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Tô pegando o ônibus A necessidade da saúde mental
O desmantelamento da rede ferroviária na década de 1960 entregou o transporte brasileiro às empresas rodoviárias.
Para a população que precisava se deslocar a Porto Alegre, a extinção das linhas férreas deixou um vazio que foi preenchido por diversas empresas de ônibus espalhadas pelos municípios dos Vales.
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Em Dois Irmãos, a empresa de Felippe Alfredo Wendling (1938) teve sua frota e linhas aumentadas em 1960, quando passou a ser denominada Empresa Wendling de Transporte Coletivo Ltda.
Em Ivoti, a Sociedade de Ônibus Capivarense Ltda, fundada em 1954, dava seguimento à empresa criada em 1949 por Walter Artur Heinz e Arno Kney na localidade de Picada Capivara, hoje Lindolfo Collor. Em 1973, já sob a direção da família Robinson, o nome fantasia “Socaltur” foi adotado.


A Comercial, Importadora, Transportes, Representações e Acessórios Ltda - CITRALsurgiu em 19 de agosto de 1952 da fusão das empresas Rex e Real, que faziam as linhas entre a sede Taquara e Santo Antonio da Patrulha, Rolante, Riozinho e Porto Alegre, incorporando outras empresas menores da região.
A empresa que ficou marcada no imaginário popular como símbolo das viagens a Porto Alegre foi a Central S.A. Transportes Rodoviários e Turismo, fundada em 1928, ligando São Leopoldo e Novo Hamburgo a Porto Alegre. O fundador da empresa, Amador dos Santos Fernandes, já possuía uma empresa em Porto Alegre, cuja ampliação deu origem à Central. Durante quatro décadas, a Central monopolizou o trajeto entre Novo Hamburgo e a capital do Estado.
Vivemos o século XXI, o ano de 2023, o mês de dezembro. Vamos voltar no tempo, a partir de agora: pouco importa a sua idade, volte 10, 15, 20 anos. Recorde-se de tempos passados, quando você tinha 20 anos menos do que tem hoje. Muitas coisas se mantiveram iguais ou semelhantes; outras tantas surgiram e se incorporaram em nossas rotinas. Porém, na sua visão, o que de modo mais significativo mudou na vida de hoje em relação ao passado?
A minha resposta: o acesso à informação!
Sou da época em que manuseávamos enciclopédias (jovens leitores, pesquisem no Google) para buscar conhecimento, para fazer um trabalho de aula. Uma palestra, para repartir conteúdo era algo raro e conversas se davam através do olho no olho, eventualmente de telefone ou ainda através de trocas de cartas. O tempo para esses diálogos ocorrerem era imensurável. Dias, semanas, meses.
Quando algo acontecia em nossa cidade, não raro, tomávamos conhecimento, se não estivéssemos diretamente envolvidos com o episódio, no dia seguinte, através das páginas do jornal. Quando o fato acontecia no Estado ou no País, era normal o desconhecimento, e em outros países, total desconhecimento. Um disco lançado, um filme, um livro: meses até se tomar conhecimento.
E tudo isso mudou: hoje, sabemos de uma tragédia na China em segundos, de uma bobagem sem sentido na Inglaterra em segundos, de notícias de mortes por todos os lados de pessoas que sequer conhecemos mas somos impactados, de demissões, de finais de relacionamentos, de tudo. E não apenas de pessoas famosas, de personalidades. Não, a tragédia do Zé da Esquina passou a se incorporar na minha rotina.

E mais, o sucesso do Zé da Esquina, da outra esquina, também passou a fazer parte da minha rotina. As suas viagens, as suas compras, a sua rotina vitoriosa, a sua TV nova, o carro novo: todas essas conquistas eu passei a presenciar, sem necessariamente me alegrar com isso. Quantos não passaram a se perguntar: por que ele consegue e eu não? Por que ele tem uma família feliz e eu não?
E aí, o ponto: nossa saúde mental passou a ser alvo fácil. Nos entristecemos com mortes de quem não conhecemos. Nos frustramos com conquistas de quem não conhecemos. E sabemos de tudo um pouco. Dos quatro cantos do planeta. A todo minuto ou segundo. O fluxo não para, é constante e cada vez mais acelerado.

Pense em você, coloque filtros, foque no que realmente importa, pense em sua saúde mental. A mente bem organizada reflete na saúde de todo o corpo, te faz ter um bom sono, te concentrar no necessário.
Nem tudo que veio de novo, veio para melhorar nossas vidas. Assim como o que diferencia o remédio do veneno é a dosagem, no mundo da informação, vale o mesmo: cuida da dosagem na hora de buscar informações. A sua saúde mental, agradece.