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Os desafios de quem arrisca empreender em Portugal
Andreia Fernandes criou a Words & Company em 2021, após vários anos dedicados ao jornalismo escrito e televisivo. No primeiro aniversário desta agência de comunicação, esta empreendedora voltou a arriscar e lançou a Peneda-Gerês Mag, uma revista trimestral que dá a conhecer em profundidade o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Os desafios da mudança de vida, a nova área profissional e as dificuldades diárias que fazem, no entanto, com que tudo valha a pena –a entrevista da mulher e da profissional.
Sempre teve este fascínio pela área da comunicação? O que a levou a fundar a sua própria agênciadecomunicação?
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Numa primeira fase, não pensei que viria a criaro meu próprio projeto, mas tal acabou por acontecer. Desde o nono ano que sabia que queria ser jornalista. Na Universidade do Minho colaborei com o jornal académico e, posteriormente, trabalhei para jornais locais e regionais, onde consegui a carteira profissional. De seguida, estive oito anos no Porto Canal. Quando saí, trabalhei por conta própria durante seis meses – desde junho até ao final do ano de 2018. Foi nesta fase que fiz trabalhos na área da assessoria, eventos, projetos de empresas, e percebi que dava para explorar outras áreas. No entanto, fui depois convidada pelo Domingos Andrade para ingressar no Jornal de Notícias, durante seis meses, antes de surgir a oportunidade de colaborar com a TVI, na região da Guarda. Estive lá dois anos, mas quando a TVI24 atravessou o processo de transição para se tornar CNN, julguei que estava na hora de dar um passo diferente. Incentivada pelo meu marido – tinha casado em 2019 – fui em busca de estabilidade pessoal e financeira e abri, em sociedade com o meu marido, a Words & Company.
Como consegue conciliar a sua vida profissional com as restantes áreas da sua vida?
Agora tenho menos tempo, na verdade, do que tinha quando era jornalista. Não há folgas, não há fins de semana, não há feriados, e mesmo as férias exigem muito planeamento. A Words & Company depende exclusivamente de mim, e a Peneda-Gerês Mag, embora não dependa só de mim, está dependente das minhas decisões, portanto o tempo é muito escasso. Neste momento, a hipótese é reservar um ou dois dias, findo um ciclo de trabalhos, para estar com o marido, a família e os amigos, e tentardescansar brevemente. A grande vantagem é que estou em casa, perto dos meus e consigo dar-lhes o apoio necessário.
Como definiria a Words & Company? Quais os principais serviços que prestam?
A Words & Company é uma empresa de comunicação, onde disponibilizamos Assessoria Empresarial e Política; Marketing digital; Gestão de Crises; Estratégia de Comunicação; Rebranding... Sendo uma empresa onde só eu trabalho, temos parceiros, na área do design, do vídeo e da fotografia, que nos permitem dar resposta às necessidades dos clientes.
O que a fez avançar para a criação da PenedaGerês Mag?
Quando ainda trabalhava na Guarda, percebi que faltava muito conteúdo informativo sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Assim, após contactos com empresas de animação turística, câmaras municipais e pessoas ligadas ao Parque Nacional, avancei para a construção da revista. Quando a Words & Company fez um ano, lançámos o primeiro número da Peneda-Gerês Mag. É uma revista com edição bilingue, da qual são publicados 1500 exemplares trimestralmente. Estamos apenas em sítios estratégicos – as portas do Parque Nacional, alguns pontos de venda de empresas de animação turística e em quiosques selecionados em Lisboa, Porto e Braga. Há também as assinaturas. Em julho, sairá a edição nº 5.
Que balanço pessoal e profissional já pode fazer, ao fim de dois anos, do trabalho desenvolvido com a Words & Company e a Peneda-Gerês Mag?
Só posso fazerum balanço positivo, embora seja cada vez mais difícil para os jovens empreendedores desenvolverem os seus projetos no mercado atual. Não é fácil resistir num mercado onde os impostos são pesados e a burocracia cada vez maior. Não se simplifica nada a quem quer trabalhar por conta própria. Mas dar este passo foi fundamental para mim, pessoal e profissionalmente. Tenho a sorte de ter bons parceiros, de ver o meu trabalho reconhecido, mas ser empreendedor em Portugal é um desafio constante, que é todos os dias aliciante, mas também é desgastante.