Journal UseFashion - Setembro 2009

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ANO 6 • nº 68 • SETEMBRO 2009 • Edição Brasileira

m o da p r o f i s s i o n a l

REPORTAGEM As tendências de verão 2011 direto da maior feira mundial de street e urbanwear | pág. 44 ISSN 1808-6829

É festa! O melhor da alta-costura | pág. 12 Preview verão 2011 para o infantil | pág. 34 A designer Chie Mihara em exclusiva | pág. 54 Tendências para o masculino verão 2011 | pág. 64

R$20,00




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nesta edição foto capa: reprodução/royalty-free

Capa: Bread & Butter. O que há de novo em street e urbanwear passa por aqui.

na capa

gente

12 VESTUÁRIO

08 é moda

É festa! Confira as tendências da altacostura. Por Eduardo Motta.

18

Looks comentados de Paris e Berlim. 10 paparazzi

34 INFANTIL

Plissados e drapeados em destaque nos backstage de alta-costura.

Preview verão 2011. 44 REPORTAGEM

61 Estilo

Bread & Butter: tendências em urbanwear e streetwear.

O estilo da jornalista e consultora de moda Lu Catoira em cinco imagens.

54 PERFIL

curtas

Conheça Chie Mihara, a designer de calçados que conquistou as principais lojas do mundo.

06 Portal usefashion.com

Novo portal, os destaques do inverno 2010 em Radar Vitrines e a temporada feminina de verão 2011.

64 EDITORIAL DE MODA

Moda masculina. O melhor dos desfiles internacionais para o verão 2011.

07 dicas da redação

A arquitetura de David Chipperfield no Design Museum; a fotografia de Paul Strand em São Paulo e a exposição “Corpos Estranhos” no MAC USP Cidade Universitária. 38 acontece

moda 18 CALÇADOS & BOLSAS

Moda festa se renova. Saltos volumosos, novos materiais e bolsas maiores. 20 BOLSAS

O que desfila pelas ruas da Alemanha.

Pitti Filati e Spinexpo mostram os fios para o inverno 2011. 58 Campus

Christian Lacroix em exposição na FAAP/SP, Imagens Urbanas, Pixel Show 2009 e o concurso cultural da Iódice Denim. 78 MEMÓRIA

A diva Grace Kelly.

22 ACESSÓRIOS

Materiais alternativos em alta. 26 radar internacional

Estampa animal e pele fake. 28 radar nacional

Verão nos trópicos X Verão na Côte D’Azur. 30 MASCULINO 64

O inverno 2010 já chegou nas ruas das capitais da moda.

78


expediente visual merchandising

40

Diretor-Presidente Jorge Faccioni Diretora Alessandra Faccioni Diretora de RH Patrícia Santos Diretor de Redação Thomas Hartmann Diretora de Pesquisa Patrícia Souza Rodrigues

40 visual de loja

A arquitetura verde da FARM Harmonia, 57, na Vila Madalena.

design

Núcleo de Pesquisa e Comunicação

50 design

O premiadíssimo housewear da Coza, a IQ Font (criada a partir do movimento de um carro), o Sonic Fabric (tecido que emite sons), os móveis feitos de bicicleta da Bike Furniture Design, e o WinDry para secar botas.

5

opinião 52 cultura

A potência da estranheza. Por Eduardo Motta. 60 opinião

Tecnologias emergentes. Por Luiz Carlos Robinson.

negócios 56 negócios

Números do varejo melhoram, mas indústria ainda sente. 50

Editora-Chefe Journal Inêz Gularte (Mtb 7.775) Edição de Moda Eduardo Motta (consultoria) Redação Aline Ebert (Mtb 13.687), Fernanda Maciel (Mtb 13.399), Eduardo Pedroso e Juliana Wecki (assistentes) Projeto Gráfico Ingrid Scherdien Produção de Arte Ingrid Scherdien (design gráfico), Francine Virote e Thaís de Oliveira (tratamento de imagens), Carine Hattge (revisão de imagens), Jucéli Silva e Vanessa Machado (web design) Equipe de Pesquisa Nájua Saleh (assessora de pesquisa de moda), Kamila Hugentobler (assistente de pesquisa), Aline Kämpgen (assistente de coordenação de imagens), Aline Romero, Francine Virote, Lisiane Ramos, Nícolas Samuel Gehlen e Thaís de Oliveira (classificação e tratamento de imagens), Vanessa Faccioni (visual de loja) Consultores Angela Aronne (malharia retilínea, underwear e beachwear), Daniel Bender (inovação), Eduardo Motta (calçados e bolsas), Juliana Zanettini (jeanswear), Paula Visoná (malharia circular e vestuário masculino) e Renata Spiller (infantil) Colaborou nesta edição Cristiane Mesquita

UseFashion Journal (ISSN 1808-6829) é uma publicação mensal do Sistema UseFashion de Informações Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Midia Gráfica - RBS

ao leitor A Bread & Butter, de volta a Berlim, é o tema de nossa reportagem de capa. Acompanhe a opinião de visitantes, expositores e também um apanhado das principais tendências apresentadas na feira que é o maior evento mundial de urbanwear e streetwear para pesquisa de moda e comportamento de consumo. Em Editorial de Moda, direto das passarelas de Milão e Paris, veja o que se espera da moda masculina para o verão 2011. Em Infantil, acompanhe um preview sobre as referências que vão guiar os lançamentos para as linhas bebê, criança e teen também para o verão 2011. O inverno 2010 é abordado na matéria de vestuário que tem como foco os desfiles de altacostura de Paris. Confira nossa análise sobre os looks que devem dar o que falar nos grandes eventos, em uma edição de curtos, longos, decotes e adornos. A moda festa continua na matéria de Calçados & Bolsas com uma seleção de modelos apresentados em feiras, desfiles e vitrines que você não pode deixar de ver. Os materiais alternativos são o tema da matéria de Acessórios. Veja como papel, botões, e outras matérias-primas inusitadas podem compor belas peças. No Visual de Loja, passeie com a

gente pelos principais ambientes da loja FARM Harmonia, instalada em um prédio de arquitetura verde, com plantas incrustadas nas paredes e com um sistema hidráulico que permite reaproveitamento total da água da chuva. Veja, ainda nesta edição, a designer de calçados Chie Mihara, em Perfil; os estilos que desfilam pelas ruas das principais capitais mundiais, em Masculino; uma seleção das criações mais incríveis em objetos, em Design; além das informações dedicadas a estudantes, em Campus. Tudo isso e muito mais no UseFashion Journal de setembro. Boa leitura e ótimos negócios!

Jorge Faccioni Diretor-Presidente

Errata: Na página 58, editoria Campus, na nota 5º Colóquio de Moda, a legenda foi publicada errada. A foto refere-se ao trabalho da baiana Carol Barreto, que desenvolveu uma pesquisa de campo sobre o tema "Redesenho e construção da aparência no grupo das travestis de Salvador".

Vários dos conteúdos que abordamos nesta edição podem ser complementados no portal usefashion.com. Alguns são de acesso exclusivo para assinantes do portal. Ligue 0800 603 9000 e veja como acessar. Os textos dos colunistas e colaboradores são de responsabilidade dos mesmos e não representam necessariamente a opinião da empresa. Todos os produtos citados nesta edição são resultado de uma seleção jornalística e de consultoria especializada, sem nenhum caráter publicitário. Todas as matérias desta edição são de responsabilidade do Núcleo de Pesquisa e Comunicação da UseFashion. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sejam quais forem os meios empregados, sem a autorização por escrito do Sistema UseFashion de Informações.

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por tal u se fa s hion .com co n t e ú d o pa r a a s s i n a n t e s

Pesquise pelo alto A nova versão do Portal UseFashion traz uma profunda melhora na experiência do usuário, concentrada no topo da página. A busca universal, no cabeçalho, percorre todo o conteúdo do site para trazer exatamente o que você procura. Já o menu superior foi organizado para agilizar a pesquisa: todo nosso pensamento de futuro está concentrado no link ‘Tendências’ (Megatendências, Tendências de Desfiles, Reports, Clipping, Radar Vitrines e Tribos Urbanas). Os demais links contêm coberturas de notícias, feiras, desfiles, vitrines, uso nas ruas e visual de loja. Além disso, pelo menu superior você também acessa o calendário de eventos e visualiza o mais amplo cadastro de empresas de moda do Brasil, em Suppliers.

verão 2011 Temporada feminina Setembro marca também o início da temporada internacional de desfiles femininos com os lançamentos para o verão 2011. Nova York dá a largada, seguida de Londres, Milão e Paris. Os desfiles se estendem até outubro e têm cobertura completa no portal. Com fotos com zoom, possibilitando que o pesquisador veja bem de pertinho, e também com análises especializadas, em resenhas produzidas por pesquisadores. O conteúdo, que é o que de mais especializado existe na internet do Brasil, traz ainda fotos dos detalhes dos looks e análise de tendências por semana de moda.

foto: © Agência Fotosite

Inverno 2010

Lembre-se, os desfiles mostram, com um ano de antecedência para os países do hemisfério sul, os produtos que devem ganhar as vitrines mundiais. Não dá pra deixar de ver.

Radar Vitrines Setembro celebra o início do outono nos países do hemisfério norte. É época de vitrines recheadas com os lançamentos da nova estação. A UseFashion acompanha, mês a mês, esta movimentação das lojas, trazendo para seus assinantes os pontos altos da temporada. Desde julho, o portal já está publicando as primeiras vitrines da nova estação. Em agosto, o assinante já teve acesso ao primeiro Radar Vitrines com os produtos da temporada. Em setembro, o portal apresenta o novo dossiê com a movimentação das lojas e os lançamentos que chegam às ruas com o melhor da moda inverno 2010. Acesse Radar Vitrines e acompanhe.

setembro

calendário Feiras Desfiles 7 a 14 - Bijorhca 10 a 17 - Desfiles femininos Nova York 7 a 14 - Lyon Mode City 18 a 22 - Desfiles femininos Londres 11 a 18 - Milano Moda Unica 23 a 30 - Desfiles femininos Milão 18 a 25 - Première Vision 19 a 26 - Micam e Mipel

Backstage Marni | inverno 2010

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dicas

da redação ARQUITETURA DE DAVID CHIPPERFIELD

foto: © Christian Richters /reprodução

O trabalho de um dos principais arquitetos da GrãBretanha, David Chipperfield, poderá ser conferido de 21 de outubro a 31 de janeiro de 2010 em uma exposição no Design Museum, em Londres. Com sofisticação, Chipperfield projeta com uma sensibilidade ímpar na escolha dos materiais, pois tem grande preocupação com o meio ambiente. De grande reputação internacional, o arquiteto já construiu edifícios na China, Japão, Itália, EUA, Espanha e Alemanha. Em seu currículo, o Museu de Literatura Moderna, em Marbach, Alemanha (foto) recém-concluído. Saiba mais: www.designmuseum. org/exhibitions/2009/david-chipperfield

PAUL STRAND (1890-1976) foto: © Aperture Foundation Inc., Paul Strand Archive/reprodução

Até o dia 27 de setembro, o Museu Lasar Segall, em São Paulo, abriga a mostra “Olhar direto: fotografias de Paul Strand”. Referência na história da fotografia do século 20, o trabalho de Strand (1890-1976) apresenta uma abordagem direta da vida nas ruas da metrópole industrial entre os anos 1910 e 1920. No mesmo espaço, em caráter contínuo, será exibido o filme Manhatta, dirigido por Paul Strand e Charles Sheeler, no ano de 1921. A realização desta exposição é uma parceria entre o Museu Lasar Segall, o Instituto Moreira Salles e a Aperture Foundation – instituição responsável por preservar e divulgar a obra de Strand. A entrada é gratuita. Mais informações (11) 5574 7322. Na imagem, Mulher cega, Nova York, EUA, 1916. Passa lá: Rua Berta, 111 - São Paulo – SP

CORPOS ESTRANHOS foto: divulgação

As artistas Laura Lima (Brasil), Pilar Albarracín (Espanha) e Regina José Galindo (Guatemala) propõem, na exposição “Corpos Estranhos”, um diálogo estético em que o corpo se revela como agente de transformações fundamentais para a ética contemporânea. Com apoio do Instituto Cervantes São Paulo, a mostra esteve exposta na memorial da América Latina durante os meses de junho e julho, e agora permanece até o dia 4 de outubro no MAC USP Cidade Universitária (Rua da Reitoria, 160 – São Paulo/SP). Na foto, “Toilette, 1991” de Pilar Albarracin. Imperdível! Acessa lá: www.mac.usp.br/mac/


h le Sa ua áj N r Po

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Corrente na cabeça, sobre cabelos desgrenhados é desleixo chic e hit para o feminino.

Carteiras pequenas estão sendo substituídas pelos modelos grandes. São funcionais, sem perder o luxo dos modelos menores.

Transparência sobre peças fechadas é alvo do vestuário feminino para o inverno 2010. Neste contexto, a blusa de ombro caído denota o relaxamento do visual e ao mesmo tempo dá ares hippies sofisticados na produção. O azul destacou o preto.

Cinto marca a cintura, delimitando a blusa larga, formando drapês. A falta de acabamento na peça é proposital e confere com o estilo.


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fo to U s: se s Fa hi on

Apesar da cor preta estar toda na parte superior do look, a boina e a camisa entreaberta ressaltam a irreverência proposta, deixando o visual mais leve e descontraído.

Camisa ajustada com mangas viradas causa charme e é perfeita para situações mais arrojadas, em climas quentes.

A produção interfere entre o social e o casual. A união dos clássicos preto e branco torna o visual requintado e sem erro.

O All Star quebra a seriedade do look e deixa a produção mais despojada.


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p ap ara z zi

Plissados e drapeados fotos: © Agência Fotosite

Por Angela Aronne

Fox no M e g an ni Privé ge Arma ta b a ck s

Nora Arn

ez e d e r n

o desfile

Christian D

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As celebridades, que circulam nos desfiles de alta-costura das grifes Dior e Armani Privé, apostaram nas modelagens volumosas, enfatizadas por drapeados e plissados. Emmanuelle Béart mostrou a sua versão de silhueta volumosa aderindo aos plissados fluídos com acabamentos em babados delicados. Já Megan Fox e Nora Arnezeder optaram por drapeados localizados tanto em tecidos com aspectos mais pesados, exemplo da lã fria, como nos fluídos. Neste caso, os drapeados valorizaram o busto, concentrando-se nos decotes.

Giorgio Armani e Emmanuelle Béart no backstage Armani Privé

Vale ressaltar que na passarela dos desfiles de inverno 2010 os volumes chamaram atenção principalmente pelos drapeados localizados, que se destacaram como tendência da estação, vistos nos desfiles de Alexander Wang em Nova York, Louis Vuitton em Paris, Moschino e Gianfranco Ferrè em Milão e Noir em Londres.



12

ve s t uário

p o n to d e v i s ta

É Festa! Por EDUARDO MOTTA

Na raiz da moda festa, encontramos todas as técnicas de alta-costura, adaptadas pelo pragmatismo moderno em termos de complexidade, mas preservadas na sua essência. Não sem razão, a couture orienta a evolução deste segmento da moda. O que se experimenta nela hoje tem grandes chances de definir o vestido arrasador da festa de amanhã. Os costureiros que fazem a alta-costura estão cientes de que estas técnicas, tão antigas e preciosas, poderiam ter caído no esquecimento, não fossem preservadas com tanto empenho e rigor pela Câmara Sindical da Alta-Costura de Paris. Aqui você encontra uma seleção dos mais belos modelos de festa, editados de acordo com os comprimentos fundamentais, decotes arrasadores e um elenco de elementos decorativos inspiradores.

Vestidos curtos O modelo da Armani Privé, curto ajustado e de mangas ¾, define bem uma linha de vestidos poderosos, com todos os ingredientes para marcar presença nos momentos especiais. Tudo nele converge para o decote e para os ombros, contruídos com tecido excedente, em drapeado localizado, de volumes muito bem controlados. Os ingredientes são clássicos, mas estão a serviço de uma silhueta bem atual. No Chanel, um tubo seco e tomara-que-caia, todos os méritos vão para o luxuoso aspecto do tecido, em clima futurista. No Valentino, a renda utilizada em camadas cria um efeito de superposição translúcido, introduzindo o rebuscado padrão decorativo da renda, mas preservando o shape seco em leve evasê. Quando chegamos ao modelo Lacroix, mesmo com o comprimento curto, a exuberânca dos volumes dá o tom barroco, com movimentos assimétricos no decote e na barra.

Em partes A divisão, que introduz áreas a mais nestes modelos, permite variar texturas, material e cor. A Chanel opta pela monocromia, mas capricha no décor da parte superior e usa drapeados na saia. Julien Fournier utiliza contraste forte, entre opacidade e transparência, e entre o preto e o tom de nude. No modelo Basil Soda, aspectos diferentes ocupam cada corte, e a assimetria do decote dita o resultado final.

Armani Privé


13 fotos: Š Agência Fotosite

Chanel

Valentino

Christian Lacroix

Chanel

Julien Fournier

Basil Soda


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ve s t uário

p o n to d e v i s ta

longos Nos vestidos longos, a forma verticalizada é potencializada ao máximo. O objetivo é declaradamente o de alongar a figura. A assimetria e as linhas transversais dominam o modelo Armani Privé. Para Christophe Josse, o vestido é coluna, seco, e em material semi transparente e brilhante. O belo enfeite no ombro é de flores de voil, com acabamento bordado, ou corte a fio, e aplicação de cristais. A Givenchy criou uma grande lapela para dar forma ao decote V bem profundo. Deixou expostos os lados do corpo e trabalhou com apliques de metal pintado. No modelo da vietnamita Xuan-Thu Nguyen, a modelagem é resolvida com straps, sobrepostos a uma segunda camada do mesmo material. Diferentemente dos três vestidos anteriores, e dos dois próximos, ela trabalha com mais volume na parte inferior da saia. O vestido Basil Soda é todo em tecido de efeito plissado. Os cortes espiralados criam belo movimento, contornando a figura bem-marcada pelo cinto de pedraria e valorizada pelos detalhes preciosos. Lacroix interrompe seu modelo abaixo do joelho, cria volume com detalhe repuxado para trás, finalizado por laço de cetim e, a partir deste ponto, volta a dar continuidade à saia, com ótimo efeito de alongamento potencializado pela cor escura do tecido.

Armani Privé

Christophe Josse

Givenchy


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fotos: © Agência Fotosite

Xuan-Thu Nguyen

Basil Soda

Christian Lacroix


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ve s t uário

p o n to d e v i s ta decotes Em meio aos muitos elementos de um vestido de festa, o decote ocupa um papel crucial. É ele que vai emoldurar o rosto e valorizar os ombros e costas, partes da anatomia bem mais decisivas em um modelo destes do que as pernas, por exemplo, quase sempre tratadas de forma discreta. É claro que a todas elas se dedica o máximo de atenção, e o conjunto é o que importa, mas, ainda assim, o decote faz a diferença, e a proximidade com o rosto permite que ele participe intimamente da expressão da personalidade de quem usa a roupa em questão. drapeados

Cengiz Abazoglu

Valentino

Cengiz Abazoglu

Julien Fournier

Eric Tibusch

Christophe Josse

Arquitetônicos

nas costas

Chanel


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adornos fotos: © Agência Fotosite

O adorno é um dos pontos altos da roupa festa. Dos bordados aos apliques, das pedrarias às flores de tecido, o repertório é amplo e comparece em boa parte da modelagem. A modernização da alta-costura tem trazido novidades para este terreno. Além dos preciosismos de sempre, entram composições com zíperes, metais e outros materiais menos nobres. Nestes casos, vale mais a inventividade e o domínio técnico que o valor de partida do material. Enfeites inusitados também contribuem para aproximar a roupa de festa do público que não quer abandonar o terreno da transgressão nem nos momentos formais. Metais e zíperes

Givenchy

Armani Privé

Stéphane Rolland

Georges Hobeika

Georges Hobeika

Georges Chakra

Bordado e pedraria

Flores

Chanel


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c alç ados & bol s a s

fotos: © Agência Fotosite

Festa renovada Por Inêz Gularte Consultoria: Eduardo Motta

Os looks de festa passam por uma significativa mudança. Ainda podemos encontrar neles a sofisticação, a excelência dos materiais, o apelo luxuoso dos brilhos, do ouro e da prata. Entretanto, lado a lado com estes itens clássicos, encontramos também muita irreverência. Observe como há volumes mais pesados para os calçados e bolsas um pouco maiores, que preservam alguma utilidade e não apenas compõem o look. Sob as novas regras, vale experimentar materiais antes impensáveis. Aqui, nem o plástico é considerado elemento estranho. Ele é incorporado sem receios para cumprir o jogo hi-low que a moda festa se dedica a jogar. A bolsa da Marni fica na fronteira entre o luxo e o design contemporâneo, mesclando passado e futuro. A superfície com textura, o fecho e a alça falam de um novo tipo de elegância. O modelo é da coleção de inverno 2010.

Volumes pesados e meia-pata no modelo Zuhair Murad, desfilado na semana de alta-costura em Paris.

Na Christian Dior, impera a irreverência. O clássico sapato de cetim tem meia-pata e fechamentos com peças destinadas ao underwear. É ultramoderno, mas, ainda assim, é festa. A proposta é da semana de alta-costura de Paris.

Na Armani Privé, o brilho do scarpin é arrematado pelo vinil transparente. Na bolsa, centenas de plaquinhas geométricas dão o tom exuberante sem recorrer a material precioso. Tudo desfilado na semana de alta-costura de Paris.


Datelli

fotos: divulgação

Maruá

Dumond

Festa à brasileira Para a Datelli, cetim liso e plissado, couro liso e metalizado e aplicações de paetês estão em alta para os modelos de festa. A equipe de estilo da marca destaca duas vertentes. Uma de construções com linhas mais limpas, com pequenos ou mesmo nenhum enfeite, outra de modelos mais carregados, com adornos de pedras, cristais, strass. A Luz da Lua aposta em couro com estampa de cobra (da linha pantanal champanhe), couro com estampa de crocodilo (da linha etrusco champanhe), no cetim preto, na seda champanhe e na seda platinum. O estilista da marca, Marcus Silveira, diz que o preto é a cor que mais se destaca, seguido pelo champanhe. Quanto às construções, ele explica que sempre são produzidos modelos lisos e limpos para a linha festa. “Mas a maioria tem adornos metálicos com pedrarias”. O designer aponta ainda adornos em ouro com cristais transparentes e muita pérola.”Nossos detalhes de flores para a noite são a grande novidade”, revela Marcus. A Maruá Calçados que comercializa sua marca em todos os continentes, e desenvolve para grifes internacionais como BCBGGirls, Max Azria, Ralph Lauren, DKNY, entre outras, usa em seus modelos de festa principalmente cetins,

couros metalizados e specchios (espelhados) em diferentes texturas. Sérgio Dulius, estilista da marca, diz que as fôrmas são delicadas, em várias alturas, e os saltos finos são revestidos com o mesmo material usado no cabedal, dando ênfase às plataformas. Nos adornos, ele cita topes, cabedais plissados e aplicações de strass, pérolas, paetês e canutilhos. Nas cores, prata e dourado continuam em alta. Mas há outras apostas, alerta Sérgio, “vermelho, violeta, azul, verde e platino”. Para a Dumond, os principais materiais usados nas linhas de festa são o cetim e o couro metalizado. Segundo Carina Leist, gerente de estilo, entre os ornamentos, o destaque fica por conta das fivelas de strass e pedrarias. Os saltos finos e altos são os mais procurados. “Mas hoje também usamos os saltos meia-pata forrados de cetim ou de material metalizado dando maior altura para as mulheres e muito conforto”, explica. A gerente confirma que ouro e prata são as cores mais usadas, mas faz uma ressalva, “para as festas de final de ano apostamos também no champanhe e no branco”. Entre as novidades, conta que estão trabalhando uma linha em material perolado que tem um toque cintilante, ideal para os modelos de festa.


20

bol s a s

Cena urbana Pelas ruas da Alemanha, bolsas que revelam estilo Por NÁJUA SALEH

Flores: Românticas, psicodélicas ou artesanais, elas denotam estilos variados sem perder o delicado encanto.

Düsseldorf

Frankfurt

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Franjas: Elas contornam as bolsas principalmente em tiras mais longas. Podem ser contrastantes, da mesma cor da bolsa, ou em cores distintas.

Düsseldorf

Düsseldorf

Frankfurt

laços: Se mantêm como detalhe feminino desde o vestuário até os acessórios. Com passantes, costurados ou aplicados, dão graciosidade a qualquer modelo. Podem ser feitos em tiras de tecidos, ficando mais maleáveis, ou em couro, com efeito mais estruturado.

Düsseldorf

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21 f ur t

f oto s s: U eFas

desenhos: A irreverência destes modelos é pura criatividade. Apliques sobre a estampa dão toques de realidade ao desenho. Em outro momento, a tampa da bolsa pode virar uma página de quadrinhos, um campo de futebol, ou mesmo um rádio.

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xadrez: Em diferentes tonalidades, o xadrez permanece como ícone de estampa. Explorado inicialmente pela Burberry e, em um segundo momento, por Vivienne Westwood, o modelo com a bandeira da Inglaterra ressalta a importância do xadrez para o país. Observe como ele serve para modelos sofisticados ou mais despojados.

Düsseldorf

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aces sórios

Acerte em cheio nos alternativos Materiais inusitados viram objetos de desejo em peças criativas e bem-acabadas Por Inêz Gularte

foto: Juliano Arantes/divulgação

consultoria: Renata spiller

Mary Design


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fotos: © Agência Fotosite

Louis Vuitton | Paris

A criatividade dos designers vem surpreendendo o grande público pelo uso de matérias-primas alternativas em acessórios que desafiam a nossa compreensão. Por vezes, é difícil acreditar no que estamos vendo. O senso estético, a combinação das cores, das texturas, tudo é perfeito. Custamos a acreditar que o que temos ali são simplesmente balas, botões ou pedaços de papel. Como itens do nosso cotidiano podem se transformar em acessórios? O fato é que, manipulados com criatividade e perfeição nos acabamentos, estes materiais viram componentes importantes de colares, pulseiras e anéis que são objetos de desejo. As passarelas nacionais e internacionais confirmam a tendência. Para Alessa, jujubas, marshmallows e outras guloseimas deram o colorido e o volume que complementaram sua coleção de verão 2010, desfilada na última SPFW. “A ideia foi fazer uma releitura divertida dos doces da infância, trazendo pulseiras, brincos e colares comestíveis e com prazo de validade para usar e para comer”. Tendo como inspiração o universo da gastronomia, a estilista criou acessórios temáticos em parceria com Mary Design, que também transformou sabonetes em pedras coloridas para colares na 2nd Floor. Outras marcas trouxeram para passarela acessórios divertidos. Ronaldo Fraga usou caixinhas de chicletes e passaportes em colares. Isabela Capeto fez de latinhas de Coca-Cola acessórios para o cabelo. Nos desfiles internacionais, a onda se confirma. Giles fez grandes colares

com correntes e botões. A Louis Vuitton usou EVA em suas gargantilhas. E por aí vai. Mas o que motivou tantos designers a seguirem por este caminho? Mary Figueiredo Arantes, da Mary Design, acredita que a busca por materiais alternativos tenha a ver com o fato de que a moda sobrevive do novo. “Esses materiais não-convencionais entram aí, salvando alguns estilistas que apostam no incomum. Muitas vezes, nem precisa ser usando materiais diferentes, como a bela coleção apresentada pelo Herchcovitch. O que precisamos é ter um olhar alternativo, desconstruir conceitos e parâmetros que aprendemos desde criança e que nos prendem a formas, a estruturas, a padrões engessados de preconceitos”. Em sua coleção de verão 2010, intitulada “No meio do caminho tinha uma árvore”, ela conta que o objetivo era despertar o lado eco-fashion com: reduza, reutilize, recicle. “A câmara de pneu foi nossa joia na série em homenagem a Krajcberg. Fios de palha de seda rústica, tingidos naturalmente com chás de cebola, beterraba, entre outros, viraram colares anelados. Flores foram feitas de garrafa PET, palha de cestaria, bucha vegetal e folhas secas esqueletificadas. Aproveitando restos de couro sintético, que normalmente são descartados das fábricas de bolsas e sapatos, fizemos colares, arcos, broches e pulseiras, tecendo com eles um patchwork de retalhinhos do que seria lixo”. Mary diz que o que mais lhe atrai é fazer com que o indesejável seja desejado, fazer com que as pessoas voltem o olhar para coisas simples e puras. A designer

2nd Floor | SPFW

destaca ainda que o valor agregado a estes produtos cresce dia a dia e com ele um novo consumidor, “o eco-cliente, que há muito deixou de ser apenas o eco-chato”. Mary acredita que a estética também muda, pois as peças tornamse verdadeiras bio-joias ou eco-bijus. “Não mais com o caráter hippongo e artesanal que elas carregavam, mas agora trazendo em si a estética da arte”. A escultora e designer de joias Gloria Corbetta acredita que os tamanhos maxi dos acessórios contribuíram para essa busca por matérias-primas diferenciadas. “Por serem mais econômicos, permitem aos designers voos mais altos, sem grandes preocupações com custos. Até Chanel, Lanvin estão fazendo super adornos. Acho que as consumidoras estão ficando mais ousadas e se permitem o uso de algo transgressor. É bonito e chique usar uma peça de design, ou de arte”. Glória trabalha com todo tipo de material, ouro, diamante, prata, latão, aço, malhas de aço, madeira, até telas de arame. Na Casa Cor Rio Grande do Sul 2009, que ficou em cartaz até dia 12 de agosto, ela expôs uma peça em aço inox bem dentro deste conceito de experimentação de matérias-primas e formas diferenciadas. Mas a artista alerta que para agregar valor a um material de baixo custo, é preciso design e um acabamento primoroso. “Participo de uma feira anual em Nova York, SOFA (Sculpture, Objects, Funcional Art), onde os designers de joias apresentam as coisas mais loucas que já se viu, mas tudo é muito bem-acabado, por isto pode se chamar de joia e não de artesanato”.


fotos: © Agência Fotosite

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aces sórios

Alessa | SPFW

Giles | Londres

Isabela Capeto | SPFW

Ronaldo Fraga | SPFW


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Garimpo

fotos: divulgação

A Microcosmos Arte em Papel produz bijuterias e também objetos feitos em papel e outros materiais alternativos, de preferência sustentáveis. “Por isso trabalhamos com papel reutilizado (revistas e jornais) e com garrafas PET, além de garimparmos outros materiais, como por exemplo, o bambu”, explica Cíntia Shigihara, proprietária da marca. Para dar maior resistência às peças, é feita uma impermeabilização com resina (vidro líquido), que está sendo aos poucos substituída por cola adesiva, vernizes e tintas à base d’água, com intuito de diminuir o impacto ambiental. Cíntia diz que a descendência japonesa influenciou a escolha da matéria-prima. “O papel é muito presente na vida e na cultura japonesa. Tradicionalmente, é utilizado em vários objetos decorativos e de utilidade doméstica, como as luminárias redondas (shoshin) e enfeites de festas. Na arquitetura das casas, compõe tradicionalmente as divisórias (paredes). Daí para uma proposta atual de materiais alternativos e reciclados, foi um passo”.

A designer japonesa Yoko Izawa, que tem ateliê em Londres, reforça que os materiais que parecem inusitados para a cultura ocidental circulam com certa naturalidade entre as criações orientais. Talvez por isso, o papel que nos soa tão estranho em acessórios, para quem está familiarizado com a cultura oriental, venha de forma natural. Yoko usa elastano e fios de nylon, acrílico, pérolas e fibras de vidro em bijus. Ela tece em máquina retilínea uma malha elástica que recobre toda peça, proporcionando cores e texturas inigualáveis. A designer explica que seu objetivo é usar os materiais da melhor forma possível a fim de realçar a beleza das coisas.

Levar aos clientes produtos com design arrojado e a preços acessíveis foi o motivo que levou Dirce Ourives, da Dirce Design, a optar por matérias-primas pouco convencionais. Ela faz um mix entre materiais tradicionais e os inusitados. “Utilizo como base de matéria-prima botões, elástico, carretilha de máquina de costura e até mesmo o mais lembrado entre as costureiras, o dedal. A aceitação tem sido ótima, pois os consumidores estão sempre à procura de algo inovador”.


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rad ar intern ac ion al i n v e r n o 2010

ANIMAL A fauna do inverno se concentra nas estampas clássicas de onça e de zebra. Elas aparecem aplicadas em superfícies lisas e com pêlos, tanto em couro como nos tecidos.

Dsquared2 | Milão

Dsquared2 | Milão

Dolce & Gabbana | Milão

Blumarine | Milão

Kallisté | Milão

Alessandro Dell'Acqua | Milão

Giuseppe Zanotti | Milão

Kallisté | Milão

Dsquared2 | Milão


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Fake A preferência por peles falsas permite mais cores e texturas. Além, é claro, do fato de que empregá-las é uma questão de esclarecimento. Em detalhes ou em peças inteiras, se adaptam bem ao frio ameno dos trópicos.

Calvin Klein | Nova York

Dolce & Gabbana | Milão

fotos: © Agência Fotosite

Marni | Milão

Alberta Ferretti | Milão

Christian Lacroix | Paris Kallisté | Milão

Alessandro Dell'Acqua | Milão

Marc by Marc Jacobs | Nova York


r ad ar n ac ion al v e r ão 2010

Verão nos trópicos As sandálias rasteiras aparecem renovadas para este verão. As propostas são modernas, trabalhadas com riquezas de detalhes, materiais interessantes - além do couro, metais, cordões e pedraria - , e enfeites florais e dobraduras. O romantismo é conciso, e o desenho afiado faz delas muito mais que coadjuvantes.

Andarella

foto: Juliana de Jesus

Luz da Lua

Jorge Bischoff Santa Lolla

Cristófoli

Giulia Borges | Fashion Rio

foto: Rosário Bethonico

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Claudia Mourão


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Verão na Côte d’Azur O verão urbano com sotaque francês tem referência nas tardes de sol e na brisa do mar dos balneários da Côte d’Azur. No Fashion Rio, por exemplo, a Cavendish explorou o tema, e mostrou looks que combinam com as rasteiras fechadas sapatilhas e mocassins -, ótimas para transitar em qualquer lugar da cidade.

Maruá

Carolina Martori

Bottero

Capodarte

Beira Rio fotos desfiles: © Agência Fotosite

Cavendish | Fashion Rio

fotos still: divulgação

foto: Rosário Bethonico

Claudia Mourão

Capodarte


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m a s c ulino

Estilos codificados Sinais das tendências de desfiles nas ruas das principais capitais da moda através dos 'early adopters’ Por Fernanda Maciel Consultoria: Paula Visoná fotos: © Agência Fotosite (desfiles) e UseFashion (Uso nas Ruas)

foto: reprodução/royalty-free

Em plena transição da temporada de verão para o inverno, no hemisfério norte, as ruas das grandes capitais da moda já dão sinais das tendências apresentadas nas principais semanas de desfiles para o inverno 2010. Tudo isso é consequência da difusão da moda através de outros meios, entre eles, os chamados “early adopters’, fashionistas que têm aptidão de antecipar as tendências no vestuário do seu dia a dia, antes que elas atinjam a população de modo geral. Com a moda masculina não é diferente. Os homens continuam cada vez mais antenados nas referências. Confira a moda masculina nas ruas de Berlim, Florença, Londres e Nova York que trazem pitadas de inspiração Neodandi, Real/Radical e Rebelde, já apontadas pela UseFashion.


York as | Nova as | Flore Uso nas Ru

nça

Uso nas Ru

Uso nas Ruas | Londres

iais de m i, que orienta p ndismo eferenc r a s o d eodand os d o d Um 10 é o N ntos significativ 0 ndência 2 te o a n g r inve a me leme n e o e d d a o tr s çã o foi mo ashion. co r p o r a la UseF 19, com e p lo u a c d é s entre a onta do ento ap nicação u m a m e ntam o o d c a Enc repre se e s de d e a u q id il s a ib p eç por tam p os s ão n as o se im d ã Aqui, as n e s e s u a q lha de os, as r u e a e s co a s mo d e r n u mo d a e is q d n m â a nfi nic d os d ino e co ssociada a téc espírito andróg a ante , lo e e in r p b m a r o r dete ecto n co m o to p s fa a ja m em s, se is co ivíduos b or a d a materia mais ind ões ela e ç d u s tr o s d n d e co nciação a difere spirado anos. para su ueen in tros urb Q n c e c M s r e e nte nas and grand lo prese ok Alex ti s lo e , s o n e e g 9 que Nas ima século 1 Nova York - o o se d o m e is já vem no dand rença, Londres ção que banos. ta n e s lo e r F r r u as d e a de rep s nos centros u o a a form u tr s íd n iv o d m de ntre in rando e d e s dob

Alexander Macqueen |

Milão | inverno 2010

di n a d o ara o Ne taque p aior des ara a in


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m a s c ulino

ilão | inve rno 2010

010

aV Re a ia Mo busca s Botteg as nos estilos tendênc a g e d A s grife tica que m a e té a s s d a e s b a to o n um elo rn s ada p obrame , vê-se de inve , emba m lado re de sd e u b d r ata. o a s o tr s P id b m . c fala prati mo a 2010 o e o s c d n r a o v e v ti tã in bje ue s vimento para o tanto o d os à q a os m o , ti o n m s ã e ç te s to e c ta s e n o m dar nov maior movime uagens que re retações a asp xise g p e r n d o li te é e jo in s d e s s de estilo nova torno s e o r o o d e n o a tr , it n o iv il e ind ídu Por outr ultura, possib comum ínio do m e m o c to d a n o tr o d d e co n ão. O p a ce rc a subvers amento a n o o rlim, ti s m e o c o qu s de B e a e u r o s m a s n tenciali tizados nos deta , tema. staram am enfa r is da o s p o fo a s m lo , ti e ia p dênc da an Berlim n o m te it e e s , c a s e e a is d tar o pr s rapaz ecote n Os sina interpre zer e o maxid Paris. O e e ram d a s ta ç p io n o e nça Flore do bla e izar m r s il lo o b r F b ia e v om ical ra ed lhes pa eal/Rad e Paris o b r e os s R d s s lo a n ti n e s e e m o sp e traz o J á os h co m o a ade qu capuz. id . c m ti o a c r p a o 2010 la blus r to e pe relas de invern fo n o c pelo p as s a d o n as enfatiza

Burberry | Milão | inverno 2010

eneta | M Bottega V

J u li u s | Paris | inverno 2

de l e b e e R l a c i leções d a ram co a R tr s o / l m e Julius e rebelde, que Rea urberr y B al e , ic d ta a e r l/ en bilidad

Uso nas Ruas

Uso nas Ruas | Berlim

| Paris

s | Florença

as | Berlim

Uso nas Rua

Uso nas Ru



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in fant il

direção de pesquisa: patrícia souza rodrigues e thomas hartmann Por: renata spiller colaboração: Angela Aronne, Eduardo Motta, Juliana Zanettini, Nájua Saleh, Paula Visoná fotos: UseFashion, divulgação e reprodução/royalty-free

Cores, sensações, volumes e texturas da natureza mesclam com propostas tecnológicas, unindo dois mundos que parecem ser a base do universo infantil: o verde natural e o cyber espaço. Nos materiais, sinais de que a busca para acompanhar o estilo de vida destas crianças com novas tecnologias que aliam conforto, praticidade e bem-estar, sem descuidar do planeta, parece se tornar realidade. Retrôs, vintages e simples, produtos ganham um ar nostálgico. Materiais se modificam mas as ideias continuam muito parecidas em relação a estações passadas. Produtos ecologicamente corretos, e uma maior atenção para os processos de produção mostram a preocupação dos pais com o mundo que vão deixar para seus filhos. Mas mais do que isso, a crescente procura por produtos corretos, educacionais, artesanais e com um apelo maior pelo “ser” do que pelo “ter” mostram que os pais estão começando a se preocupar também em que filhos deixarão para o mundo. A intenção de reinventar a felicidade tendo a qualidade de vida e a satisfação pessoal como aliados é ponto importante. Respeitar e valorizar a natureza, preocupando-se com bem-estar, saúde e uma vida plena estão na base das tendências desta estação.


35 Aspectos naturais e simplicidade revelam uma relação mais inteligente do homem com a natureza, incentivando tingimentos e acabamentos menos nocivos ao meio ambiente. Destaque para pigmentos que economizam energia em até 40% e reduzem o consumo de água em até 95%. A malha retilínea se destaca pela leveza, dando a ideia de uma malha flutuante, especialmente confortável. Para isso, cashmere e mistura com seda. Volumes em criativos jacquards também auxiliam para a sensação de conforto.

Palavras-chave: conforto, tecnologia, sustentabilidade

Outro destaque nas feiras é a inovação em processos de fiação que acrescentam maior conforto e proteção às peças, como anti-uv, propriedades térmicas, anti-estática, menor desfiamento, antipillig, fibras superfinas, entre outras. Fibras vegetais e novas fibras originadas de proteína animal, como a chitina e o bambu, e fibras recicladas naturais e sintéticas são propostas que crescem no mercado. O reciclado também é valorizado por possuir memória.

Lullaby | Fimi

Kashiwa SATO | Tokyo Fiber

Aravore Babies | Bubble London


Contrastes étnicos e tradições regionais podem ser inspirações para a criação de estampas, assim como cores ácidas e estética das artes de vanguarda do final dos anos 1980 e início dos anos 1990, festejando a natureza e as formas geométricas. E por que não tudo ao mesmo tempo, criando um étnico-contemporâneo, evolução da megatendência mobilidade de inverno 2010, que trouxe o Tribal Tech?

Palavras-chave: diversão, expressão, interferência

Os materiais podem ser simples e naturais como o algodão ou trazer novos tratamentos em propostas tecnológicas, mas o diferencial fica por conta das estampas e tramas que unem referências culturais de décadas como 1980 e regionalismos da África, América do Sul, México, Peru e Finlândia - esta que continua das propostas do inverno 2010, em fantasiosos contos infantis ou em simples emoções. A diversão, em certos momentos, vira diversidade. Sonho e fantasia inspiram, fazem parte do processo criativo e também do consumo. Abordagens de pensamento e produção aproximam o consumidor dos processos por meio de transformação, interferência, customização, personificação e personalização dos produtos. Tramas que brincam com transparência, com sobreposição e com a possibilidade de usar o mesmo tecido de ambos os lados são propostas fortes. Ideias que permitem o jogo, como materiais laváveis para serem riscados e manipulados, são importantes para o desenvolvimento infantil e se mostram em crescimento não só no vestuário como em brinquedos, projetos de mobiliário e design de interiores.

Global Affairs | Bubble London

Lilly + Sid | Bubble London

Lora Festa | Pitti Filati

Lilica Ripilica | Pitti Bimbo


37 Enquanto os computadores vão se tornando uma extensão dos seres humanos, algumas ideias ingênuas de futuro continuam nos sonhos das crianças, principalmente na segunda infância - entre 3 e 7 anos, fase em que começam a descobrir a realidade exterior. Se para o adulto a tecnologia vem como mediação afetiva à medida em que relaciona objetos e pessoas com experiências inesperadas, para as crianças essa mediação se dá pela ludicidade e imaginação. O lazer é o centro de referência no uso que a criança faz de diferentes tecnologias, mesclando realidade e ficção, ideias antigas com visões contemporâneas, passado e futuro, sem distinções. A relação da criança com a tecnologia provoca sentimentos contraditórios para os pais, que ao mesmo tempo em que se emocionam ao ver seus filhos tão jovens já tão espertos, dominando novas tecnologias, enxergam o perigo de um mundo que se abre com tanta facilidade e acesso livre. Assim, procuram um escape no passado com imagens ingênuas de um futuro fantasioso, onde carros voam e robôs são feitos de lata. Assim, superfícies metalizadas, de dupla face e plastificados são propostas que traduzem os sonhos infantis aliados ao visual vintage de futuro com estampas, bordados e aplicações que reproduzem robôs, espaçonaves ou estampas indefinidas inspiradas apenas em luzes, brilhos ou reflexos. Pais ficam confortados, ao mesmo tempo que seus filhos ganham um mundo de fantasia. Materiais têm suas superfícies modificadas para dar este ar futurista, assim como o couro é trabalhado ao máximo para ter a melhor maciez possível. Em alguns momentos, ele chega a perder seu aspecto natural, se assemelhando ao plástico. As fibras de Cerasus Laurocerasus (louro-cereja), que têm propriedades calmantes, são usadas para obter um aspecto lúcido.

Palavras-chave: interatividade, vinílicos, metalizados, vintage

Simonetta | Pitti Bimbo

Display | ModAmont

Le Cuir

Fox Kids | Pitti Bimbo


acontece

fotos: divulg ação

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Painéis

de Ten dên c

ias da Spinex p

o

Malharia retilínea para o inverno 2011 Spinexpo e Pitti Filati apontam as novidades para a temporada No mês de julho, aconteceram dois eventos muitos importantes para o setor de malhas, a Spinexpo, que neste ano incorpora uma edição em Nova York, e a tradicional Pitti Filati, em Florença. Além de exporem novas alternativas de fios para o mercado, os dois eventos trouxeram fortes propostas conceituais que apontam o caminho das tendências para a temporada. Com fóruns de pesquisa bem edificados, eles apontaram um clima de otimismo aprofundando cada vez mais as suas pesquisas em inovação de matérias-primas com misturas inusitadas. Além da busca incessante em conceder leveza aos fios, é fundamental a ideia de movimentos fluídos. O toque é fundamental e se mantêm as necessidades de suavidade e conforto.

Novos processos de tingimentos, bem como pesquisas incessantes na qualidade de tecimentos dos fios, vêm diretamente associados à intenção de obter sensações agradáveis e prazerosas de alegria, diversão e fantasia. O banal, o comum e o déjà vu ficam de fora. O que vale é reinterpretar tudo que já foi criado e trazer à tona, com muita força, o elemento surpresa. O desejo é latente por novas fibras, novas tecnologias e, consequentemente, novas texturas e acabamentos. O resultado final do fio deve recair em produtos modernos, confortáveis, divertidos e, ao mesmo tempo, duráveis. Tanto a Spinexpo quando a Pitti Filati reforçam este direcionamento. A primeira trabalhou com Interpretação, Reconstrução, Simulação, Trans-

formação e Vibração. A segunda manteve sua pesquisa focada em 5 temas: And-rougine interpreta fusão, confusão e evolução dos genes XY, uma visão futurística da humanidade quando homens e mulheres serão praticamente iguais em suas características. As cores, amorfas, remetem a diferentes culturas pelo mundo. Unisex é o retorno das formas simplistas, é a aniquilação da forma. Os manequins, em forma de T, vestem caftans cujas texturas e detalhes se misturam e confundem masculino e feminino. Sofisticado conceito de roupa confortável, igualitária.


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Pre-He-Story fala do passado, em que 15 esculturas pré-históricas, de inspiração cubista, fazem suporte para malhas criadas com as cores da terra e de pele em contraste com branco. Aqui, há menção à era do gelo.

Nas fibras, continuam mohair, cashmere, algodão nobre, seda, linho, alpaca, chenille, merino, misturas com materiais luminosos e iridescentes, fibras animais e vegetais misturadas com as clássicas, fibras recicladas e à base de soja.

Re-Tailor redefine o uso da costura com uma certa conotação punk a partir dos manequins negros ao invés do tradicional mármore.

O design e as texturas são acompanhados por combinações de fios com toques macios e aveludados que propiciam a sensação de bemestar. Volumes também aparecem em construção mesmo com fios ultraleves e finos que dominam cada vez mais o mercado externo. Se mantêm as transparências e os aspectos sedosos aliados a construções rústicas e artesanais exaltando a ideia de democracia e contradições.

Chil-Dish, é o momento lúdico, que interpreta as diferenças entre a vida adulta e a infância com roupas expostas sobre bonecas. É um look novo e antigo ao mesmo tempo, com certo apelo para ousar nas proporções.

Nas cores, a mensagem é de profundidade e intensidade por meio do preto intenso, do rubi, em detrimento do vermelho vivo, dos tons de ferrugem e cobre. Para quebrar o peso, entram os tons envelhecidos e empoeirados em tonalidades mornas de marfim, cinzas e terrosos, que imitam madeira usada e cascas de árvores. Os flashes luminosos ficam por conta dos violetas, dos verdes, dos pigmentos amarelados e amarelos-ácidos. Veja a cobertura completa da Pitti Filati no portal www.usefashion.com.

Pitti Filati fotos: UseFashion

Filipucci

Forza Giovane

Lanificio dell Olivo

Botto Poala

Filidea

Botto Poala

Botto Poala

Clariant

Cotonificio Ferrari Lineapio


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v i s ual de loja

FARM Harmonia, 57 Arquitetura verde e jeito carioca em plena capital paulista Por Inêz Gularte

O prédio

A loja

Paredes cobertas de plantas dão a dica, estamos diante de uma loja diferente, a começar pela arquitetura externa. A loja FARM, da Vila Madalena, em São Paulo, ocupa 1060m² em um edifício que está dando o que falar. Projetado pelo premiado escritório franco-brasileiro Triptyque, o prédio, segundo seus criadores, funciona ‘como um organismo vivo, respira, sua e se modifica’ e pasmem, não estamos falando em sentido figurado. Com vegetação que cresce incrustada em meio ao concreto de suas paredes, ele de fato vive e está em constante transformação.

“Consideramos um privilégio ter um lugar como esse em São Paulo”, diz Carlos Mach, diretor de branding da Farm. “A vila Madalena tem tudo a ver com nosso conceito de marca. Encontramos um clima despretensioso e familiar no bairro e isso foi muito bom para o projeto. Em outro lugar, talvez não tivéssemos a liberdade poética do trabalho. Desde o nome da rua, passando pelo bairro e, principalmente, pelo projeto de arquitetura, sabíamos que se tratava de um dos melhores lugares para a FARM se fortalecer como marca em São Paulo”, declara.

Explorando o conceito de arquitetura verde, o Harmonia 57, premiado no NAJA 2008, concurso que revela novos talentos na arquitetura francesa, possui um sistema de captação de água da chuva que é tratada e reaproveitada em toda loja por meio de tubulações aparentes. Assim, os jardins verticais que cobrem as paredes dos três andares são irrigados.

Carlos diz que era tudo tão perfeito que a única coisa que estava faltando, quando chegou ao espaço, era o jeito carioca. A decoração, as cores e a organização dos ambientes internos trouxeram um pedacinho do Rio para São Paulo. “Foi fundamental aproveitar todos os espaços que tínhamos para fazer a cliente passear por toda loja. Sabíamos o quanto os ambientes trariam sensações diferentes”.

A luz solar também é aproveitada ao máximo. Há grandes aberturas e vãos em todo prédio, além de enormes venezianas motorizadas, feitas em toras de eucalipto, que compõem a fachada. Pensado inicialmente para se tornar um espaço de estúdios e ateliês, o prédio, desde março, abriga uma das mais badaladas marcas de moda jovem do Rio de Janeiro.

Cada andar do prédio tem dois blocos. Um com roupas expostas, outro com provadores. Os três pavimentos são ligados por uma escada de madeira reflorestada. Logo na entrada, na recepção, já podemos ver peças da atual coleção. Subindo as escadas chegamos à loja propriamente dita. O diretor explica que este é

o momento da cliente entrar no mundo FARM, conhecendo o universo da marca com todos produtos fazendo um único sentido. Também é no primeiro piso que está o setor de pagamento. “Localizamos o caixa no primeiro andar para ter apenas um local de fechamento. Foi muito importante pelo ponto de vista de logística. Ter um caixa em cada andar poderia setorizar o momento da cliente. Ela não precisaria andar por todos os espaços”. Os provadores são uma atração à parte. Ficam na parte de trás, para que as clientes tenham mais privacidade e conforto. O amplo espaço teve por objetivo criar um clima de cabine coletiva, em que é possível ficar horas escolhendo o que levar com as amigas. E o que dizer das redes no terraço? Se é preciso esperar as moças durante as compras, que seja em uma rede, em meio à natureza. Mas a grande surpresa é o Bazar, que fica na parte mais alta da construção. Nele é possível encontrar peças de coleções antigas da FARM, além de algumas exclusivas, como as peças-piloto. “Acho legal a cliente perguntar: o que tem lá em cima? E a gente responder: o nosso bazar de coleção antiga. Todo mundo ama esse clima de garimpo”, conta Carlos.


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Enormes venezianas motorizadas, feitas em toras de eucalipto, controlam a luz natural. Fachada antes da chegada da FARM.

fotos: divulgação

Triptyque

Aqui, com a loja já instalada.

Uma brasileira, Carolina Bueno, e três franceses, Greg Bousquet, Guillaume Sibaud e Olivier Raffaelli, todos formados pela Escola de Belas Artes de Paris, compõem a equipe. Eles participam da exposição que vai celebrar os 50 anos do Museu Guggenheim de Nova York, em 2010.


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v i s ual de loja

cores Verde e amarelo dão o tom da decoração. As cores, bem brasileiras, são inspiradas na arte do poeta Gentileza, que pintava dizeres nos muros do Rio. Na entrada, um painel anuncia: Harmonia gera harmonia. Amor gera amor. Gentileza gera gentileza.

Sistema Hídrico do prédio


Vitrines 43

A loja não trabalha a vitrine com o conceito de caixa fechada. Usa manequins distribuídos em vários ambientes. Normalmente, eles ficam junto ao caixa e aos provadores.

Os expositores da loja foram feitos em madeira de reflorestamento. Cabos de aço, já existentes nas escadas, e suportes para rede, também foram usados no projeto.

fotos: divulgação

Expositores


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repor tagem

Movimentação no aeroporto histórico Tempelhof, local do evento

Lee


45 Uso nas Ruas | Berlim

Vivienne Westwood para Melissa

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dos ners, cipais as prin mo um s, desig d o ta c s que is a e n u c r io sionais á as fash or tale r f is f a a r e o h r s a n p r p a t te que g rnou ou com igatória d & Bu onvers ue reto a jovem da obr c a B r ea q d a l r , o a a o to m n P ã n r . e a u iç s v ed ara o elhor d hion Jo ande e ndência A cada taque p UseFas nta o m esse gr s e d or de te o e s d , d e te a r m ç n p m e n a e ia la por tag a B&B ções d ências grande esta re ramo, percep is tend N a o s . d a ip s u c a is s d in a r n das p mpora elaram profissio que rev anhado ximas te p ó a r a ir p e f s m a u a n m izemos planeta e visita disso, f tros qu m u lé o A e . edição expõem última ta s e n a Berlim nfira: 11. Co 0 2 o ã ver

Uso nas Ruas | Berlim


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repor tagem

"N

enhum evento que conheço, sendo feira, se assemelha à Bread & Butter. Encontramos nela um ambiente extraordinário para lançamentos de produtos de moda”. É exatamente com essa convicção, diante da importância do evento, que o diretor da lavanderia GB, Marco Britto, visitou a mais recente edição. Pensamento este, que não há risco em dizer, é uma unanimidade entre os profissionais de moda em todo o mundo. A preferida do fashion business teve sua mais recente edição, realizada em julho, marcada pelo retorno às origens, em Berlim, depois de se posicionar desde julho de 2005 em Barcelona. Desta vez, a Bread & Butter mostrou-se mais enxuta, porém não menos espaçosa e com o espírito seletivo de expositores de sempre: 550 marcas mundiais. A volta para a cidade alemã gerou polêmica não só entre os expositores no novo local, mas também entre os cidadãos de Berlim. O motivo da controvérsia foi o aeroporto histórico Tempelhof, fechado ao tráfego aéreo no ano passado e transformado em espaço para eventos. Lá, as forças aéreas norte-americanas puderam abastecer a cidade durante 11 meses, entre 1948 e 1949, e garantir assim a manutenção de um local livre da ocupação soviética. Para agradar gregos e troianos, a feira promoveu uma exposição sobre a história do local, organizada pelo Museu dos Aliados de Berlim e pelo Museu Alemão da Tecnologia. Por outro lado, aproveitou a forma em “C” do aeroporto para distribuir melhor as áreas da feira e facilitar a circulação dos fashionistas. “A mudança para Berlim foi muito benéfica e o local escolhido é fantástico. A B&B precisava de um upgrade e Berlim foi importante para este momento. Normalmente as feiras são apresentadas em locais tradicionais e a Bread & Butter, sendo apresentada em um aeroporto lendário, com uma megaestrutura construída no início do século XX, criou um ambiente inovador e inspirador. A organização estava impecável”, enfatizou Britto. Para a GB, há muitos anos a feira é o maior referencial para lançamentos de lavanderia. Segundo ele, durante o evento, há algumas paradas obrigatórias em certos estandes, já que considera o jeans não mais como um “artigo commmodity, mas um objeto de desejo”. “A Salsa é, sem dúvida, a marca jeanswear que lança moda sem medo de inovar. Para nós, que viajamos e fazemos uma pesquisa internacional, a Salsa é o referencial maior”, frisa Britto. Para o diretor da Lavanderia GB, o Brasil é top no que diz respeito à moda praia, no entanto, no

quesito jeans, a moda brasileira está aprendendo e evoluindo rapidamente. “A enorme mudança apresentada em processos de lavanderia, inicialmente, será absorvida apenas por marcas e empresários visionários, que já perceberam a necessidade de mudar a cara do jeans para criar desejo de compra para o consumidor final. Neste caso, será uma supersacada as marcas de jeans brasileiras utilizarem os lançamentos da B&B”, reforça Marco Britto. A visão dos expositores Desde 2005 expondo na Bread & Butter, a Melissa apresentou a nova coleção de primavera-verão 2010 (equivalente ao verão 2011 do hemisfério sul) destacando o novo modelo Vivienne Westwood + Melissa Wing, uma reprodução de um famoso sapato da estilista. Fabiana Tais Poli, supervisora técnica de exportação da Melissa, revelou que a equipe e grande parte dos demais expositores estavam com muitas dúvidas em relação à volta da feira para Berlim, ‘já que em Barcelona o evento sempre foi bom’. “Mas fomos surpreendidos por um evento ótimo! O lugar, um antigo aeroporto, espaço superamplo, onde exploraram muito bem toda a estética de aeroporto já existente. Na pista de pouso estavam expostos alguns aviões antigos e, apesar da feira ser supergrande para visitação, a produção e a organização estavam 10!”, afirmou a supervisora. Para Fabiana, a Melissa sempre retornará à Bread & Butter. “É uma das feiras mais importantes do circuito e a primeira da temporada. O público que visita tem muito a ver com a proposta de Melissa, portanto sempre estaremos presentes”, ressaltou. Quem tem presença confirmadíssima desde a primeira edição da Bread & Butter é a Lee, que já participou com estande dentro do evento, com as lojas temporárias fora da feira e com uma série de shows de rock chamados "Lee Rocks Barcelona". Eliana Pfaff, responsável por Produto Lee Brasil, frisou que os resultados desta edição foram espetaculares para a marca. “Tivemos respostas muito positivas tanto da imprensa quanto dos compradores. Além disso, o evento também ajudou a atrair novos compradores e fortalecer a relação com os já existentes”, explicou Pfaff e complementa: “Berlim é a maior cidade da moda na Alemanha e uma das mais importantes em todo o mundo, talvez por este motivo, a B&B tenha regressado a sua cidade natal. Do evento, participaram compradores e líderes do comércio internacional, o que possibilita a oportunidade de divulgar a imagem, o conceito, origem e desenvolvimento da Lee”.

Fashion Insights De volta a sua cidade natal, as datas da Bread & Butter coincidiram com as da semana de moda masculina. Portanto, um verdadeiro desfile de estilos pôde ser visto tanto em Berlim quanto em Colônia, cidade onde aconteceram os desfiles. Encontro obrigatório para os modernos de plantão, as ruas alemãs deram um show à parte em termos de comportamento. De frescor jovem, os estilos sinalizaram uma moda simples e despojada tanto para quem marcou presença na badalada semana de moda como para quem suou a camiseta pelos movimentados corredores da Bread & Butter. Com o foco no street and Urban Wear, as manifestações culturais como arte e música estiveram latentes. Os mais de 79 mil visitantes puseram em questão um estilo bastante similar às propostas apontadas pelos expositores, ou seja, a vertente rocker foi aqui o ponto alto. Para os rapazes, o estilo geek apontou uma silhueta justa através do jeans abraçado ao corpo e camiseta vintage. Vale prestar atenção também nos acessórios como chapéus, lenços e óculos de armações neon. Nos pés, sneakers propuseram um perfume new wave ou cederam espaço para os estilosos Converse. Para elas, vestidos leves sintetizaram a preferência para os comprimentos curtos e alguns trabalhos de sobreposições. Aqui, a moda de rua conversou novamente com o cenário musical. Através de seu subgênero indie, roupas com cara de antigas e elementos do guarda-roupa masculino entraram em cena. Em uma antítese, leves sandálias flat ou abotinados pesados para os pés. Pontos de destaque Para o verão 2011, preocupadas em reforçar sua identidade, algumas marcas prestaram uma homenagem a suas origens. Por exemplo, a Lee reeditou alguns de seus ícones e a Reebok repaginou de forma bastante criativa os seus clássicos. Esta certamente é uma interessante maneira de explorar o conceito vintage, não somente trabalhado através dos efeitos de lavanderia, mas também através da construção do modelo em si. Se o vintage foi unânime tanto em termos de modelagem quanto de beneficiamentos, numa lição de história, as marcas apontaram outros elementos que passearam por um clima retrô. Vale buscar inspiração no estilo college norteamericano da G-Star e o espírito “charleston” e “burlesque” dos cabarés abordados pela Killah. Na sequência, acompanhe as principais unanimidades que chamaram atenção entre os expositores da Bread & Butter para o verão 2011.


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m a l G k c ro Guess

Gas

Firetrap

Seven 7

Parasuco

Firetrap

Firetrap

Miss Sixty

O tão difundido estilo Glam rock mais uma vez chamou atenção na Bread & Butter. Reverenciando os anos 70 e 80, calças de corte ajustado pediram por aplicações metálicas como tachas em formatos chapados ou texturizados, como é o caso do clássico cravo em formato de pirâmide para os detalhes, extraído da cultura punk. Vale lembrar que estes aviamentos também pontuaram os calçados e etiquetas. Além deste detalhe, a lavagem ácida ou descarregada

permanece na estação. Logo, tonalidades claras em nuances de cinza ou soft blue foram ordem.Em termos de peça-chave, vale apostar nas sleeveless jackets, ou seja, jaquetas sem mangas e com cavas desfiadas, tão famosas nos anos 80. Preferencialmente no masculino, as jaquetas de apelo militar sintetizaram os cortes secos e pediram por detalhes como dragonas.


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repor tagem

70`s ge a t n i v Custo Barcelona

Desigual

Miss Sixty

Guru

Replay

Para os tricôs e a tecelagem plana em geral, cores vivas e trabalhos com aspecto manual puseram em questão os crochês e os bordados artesanais, inclusive para os acabamentos. Elementos lúdicos como flores, corações e borboletas foram destaque. Beneficiamentos como o tie-dye sustentaram tanto os algodões planos

e moletons, quanto os jeans. Estes últimos também pediram por lavagens desbotadas, pesos levíssimos e toque amassado. Ainda em termos de beneficiamentos para o denim, as técnicas reproduziram o aspecto de envelhecido com o tempo, destacando tons amarelados.


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f r u S e l y t s Evisu

Iceman

Quick

Replay

Alinhavado ao conceito vintage, o estilo praiano, principalmente dos anos 60, foi também foi abordado na feira. Para tanto, roupas confortáveis e cores vibrantes entraram em cena. Apontando referências praianas para a moda cosmopolita, são

Salsa

as T-shirts principais protagonistas. Portanto, estampas localizadas com motivos litorâneos tornaram-se evidentes. No jeans, é aqui que as lavagens coloridas aparecem, geralmente em tons esmaecidos, como o papaia e o rosa.


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de s ign

POR Carine Hattge e ingrid scherdien

Todo design que houver nessa vida fotos: Cristiano Sant'Anna/Indicefoto.com/divulgação

Queijeira Retrô

Cestas

Luminárias

Linha Native

Lixeira Romeu e Julieta

Há mais de 26 anos no mercado, a Coza vem mudando a trajetória do plástico no Brasil ao lançar produtos que podem ser usados em todos os ambientes de casa. Referência em design de produto, a empresa de Caxias do Sul já soma mais de 30 prêmios de design conquistados, entre eles: MACEF, de Milão, IF Design, da Alemanha, Museu da Casa Brasileira e Planeta Casa, além de ser a maior ganhadora do prêmio Houseware & Gift de Design. O uso de biopolímeros, polímeros com matéria-prima orgânica, demonstra a responsabilidade da empresa. São três as linhas de produtos ecológicos: Organic, composto por matéria-prima orgânica obtida do amido da batata; Bios, produzido com lignina, uma substância orgânica obtida da madeira e de fibras naturais como linho, cânhamo e sisal; Native, desenvolvida com 35% de fibras extraídas do coco. Vale conferir mais produtos em www.coza.com.br

Dirigir para escrever O desenvolvimento de novas fontes requer muita técnica e não há limites para inovar no processo de criação. Os designers tipográficos Pierre & Damien, da empresa Please Let Me Design, em parceria com a Toyota, resolveram ousar. O projeto chamado de “When driving becomes writing” originou a IQ Font, que pode ser baixada gratuitamente. Vale a pena conhecer o processo que originou o tipo. Veja o vídeo do projeto em www.pleaseletmedesign.com/ projects/iq-font/


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fotos: divulgação

Tecido sonoro Tato e visão já não são suficientes em um mundo em constante transformação e renovação, com novas informações surgindo a todo instante. A Megatendência Tecnologia e emoção, proposta pela UseFashion para o verão 2011, exemplifica isso claramente, mostrando que para assimilar todas essas experiências os produtos e materiais devem apresentar diferenciais que contemplem os cinco sentidos. O que se encaixa perfeitamente neste contexto é o Sonic Fabric, um tecido que combina a reciclagem de fitas K7 com algodão, que ao ser balançado pelo vento, ou friccionado, emite sons agradáveis. O tecido ainda possui estampas desenvolvidas pela artista internacional Alyce Santoro em parceria com o designer de moda Julio Cesar, da NYC fashion. As peças, como bolsas, gravatas e vestidos, além de serem comercializadas, também podem ser consideradas como obras de arte, pois foram expostas em diversos museus da Europa. Saiba mais no site www.sonicfabric.com

Móvel-bicicleta Imagine uma casa com móveis feitos com bicicletas. O artista e mecânico Andy Gregg transformou a ideia em realidade. Desde 1990, a empresa Bike Furniture Design faz móveis modernos e bonitos com partes de bicicletas. O estúdio, localizado em Michigan, nos Estados Unidos, só trabalha por encomenda, mas pode realizar a maioria dos projetos que os clientes imaginam. Veja nas imagens como os produtos são interessantes. Também gostaria de ter um móvel-bicicleta? Visite www.bikefurniture.com

Secador de botas Como secar uma bota de forma rápida e eficiente? Este tipo de calçado, por ter o cano mais longo, geralmente demora mais para secar e oferece o risco de contaminação por bactérias que se proliferam com a umidade. O designer de produto John Juseok Lee projetou um secador de botas, o WinDry, que não consome energia elétrica. É bem simples, o produto tem um formato que encaixa dentro da bota e ventuinhas que promovem o movimento do ar, aumentando seu fluxo e acelerando a evaporação. Ele também é 100% feito de plástico HDPE reciclado. Conheça o trabalho do designer em www.jsldesign82.com


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c ul t ura

p o r E d ua r d o Mot ta

A potência da estranheza Vários pontos de vista na Bienal do Mercosul Não é nenhuma novidade que a produção visual e intelectual da arte fornece boa parte das calorias necessárias para alimentar o apetite da moda por repertório novo. A Bienal do Mercosul, prestes a abrir as portas em Porto Alegre, é uma dessas oportunidades de estabelecer contato com este processo histórico de alimentação e na base dele. Sem esperar que mediadores distorçam na tradução, o bom é começar pelo cardápio oferecido já no projeto. Outro dia fui a um encontro com uma das curadoras, a argentina Victoria Noorthoorn, em que ela anunciou para público e imprensa quais seriam as diretrizes para a edição de 2009. Um recorte nas metas anunciadas pela Fundação Bienal, foco na contribuição social, e prioridade de investimento em educação, já diz muito do que deve ser o esforço despendido pelos curadores para alinhar uma atividade de registro tão abstrato com a percepção de concretude dos patrocinadores. Sem falar nas instituições e no público variado que ela vai atingir. Este é um dos motivos que determina que haja, desde o início, um programa de curadoria bem desenhado. O que foi apresentado é assim. Além disso, é ambicioso o suficiente para colocar em discussão tópicos polêmicos, como o papel da própria curadoria na arte contemporânea. Além das exposições, a bienal se ramifica em um projeto pedagógico, um editorial e um radiovisual. Investindo na continuidade e na expansão do alcance das ações para mostrar a mobilidade da contemporaneidade. Sobre o projeto pedagógico, o texto aponta para o exercício de um pensamento poético. E defende uma independência em relação ao que é apontado como imaginário homogêneo do sistema institucionalizado.

A criação de uma rádio foi idealizada para levar mais longe a propagação dos trabalhos. Soa como uma ideia retrô, em tempos de rede de relacionamento pela web. Mas o rádio é realmente democrático, e é de se esperar para ver os resultados. De fato, no que diz respeito aos três projetos, um maior esclarecimento sobre os propósito da curadoria só será mesmo possível com a efetiva realização deles. Para isso, e para conhecer melhor toda extensão da ideia, vai ser necessário

Na sequência do programa, outros pontos do projeto também chamam a atenção. O primeiro é o cuidado em oferecer diferentes maneiras de visitar uma mesma mostra, sob pontos de vista históricos, bibliográficos, políticos, culturais, sociais, entre outros. O objetivo é abrir caminhos para que o público componha sua própria experiência. Para falar destes deslocamentos de ponto de vista, os curadores citam um curta de nove minutos, Power of Ten, da dupla de designers americanos Charles e Ray Eames. Trata-se de um clássico da década de 1970, que embalou a imaginação da época. A câmara afasta-se do casal que faz piquenique em um parque, recua até englobar a terra e, gradativamente, um hipotético conjunto das galáxias, para retornar ao close na mão de um deles e mergulhar em uma dimensão celular subatômica. O filme permanece alucinante até hoje, e foi o primeiro a dar um zoom no universo. Outro ponto é que, com exceção da própria Victoria, todos os demais curadores são artistas. Como esclarecimento para quem não é chegado nos bastidores das artes visuais, nas duas últimas décadas houve uma profissionalização intensa da função de curador. Para o bem ou para o mal, o curador é um mediador, o pensador que passou a organizar e apresentar a produção. Que esta Bienal chame de volta o artista para exercer estas funções é sintoma de uma intenção clara de cutucar o assunto. Está lá, no site da Bienal: Em linhas gerais, Noorthoorn e Yáñez (outro curador) propuseram um conceito de bienal que determina uma participação efetiva dos artistas que a compõem, valendo-se de sua energia criativa para refletir sobre o papel que representam.

Entre as mostras, há uma chamada Absurdo, que se afina com a ideia, e que me pareceu muito boa durante o encontro: Esta exposição opera sobre a estranheza e a ideia de instabilidade. Este sentido de instabilidade é uma espécie de motor contínuo histórico que alimenta a própria transição histórica na arte, sem encerrá-la em um único propósito. Para a moda que não é cópia, ou clássicos que dispensam invenção, é esta a melhor lição a se aprender com a arte: a que ensina a operar na instabilidade e na veia da criação. O que vale mesmo para a moda destinada à produção em massa. A partir de outubro, a Bienal do Mercosul ocupa os galpões do cais do porto, o Centro Cultural Santander, e outros espaços no centro da capital gaúcha. Curadores-gerais: Victoria Noorthoorn (Argentina) e Camilo Yáñez (Chile) Curadora pedagógica: Marina De Caro (Argentina) Curadores adjuntos: Roberto Jacoby (Argentina), Artur Lescher (Brasil), Mario Navarro (Chile) e Laura Lima (Brasil) Co-curadora Radiovisual: Lenora de Barros (Brasil) Curadores editoriais: Erick Beltrán (México) e Bernardo Ortiz (Colômbia)

O último tópico que vou abordar diz respeito a uma das falas da Victoria Noorthoorn no dia da conversa com a imprensa. Não a encontrei na íntegra, nem nada com o mesmo teor do texto da curadora nos documentos oficiais publicados no site. Mas tomei nota da expressão potência da estranheza.

Eduardo Motta é designer, consultor de moda da UseFashion, com formação em Artes Plásticas e autor do livro “O Calçado e a Moda no Brasil - Um Olhar histórico”.

foto: Pedro David/divulgação

Sobre o projeto editorial há um trecho interessante, que trata da organização de um sistema de comunicação, que incorpora obras de arte nos meios de comunicação, substituindo o conceito de Publicidade pelo conceito de Difusão.

desfrutar do prazer de uma boa visita à Bienal.


53 foto: reprodução

Babel – obra de Cildo Meirelles, artista que vai estar na Bienal do Mercosul


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p er f il

Chie Mihara Um mundo a seus pés Por Inêz Gularte

A história desta designer de calçados que tem seus modelos nas melhores lojas da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, é por si só um achado. E talvez seja justamente esta trajetória de vida que faça a diferença nas suas criações tão elogiadas mundo afora. Poucas pessoas vivenciaram culturas tão diferentes como Chie Mihara. Filha de japoneses, ela nasceu no Brasil, em Porto Alegre, viveu em Goiânia e foi para o Japão estudar Moda, em 1986. Morou lá dos 18 aos 22 anos e foi assistente da estilista Junko Koshino durante dois anos. Depois partiu para Nova York, com a ideia de estudar escultura. Mas não conseguiu ficar longe da moda por muito tempo. Decidiu cursar Design de Acessórios, especializando-se em calçados e bolsas. Era uma maneira, a seu ver, de unir as duas coisas, moda e escultura. Nos cinco anos que permaneceu na cidade, teve oportunidade de trabalhar em uma loja de calçados ortopédicos. Conta que aprendeu muito sobre a anatomia dos pés e seus problemas vivendo esta experiência. Aos 26 mudou-se para Europa, em 1994, onde trabalhou com Charles Jourdan, designer de calçados francês conhecido por ser o primeiro a criar modelos de luxo para alta-costura. Mas foi em Elda, na Espanha, que ela acabou se estabelecendo e criando sua grife em 2001: a Chie Mihara. Mesmo morando na Europa, viaja a cada um ano e meio para o Brasil para visitar a família em Goiânia. Casada, mãe de 3 filhos que adoram vir para cá, faz questão de dizer que não faz nada sozinha. Lembra que foi com seu marido, Francisco Sanchis, que esta aventura começou. “Ele é o capitão do barco”, define. E seus calçados são reflexo de tudo isso. Objetos de desejo pelo conforto, qualidade e design diferenciado, eles carregam a pluralidade cultural da mulher que os criou. Saiba mais sobre esta personalidade ímpar na entrevista que Chie Mihara concedeu à UseFashion.


UseFashion: Você já viveu em várias cidades do mundo, localizadas na América do Sul, do Norte, na Ásia e na Europa. De que maneira estas experiências em culturas tão distantes influenciaram o seu trabalho? Chie Mihara: Do Brasil tenho o meu lado feminino e natural. Do Japão aprendi uma maneira diferente de ver a moda, o estilo, dar uma guinada nas coisas normais. De Nova York, aprendi o “just do it” americano, que é muito prático! E, da Espanha, aprendi a apreciar as coisas de qualidade, a qualidade de vida... E, é onde produzo os meus sapatos. UF: Como descobriu o talento para criação de calçados e bolsas? CM: Foi bastante tarde, já tinha estudado moda no Japão e trabalhado na área. Um dia decidi ir a Nova York estudar escultura. Depois de seis meses, senti falta da moda. Quando pensei em conseguir uma mistura das duas coisas, acabei chegando aos calçados. A partir daí comecei a seguir por este caminho. UF: A experiência com calçados ortopédicos influenciou suas criações atuais? CM: Foi uma decisão acertada trabalhar em uma sapataria ortopédica. Ali atendi várias senhoras com os pés deformados, operados. Então pensei que não havia sentido em fazer sapatos bonitos sem comodidade. UF: Como você define seu estilo? CM: Feminino, vintage, ingênuo, forte. UF: O que é indispensável em um calçado de sua marca? CM: Beleza e conforto. Peles macias, cores femininas, um estilo maduro e atrevido. UF: Como é seu processo criativo? Por onde começam os calçados Chie Mihara? CM: Na realidade, nunca começo. Estou sempre observando e trabalhando na criação. Viajo muito, vejo muitas revistas, muitos sites de desenho e inspiração, mas, realmente tenho as ideias quando estou com a mão na massa, tocando as peles, cortando as peças, pegando adornos, etc. UF: Como é sua rotina de trabalho? CM: Não tenho uma rotina fixa, mas vejo os e-mails primeiro. Estou sempre correndo de um lado para o outro, vou às fabricas, recebo visitas de fornecedores, faço desenhos, trabalho com mil coisas em um dia. UF: Que matérias-primas você gosta de trabalhar em suas criações? CM: Peles e couro. Não trabalho com tecido, nem com plástico. UF: Onde podemos encontrar sua marca? CM: Nos Estados Unidos, em toda Europa, no Japão e quero vender mais no Brasil. Mas já conto com um ponto de venda em São Paulo, na Sarah Chofakian. UF: Você acompanha a moda brasileira? Se sim, gosta do que vê? CM: Adoro! É uma mistura da moda belga e italiana... Inteligente! UF: Cite um ícone de moda? CM: Tenho muitos. Christian Dior, Chanel, Miuccia Prada. UF: Um livro? CM: De decoração, desenho e de artesanato. UF: Um lugar? CM: Brasil! Alguma praia do nordeste.

fotos: divulgação

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negóc ios

foto: reprodução/royalty-free

ADEUS, CRISE? NÚMEROS DO VAREJO MELHORAM NO 2º TRIMESTRE, MAS INDÚSTRIA AINDA SENTE IMPACTO Por Daniel Bender

No final do ano passado, quando os tambores dos analistas econômicos decretaram que a crise finalmente havia atingido o país, empresários de todos os setores de moda se abateram. Passados 10 meses, exportadores, importadores e indústrias ainda passam por maus bocados devido às oscilações nos mercados de câmbio e crédito, mas os varejistas para o mercado interno vão bem, obrigado. Para o comércio, a crise é apenas um ‘soluço’ e, na prática, se traduz em um ano de pouco crescimento - mas sem os solavancos sentidos no hemisfério norte. Na Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE de junho, por exemplo, a queda do varejo de moda foi muito pequena em relação a junho do ano passado, 1%. Dependendo da região do país, notadamente o Nordeste, os números ficam positivos. O que se percebe é a desaceleração dos efeitos da crise, que pode indicar uma retomada dos bons negócios. Segundo trimestre salvador Veja na tabela os dados de algumas das principais empresas brasileiras de moda e varejo. Pelos números, percebe-se que o primeiro trimestre de 2009 para este punhado não foi exatamente péssimo, só não foi dos melhores. Já o segundo trimestre foi tão bom que, em alguns casos, quase evitou que o resultado acumulado de 2009 ficasse abaixo do mesmo período de 2008. Na Lojas Renner, por exemplo, o segundo maior varejista de moda brasileiro, o lucro líquido no segundo trimestre foi 9,8% maior do que no mesmo período do ano passado. Com isso, a diferença entre os seis primeiros meses de 2009, em relação a 2008, ficou em apenas

-14,5%. O mesmo indicador havia registrado queda de -56,6% no primeiro trimestre. Em números absolutos, no segundo trimestre, a rede conseguiu multiplicar seu lucro por 4,6. A partir disso, projeta-se bons resultados para os próximos trimestres. Outras empresas, no caso Marisa e Cia. Hering, conseguiram em 2009 alcançar resultados expressivos. Ambas registraram lucros semelhantes aos da Renner e pelo menos o dobro do que a B2W, holding de varejo que agrega negócios como Submarino, Americanas e Shoptime e fatura mais do que as duas empresas combinadas. “Bens de consumo não-duráveis em geral (onde se inclui a moda) têm tido um bom desempenho neste ano”, afirma Carlos Mussi, economista do CEPAL (Comissão Econômica Para América Latina). Na opinião dele, isto se deve à manutenção de gastos pessoais, ao nível de crédito oferecido para as pessoas físicas e à tímida ascensão na taxa de desemprego no Brasil. “Além disso, com o dólar barato, a inflação tem se mantido em um nível baixo, o que faz com que o varejo movimente a economia”, explica. Indústrias ainda sofrem efeitos da crise Os bons números dos varejistas de moda brasileiros, porém, mostram apenas um dos lados da moeda, o consumo. Por sinal, segundo o IBGE, a indústria foi um dos primeiros setores a sentir a crise e, até o momento, continua com resultados abaixo dos de 2008. Fabricantes e fornecedores de produtos de moda têm enfrentado dificuldades sérias desde o início do colapso global, principalmente devido à instabilidade nos mercados de câmbio e crédito internacional. Por sinal,

entre elas, a indústria de calçados e artefatos de couro, a mais globalizada, parece estar se saindo pior do que o restante, com queda de 24% na sua atividade, de acordo com o IBGE. Segundo Mussi, o setor de moda está sobrevivendo bem à crise, mas vale notar que os fabricantes estão enfrentando a concorrência forte de importados, o que explica a queda nas atividades industriais ligadas à moda. “A questão para os empresários do setor será como e quando eles voltarão a fazer investimentos e se conseguirão concorrer com a ameaça da entrada de importações no médio e longo prazo. Neste sentido, agregar valor à cadeia pode ser uma alternativa”. Estes fatores, além de dificultar o acesso a mercados internacionais que já estavam recessivos, também posicionaram concorrentes estrangeiros em vantagem sobre os brasileiros dentro de seu próprio mercado interno. Isso em um momento em que o varejo pressionou com mais força por preços menores. Na opinião de Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT, um dos maiores problemas é o real muito valorizado em relação às moedas dos concorrentes. “Não queremos salvaguardas ou subsídios, nos bastaria competir em pé de igualdade”, comenta. Uma das saídas, de acordo com o executivo, seria investir forte em medidas para aumentar a competitividade interna com iniciativas como desconsiderar o faturamento com exportação no Simples. Para tanto, seria necessário que os empresários de moda, um setor pulverizado, tivessem o mesmo poder político dos fabricantes de automóveis. Infelizmente, isso ainda não é realidade.


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Tabela 1 - Balança comercial de moda Exportações

Importações Valor FOB US$ entre

Valor FOB US$ entre

janeiro e julho de 2009

janeiro e julho de 2008

-28,7%

176.249.578

175.922.693

+0,1%

888.156.685

+0,1%

1.506.745.159

1.869.106.189

-24,1%

960.225.000

1.252.102.000

-23,3%

1.833.940.000

2.233.554.000

-17,89%

214.319.000

333.339.000

-35,71%

562.836.000

478.255.000

+17,69%

Valor FOB US$ entre

Valor FOB US$ entre

janeiro e julho de 2009

janeiro e julho de 2008

Calçados *

815.792.660

1.144.171.642

Joias **

888.810.142

Fios, tecidos e confecções (Total) *

Apenas confecções *

Diferença

* dados do MDIC captados por Abicalçados e Abit

Diferença

** dados do MDIC (NCM 71, joias)

Tabela 2 - Produção industrial de moda Junho 2009

Junho 2008

Diferença

Têxtil

98,34

109,02

-9,8%

Vestuário e acessórios

80,59

87,45

-7,8%

Calçados e artigos de couro

59,71

78,83

-24,3%

Indústria geral

115,35

129,04

-10,6%

Dados do IBGE, indicador sobre base fixa (média de 2002 =100)

Tabela 3 - Resultados do semestre Lojas Renner

Lojas Marisa

Cia Hering

Guararapes/Riachuelo

B2W Cia Global de Varejo

2T09

1S09

2T09

1S09

2T09

1S09

2T09

1S09

2T09

1S09

(% sobre mesmo período do ano anterior)

7,5%

2,70%

3,40%

2,60%

42,50%

39,10%

10,90%

11,50%

18,00%

12,00%

Receita bruta (R$ milhões)

R$ 803,68

R$ 1.342,13

R$ 537,14

R$ 912,21

R$ 209,26

R$ 378,46

R$ 736,70

R$ 1.281,00

R$ 1.217,0

R$ 2.301,2

8,2%

3,40%

3,80%

2,20%

41,70%

37,60%

10,20%

11,30%

22,00%

14,00%

(% sobre mesmo período do ano anterior)

9,8%

-14,50%

70,70%

98,00%

293,90%

480,00%

-6,90%

6,70%

-18,00%

-78,00%

Lucro líquido (R$ milhões)

R$ 47,82

R$ 58,86

R$ 43,43

R$ 33,70

R$ 10,91

R$ 43,18

R$ 42,50

R$ 61,00

R$ 13,74

R$ 21,80

Nº lojas

115

115

221

221

329

329

104

104

Área (% sobre mesmo período do ano anterior)

12,0%

12,0%

12,90%

12,90%

19,70%

19,70%

13,10%

13,10%

Área (m²)

240.600

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c am pu s

Christian Lacroix - Trajes de cena Em exposição na FAAP/SP

Com curadoria de Delphine Pinasa, a exposição apresenta cerca de 100 trajes e 80 desenhos originais criados por Christian Lacroix para óperas, ballets e peças, entre elas Fedra, de Racine, que lhe rendeu seu primeiro Molière em

croqui original: Christian Lacroix © Centre National du Costume de Scène, Franc

O Museu de Arte Brasileira da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo, em parceria com o Centre National Du Costume de Scène, de Moulins, apresenta a exposição “Christian Lacroix - Trajes de Cena” em cartaz até novembro dentro dos eventos do Ano da França no Brasil.

1995. Também podem ser conferidos na mostra croquis e vídeos. O requinte da alta-costura de Lacroix já esteve presente na FAAP em 1997, quando ele apresentou suas coleções em um desfile e uma exposição. Agora, novamente, o público poderá conferir todo o trabalho de um dos estilistas mais prestigiados do mundo da moda e saber porque Lacroix é considerado um mágico das cores, um amante dos tecidos furta-cor, um escultor das formas e dos volumes, um alquimista das rendas, dos galões.

Exposição: Christian Lacroix – Trajes de Cena | Em cartaz: Até 1ºde novembro Local: Fundação Armando Alvares Penteado - Museu de Arte Brasileira Horários: de terças a sextas, das 10h às 20h. Sábados, domingos e feriados das 13h às 17h. End: Rua Alagoas, 903 - Higienópolis, São Paulo/SP | Entrada: Franca | Informações: www.faap.br foto: © Centre National du Costume de Scène, Franc | Jean-Marc Tessonnier - Ville de Moulins

Pixel Show 2009 Nos dias 10 e 11 de outubro, o espaço Fecomercio, em São Paulo, recebe a 5ª edição nacional do Pixel Show, evento de design com foco em criatividade. A conferência traz palestrantes nacionais e internacionais que abordam o processo de criação e apresentam cases de renomados artistas de áreas como o motion design, branding, graffiti, fotografia, moda, direção de arte, entre outros.

Devido ao sucesso das edições passadas, o evento abrirá vagas para que 1200 interessados assistam ao ciclo de palestras. Paralelo à conferência do Pixel Show, espera-se que um público de aproximadamente 5 mil pessoas compareça à Feira de Arte, Design, Tecnologia e Moda. Com visitação gratuita, a feira apresentará diversos produtos de arte e tecnologia, além de festivais de comerciais, motions, clips, workshops.

Pixel Show 2009 Quando: 10 e 11 de outubro Onde: Fecomercio, em São Paulo Inscrições: www.pixelshow.com.br


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Brasil e França

cursos & concursos

Debatendo visual merchandising Como parte da programação oficial do Ano da França no Brasil, o evento Imagens Urbanas irá abordar, de 9 a 11 de setembro, no Rio de Janeiro, as tendências atuais do merchandising francês. Serão workshops, debates e palestras ministrados por profissionais de renome no setor. Entre os brasileiros, Ana Paula Miranda (Faculdade Boa Viagem-PE) Alvaro Guillermo (Agência Mais), Kathia Castilho (Universidade Anhembi Morumbi, Estação das Letras e Cores, revista dObra[s]), Silvana Holzmeister (L’Officiel), Carol Garcia (L’Officiel Brasil e Fashion News México), Mario Queiroz (estilista), Eloise Torres Amado (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura e Green Building Council Brasil), Ana Claudia Alves de Oliveira (PUC/SP), Lucy Niemeyer (UFRJ), André Robic (IBModa/SP) e Heloisa Omine (Shopfitting/SP). Entre os franceses, Frédéric Perodeau (Institut Français du Merchandising), Laurent Perret (Dia Mart), Anne Zazzo (Musée Galliera), Caroline François (historiadora), Anaïs Parenteau (Saguez & Partners), Pierre Guérin (École Supérieure de Commerce et de Marketing), entre outros. No evento, será lançado o livro Guia de Paris. Elaborado pela doutora em Semiótica e especialista em visual merchandising, Sylvia Demetresco,

2º Prêmio Minas Design Inscrições até 18 de setembro

o livro traz dicas sobre bibliotecas, livrarias, lojas e lugares inusitados da capital francesa. Destinado a quem viaja para pesquisar ou apreciar moda e design, conta com a colaboração de dois convidados. Helen Kupfer Haas, fala sobre o Palais Royal. Lorenzo Martone, companheiro de Marc Jacobs, dá dicas do Le Marais.

Data: 9 e 10 de setembro Horário: 8h30h às 20h30 Local: Rio de Janeiro – Instituto Mauá – ACRJ Inscrições: R$ 90 Informações: www.vitrina.com.br

campanha Iódice Conte sua verdade e participe Já imaginou estrelar uma campanha publicitária da Iódice Denim? Pois a marca, resgatando a ideia que deu origem ao calendário 2000, vai selecionar pessoas reais para contarem sua história e quem sabe participar de um anúncio da próxima temporada.

após avaliação da equipe, ficará exposto no site. Se você for o autor da história mais criativa, poderá ser convidado a integrar a campanha de inverno 2010 em um anúncio, além de ganhar um guarda-roupa repleto de looks Iódice Denim.

Para participar basta escrever sua história no site do concurso cultural www.suaverdade.com.br. E vale tudo para ser original: você pode acrescentar fotos e vídeos para ilustrar seu texto que,

Incrições: até 31 de dezembro Onde: www.suaverdade.com.br

você na Usefashion A vez do estudante Campus é um espaço dedicado à publicação de notícias, cursos, eventos, acontecimentos e temas que são do interesse de estudantes e professores ligados aos cursos de moda, estilismo e design. Você pode participar enviando para nossa redação sua contribuição. Sugira assuntos a serem abordados, opine,

envie notas a serem divulgadas sobre a programação de sua universidade ou instituição de ensino, sobre trabalhos premiados e atividades extra-curriculares. Estamos aguardando sua participação. Contate-nos através do email: campus@usefashion.com

Com o tema “Design Aplicado ao Aço Inox Colorido”, a segunda edição do Prêmio Minas Design abre para a participação nas áreas de design gráfico e de produto. O objetivo é premiar projetos cuja qualidade colabore para o desenvolvimento da economia de Minas Gerais e do design mineiro. Os projetos vão ser analisados nos seguintes itens: predomínio do aço inox colorido, aspectos materiais, funcionais, formais, estético-formais, técnicos, tecnológicos, ambientais e processos produtivos. Nas duas modalidades, profissional e estudante, poderão concorrer projetos que apresentem inovação no uso e aplicação deste material. A premiação será no dia 6 de novembro. A coordenação do prêmio é da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) por meio do Centro Minas Design. Os patrocinadores são o Sebrae-MG, a Inoxcolor e a Madeirense. Informações: www.minasdesign.mg.gov.br

Moulage Avançado com Jeannine Niepceron A modelista, formada pela Chambre Sindícale de La Haute Couture Parisiense, responsável pelo departamento de modelagem da M.Officer e da Carlos Miele nos últimos dez anos, ministrará as aulas na Escola São Paulo. A partir da base da moulage (modelagem tridimensional), ensinará sobre modelagens para vestidos, passando por todas as etapas da criação do molde tridimensional em tecido até o aprendizado da planificação do molde em papel para o corte. Os exercícios serão realizados no busto do manequim. Período: 19 e 26 de setembro e 3 de outubro Horário: Sábados, das 10h às 17h, com intervalo Local: Escola São Paulo End: Rua Augusta, 2239 - Metrô Consolação São Paulo

Como lançar sua ideia criativa A Escola São Paulo está trazendo de Londres, da University of the Arts, o especialista em criatividade, Michael Bedward. Reconhecido internacionalmente pela sua metodologia em criatividade, seu curso desenvolve o aspecto empreendedor e empresarial do trabalho criativo. As aulas são teóricas com exercícios práticos, complementadas com recursos online e grupos de discussão, ampliando o aprendizado por meio do desenvolvimento da auto-confiança e da credibilidade. Serão abordadas questões como: análise de mercado, cartela de clientes, riscos e estratégias de marketing. Interessados devem responder um questionário em português ou em inglês, que será encaminhado ao professor, para análise do conteúdo. Período: 19 e 26 de setembro e 3 de outubro (sábados) - 14 a 25 de setembro (segundas e quintas) Horário: 20h às 22h30 (com tradução simultânea) ou 16h às 18h (em inglês) Contato: alunos@escolasaopaulo.org Informações: (11) 3060 3636


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opinião

foto UseFashion

Tecnologias emergentes Materiais e processos de baixo impacto ambiental para a fabricação de calçados por Luiz Carlos Robinson* Embora soframos cada vez mais com a concorrência internacional, o Brasil continua a ser um grande produtor de calçados, inclusive para exportação. O Rio Grande do Sul, especificamente, se especializou, sobretudo, em produzir calçados de couro para este mercado. O setor de calçados representa uma indústria de tecnologia simples, embora os inúmeros avanços nas últimas décadas, e uso de mão de obra intensiva, organizada especialmente em função de sua cadeia produtiva. É uma indústria que no Brasil ainda é competitiva em nível internacional, característica que é importante num contexto de mercado globalizado. A fabricação de calçados produz muitos impactos sobre o meio ambiente. Os materiais utilizados para a fabricação e seus resíduos são constituintes que devem merecer tratamento compatível, tanto os gerados durante a fabricação quanto o próprio calçado após a finalização de sua vida útil. Estes resíduos geralmente são de difícil degradação e a destinação final, muitas vezes irregular, tornou-se o maior problema ambiental dos polos coureiro-calçadistas em todo o Brasil. No Vale do Rio dos Sinos, este problema tem sido minimizado, em geral, pela operação de modernas centrais de resíduos pelas associações comerciais ou sindicatos de empresas calçadistas. Nos mercados com maior poder aquisitivo, há uma exigência por uma nova e diferenciada postura de conservação ambiental e sustentabilidade em todos os produtos de consumo. A fabricação de calçados não poderia ficar de fora de uma análise mais detalhada sobre o impacto ambiental que os seus produtos causam. Atualmente se observa a introdução de uma quantidade relevante e expressiva de novos materiais biodegradáveis para a confecção de cabedais, num movimento que já constitui uma tendência muito concreta. Destacam os couros com curtimentos alternativos (taninos vegetais e sintéticos, além do glutaraldeído), de têxteis produzidos com fibras naturais (muitas vezes fibras orgânicas, sem a utilização de agrotóxicos ou fertilizantes químicos); de couraças e contrafortes sem o suporte (o que facilita a sua reciclagem), e também produzidos em processos fechados (praticamente sem a geração de resíduos). Os adesivos, para todos os setores da produção, em meio aquoso, estão ganhando a atenção em detrimento dos adesivos em meio solvente.

Além disto, a utilização de produtos de acabamento sem solventes e enfeites de madeira de reflorestamento também são encontrados no mercado. Diversas mudanças afetaram as economias no Brasil e no mundo nas últimas décadas. Muitos setores da indústria brasileira e as empresas que os compõem sentiram de forma diferenciada os impactos desse novo ambiente competitivo. Nele, as empresas que fazem parte do setor calçadista passaram a adotar importantes estratégias de reestruturação e organização da produção como meio de manutenção da competitividade nos mercados nacional e internacional São grandes os desafios impostos pelo conceito de sustentabilidade. É necessário conciliar a conservação ambiental com a eficiência econômica e a justiça social. A aplicação destes conceitos sofre dificuldades conjunturais enormes no setor calçadista porque a atividade manual, na fabricação dos artefatos de couro em geral, e nos calçados em particular, é muito importante. O país sofre a influência crescente de uma concorrência com os enormes contingentes populacionais de China e Índia, sem a devida equivalência na constituição dos princípios da rede de proteção social. É neste contexto que devem ser analisadas as tecnologias emergentes em materiais e processos para a produção de calçados. A interpretação fora deste contexto fica extremamente debilitada. Portanto é possível concluir que mesmo em condições adversas, existem algumas iniciativas que têm grande respaldo técnico e amplas possibilidades de implantação em um horizonte de tempo relativamente curto. Iniciativas de minimização na geração de resíduos, que significam também economia de matéria-prima e de recursos naturais, reutilização de materiais e reciclagem de tudo que for possível após o final do ciclo de vida do produto, começam a ter uma importância ainda não avaliada pelos atores sociais deste segmento.

* Luiz Carlos Robinson é mestrando em Qualidade Ambiental e professor dos cursos de Engenharia de Produção e Química, Design e Design de Moda e Tecnologia na Feevale, e professor da Pós-Graduação em Marketing e Design de Moda na ESPM. (luiz.robinson@feevale.br)

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LU CATOIRA SAIBA COMO É O UNIVERSO DE LU CATOIRA EM 5 IMAGENS QUE DEFINEM SEU ESTILO DE VIDA

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A paixão pela moda já soma 30 anos de trabalho no currículo da jornalista, produtora, professora e consultora de moda Lu Catoira. Como jornalista, trabalhou em muitas mídias, e assumiu o cargo de Editora de Moda das revistas Desfile e Pais e Filhos (de 1990 a 1997 - Bloch Editores). Na vida acadêmica, participou da criação e foi coordenadora do curso de Bacharelado em Design de Moda, da faculdade Senai-Cetiqt por oito anos. Além disso, lançou o livro “Jeans, a Roupa que Transcende a Moda”, em 2006, que inclusive está na segunda edição. Atualmente, está com o seu segundo livro em produção: “Moda Jeans, Fantasia sem Preconceito”.

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Três m osque teiros “Mom entos m mosqu ágicos e Fernan teiros’, os ne quando esto u do.” tos Vic tor, He com os me us nrique e o be ‘três bê

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Pluralidade e convergências Moda masculina diversifica e revela algumas obsessões direção de pesquisa: patrícia souza rodrigues edição de moda: Eduardo Motta fotos: © Agência Fotosite

O clássico é revirado do avesso e distendido ao limite. O casual apresenta novas armas, ao unir com sutileza roupa urbana e esportiva. Os viajantes reinterpretam um guarda-roupa histórico. Além deles, é possível escutar um forte sotaque folk, de timbre colorido pelas culturas rurais do passado. Vem da semana de moda de Milão um gostinho tropical com jeans desgastados, bordados multicoloridos e estampas ensolaradas. Se há diferenças entre um estilo e outro, confira como há gradações dentro de cada um deles. A monocromia suave, em tons de pele e areia do deserto, é uma aposta unânime, coisa rara na temporada. O uso de cores fortes em looks inteiros faz bonito na passarela, mas, na vida real, a cor vai chegar em peças separadas e nos detalhes. O preto absoluto resiste, enquanto a silhueta se alonga o mais que pode. Estes pontos, somados a peças-chave, e a materiais novos, como o mesh, e às transparências formam o melhor extrato da moda masculina para o verão 2011. Kenzo | Paris


tem porad a m a s c ulin a

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v e r ão 2011

Exploradores Na hora de se aventurar por terras tropicais estrangeiras, os tecidos naturais e amassados e a predominância de cores claras foram escolhas acertadas dos exploradores do passado. Pense em linho, algodão, em cores do deserto. Pense acima de tudo em conforto, com tardes longas de descanso à sombra. Um grande número de coleções contempla este repertório.

Louis Vuitton | Paris

O explorador da Louis Vuitton coordena vários tons claros e um bom número de peças antes de cair na estrada. Ele é o europeu que transitava pelas colônias como senhor. Hoje, as colônias são países livres e ele apenas um turista em férias.

Damir Doma | Paris

Para Damir Doma, o passado está longe. O que se escuta dele no presente foi tragado pela cidade moderna. As calças asiáticas, por exemplo, estão quase irreconhecíveis. Mas história é história, e as referências estão lá.


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edi torial de mod a

Nova elegância Grandes transformações circundam a moda masculina. Particularmente aquela de base clássica, apoiada no terno e nas técnicas de alfaiataria. Embaçar as fronteiras entre formal e casual, remontar o desenho do trio calça/colete/paletó, misturar a tradição com estilos contemporâneos e incorporar materiais, até então alienígenas, a este universo tornaram-se procedimentos normais. Gradativamente, estas práticas expandiram os limites do que já foi o estilo mais resistente a mudanças no repertório da moda masculina. Pense em transparências e em explorar as possibilidades extremas da alfaiataria.

Dior Homme | Paris

Na Dior Homme, há todo um processo de reinvenção, com alterações na silhueta, nas proporções e nas convenções da construção da peça, submetida a novos cortes e técnicas de costura.

Lanvin | Paris

Na Lanvin, o terno é praticamente atropelado pelo despojamento contemporâneo. O tecido é amassado, a cor é pouco usual, não há forro estruturante, e um par de sandálias com meias finaliza o conjunto. Poético, transgressor e confortável.


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v e r ão 2011

Esportivo urbano Seja pelo uso da malha, que aparece em profusão - tanto na retilínea de fios bem finos quanto na circular -, seja pela dinâmica do desenho, o esporte está presente. Mesmo que, nesta seleção, tenha-se optado pela associação sutil, há casos em que ela é evidente. Outra dualidade constante é aquela estabelecida entre despojamento e elegância. Não que estes sejam valores incompatíveis, mas, equilibrá-los de forma a não deixar que um se sobreponha ao outro é o que vale. Pense ainda em regatas em mesh, aquele tecido todo vazado usado em roupas de performance e forros, e em nylon.

Roberto Cavalli | Milão

A proposta de Roberto Cavalli pesa a mão na testosterona. A regata é translúcida e a calça ajustada é de material com stretch. A modelagem da parte superior da calça é um caso à parte, concebida para que vire sobre si mesma, criando volumes laterais.

C.P. Company | Milão

O look da C.P.Company explora o melhor do caimento da malha e do tecido plano, que são coordenados para trabalhar de forma semelhante. A economia de detalhes é total, potencializando exatamente a qualidade dos materiais.


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edi torial de mod a

Radical folk Nas cidades, há sempre espaço para a nostalgia pela cultura e pela produção visual de culturas rurais antigas. A reboque vem um sotaque folk, comandado pela cor, e pelo patchwork de padrões e referências. Em alguns momentos, o resultado é uma colagem de fontes de pesquisa, no caso da Comme des Garçons, representada em colagens de verdade. Em outros, são adaptações de desenhos originais, sejam eles grafismos do México ou calças de gancho baixo do norte da África. Em ambos os casos, é a moda street que dá o acabamento final.

Comme des Garçons | Paris

A Comme des Garçons faz da estranheza entre urbanidade e primitivismo folk sua razão de ser. Os paletós são coloridos como bordados do leste europeu, as cores são fortes como as africanas, os xadrezes típicos como os tartans originais.

Givenchy | Paris

Na Givenchy, é a vez do gancho baixo e do décor étnico falar de outras terras e culturas. A sandália pesada, no melhor estilo gladiador, empresta alguma coisa de primitivo a este conjunto ambíguo: quase street, quase traje típico.


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v e r ão 2011

Tropical street Do ponto de vista da moda, para se vestir abaixo da linha do Equador e acima dos 30 graus, esta é uma estação em que as propostas europeias ou soam pesadas, ou cerebrais. É preciso editar com atenção para sintonizá-las com o gosto pela cor e pela despretensão adequada aos dias calorentos. Vêm da Itália estas propostas fáceis e coloridas. Entre elas, não há muitas variáveis, apenas alguns pontos certeiros, como os jeans claros e detonados, os bordados multicoloridos e a estamparia festiva. O étnico aqui entra só no detalhe, como elemento decorativo. Pense no azul como base e em um arco-íris salpicado sobre ele.

Trussardi | Milão

A combinação de camisaria leve e bermuda acima do joelho ganha reforço extra com um surpreendente trabalho decorativo com penas na barra irregular da bermuda. O efeito visual se repete no cinto e no colar de miçangas.

Enrico Coveri | Milão

Da Enrico Coveri, esta proposta reúne o jeans de barra encurtada, usado com cinto colorido, com camisa de manga curta. A estamparia cashmere foi retrabalhada no desenho e na combinação de cores.


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Monocromia leve O desfile da Kenzo define uma cartela infalível para a temporada. Os tons de areia do deserto são muitos, bonitos e comerciais, com pigmentação variando entre o azulado, o amarelado e o rosado. O que faz a diferença, entretanto, é o uso de peças na mesma cor. A monocromia suave, em parceria com tecidos macios, e a modelagem confortável resultam em uma das imagens de moda mais agradáveis do verão.

Kriss Van Assche | Paris

Dior Homme | Paris

Kenzo | Paris


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v e r 達o 2011

Ermenegildo Zegna | Mil達o

Salvatore Ferragamo | Mil達o

Tillmann Lauterbach | Paris


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Cor plena Ao longo das semanas de moda de Milão e Paris, estes looks inteiros em uma cor só mobilizaram as atenções. Em meio aos tons pastel, e aos terrosos e pretos dominantes, é impossível não registrar o impacto deles. Assim como na edição do desfile, eles entram pontualmente, acendendo o conjunto. O mesmo raciocínio vai funcionar no look, onde a cor forte cai bem em uma peça ou detalhe.

Jean Paul Gaultier | Paris

Louis Vuitton | Paris

Calvin Klein | Milão


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v e r ão 2011

Preto absoluto Ao mesmo tempo em que emite sinais de tradição, o preto total na alfaiataria reforça as transgressões da modelagem, emprestando uma inegável alma rocker para o conjunto. Kris Van Assche, desenhando para a Dior, faz a mágica com perfeição.

Dior Homme | Paris


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edi torial de mod a

Silhueta A proposta conceitual de Damir Doma, estilista que usa bem a roupa de passarela para definir uma ideia ou tendência, é a imagem certa para apresentar a silhueta alongada da estação. Apenas para exemplificar os possíveis efeitos colaterais de uma mudança do tipo, camisas mais longas podem levar a calças simplificadas, já que o cós estará oculto sobre elas. Além do detalhe, vale lembrar que é também no desenho da figura, no recorte que ela desenha no espaço, que se define o espírito de uma época. A silhueta é boa e tem potência quando se torna reconhecível, definindo um tempo ou um estilo. Sem um bom desenho, as imagens desaparecem, e vão ficar de fora da história da moda. O mesmo risco elas correm, no curto prazo, de nem chegar às vitrines e às ruas.

Damir Doma | Paris


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v e r ão 2011 Alongada em cima e encurtada em baixo

Neil Barrett | Milão

Neil Barrett usa a camisa reta e a superposição para dividir, e ainda assim alongar. Na parte inferior, a calça cropped interrompe bruscamente a linha vertical.

Alongada em cima, ampla e curta em baixo

Toda alongada

Z Zegna | Milão

É da Z Zegna a proposta incluindo o paletó da estação que é bem comprido. A blusa com decote V acentua o desenho. A associação paletó longo+blusa decotada é de tomar nota.

Yves Saint Laurent | Paris

Variação apresentada pela Yves Saint Laurent. O cardigã cresce e a calça diminui em baixo e infla nas laterais. Esta outra distribuição de volumes confirma que o alongamento nos tops é quem manda.


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edi torial de mod a

Peรงas-chave Colete e bermuda de alfaiataria alongados

Dior Homme | Paris

Calรงa cropped com volumes

Henrik Vibskov | Paris


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v e r ão 2011

paletó alongado

cardigã e camiseta

Giuliano Fujiwara | Milão

camisa-túnica de manga ¾

Neil Barrett | Milão

Dior Homme | Paris


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mem贸ria

A diva Grace Kelly Por Juliana Zanettini


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fotos: reprodução

Ícone de elegância e estilo, Grace Patricia Kelly completaria 80 anos no próximo dia 12 de novembro. Desde cedo, a atriz americana sabia que sua vocação estava voltada para as artes cênicas. Provinda de uma família rica, estudou teatro na American Academy of Dramatic Art, em Nova York, onde também trabalhou como modelo antes de se mudar para Hollywood. Sua estreia no cinema foi com uma pequena ponta no filme “14 Hours” em 1951 e somente depois de um ano, com o filme “Mogambo”, que lhe rendeu um Oscar e um Globo de Ouro, ela ganhou notoriedade. Nas mãos de Alfred Hitchcock, Grace Kelly conquistou papéis de destaque na sétima arte, sendo protagonista de filmes como “Dial M for Murder” (Disque M para matar) de 1954, “Rear Window” (Janela Indiscreta), de 1954 e “To Catch a Thief” (Ladrão de casaca), de 1955. Sua beleza calma logo atraiu seguidores, tornando-se um forte ícone de moda. Seu bom gosto para os clássicos do vestuário conferiu o título de “look Grace Kelly” a todas as roupas de classe e simplicidade alinhada. Até mesmo a maison Hermès prestou uma homenagem a atriz com a sua Kelly bag, ainda hoje cobiçada no mundo inteiro. Além disto, joalheiros como Cartier desejavam ostentar suas joias em Grace Kelly. Segundo a designer Edith Head, que trabalhou com a atriz no filme “Rear Window”, Grace sabia vestir-se muito bem. Inclusive, neste filme, ela interpreta uma modelo que nunca usava o mesmo vestido mais de uma vez. Edith Head também confeccionou o vestido em cetim azul na cerimônia que Grace Kelly recebeu um Oscar em 1955. Sua carreira foi interrompida espontaneamente após conhecer o príncipe Rainier, em 1955, quando foi convidada pelo governo francês para participar do Festival de Cannes. Em abril de 1956, Grace casou-se com ele, usando um dos vestidos mais belos de todos os tempos, uma criação de Helen Rose, designer da MGM studios. Após seu casamento, a então princesa de Mônaco dedicou-se a inúmeras obras de caridade, sempre vestida de forma impecável. Tragicamente no ano de 1982, Grace Kelly, aos 54 anos, perdeu a vida num acidente de carro, deixando três filhos e uma lembrança de estilo e elegância na memória coletiva.


fotos: ©Agência Fotosite e reprodução

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