VALOR 25 ANOS CPLP
“Os portos são estratégicos para a economia nacional” Os portos marítimos são infraestruturas de crucial importância para Portugal, um país com uma grande extensão de costa e cujas atividades de importação e exportação são, maioritariamente, realizadas por esta via. O engenheiro Nuno Araújo, presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) refere, em destaque, a importância da sustentabilidade ambiental e os novos projetos da APDL com vista à criação de um novo terminal.
Nuno Araújo Presidente da APDL
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APDL administra os portos de Leixões e Viana do Castelo. Qual a importância dos mesmos para a economia nacional?
A APDL é responsável pela administração dos portos do Douro, de Leixões e de Viana do Castelo, infraestruturas decisivas para o desenvolvimento do tecido empresarial e industrial da região norte. O porto de Leixões é o segundo maior de Portugal em toneladas movimentadas e o maior no que se refere ao movimento de/para o hinterland em carga contentorizada, num universo de mais de 14 milhões de habitantes. Exporta para cerca de 184 países, tornando-se dos mais competitivos da Península Ibérica, com excelentes índices de conectividade. A sua localização geográfica permite servir uma região alargada, desde a região norte de Portugal e Galiza até ao Centro de Portugal, chegando ainda à zona de Castela e Leão. O impacto económico e social é, por isso, muito significativo, representando 6% do PIB e emprego nacional, 11% do PIB e emprego da região norte, 20% do comércio externo por via marítima e um volume de negócios de 55,6 milhões de euros. Quais as principais áreas de atuação da APDL e as atividades de destaque nos portos de Leixões e Viana do Castelo? O porto de Leixões movimenta contentores, carga geral e fracionada, ro-ro e granéis sólidos e líquidos, através dos seus terminais, dedicando-se ainda à gestão da sua Plataforma Logística. O porto de Viana do Castelo, onde se encontra instalado um cluster das energias renováveis, com projetos
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inovadores como o Cor Power Ocean e o Windfloat e o acolhimento da maior indústria nacional de fabrico de geradores de energia eólica - a Enercon, integra na sua área os estaleiros navais do West Sea, numa aposta na indústria naval, em complemento com a capacidade de movimentação de carga, como a madeira, os caulinos, o papel, equipamento eólico e o asfalto. A obra das acessibilidades marítimas para viabilizar o novo terminal está já em curso. Qual a importância da mesma para a APDL? Como a caracterizaria, no que respeita ao impacto que a mesma terá junto da população, da região e das atividades económicas? As intervenções nas acessibilidades marítimas do porto de Leixões, onde se incluiu o novo terminal e o prolongamento do quebra-mar, são decisivas para a competitividade do tecido empresarial e industrial da região e, por consequência, para as comunidades locais, representando ainda um salto qualitativo para o porto, já que resultará na capacidade de receção de mais de 70% da frota mundial de navios. Estas vantagens traduzem-se em poupanças nos custos das cadeias logísticas equivalentes a 115 milhões de euros, externalidades ambientais positivas na ordem dos 50 milhões de euros, criação de emprego, com cerca de cinco mil postos de trabalho indiretos e o aumento da produtividade em 40%.