventos que chega em 2012 a sua décima edição. “Quando lançamos o projeto em 2003 começamos com uma agenda de temas, que hoje se tornou realidade como, por exemplo, o fortalecimento da relação entre a sociedade e o porto. Novas situações apresentam cenários igualmente inéditos. O aprofundamento de 15 metros do canal do estuário e os terminais que entrarão em operação representam o aumento do movimento de cargas e, consequentemente, o surgimento de desafios para que o porto se mantenha firme em seu crescimento”, destaca o diretor da Una Eventos, Fabrício Guimarães Julião. Além da programação de debates e palestras no dia 14 de agosto, uma missão técnica formada por empresários e agentes públicos vai percorrer os principais portos de Londres, entre os dias 15 e 21 de setembro. Este intercâmbio é essencial porque o cais santista serve de exemplo para os outros complexos no Brasil e na América Latina, ressalta o secretário executivo da Abtra (Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados), Matheus Miller: “As viagens trazem a possibilidade do contato com outras realidades, de forma que podemos encontrar soluções para problemas que enfrentamos. Nossas decisões e soluções acabam influenciando outros portos brasileiros e latino-americanos, sempre atentos ao que acontece aqui”. A possibilidade de participar de um fórum permanente de discussões é o que chama a atenção do diretor presidente da Santos Brasil, Antonio Carlos Sepúlveda. “O Santos Export faz parte diretamente do desenvolvimento do porto. Nestes dez anos, temas cruciais foram discutidos e a Santos Brasil tem o orgulho de ter participado, contribuindo para o crescimento sustentável do complexo. Um debate constante é que permite

a concretização e aperfeiçoamento do que foi planejado”, afirma. Offshore – O setor de Offshore também será movimentado no segundo semestre. Principal evento do segmento na América Latina, a Rio Oil & Gas Expo and Conference é realizada a cada dois anos no Centro de Convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro. Neste ano, a feira acontece entre os dias 17 e 20 de setembro. Desde sua primeira edição, em 1982, a feira e conferência vêm colaborando na consolidação do Rio de Janeiro como “capital do petróleo”, já que o estado concentra 80% de todo o óleo produzido no país, além de 50% da produção de gás. Em 2010, reuniu 1300 expositores de 51 países e aproximadamente 53 mil visitantes. A Santos Offshore Oil & Gas Expo acontece desde 2007 com o objetivo de estimular o mercado extremamente promissor na região, marcando o encontro anual de empresas e profissionais da área. Após a descoberta da Bacia de Santos, a maior reserva pré-sal do país, a Baixada Santista passou a ser o centro de negócios da cadeia produtiva de petróleo e gás no Estado. A feira acontece entre os dias 16 e 19 de outubro no Mendes Convention Center, em Santos. Um dos destaques é a Rodada de Negócios da Costa da Mata Atlântica, promovida pelo Sebrae-SP em parceria com a Petrobrás e o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Na edição de 2011, 23 empresas tais como Petrobras, Siemens, Construcap e BW Offshore e 90 micro e pequenas empresas participaram de um total de 260 reuniões. A rodada funciona com reuniões individuais, de cerca de 20 minutos cada, onde o empresário tem a oportunidade de oferecer seus produtos e serviços e negociar diretamente com 23 empresas âncoras do setor, sendo oito unidades da Petrobras. ::

Navalshore - Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore 1° e 3 de agosto - Centro de Exposições SulAmérica – RJ www.ubmnavalshore.com.br Santos Export – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos - 14 de agosto - Casa Grande Hotel – Guarujá www.unaeventos.com.br Rio Oil & Gas Expo and Conference 17 e 20 de setembro - Centro de Convenções do Riocentro - RJ www.riooilegas.com.br Santos Offshore Oil & Gas Expo 16 e 19 de outubro - Mendes Convention Center – Santos www.santosoffshore.com.br

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Criação da RMVale foi destaque durante a Logisvale 2012 A Região Metropolitana do Vale do Paraíba, composta de 39 municípios, tem estimativa de investimentos na ordem de R$ 440 bilhões até 2015 Fotos: Divulgação

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ão José dos Campos (SP) sediou, nos dias 13 e 14 de junho, a 11a. edição da Logisvale - Feira da Indústria, Serviços e Comércio Exterior do Vale do Paraíba. O evento debateu temas como indústria, transporte, infraestrutura, logística, comércio exterior e o fomento à economia e aos setores produtivos. Segundo Nilo Peralta, diretor da GPA Comunicação, empresa organizadora do evento, o objetivo do evento é atrair grupos corporativos, empresas, entidades, executivos e profissionais de todos os municípios do Vale do Paraíba, capital e interior do estado de São Paulo, bem como de outros estados do Brasil

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com interesses comerciais e operacionais de aproximação, investimentos e negócios. Os temas dos debates realizados nos dois dias do evento foram: “Novidades da entrada efetiva de operação da Região Metropolitana do Vale: negócios e desafios”; “Desmitificando a tecnologia RFID”; “Concessão ou Parceria Público Privada nos Aeroportos: O novo cenário aeroportuário do Brasil”; “Infraestrutura Regional: Qual o futuro da carga do Vale do Paraíba?”; “Porto de São Sebastião e sua viabilidade econômica”; “A resolução 72, o fim das Guerra dos Portos” e as oportunidades logísticas para as empresas da RMVale”. A Região metropolitana, composta de 39 mu-

nicipios, tem estimativa de investimentos na ordem de R$ 440 bilhões até 2015. Rogério Amato, presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), ao lado do prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, acompanhados de lideranças regionais, enalteceu em seu discurso a relevância do evento e sua vital importância para o fomento dos negócios na recém-criada RMVALE – Região Metropolitana do Vale. “O futuro está nas mãos de pessoas que tem a capacidade de se integrar. Vejo São José dos Campos como o resultado da comunhão de expectativas. Meus votos são para que


:: eventos saiamos daqui melhores do que quando chegamos”, enfatizou Amato. No segundo dia do evento, a São Paulo Chamber of Commerce (SPCC) - órgão da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que atua na promoção das relações comerciais entre empresas brasileiras com o resto do mundo, gerenciou uma movimentada rodada de negócios e proporcionou a troca de informações aos visitantes interessados em exportar ou importar. A rodada de negócios contou com a presença de representates do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras - CECIEx, Itália, Bélgica, Líbano, Haiti, Argentina, Panamá e China. O evento foi realizado com o patrocínio da Infraero, Codesp-Companhia Docas do Estado de São Paulo, Correios e Dominion.::

“ O futuro está nas mãos de pessoas que tem a capacidade de se integrar. Vejo São José dos Campos como o resultado da comunhão de expectativas Rogério Amato, presidente da FACESP - Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo

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Exportações impulsionam recorde no Porto de Santos

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balanço da movimentação de cargas no Porto de Santos foi positivo no primeiro quadrimestre. Impulsionado pela forte alta das exportações com aumento de quase 12%, elevando o total operado em 6% sobre a até então melhor marca no período (28.726.324 toneladas em 2011), o complexo registrou um novo recorde de 30.460.788 toneladas. O crescimento é, principalmente, resultado dos elevados embarques do chamado complexo soja (grãos e pellets), disparado na liderança do movimento físico, com participação de 25% do total geral do Porto no quadrimestre. Com 7.607.457 toneladas escoadas, a soja atingiu alta de 44% em relação a igual período do ano passado. O produto em grãos chegou a 6,8 milhões de toneladas, colocando Santos como principal porto escoador do produto, com quase 40% do total exportado pelo Brasil, seguido por Paranaguá com participação de cerca de 25% . O estado do Mato Grosso é a principal origem da soja exportada por Santos, representando 64,4% do total, seguido por Goiás que participa com 16,7%. Apesar da expectativa da queda da produção mundial em 2012, o Brasil deverá se tornar o maior fornecedor da commoditie já a partir de 2013. O açúcar, que ocupa o segundo lugar dentre as mercadorias de maior movimentação, registrou queda de 15,1% no período, atribuída a atraso na moagem da cana na região centrosul. A expectativa, no entanto, é de aumento com a chegada do volume da safra 2012/2013. Ainda com menor participação mas com forte tendência de aumento, a exportação teve como destaque, os embarques de álcool e diesel, respectivamente, 48,1% e 44%. Importações - Nas importações, a queda no quadrimestre foi de 3,7%, com praticamente todas as principais mercadorias acusando reduções significativas. O carvão, carga de maior participação dentre as importações, teve baixa de 22,7% , seguindo pela diminuição de 15,1% do adubo e de 20,1% do trigo. Com 977.411 teu movimentados, a carga conteinerizada mantém o crescimento,

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apontando 10,4% de alta no período. Também mantendo a tendência de alta, a tonelagem média por embarcação cresceu quase 9%, com o total de navios no período caindo 2,5%, apesar do crescimento geral da movimentação de cargas, reflexo previsto do aprofundamento do canal com o consequente aumento da tonelagem e da produtividade no Porto de Santos. Na balança comercial, Santos teve cresci-

mento de 4,7%, com US$ 35,4 bilhões de cargas comercializadas com o mercado externo, representando 24,2% do total brasileiro. As importações somaram US$ 17,6 bilhões, com alta de 6,6%, e as exportações atingiram US$ 17,8 bilhões , com ligeiro aumento de 1%. Com o total apurado nos quatro primeiros meses mais a previsão para os demais, a expectativa aponta para o fechamento do ano em 100.192.000 toneladas de carga movimentada.::

Codesp já disponibiliza o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) A Codesp já disponibiliza toda a estrutura para receber as solicitações de acesso à informações por meio do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), físico ou eletrônico. Estão disponíveis no site www.portodesantos.com.br informações institucionais, sobre licitações e contratos, estrutura organizacional, contas anuais etc. Para mais informações é necessário clicar no banner Acesso à Informação ou visitar as instalações físicas do SIC na Rua Rodrigo Silva, nº 17 – térreo, salas 1 e 2, no bairro do Macuco, em Santos. Os contatos podem ser feitos, também, pelo e-mail sic@portodesantos.com.br ou por meio dos telefones (13) 3202-6565 ramais 2965, 2390, 2963 e 2957. O horário de atendimento se estende

de segunda à sexta-feira, das 08 às 19 horas. O diretor presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra, explica que o objetivo da lei é fomentar o controle social da administração pública, por meio de uma cultura de acesso às informações. A transparência ativa abrange a divulgação espontânea de informações de interesse público e a passiva é relacionada às solicitações de cidadãos junto a esta empresa. Todo o processo é coordenado pela CorregedoriaGeral da União (CGU). Na transparência passiva, o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) é uma das mais importantes criações da norma. Qualquer cidadão pode solicitar documento e/ou informação sobre a Autoridade


:: portos do brasil Portuária de Santos sem a necessidade de justificar o pedido. Caso a informação esteja disponível, será respondida de imediato. Se não, a resposta será fornecida em até 20 dias corridos, prorrogáveis por mais 10 dias. A chamada Lei de Acesso a Informações (Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011) entrou em vigor no dia 16 de maio e trata dos procedimentos a serem observados pelos órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para garantir

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o acesso a informações a todos os cidadãos. O texto da Lei estabelece obrigações para os órgãos e entidades do poder público quanto à gestão da informação e define os tipos de informação que podem ser solicitadas. Uma das novidades é a obrigação de cada órgão da administração pública, criar uma Comissão Mista de Reavaliação de Informações, responsável pela implementação da lei. Também são abordados os casos de restrição de acesso à informação e das responsabilida-

des pelos danos causados pela divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou pessoais. A lei foi aprovada pelo Plenário do Senado Federal no dia 25 de outubro de 2011. Na ocasião, gerou polêmica a questão dos documentos classificados como ultrassecretos. Pelo texto aprovado, eles terão o prazo de sigilo reduzido de 30 para 25 anos, com a possibilidade de uma única prorrogação.

Programa de Resíduos Portuários da SEP chega ao Porto de Itajaí

programa “Conformidade Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos Portos”, criado pela da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), chegou a Santa Catarina. O programa, criado para identificar resíduos em 22 portos brasileiros, está contemplado nas ações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 2, com recursos de R$ 16 milhões. Numa primeira fase, que dura cerca de um ano, é feito um diagnóstico e, ao fim deste prazo, trará não apenas soluções para melhor coleta e gestão dos resíduos deixados pela operação portuária como

sugestões para seu uso comercial. Para fazer este levantamento, os pesquisadores do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ, responsável pela coordenação dos trabalhos, contam com a parceria de profissionais locais, por meio de uma rede de competências formada por profissionais de universidades federais, Institutos de Pesquisas e consultorias especializadas. Para o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, a iniciativa traz ganhos diversos para o país, que passa a tratar seus resíduos adequadamente e oferece às universidades possibilidade de novos conhecimentos, que podem trazer desdobramentos científicos relevantes.

O diretor da SEP, Antonio Maurício Ferreira Netto, acrescenta que este programa pretende incorporar aos portos ações e procedimentos sustentáveis para que possam conviver mais harmonicamente com as cidades e regiões onde estão inseridos. Os resultados serão enviados para uma central de dados e tratamento para que sejam aplicados modelos matemático-estatísticos que vão gerar indicadores de cada porto”, explica o professor Aurélio Murta, um dos coordenadores do programa. O programa fará três tipos de diagnóstico: resíduos sólidos; efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva (pombos, ratos, insetos e outros animais).::

Portonave atinge a marca de 2 milhões de TEUs movimentados

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o último mês de maio, a Portonave S/A – Terminais Portuários de Navegantes alcançou o número de dois milhões de TEUs movimentados, desde o início das operações, em outubro de 2007. “Em pouco mais de quatro anos de operação, conquistamos um espaço reconhecido na área portuária e contribuímos com o desenvolvimento de toda a região. Essa conquista é de todos”, afirma o diretor superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas. Além da marca histórica, a Portonave registrou um aumento de 11,8% no volume de movimentação entre janeiro e abril de 2012, comparado ao mesmo período de 2011. No

total, 184.196 TEUs passaram pelo terminal portuário, no primeiro quadrimestre desse ano, distribuídos em 206 escalas. “Os números refletem o forte desempenho comercial da empresa e a sua excelência operacional”,

avalia o diretor superintendente operacional Renê Duarte. A Iceport - Terminal Frigorífico de Navegantes S/A movimentou 73.500 toneladas de mercadorias congeladas nos primeiros quatro meses do ano.:: junho | julho 2012

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Porto de Imbituba é incluído no Plano Nacional de Gestão de Resíduos

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Porto de Imbituba (SC) também está recebendo o Projeto Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes nos Portos Marítimos Brasileiros. A equipe da primeira etapa foi recepcionada pelo engenheiro Gilberto Barreto, presidente do Conselho de Autoridade Portuária, em uma apresentação geral sobre o projeto a todos os envolvidos nas atividades portuárias. As equipes de campo receberam treinamento e percorreram toda a área portuária, mapeando e identificando possíveis fontes geradoras de resíduos, efluentes e fauna sinantrópica (seres vivos que habitam o Porto de maneira adaptada, como pássaros, ou que são nocivos, transmitindo doenças, como ratos, por exemplo). O objetivo é implantar o programa, desenvolvendo estudos ambientais, econômicos, sociais e tecnológicos, por meio de uma estruturação de rede de pesquisas, elaborando diagnósticos da situação. Jeziel Pamato, administrador do porto, acredita que a presença do Programa em Imbituba trará benefícios para o Porto e para a cidade. “Recentemente

fomos listados pela Antaq entre os três Portos Destaque em Gestão Ambiental, de 30 portos públicos avaliados no Brasil. Temos um grande comprometimento com as questões de resíduos, sempre buscando a melhor maneira

para administrá-los. Os dados coletados pela equipe ajudarão o Porto de Imbituba a identificar quais ações implantar para otimizar a prevenção, eliminação ou reciclagem dos resíduos”, afirma.::

Paranaguá - Appa mobiliza comunidade portuária para limpeza na região do porto Todo o resíduo orgânico coletado na limpeza é transformado em adubo para a plantação de grama

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Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e a prefeitura pretendem unir esforços no sentido de mobilizar as empresas que atuam na atividade portuária a reduzirem a geração de resíduos na região do entorno dos complexos. “O porto não pode prejudicar a comunidade do entorno onde ele está inserido. O governador Beto Richa determinou que não poupemos esforços para minimizar estes problemas e é isso que estamos fazendo”, disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino. De acordo com a secretária municipal de meio ambiente, Jozaine Baka, o objetivo não é simplesmente multar os infratores,

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mas sensibilizar os envolvidos para se obter um resultado efetivo da limpeza. Além de promover a limpeza das vias com o auxílio de máquinas e homens que fazem a varrição, a Appa está dando a destinação correta dos resíduos. Uma empresa foi contratada para fazer este trabalho e a autarquia disponibiliza cerca de 80 caçambas na área de entorno do porto e no pátio de triagem. Esses recipientes permitem a separação do lixo e a correta destinação. Após a separação, os resíduos seguem para aterros autorizados pelos órgãos ambientais. “Cada lote que segue para os aterros gera um documento com informações como a data, peso, quantidade, especifica-

ção e aterro escolhido para o depósito dos resíduos. Esse controle garante segurança para os trabalhadores e preservação ao meio ambiente”, explica Paulinho Dalmaz, diretor técnico da Appa. Dentro do Plano de Gerenciamento de Resíduos, todo o resíduo orgânico coletado na limpeza, principalmente da área por onde passam os grãos (Silão, Corredor de Exportação, Moega e Berços 12, 13 e 14), é recolhido e enviado pela Associação dos Operadores do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá para uma empresa de Ponta Grossa (PR), que faz a compostagem do material e transforma em adubo para a plantação de grama.::


:: portos do brasil

Porto do Recife e Hemobrás assinam termo de intenção para a implantação de um centro logístico

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Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e o Porto do Recife assinaram um termo de intenção para a implantação de um centro logístico no terminal recifense. O termo firmado prevê dois tipos de operações específicas. A primeira diz respeito à importação de peças e equipamentos utilizados na produção de medicamentos, que irão compor a fábrica da Hemobrás em construção em Goiana (município localizado na Mata Norte do Estado de Pernambuco). O segundo tipo de operação se refere à exportação de plasma para a França, onde serão transformados em hemoderivados, derivados sanguíneos, como albumina, imunoglobulinas e fatores da coagulação. Contempla, ainda, a distribuição dos derivados de sangue no Brasil, a partir do Porto do

Recife. O acordo tem validade de seis meses, prorrogável por igual período, e deverá evoluir para um contrato nos próximos meses. A expectativa é que o porto comece a receber, já no início de 2013, os equipamentos, sistemas e componentes que serão usados na produção dos remédios que serão fabricados pela Hemobrás e que são fundamentais para o tratamento de pessoas portadoras de hemofilia, imunodeficiência primária, câncer, Aids, entre outras doenças. A carga, composta por aproximadamente seis mil itens, está orçada em R$ 200 milhões. “O Porto do Recife já está apto a fazer esse tipo de operação e oferecerá um terminal exclusivo para receber e despachar os navios com as cargas da Hemobrás”, afirma o diretor de Operações e Comercial do Porto do Recife, Sidnei Aires. O terminal específico, previsto no termo

de intenção, irá garantir maior agilidade na operação dos produtos. O complexo também já está pronto para realizar as operações de exportação de plasma, feita em contêineres refrigerados, já que estas atividades não demandam armazenamento e logística diferenciados. Porém, para poder receber a importação dos medicamentos hemoderivados prontos, o porto recifense irá construir, em uma área de 5 mil m², localizado na zona primária, um terminal específico conforme determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão prevê, para casos como o da Hemobrás, a instalação de câmara fria com temperatura entre 2°C e 8°C para estocar os medicamentos que virão da França, produzidos com o plasma recolhido pela estatal nos principais hemocentros brasileiros.::

Itaqui - Sustentabilidade social é meta estratégica da EMAP

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lém de concentrar as suas ações para a adequação e expansão da infraestrutura portuária do Itaqui e para questões ambientais que tornaram o porto maranhense referência nacional, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) quer investir em ações sustentáveis realizadas com as comunidades do entorno do complexo e terminais de ferryboat. No ano passado, a empresa criou o Projeto Emap na Comunidade com o desafio de realizar a aproximação com as comunidades, identificar lideranças locais e mapear oportunidades para realização de ações sustentáveis futuras. O projeto engloba oficinas de reciclagem de PET, leitura, sessões de cinema, teatro de fantoches, desenho artístico, confecção de instrumentos musicais com materiais reutilizados, plantio de mudas de árvores, entre outros. As oficinas e a parte pedagógica do projeto contam com a orientação do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão. Junto com Ufma (Universidade Federal do Maranhão), a Emap e a comunidade discutem questões inerentes à realidade

de cada bairro visitado, com a realização de diagnósticos sobre situações específicas e a consequente adequação das oficinas às demandas de cada localidade. “Cada comunidade que interagimos possui características próprias que nos propomos a conhecer e identificar seus principais atores

sociais e ações positivas. A Emap planejou o Itaqui para estar, nos próximos 20 anos, entre os 10 mais importantes portos do mundo. O nosso crescimento econômico não está dissociado do desenvolvimento social das comunidades do entorno”, explicou o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati.:: junho | julho 2012

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Adonai amplia instalações no Porto de Santos

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Adonai Química S.A, terminal de granéis líquidos, aumentou sua capacidade de tancagem para 30 mil m³ no terminal da Ilha Barnabé, no Porto de Santos. O incremento da capacidade de armazenagem estática é o resultado do início da operação da bacia 3, que possuí 14 tanques de aço carbono, com capacidade nominal de 630 m³ cada. Toda a infraestrutura de operações será feita por bombas centrífugas e linhas de aço inox 304L com individualidade de operação para as plataformas de carregamento, além de linhas de inox 304L de 8” utilizadas no abastecimento dos navios. Para Américo Relvas Rocha, diretor do terminal, a Adonai Química tem lugar de destaque no mercado por oferecer um serviço com excelência. “Acreditamos no crescimento deste mercado. Nossos colaboradores são altamente qualificados, e os acionistas não medem esforços para fazer com que nossos serviços sejam percebidos pelos nossos clientes como diferenciados, de qualidade e agilidade. Tudo isso com foco na segurança de nossos usuários e respeito ao meio ambiente”.

Centro Empresarial será implantado em Suape

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os próximos anos, o Complexo Industrial Portuário de Suape passará a contar com uma Zona Central de Serviços (ZCS) para atender às crescentes demandas da região. A implantação do projeto acontecerá por etapas e a primeira delas, a etapa piloto, já foi licitada e será desenvolvida pela QGDI – Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário, vencedora da licitação. O objetivo é oferecer atividades variadas, provendo os empreendimentos instalados e, consequentemente, as pessoas que circulam cotidianamente por Suape, de toda a infraestrutura de serviços necessária. As informações foram divulgadas pelo vice-presidente, Frederico Amancio, e pelo diretor de planejamento e urbanismo, Jaime Alheiros.

Libra Terminais Santos atinge recorde histórico de produtividade em maio

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Libra Terminais Santos atingiu o recorde histórico de produtividade em maio. A empresa registrou a maior marca desde que iniciou suas atividades no Porto de Santos, com 53 MPH (movimentações por hora). Segundo o diretor geral da Libra Terminais Santos, Roberto Teller, foi um mês de grandes desafios e conquistas, lembrando outro recorde alcançado: o mais alto índice nos 17 anos de atividades em Santos no navio Maersk Letícia, com 106,1 MPH no embarque. “Temos de agradecer o empenho, a dedicação de todos os nossos funcionários, demonstrando total sinergia entre as áreas, para superarmos todos os desafios”, destacou Teller.

Marta Kümmer é a nova presidente do Porto do Recife

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jornalista, com pós-graduação em Administração de Markenting, Marta Kümmer Loreto assumiu no dia 11 de junho a presidência do Porto do Recife. Esta é a primeira vez que uma mulher assume o cargo mais alto do Porto, tradicionalmente ocupado pelo sexo masculino. Aliás, dos 34 principais terminais brasileiros, somente o do Recife e o de Maceió são administrados atualmente por mulheres. Marta assume o lugar ocupado anteriormente pelo economista Pedro Mendes, que junto com outros quatro secretários de governo deixaram o cargo para compor as estratégias do PSB nas eleições municipais. Mendes ficou um ano e meio a frente do porto e durante sua gestão foi realizada a dragagem no terminal. Também foi na gestão de Pedro Mendes que o porto voltou a movimentar contêineres, carga que não era recebida há pelo menos sete anos. Marta Kümmer faz parte do quadro de funcionários do Porto do Recife desde o início de 2011. Em setembro do mesmo ano, assumiu a Diretoria de Projetos e Obras e tocou importantes projetos, como as reformas do Terminal Marítimo de Passageiros (obra prioritária para realização da Copa do Mundo de 2014).

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A hora e a vez dos tecnólogos * Nilson Carlos Duarte da Silva

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Região Metropolitana da Baixada Santista vive um inédito processo de desenvolvimento. Nos seus grandes momentos, sempre tivemos segmentos ancorando o crescimento e geração de empregos, como, por exemplo, as indústrias no pólo industrial de Cubatão nos anos 50 e 60. Hoje, por outro lado, temos um quadro extremamente promissor acontecendo em várias áreas simultaneamente. A exploração do pré-sal na Bacia de Santos, a modernização do porto e o estímulo ao empreendedorismo das micro e pequenas empresas que orbitam em torno destes segmentos e de outras áreas como turismo e serviço são provas disso. O consenso entre gestores públicos, lideranças empresariais e nós, da comunidade acadêmica, é de que, para que os moradores da região aproveitem essas oportunidades, é preciso de uma maior qualificação. É neste momento, portanto, que as faculdades de tecnologia como as mantidas pelo Centro Paula Souza em todo o Estado de São Paulo se tornam peças fundamentais neste desafio de inserir profissionais bem formados e de qualidade em um mercado exigente e, muitas vezes, extremamente específico. Antes de tudo, é necessário esclarecer a diferença entre os cursos tradicionais de graduação e os de tecnologia. Enquanto os primeiros formam profissionais “generalistas” como, por exemplo, “Engenharia Química”, os que formam tecnólogos são mais focados em uma formação mais específica e nas demandas regionais. Então, na Fatec Praia Grande, ao invés de um curso de “Química”, temos um de “Processos Químicos”, para formar especialistas aptos a atuarem na emergente indústria petroquímica, farmacêutica, de cosméticos e petróleo e gás.

As nossas outras opções, Comércio Exterior, Gestão Empresarial e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, também estão em direta conexão com as necessidades da Baixada Santista. Acreditamos que, com isso, ajudamos a mudar o eixo na geração de empregos, principalmente entre os mais jovens, que hoje precisam cada vez menos ter que se deslocar a São Paulo para trabalhar. A região já começa a absorver essa mão-de-obra e isso gera desenvolvimento econômico e traz mais qualidade de vida para os profissionais. É importante, também, desmontar um mito: a impossibilidade de tecnólogos serem contratados pela Petrobras. A Estatal vem criando regras, como a exigência de cargas horárias para os cursos de tecnologia, que já vem possibilitando a contratação de tecnólogos na área de informática. Esperamos que isso seja gradativamente estendido para as outras áreas. As Fatecs paulistas atendem e estão habilitadas a oferecer mão-de-obra qualificada para a Petrobras e para a cadeia produtiva que atende a empresa. Isso, no entanto, não deve servir como obstáculo para aqueles que estão em busca de qualificação formando-se como tecnólogos. Para se ter uma ideia, nas torres da Petrobras em construção na área do Valongo, em Santos, vão trabalhar cerca de duas mil pessoas, enquanto que, na cadeia de serviços ao redor dos prédios, o número vai chegar a quatro mil. O que isso significa? Que haverá, só ali naquela região, o dobro de vagas nas empresas que atendem ou estão no raio de interesse da Petrobras. Estes postos de trabalho vão exigir qualificação e as Fatecs têm condições de oferecer profissionais bem formados para atenderem esta demanda.

As oportunidades estão aí e toda uma geração de tecnólogos bem formada está preparada para superar estes desafios.

* O professor doutor Nilson Carlos Duarte da Silva é diretor da Faculdade de Tecnologia de Praia Grande (Fatec Praia Grande)

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indicador de empresas :: Advocacia Freitas & Lopes Santos - Av. Ana Costa, 416 Cj. 22 - Gonzaga Telefone: (13) 3289.3445 SP - Av. Brigadeiro Faria Lima, 1572 - Cjs 503 e 504 Telefone: (11) 3813.3460 www.freitaselopes.com.br Comtrol Comércio e Transporte De Óleos Pça da República, 62 - Cj 133 Centro - Santos - SP Cep: 11013-010 Telefone: (13) 3233.6678 www.comtrolbr.com.br Serviços de retirada de resíduos oleosos de tanques e/ou porões de navios nos portos de Santos e Rio de Janeiro. Equiport - Equipamentos para Portos Ltda Rua Dr. Constâncio Martins Sampaio, 97 - Estuário Santos - SP - Cep: 11020-390 Telefone: (13) 3227.6025 www.equiport.com.br equiport@equiport.com.br Atendimento nacional e internacional comercializando equipamentos de grande porte, como: Reach Stackers TEREX, Tratores de terminal e Empilhadeiras de contêineres vazios, entre outros. Oferece assistência técnica 24h por dia e peças de reposição. Gaivota - GVT Logística e Transportes R. José Vicente, 185 Sítio Cafezal - Cubatão - SP Santos - SP - 11010-310 Telefone: (13) 3219.1778 www.gaivotatransportes.com.br

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