Journal Usefashion - Janeiro/2010

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ANO 7 • nº 72 • janeiro 2010 • Edição Brasileira

moda profissional

verão 2011

CALÇADOS & BOLSAS Ao natural | pág. 64

Joias inspiradas na Amazônia | pág. 22 Provadores de loja em foco | pág. 44 O tricô fashion de Lucas Neves | pág. 54 Tecnologia no varejo | pág. 58 O estilo de Andréa Mader | pág. 61

ISSN 1808-6829

R$20,00




nesta edição

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foto: © Agência Fotosite

64

Capa: No backstage do desfile da Dolce & Gabbana, em Milão, uma coleção com materiais e texturas naturais, aliados à transparência inspirada na lingerie.

na capa

gente

22 ACESSÓRIOS

08 é moda

Joias inspiradas na Amazônia.

Looks comentados de Barcelona e Londres.

44 REPORTAGEM

10 paparazzi

Provadores de loja em foco.

Os estilos de Carol Castro, Paloma Bernardi e Adriana Birolli.

54 PERFIL

O tricô fashion de Lucas Neves.

78 22

58 NEGÓCIOS

Tecnologia no varejo. 61 ESTILO

moda

Andrea Mader em cinco itens. 64 EDITORIAL DE MODA

12 VESTUÁRIO

Calçados e bolsas do verão 2011.

O melhor dos previews de inverno. 18 Calçados 44

Deck shoes e a inspiração naútica. 19 Calçados report

Novas sandálias masculinas. 20 Calçados report

Cabedal e salto no mesmo material. 21 Bolsas REPORT

Matelassê, metalizado e estampa animal.

26 radar internacional

Natural para o verão 2011. 28 radar nacional

Quentes ousados x Neutros rebeldes. 30 MASCULINO

Novas propostas em paletós.

curtas 06 Portal usefashion.com

Eventos de janeiro no portal UseFashion. Fashion Rio e SPFW com as coleções de inverno, Milão e Paris com os desfiles masculinos de verão 2011 e a alta-costura com o melhor do tapete vermelho. 07 dicas da redação

Exposições pelo mundo. American Stories (em Nova York), Otl Aicher (em Londres) e De Dentro Para Fora – De Fora Para Dentro (em São Paulo). 38 acontece

Japão é tema da Denim by Première Vision. 57 Campus

A vencedora do projeto Ponto Zero; concurso de joias em Limeira e concurso na Dragão Fashion. 18

78 MEMÓRIA

Eternas pin-ups.


expediente VISUAL DE LOJA 40 VISUAL DE LOJA

Vitrines comentadas de Londres e Milão.

opinião 52 cultura

Barkley L. Hendricks. 60 opinião

Moda é arte? Por Renata Pitombo Cidreira.

design 50 design

Banho de luxo; Sacola serifada; Galochas brilhantes; Tecidos para decoração; Um tipo por dia; Cadeira Catacaos.

52

5

Diretor-Presidente Jorge Faccioni Diretora Alessandra Faccioni Diretora de RH Patrícia Santos Diretor de Negócios Wilson Neto Diretor de Redação Thomas Hartmann Diretora de Pesquisa Patrícia Souza Rodrigues

Núcleo de Pesquisa e Comunicação Editora-Chefe Journal Inêz Gularte (Mtb 7.775) Edição de Moda Eduardo Motta (consultoria) Redação Aline Ebert (Mtb 13.687), Fernanda Maciel (Mtb 13.399), Eduardo Pedroso e Juliana Wecki (assistentes) Projeto Gráfico Ingrid Scherdien Produção de Arte Ingrid Scherdien (design gráfico), Francine Virote (tratamento de imagens), Carine Hattge (revisão de imagens), Jucéli Silva e Vanessa Machado (web design) Equipe de Pesquisa Alexandra Duarte (coordenadora de pesquisa), Nájua Saleh (assessora de pesquisa de moda), Kamila Hugentobler (assistente de pesquisa), Fernanda Nicolodi (assistente de coordenação de imagens), Aline Romero, Daiane Padilha, Francine Virote, Juliana Geisel, Nícolas Samuel Gehlen, Patrícia Hagemann e Thaís de Oliveira (classificação e tratamento de imagens) Consultores Angela Aronne (malharia retilínea, underwear e beachwear), Daniel Bender (inovação), Eduardo Motta (vestuário feminino e masculino), Juliana Zanettini (jeanswear), Paula Visoná (malharia circular), Renata Spiller (infantil e acessórios) e Vanessa Faccioni (visual de loja) Colaborou nesta edição Renata Pitombo Cidreira

50

UseFashion Journal (ISSN 1808-6829) é uma publicação mensal do Sistema UseFashion de Informações Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Midia Gráfica - RBS

ao leitor A tendência Natural chega forte aos calçados, bolsas e acessórios do verão 2011. Mas não há mais uma vertente étnica dominando. O foco agora está na valorização máxima da matériaprima e das texturas e superfícies inspiradas na natureza. Nesta edição, acompanhe em Editorial de Moda, como as principais coleções internacionais abordaram o tema. Veja ainda, como a inspiração na lingerie e no militar despontam como tendências nos calçados e bolsas da temporada. Um conteúdo precioso para sua pesquisa, com o melhor do que foi proposto nas passarelas de Nova York, Londres, Milão e Paris. Na Reportagem, os provadores de loja estão em foco. Afinal, quem nunca se sentiu pouco à vontade em um local apertado, mal iluminado, ou sem privacidade para experimentar uma roupa? Pois o papel dos provadores de loja na decisão da compra é um dos assuntos desta matéria que aborda também: quais as queixas mais frequentes dos consumidores, como os provadores deveriam ser, que aspectos psicológicos vêm à tona na hora de experimentar a roupa, e novidades em provadores pelo mundo afora.

Ainda no ambiente das lojas, a editoria Negócios tem como tema novas tecnologias que trazem o futuro para dentro do PDV. Câmeras inteligentes que reconhecem os clientes e identificam suas preferências são um bom exemplo. Mas há muito mais. A interação parece não ter mais limites. Outros destaques desta edição são: Andréa Mader, em Estilo; três atrizes globais, em Paparazzi; as joias premiadas de Raquel Neves; o tricô fashion de Lucas Nascimento (em entrevista exclusiva antes de sua estreia no Fashion Rio); os novos paletós, em Masculino; e muito mais.

Vários dos conteúdos que abordamos nesta edição podem ser complementados no portal usefashion.com. Alguns são de acesso exclusivo para assinantes do portal. Ligue 0800 603 9000 e veja como acessar. Os textos dos colunistas e colaboradores são de responsabilidade dos mesmos e não representam necessariamente a opinião da empresa. Todos os produtos citados nesta edição são resultado de uma seleção jornalística e de consultoria especializada, sem nenhum caráter publicitário. Todas as matérias desta edição são de responsabilidade do Núcleo de Pesquisa e Comunicação da UseFashion. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sejam quais forem os meios empregados, sem a autorização por escrito do Sistema UseFashion de Informações.

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Boa leitura e ótimos negócios!

Jorge Faccioni Diretor-Presidente

ERRATA: A tiragem correta da edição de dezembro foi de 15.000 exemplares.

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cont e ú do pa r a ass i nant e s Por Aline Ebert

2010 dá a largada! Temporada Nacional Fashion Rio e SPFW foto: divulgação

Janeiro dá início ao ano com uma série de eventos de moda nacionais e internacionais. Entre os mais importantes do Brasil, estão Fashion Rio, de 8 a 13, e SPFW, de 17 a 22. Com o tema “Rio Olímpico e Maravilhoso”, a semana carioca acontece no Píer Mauá. Seis grifes desfilam pela primeira vez no evento: New Order, Andréa Marques, Patachou, R.Groove, Lucas Nascimento (leia mais em Perfil) e Nica Kessler. A Patachou volta Na Fundação Bienal, a SPFW acontece sob o tema “Linguagens”, reforçando palavras, ícones, fontes, imagens, tags e símbolos do cotidiano. Os dois eventos trazem lançamentos para o inverno 2010 e têm cobertura diária no portal UseFashion. Acompanhe o melhor do Fashion Rio e da SPFW com resenhas, fotos de coleção e de detalhes, além do recurso de zoom - para que você amplie as imagens e veja calçados, bolsas, acessórios e vestuário bem de pertinho.

fotos: © Agência Fotosite

Moncler | Milão | verão 2011

Alta-costura

Desfiles Masculinos

Tapete vermelho

Inverno 2011

Christian Lacroix | Paris

A semana de alta-costura de Paris, que acontece de 25 a 28 deste mês, é como se fosse um preview do que veremos em breve no tapete vermelho. A festa do Oscar é um dos palcos preferidos pelas celebridades para desfilarem toda sofisticação dos modelos da alta-costura. Fique de olho nos desfiles e faça sua aposta! Qual modelo sua atriz preferida vai vestir na grande noite de entrega do prêmio? Acesse o portal e veja a cobertura, direto de Paris!

Os desfiles masculinos de Milão, de 16 a 20 de janeiro, e de Paris, de 21 a 24, trazem para as passarelas as primeiras coleções do inverno 2011. Acompanhe no portal UseFashion a cobertura da temporada internacional masculina e veja como as marcas mais conhecidas do planeta estão organizando suas coleções. Quais os temas, as cores, os materiais, as modelagens que estão fazendo a cabeça dos grandes estilistas mundiais.

janeiro

calendário 07 10 10 10 12 12 14 16 17 18 19 19 20

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Fashion Rio Children’s Club Fashion Business Rio-à-Porter Pitti Uomo Pitti Woman Surf Expo Milano Moda Uomo SPFW Couromoda FIT 0/16 Texworld Première Vision Brasil

20 20 21 21 22 23 23 25 26 27 31 31

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22 - Bread & Butter 22 - JAM 23 - Pitti Bimbo 24 - Semana Moda Masculina 24 - Fimi 25 - Salão Internacional da Lingerie 26 - Eclat de Mode Bijorhca 28 - Alta-costura 29 - Fenim 29 - Pitti Filati 01/02 - Bubble 01/02 - Playtime

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dicas

da redação

American stories: paintings of everyday life, 1765-1915 foto: reprodução

Até o dia 24 de janeiro estará em cartaz a exposição “American stories: paintings of everyday life, 17651915” no The Metropolitan Museum of Art, em Nova York. A mostra traz uma seleção de mais de 100 pinturas que retratam pessoas comuns envolvidas em tarefas da vida e dos prazeres entre 1765 a 1915. A exposição é organizada por H. Barbara Weinberg, Alice Pratt Brown (curadora de pinturas e escultura), e Carrie Rebora Barratt (diretora adjunta para coleções e administração). Na imagem, Little Girl in a Blue Armchair, 1878 - Mary Cassatt (American, 1844-1926). Mais informações: www.metmuseum.org/special/ americanstories/

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O Design Museum de Londres abriga, até o dia 22 de janeiro, a mostra “Otl Aicher - uma extensão de Comunicação Visual” que traz um pouco da história desse designer gráfico e educador, que influenciou gerações no campo visual e na tipografia. Aicher (1922-1991) foi reconhecido pela criação e aplicação de símbolos gráficos ilustrativos de complexos sistemas visuais e também pela fundação da Hochschule für Gestaltung, instituição de ensino de design especializado, no sul da Alemanha. Confira: http://designmuseum.org/exhibitions/2009/ free-exhibitions

De Dentro Para Fora De Fora Para Dentro Quem ainda não conferiu não pode perder a exposição “De Dentro Para Fora – De Fora Para Dentro” –, que leva a arte das ruas para dentro do Museu de Arte de São Paulo até o dia 5 de fevereiro. Em 1.500 m² são abrigados 100 trabalhos de seis artistas: Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff, Titi Freak e Zezão. Com curadoria de Mariana Martins, Baixo Ribeiro e Eduardo Saretta, a proposta foi de reunir uma geração de artistas que tem em comum a cidade de São Paulo e o grafite como forma de expressão. Além das intervenções urbanas paulistanas, o público também poderá conferir vídeos que contam a história dos artistas, que englobam trabalhos das avenidas do Brasil até as ruas e prédios de cidades da Europa, dos Estados Unidos e do Japão. O Museu funciona de terças-feiras a domingos, e feriados, das 11h às 18h. Às quintas-feiras, das 11h às 20h. Vá até lá: MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Av. Paulista, 1578). Fone: (11) 3251 5644. Site: www.masp.art.br

foto: //paulista1578. posterous.com/reprodução

VESTUÁRIO: ABSINTO :: ACASO MALHARIA :: AFGHAN :: AGATHA :: ALESSA :: ANGELA BECHARA APARTAMENTO 03 :: ARMADILLO :: ARTHUR CALIMANN :: ATEEN :: AUREA PRATES :: BARBARA BELLA :: BEE :: BENVENUTA BONNIE :: BOTSWANA :: BRISE :: BZF :: CARLA CARLIN :: CARLOS TUFVESSON :: CARMEM VENZONS CARNEVALEE :: CAVENDISH :: CECILIA NEVES :: CHEMISERIE :: CHOLET :: CHOW :: CIA DA MODA CONSTANTINOPLA :: D`SEU DO CEU :: DATS KAT :: DONA FLORINDA :: DONNA DOIDA :: ELIZABETH MARQUES :: EMPÓRIO ANNA :: ENJOY :: EPIFHANIA :: EQUATORE :: ÉRICA VICENTINI :: ESPAÇO FASHION :: ESSENCIAL FAVELA HYPE :: GAINA :: GIULIETTA :: HAVA :: HOMEM DE BARRO :: HUIS CLOS :: IXIA :: JONNY SIZE :: KAROLA :: LES AMIS :: LIDIANNY BRAGA :: LISIE MALMANN LIX :: LODE :: LORE :: LUCIDEZ :: MABEL MAGALHÃES MADAME FILÓ :: MARA MAC :: MARIA FILÓ :: MARIA GARCIA :: MARY ZAIDE :: MISS ZAIDE :: MY FLOWER NEM :: OH, BOY! :: OPUS O `ONE :: PACTUS :: PANINARO :: PARRESH :: PATRICIA VIERA :: PEDRO MOTTA :: RESERVA NATURAL ROSANA BERNARDES :: SACADA SAN :: SANTA EPHIGÊNIA :: SHOP 126 :: SILVIA AERE :: SPEZZATO :: TOTEM URSULA FELIX :: VERTY :: VIVAZ :: VIX :: WEEK FASHION :: ZOOMP CALÇADOS E BOLSAS: ANGELITA FEIJÓ :: ANTONIELLE :: CLAUDIA MOURÃO :: COVENANT :: ESTUDIO TMLS :: FELIP SHOES :: GLORINHA PARANAGUÁ :: GUILHERMINA :: ITTEM CALÇADOS :: MARCOS E RUDY :: MARGOT :: MEZZO PUNTO :: PAULA BAHIA :: SAAD :: SAMANTA BARONI :: SATRYANI :: VIDA MODA BIJOU BRASIL: AFRICA UNIVERSAL :: AMARJON BIOJÓIAS :: ART TERRA :: B&S :: CAMILA KLEIN CRYSTAL RIO :: DONA BIJOUX :: MARIA EUDOXIA :: MARY DESIGN :: METALLY :: MNOVAK :: NCS :: OLENDZKI PANORAMA CARIOCA :: PEQUENAS BIJOU :: RENATA ALT :: SB ACESSÓRIOS :: TROIS DESIGN

foto: reprodução

Otl Aicher - An Extension of Visual Communication


h le Sa ua áj N r Po

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Hairstyle bagunçado e barba sutil, responde todas as questões sobre o estilo deste jovem. Neste caso, o desleixo é um dos pontos fortes para qualquer produção.

Fones de ouvido remetem à descontração, ainda mais no estilo DJ.

Casaco tipo trench coat, peça coringa para o inverno do hemisfério norte, transmite requinte ao visual. Quando combinado a jeans, o teor descolado aumenta e deixa o look com a cara jovem de Barcelona.

Diferente das estruturadas, a pasta de couro semiestruturada denota mais fexibilidade ao look.

Blusa em malha com gola transpassada e modelagem relaxada denota conforto no visual day by day.

Jeans estonado, com modelagem ajustada é sobreposta pela bota. Aposte nessa conjugação perfeita para o frio e muito vista nas ruas internacionais.

Bota de cano curto impera no inverno masculino. No couro batido, a impressão é de despojamento como no restante da produção.


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A maquiagem se destaca na pele branca, sugerindo atenção para a boca vermelha e delineador escuro, realçando os olhos claros.

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A meia preta entra em cena para dar equilíbrio ao look.

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Dois itens importantes para o inverno 2010, e vistos também com força para o verão 2011: a bolsa com formato saco, e detalhe de franjas. A impressão é meio folk, meio étnico, e impera no gosto feminino.

U s:

Desgrenhado, o cabelo ruivo é preso por grampinhos e dá todo o charme ao visual.

Com aspecto vintage, o casaco de pele apresenta sutil estampa animal e remete ao vestuário sofisticado de época. O anel entra em sintonia com o casaco, formando uma identidade só.

Bota de cano curto, com toque masculino na sua simplicidade e tonalidade terrosa, deixa o visual com personalidade austera nos pés.


p ap ara z zi

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Três mulheres, três estilos Por Nájua Saleh

fotos: divu lgação

Paloma Bernardi

Adriana B

Com muita elegância e prosseco, a designer de acessórios Camila Klein inaugurou mais uma loja no Rio de Janeiro. Entre os convidados, estavam as atrizes Carol Castro, Paloma Bernardi e Adriana Birolli, que chamaram a atenção. Carol Castro investiu em joias douradas, contrastando com o preto, deixando o look totalmente forte e sensual. Paloma Bernardi apostou em produção e acessórios clarinhos, o que deu romantismo e inocência ao visual. Já Adriana Birolli usou a sensualidade de maneira delicada, com brilho dos paetês aliados a brincos de prata, realçados por seus cabelos curtos e encaracolados. Carol Castro

irolli


Tendências do Verão 2010/11 para Calçados e Bolsas Palestrante: Eduardo Motta, consultor de moda da UseFashion. A UseFashion é a mais completa fonte de informações Dia 19 de janeiro, àsque 16h. Couromoda - Pavilhão Anhembi. estratégicas sobre moda. Tudo sua Local: empresa Auditório precisa

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fotos: ©Agência Fotosite e reprodução

Workshop UseFashion na Couromoda 2010


12

ve s t uário

ponto d e v i sta

Desfile Coletivo | Minas Trend Preview

Walério Araújo | Casa de Criadores


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infalíveis de inverno Três peças-chave e uma dupla poderosa

Por Eduardo motta

fotos: © Agência Fotosite

Patrícia Motta | Minas Trend Preview

O vestido Dress oriented é o termo inglês que batiza a febre em torno do vestido. Quando não é ele a única modelagem, não é raro que responda por 80 a 90% do total de peças de uma coleção. Na Casa de Criadores e no Minas Trend Preview, eventos que abrem o ciclo de lançamentos no Brasil, o fenômeno se repete. Do Desfile Coletivo do Minas selecionamos este todo preto, de um ombro só e dobraduras horizontais. Fácil, universal, e muito bem conduzido por Ana Claudia Michels. O vestido do estilista Walério Araújo, desfilado na Casa de Criadores, tem linhas e décor retrô, e desce abaixo do joelho. A peça de Patrícia Motta, estilista que apresenta domínio técnico e estilístico no trato com o couro de encher os olhos, é bem curto, e só aparentemente descomplicado. Para finalizar, ficamos com um modelo das Gêmeas, esbanjando inventividade na modelagem solta e cheia de surpresas nos detalhes.

Gêmeas | Casa de Criadores


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ve s t uĂĄrio

ponto d e v i sta

Ronaldo Silvestre | Casa de Criadores

GĂŞmeas | Casa de Criadores


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fotos: © Agência Fotosite

Faven | Minas Trend Preview

A calça alfaiataria Reta e com amplos e práticos bolsos tipo faca: é assim a calça de inverno. As variações acontecem no comprimento, encurtado na modelagem, ou por dobras na barra, e acrescida de volumes discretos, pelos ligeiros excessos nas laterais. A jaqueta A perfecto é a principal base de referência, mas as invenções sobre este clássico de zíper atravessado não cansam de renovar o que já era bom na origem. A cor e o couro leve conversam muito bem com o inverno local.

Patrícia Motta | Minas Trend Preview


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ve s t uário

ponto d e v i sta fotos: © Agência Fotosite

Karin Feller | Casa de Criadores

Saia & Blusa Depois de muito tempo longe dos holofotes, esta dupla volta a chamar a atenção, e mostra porque não deveria ficar de fora do jogo exibindo versatilidade nos shapes e combinações. Na Casa de Criadores, Karin Feller explorou proporções diferentes e desfilou um modelo de saia evasê arrematado por enorme laço frontal, combinado com a blusa de volumes assimétricos na região dos ombros. Também é dela o modelo de saia curto e inflado, associado ao hoodie de tecido. No Minas Trend Preview, a Faven foi em outra direção, com direito a cintura alta no modelo lápis ajustado.

Karin Feller | Casa de Criadores

Faven | Minas Trend Preview



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c alç ado s

Sebago

Cospirato

Inspiração náutica Deck shoes: a moda que não sai das vitrines Por INÊZ gULARTE Como todo bom básico, eles não marcaram grande presença nos últimos desfiles, mas, nas vitrines, têm encontrado lugar de destaque, tanto no Brasil como no exterior. Basta dar uma olhada nas lojas. Os deck shoes, popularmente conhecidos como docksides, por causa da marca que lhes deu origem, surgiram nos anos 1960, mas foi entre as décadas de 1970 e 1980 que caíram no gosto popular. A empresa americana Sebago foi a criadora do modelo. Lilian Melo, proprietária da Orbis Shoes, empresa brasileira licenciada com exclusividade para comercialização dos originais Docksides, explica que eles foram desenvolvidos, inicialmente, para o uso em barcos ligados à prática de esportes náuticos. “Nas décadas de 1970 e 1980, eles passaram a ser usados por jovens, adultos, crianças, independentemente de praticarem esportes náuticos. No Brasil, a moda chegou com sides (modelos similares) de várias marcas nacionais”. Em termos de construção, os sides são um tipo de mocassim, com costura aparente na gáspea.

“Os Docksides Sebago são costurados manualmente na fôrma (processo que valoriza muito o calçado). São sempre confeccionados em couro legítimo, o que além de garantir o conforto, possibilita a transpiração do pé. O solado é de borracha, geralmente em cores claras (originalmente, isso evitava que os decks e embarcações fossem manchados pelos calçados). Eles são macios, confortáveis e antiderrapantes. Os modelos tradicionais têm um cadarço para amarração, na parte da frente, sempre em couro”, descreve Lilian. Um dos motivos apontados para a permanência dos sides nas vitrines é o fato do modelo ter se tornado um dos ícones dos anos 1980. “A moda é cíclica, estamos sempre retomando outras décadas, fazendo releituras e novas criações inspiradas nos ícones do passado”. A empresária ainda ressalta que o modelo criado pela Sebago e copiado em todo o mundo é ao mesmo tempo, um clássico e um esportivo, podendo ser usado com vários tipos de roupas e produções.

Outro truque para se manter em alta nas vitrines é a renovação que acontece nos modelos. A Sebago vende em cerca de 85 países, além dos tradicionais Docksides, modelos criados em parceria com designers. “Eles mantêm as principais características, mas podem variar bastante em termos de solados, combinações de cores, detalhes no cabedal, ilhoses, palmilhas forradas com tecidos, etc”. Observando vitrines e feiras, podemos encontrar vários modelos livremente inspirados nos tradicionais Docksides. Na última Surf Expo, que apresentou coleções para o verão 2011, uma das marcas que chamou a atenção foi a Sperry. Ela mostrou algumas propostas bem direcionadas ao público jovem. Sides feitos em tecidos coloridos e com solados mais espessos, semelhantes aos de tênis casuais. Trouxe ainda modelos que mantiveram o tradicional couro, mas com a descontração das pinceladas de tinta colorida no cabedal. fotos: UseFashion (feiras), still (divulgação)

Sperry | Surf Expo

Sperry | Surf Expo


c alç ados

r e po r t

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Sandálias de verão Por Eduardo Motta

fotos: © Agência Fotosite e UseFashion (uso nas ruas)

Hugo by Hugo Boss | Milão

Uso nas ruas | Milão

Kriss Van Assche | Milão

Uso nas ruas | Milão

Song Zio | Milão

Ofertas que contemplem estilos bem despojados não faltam e a adesão é universal. Sob temperaturas muito altas e com tempo livre para passear, nada melhor que um bom par delas, as imbatíveis sandálias. Uma tendência marcante aponta para os modelos que avançam pelo tornozelo e onde se explora um efeito gráfico criado pelas tiras sucessivas. O aspecto é valorizado pelo uso do branco e do preto. Outro detalhe importante é o corte a fio. Para ver uma seleção completa de sandálias masculinas para o verão 2011 acesse www.usefashion.com em Report.


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c alç ado s r e po r t

Transição Por Nájua Saleh

fotos: © Agência Fotosite

Dolce & Gabbana | Milão | inverno 2010

Givenchy | Paris | verão 2011

Nanette Lepore | Nova York | verão 2011

Com a onda dos exageros na criação dos calçados femininos para o inverno 2010, estruturas meia-pata e saltos elevadíssimos deixaram os modelos nas alturas. Para o verão 2011, não será diferente. E mais, uma transição entre salto fino e plataforma/anabela começa a aparecer. A arquitetura, a escolha do material e também das estampas fazem de inúmeros modelos ícones de criatividade. Veja, nestas plataformas, como os saltos inteiros cobertos no mesmo material, cor e estampa do cabedal, criam um efeito de continuidade. Para ler mais sobre os novos modelos de calçados femininos acesse o portal www.usefashion.com e clique em Report.


bol s a s

r e po r t

Tendências anunciadas fotos: © Agência Fotosite e UseFashion (feiras)

Por Nájua Saleh

Dolce & Gabbana | Milão | inverno 2010

Giardini | Lineapelle | verão 2011

Oscar de la Renta | Nova York | verão 2011

Três vertentes vêm aparecendo fortes no segmento de bolsas tanto para o próximo inverno como para o verão 2011. Preste atenção nas superfícies trabalhadas nos materiais metalizados e também nas estampas de bichos. Alinhado com a tendência Bem-Estar, proposta pela UseFashion no Preview de verão 2011, o gosto pelo artesanal traz para as bolsas apliques do mesmo material, matelassês e tramados como destaques. Seguindo a proposta da tendência Tecnologia e Emoção, surgem os brilhos metálicos tanto prata quanto dourado. Na trilha do Natural, o ponto alto fica com as estampas de bichos. Para ver mais informações e fotos de bolsas que confirmam nosso Preview, acesse o portal www.usefashion.com e clique em Report.


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aces sórios

Pingente Yoyo - Coleção Amazônia Zoom Uma flor desfocada é a inspiração. Para aumentar ou diminuir, brinque de ioiô enrolando a corrente.

Um zoom na floresta Raquel Neves e suas joias inovadoras Por INÊZ gULARTE


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fotos: Ivan Abujamra/divulgação

Anel Disco - Coleção Amazônia Zoom Na floresta vista do alto, a designer não tem mais certeza do que vê. A inspiração é na copa das árvores e nas aves.

Anel Cubo - Coleção Amazônia Zoom Os tons de verde continuam dominando. São as copas das árvores sobrepondo-se ao azul do céu.

A designer Raquel Neves já foi premiada em diversos concursos de design de joias e, volta e meia, é destaque na imprensa por conta de suas criações. Na coleção “Amazônia Zoom”, mais uma vez ela ganha notoriedade. Atualmente desenvolvendo para a KEO, ela foi convidada para desenvolver um projeto de divulgação das pedras da marca através das joias, em parceria com a EnlightenedTM Swarovski Elements. Foi então que Raquel teve a ideia de buscar inspiração em pontos de vista incomuns da floresta. “Seria impossível fazer uma coleção mostrando o que a Amazônia tem e, para mim,

a homenagem tinha que ser para todos os elementos lá existentes. Por isso optei por mostrar a Amazônia através da lente do zoom. Foi uma homenagem plástica”.

19 peças que o projeto incial, que previa apenas uma coleção para o Brasil, acabou chegando também aos Estados Unidos e à sede da Swarovski na Áustria.

A coleção tem 19 peças de formas limpas, algumas interativas, em que a floresta serve de inspiração sob vários ângulos. Vista bem de perto, ou mais do alto, sempre em zoom. Como o principal objetivo era mostrar as cores e lapidações das pedras, a designer usou a prata com banho de ródium branco (elemento químico usado pra banhar ouro branco) e, em algumas peças, ródium negro e couro. Foi a partir destas

No momento, ela está desenvolvendo uma coleção em ouro para a KEO. “Serão peças leves, mas com impacto”. A coleção ficará pronta entre fevereiro e março, época dos lançamentos em joalheria. Ela conta que está também negociando a criação de joias para uma empresa da Ucrânia. Não pôde adiantar muito, mas é certo que teremos novidades muito em breve.


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aces sórios Inspiração “Meu olhar está sempre atento”. A designer diz que a natureza é sua principal inspiradora, mas, guarda imagens de cartoons, carros, luminárias, arquitetura, móveis, canetas, brinquedos, talheres, garrafas. “Sempre tenho uma imagem diferente na minha pasta exclusiva de informações”. Certa vez, Raquel declarou que transforma tudo que vê em joia. E esta visão do mundo não é por acaso. Graduada em Belas Artes pela Escola Guignard, de Belo Horizonte, ela cursou design na conceituada Escola Mineira e fez ainda especialização em Toronto. “Fiz um curso de criação com o canadense Donald Stuart, no Brasil, e então resolvi ampliar e continuar esse aprendizado indo para o Canadá. O certo é nunca parar de se aperfeiçoar, estar atento e mostrar algo novo sempre. Quero surpreender, emocionar e marcar”. Ela conta que, graças à formação em Artes Plásticas, desenvolveu uma visão equilibrada de cores e formas. “Tenho facilidade em me arriscar em novas propostas. Os desafios me impulsionam”.

Broche BOOMMM - Prêmio Tahitian Pearl Trophy (2003)

fotos: divulgação

Adepta de um dos traços mais marcantes da joalheria contemporânea, que consiste na mistura de materiais considerados do cotidiano a matérias-primas tradicionalmente nobres, a designer diz que estamos diante de uma busca inevitável. “Misturar materiais na joalheria é uma tendência clara, pois temos que ter em mente que a natureza se desgasta. Minimizar este desgaste é nossa missão. Então, usar na criação do design das joias materiais que, possivelmente, virariam lixo, é um desafio à criatividade”.

Brincos Mill-Wheel - Prêmio Samshin Diamond Award (2003)

Pingente Cubo de Gelo - Prêmio Tahitian Pearl Trophy (2003)

Reprodução do Catálogo do Concurso Anglogold Ashanti (2008). Priscila Fantin com colar Casulo.


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rad ar intern ac ion al v e r ão 2011

Natural (1) As linhas depuradas do estilo natural escondem na aparência simples a alta qualidade das matérias-primas. Juta, madeira, ráfia, algodão, cerâmicos e metais em banhos foscos ou envelhecidos são alguns exemplos de materiais que agradam aos olhos do exigente público adepto dessa vertente.

Marni | Milão

Cynthia Steffe | Nova York

Bottega Veneta | Milão

A - Lab | Milão

Stella McCartney | Paris

Dolce & Gabbana | Milão

Celine | Paris

Bottega Veneta | Milão


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Natural (2) O que antes era étnico agora mimetiza a natureza. Mesmo que o estilo seja clean, existem opções de acessórios que podem deixar o visual bastante especial e com espírito urbano. Grandes colares, saltos exóticos e peças com desenhos orgânicos são ótimas pedidas. fotos: © Agência Fotosite

Fisico | Milão

L.A.M.B | Nova York

Issey Miyake | Paris

Bottega Veneta | Milão

Chanel | Paris

Hervé Léger By Max Azria | Nova York

Roberto Cavalli | Milão

Elie Tahari | Nova York


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r ad ar n ac ion al i nv e r no 2010

Quentes e ousados Acessórios em tons terrosos, vermelhos, amarelos e laranja esquentam o visual de inverno e dão um “up” às cores neutras. Estas peças, tanto podem aparecer em combinações coordenadas como em misturas Inventivas harmonizadas pelo bom senso.

fotos: divulgação/Claudia Mourão

Camila Klein

Claudia Mourão

Mara Mac

Claudia Mourão

Celso Afonso

Victor Dzenk | Minas Trend Preview

Iódice Denim

Studio TMLS


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Neutros e rebeldes A veia rock’n’roll da Minas Trend Preview mostrou acessórios que abusam do couro e reforçam o preto como cor indispensável no próximo inverno. O tom da rebeldia ganha forma, principalmente, nos metais aplicados em profusão. Piercings, pirâmides, spikes e correntaria são os mais utilizados.

Monica Di Creddo

Cour Art

Cour Art

fotos still: UseFashion

Studio TMLS

fotos desfiles: © Agência Fotosite

Celso Afonso

Legaspi

Mara Mac

Patrícia Motta | Minas Trend Preview


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m a s c ulino

Uso nas ruas | Milão

Novos paletós Sutilezas que fazem a diferença Por Fernanda Maciel consultoria: Eduardo Motta

Alguns homens usam praticamente todos os dias. E muitos vão vesti-los pelo menos uma vez. Mas será que o público masculino percebe como os paletós vêm sofrendo transformações? A cada temporada, mudanças sutis, que o olhar apressado não identifica, são propostas pelos estilistas. Podem ser alguns centímetros na largura de uma lapela, no comprimento das mangas, ou uma nova posição para o bolso... Pequenas sutilezas que fazem a diferença. Para o verão 2011, não faltam experimentações. Vale tudo para descontrair e atualizar o paletó. Além das novidades no tecido e nas padronagens, é no fechamento que se concentram as maiores surpresas. A grife Bottega Veneta desloca e fecha com zíper. A Dunhill mixa terno e jaqueta militar. E a experimentação vai longe: a eliminação completa das mangas é opção da Dior Homme.

Bottega Veneta | Milão


Dior Homme | Paris

Dunhill | Paris

fotos: Š Agência Fotosite (desfiles), UseFashion (uso nas ruas)

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m a s c ulino

O alfaiate Maurício Messias, professor e fundador da Escola de Moda Italiana, em São Paulo, frisa que, entre as mudanças, o estreitamento de todos os detalhes que compõem o paletó é o que está mais evidente. “Se vê lapelas e gravatas bem mais estreitas, fazendo o tipo ‘italianinho’. Os paletós cada vez mais curtos e bem mais acinturados. Os ombros também estreitaram, diria até mais que os ombros do homem, pois os tecidos com elastano permitem isso”. Outro detalhe que ele destaca é o forro. “Hoje, está se usando muito o forro vermelho, azul, roxo, e estampado. Uma tendência forte, fazendo um revival dos anos 1970”, conta. A marca Ricardo Almeida confirma que são pequenas mudanças que inovam o paletó. Os clássicos têm o shape mais largo, assim como os ombros. Já no paletó moderno, a modelagem é seca, com ombros menores, cintura mais marcada, apenas um botão e não mais os clássicos três. “Para o nosso público, formado por homens de 30 a 40 anos, sugerimos ternos de modelagem seca. Com ombros e lapelas menores, apenas um botão, bem acinturados, confeccionados em lã fria (que é mais natural e térmica), ou em linho com bambu ou com seda. Para o verão, a aposta é na padronagem xadrez”, informa a grife. Apesar das novas tendências, há uma vertente que valoriza o clássico paletó. Alexandre Mirkai, que já ocupou a presidência da AACESP (Associação dos Alfaiates e Camiseiros do Estado de São Paulo) e hoje atua como 1º secretário da entidade, ressalta que o paletó é “a grande peça de finalização da vestimenta masculina”. Para ele, o paletó deve ser uma peça que se destaca pela classe. “O elegante é que, quanto mais o paletó preserva as linhas do corpo de quem o usa, mais ele demonstra pertencer a quem o veste”, conclui.

Com apenas um botão, também entram modelos alinhados, explorando os ombros marcados e apostando alto na lapela retrô, excessivamente larga, como o modelo Bottega Veneta, em Milão.

Costume Nacional, em Milão, e Lanvin, em Paris, apostaram no despojamento dos paletós. A Lanvin inovou também no material, utilizando o nylon para a confecção da peça.


33 fotos: © Agência Fotosite (desfiles), UseFashion (uso nas ruas)

Dunhill, em Paris, destacou paletó de três botões, lapela curta, porém, mais larga, modelagem ligeiramente folgada e corte na altura da cintura. Observe que o ombro é natural.

Lapelas muito largas associadas ao abotoamento triplo e trespassado é uma volta ao gangster dos anos 1920, retomado também em 1970. O mesmo abotoamento pôde ser visto nas ruas de Milão, porém, o rapaz evitou a lapela.

Aqui, as imagens feitas nas ruas de Milão, mostram que as variações do paletó são muitas, algumas diretrizes são constantes. Não existem ombros enormes, e apenas poucos se arriscaram com paletós muito soltos e grandes, prevalecendo uma silhueta mais enxuta. Outra certeza é que o paletó não é mais sinônimo de conservadorismo.


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in fant il

Calvin Klein | Pitti Bimbo

Simonetta | Pitti Bimbo


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fotos: © Agência Fotosite

Miss Grant | Pitti Bimbo

Replay & Sons | Pitti Bimbo

Toques de alfaiataria Malha circular com cara de tecido plano é tendência nos desfiles infantis Por Fernanda Maciel consultoria: renata spiller

A malha circular teve seu auge na década de 1990, com a entrada do sportswear, da lycra e do elastano no cenário urbano. Leve, confortável, e mais prática do que o tecido plano por não amassar e ter fácil manutenção, ganhou rapidamente seu espaço na moda. Até mesmo a alfaiataria se rendeu à malha, resultando na criação de peças mais luxuosas. Além disso, os efeitos de lavanderia e estonagens também são propostas que deixam a malha com cara de tecido plano e são usadas para a criação de peças mais elaboradas. “O caimento das malhas permite construir peças que dão o efeito rodado para qualquer ‘bailarina’ que se preze. E, quase surpreendentemente,

os babados, marca registrada da feminilidade infantil, ficam ótimos. Portanto, é possível conseguir o efeito de tecidos planos, em uma versão mais moderna e prática”, reforça Consuelo Pascolato Blocker, diretora internacional de estilo da Santaconstancia Tecelagem. Na moda infantil, a malha circular ganhou preferência especialmente por facilitar os movimentos, favorecendo a agilidade de quem quer brincar. Mas tudo, é claro, com um toque de elegância. A grife Calvin Klein apostou no spencer na cor preta para as meninas. Já a Simonetta, no clássico blazer, na cor azul marinho, para os meninos. Em versões mais despojadas, a Miss Grant destacou blazer para as meninas em poá com enfeites

aplicados na gola, oferecendo um ar mais lúdico à peça. Na Replay & Sons, sobreposição da camisa pólo com camisa jeans e blazer em malha fizeram a composição do look em destaque. As marcas também investiram no mix de detalhes sobre o corte. Eles deixam a alfaiataria na malha com jeito de infantil. Vale botões em destaque, babados nas golas e no punho, aplicações de flores, fitas e viés, além de capuz, como podemos ver na marca Monnalisa. É importante ressaltar que não existe cliente de moda mais exigente que o infantil. A garotada também tem opinião própria e, principalmente, não abre mão do conforto e de que a roupa esteja impecável.


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in fant il fotos: Š Agência Fotosite

Monnalisa| Pitti Bimbo

Simonetta | Pitti Bimbo

Simonetta | Pitti Bimbo

Miss Grant | Pitti Bimbo



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acontece

Japão é tema da Denim By Première Vision Vintage, jeans peso pluma e eco são alguns destaques para o verão 2012 “Japão: tocar, experimentar, descobrir, sentir”. Esse foi o slogan da 5ª edição da Denim by Première Vision, que celebrou o jeans japonês, entre os dias 2 e 3 dezembro, em Paris. Oriundos de 13 países, 62 expositores participaram do evento, que apontou cinco aspectos importantes da temporada verão 2011/12 do segmento jeanswear. Entre eles estão o vintage, com tratamentos especiais para aspectos imperfeitos; o jeans peso pluma, que surgiu em uma mistura de branco com outros tons pálidos; o denim eco, algodão biológico desenvolvido com tinturas e lavagens ecológicas; o superstretch, o “top” das tendências, um jeans cada vez mais liso e confortável, como uma segunda pele; e outro destaque são os beneficiamentos, sejam eles com aspectos rasgados, desfiados ou costurados. Já o jeans bruto se mostrou tímido para a estação.

A Vicunha, uma das maiores empresas de denim do mundo, apresentou estrutura de cetim no denim com muita elasticidade e pesos ultraleves. Na cartela de cores, beges, verde-militar e cinza como destaques. Tendo como principais clientes Ralph Lauren, Hugo Boss, Jean Paul Gautier, Marc Jacobs, a Sartex destacou o algodão, street slim, denim, veludo e gabardine como os principais materiais da temporada, além dos novos processos de lavagens FDC bleach e vintage. A Hellenic Fabrics, única empresa de jeans da Grécia, fundada em 1974, tem como principal produção o índigo para blue jeans. Para o verão 2011/12, aponta o superstretch, vintage stretch e o denim claro. Na cartela cromática, aposta no azul-escuro, azul-médio, preto, destroyed e no snow wash (efeito nuvem).

A proposta da Ereks Garment é destacar o espírito de alfaite dos anos 1950. A empresa reforça que cada detalhe é trabalhado e customizado com um refinamento de alta-costura. Os modelos que apresentou na feira têm cortes clássicos, cinco bolsos sem muitos detalhes e diferenciais no acabamento, como o viés semelhante a uma fita métrica no avesso, pontos de costura (ponto corrente), ponto de sela, silicone nos bolsos (fosforescente) e tachas (aspecto rock). A UseFashion marcou presença no evento e trouxe ainda mais novidades do que foi destaque nos dois dias da Denim. Quer saber mais? Acesse o portal www.usefashion.com no link Feiras e confira. Boa Pesquisa!


fotos: UseFashion

Ereks Garment

Ereks Garment

Ereks Garment

Ereks Garment

Hellenic Fabrics

Hellenic Fabrics

Hellenic Fabrics

Hellenic Fabrics

Sartex

Sartex

Sartex

Sartex

Vicunha

Vicunha

Vicunha


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v i s ual de loja

Kurt Geiger Londres

Por Vanessa Faccioni

Calçados e bolsas são produtos que necessitam de muita criatividade na hora de montar uma vitrine, pois exigem um tipo adequado de estrutura para expô-los que, nem sempre, permite grandes variações. Mas, quando se pensa em um conceito ou cenário para uma montagem e consegue-se alinhar os expositores com o tema, o resultado final pode ser deslumbrante, como este exemplo da vitrine da Kurt Geiger, em Londres. Repare que, apesar do efeito superdiferente na composição, os elementos envolvidos são simples: apenas um grande adesivo estampado com uma multidão de “paparazzi” foi colado no painel de fundo e lateral. A iluminação é adequada, mas geral, e os expositores são tripés de máquinas fotográficas pintados nas mais variadas cores, todas na mesma paleta de tons dos calçados. Com uma composição destas, fica impossível não destacar e valorizar os produtos!


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fotos: UseFashion

H&M Milão Por realizarem muitas trocas de vitrine, grandes redes de fast fashion necessitam de inúmeras boas ideias durante uma única temporada. E a H&M sabe como diversificar suas composições, sempre respeitando o perfil da marca e de seus consumidores. Aqui, a grande jogada é a ousadia na cor dos manequins, que faz um belo contraste com as cores sóbrias dos looks de inverno. Outro toque de novidade fica por conta do mix de tipos destes corpos, o que, às vezes, pode causar receio ao se criar uma vitrine, mas que, neste caso, é muito bem explorado. A iluminação também deve ser observada nas montagens da rede, que mantém instalações fixas bem simplificadas (note os quatro canhões presos no forro com tubulações aparentes), mas extremamente eficazes e versáteis, servindo pra qualquer cenário desejado.


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v i s ual de loja

Pringle LONDRES Quem não pararia para contemplar esta montagem que é praticamente uma obra de arte? Impossível passar batido por ela e, embora os produtos não sejam o mais importante neste caso, algumas lojas realmente optam por atrair os olhares de seus clientes através de inovação total na vitrine. Os elementos aéreos, por si só, captam muito mais rápido o olhar do observador. Neste caso, por se tratarem de mãos que expõem as peças, e pela forma ovalada do suporte superior, a atenção é fisgada de imediato. Vitrines como esta quase se encaixam na categoria de “vitrines conceituais”, onde o que realmente importa é a ideia, o conceito que está por trás, o que se desejou passar com a encenação. Ela funciona exatamente como as obras de artes, que surpreendem, mas deixam margem à livre interpretação e imaginação de seu observador. Em alguns momentos, mesmo não tendo grande apelo comercial, fazer uso deste tipo de composição pode ser um grande atrativo e uma forma de “quebrar” as rotinas das vitrines.


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fotos: UseFashion

Jil Sander Milão O uso de banners com imagens da campanha da grife ou de determinada modelo de destaque como fundo de vitrine já é um recurso bastante explorado. O que vale a pena salientar, nesta composição, é seu sucesso através da simplicidade, provando que não são necessárias grandes montagens cenográficas nem uma quantidade exagerada de produtos para as vitrines causarem boa impressão. O que faz toda a diferença no espaço é a harmonia entre os tons dos expositores, produtos, banner e iluminação, tudo fazendo parte de uma perfeita escala de cores acizentadas. O brilho do banner também fica evidente como parte importante da montagem, pois mesmo sendo todo em preto e branco, o destaque e impacto da imagem são maravilhosos. A simplicidade e pureza dos prismas, usados como expositores, coroam o minimalismo perfeito desta vitrine, que teve ainda outro grande e fundamental acerto: a diferença de tamanho e altura entre os dois blocos, fato que acrescenta muito movimento.


foto: Kawahara | Takano/divulgação

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Cavalera | São Paulo


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Como os provadores de loja influenciam a decisão da compra

Por inêz gularte

Quem já não se sentiu pouco à vontade em um provador de loja? Não porque a roupa não lhe caiu bem, mas por causa do ambiente mal iluminado, com espelhos insuficientes, sem um banquinho para sentar e tirar o calçado, ou simplesmente para ver como aquela calça fica quando você senta? Pois acredite. Quase todo mundo tem, no mínimo, uma reclamação a respeito dos provadores de loja. Pensando por apenas alguns instantes, podemos citar uma lista de queixas bem comuns. Eles são apertados, muito quentes (ou muito frios), não oferecem privacidade, têm poucos cabides para pendurar as roupas e bolsas, e, alguns até, não são limpos como deveriam. E o que dizer de atendentes mal humorados ou então daqueles insistentes, que não deixam o cliente experimentar com calma, ficam toda hora perguntando como ficou a roupa, abrindo a cabine e oferecendo outros produtos? E os provadores que não têm espaço para os acompanhantes aguardarem com o mínimo de conforto? Pois saiba que estas reclamações podem influenciar de forma decisiva a hora da compra. Um provador que torna a experiência com o produto desanimadora, cansativa ou incômoda, pode fazer que o consumidor desista da compra. Nesta reportagem, vamos abordar a importância dos provadores, como eles devem ser, os aspectos psicológicos que envolvem o momento de experimentar as roupas e também conhecer algumas ideias diferenciadas sobre o assunto. Acompanhe.


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repor tagem

provador é a hora da verdade. É quando o cliente vai se ver pela primeira vez consumindo o produto e decidir se vai querer repetir a experiência de ser visto na frente do que mais aterroriza a humanidade: os outros”. A afirmação é da especialista em consumo Ana Paula de Miranda, diretora de negócios da Modus Mkt e Semiótica. Mestre e doutora em Administração de Empresas, com dissertação sobre Consumo de Moda, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e tese em marcas de moda, pela USP, ela diz que, no provador, o momento é de ansiedade e tudo que puder minimizá-la é bem-vindo. “O espelho representa o olhar do outro”. Para o diretor da EnModa - Escola de Empreendedores, e do portal Carreira Fashion, Airton Embacher, o espelho é peça fundamental em um provador, principalmente pela questão psicológica. Doutor em Comunicação e Semiótica e mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, ele explica que a imagem que temos de nós mesmos é formada a partir do olhar das outras pessoas e a roupa é um dos instrumentos desta dinâmica. “A hora de experimentar as peças traz à tona o ‘meu eu real’ e o ‘meu eu idealizado’. Eu preciso me ver como eu gostaria de ser. E o espelho representa para mim o olhar da outra pessoa, a opinião do outro”. O arquiteto Julio Takano, da Kawahara | Takano, que desenvolve projetos de visual merchandising para o varejo, dá a sua visão sobre a experiência no provador e a relação com a decisão de compra. “Nessa hora, atributos sensoriais como visão, olfato, tato (temperatura corporal), estão à flor da pele, e o equilíbrio harmônico destes elementos certamente será fator de sucesso para a tomada de decisão positiva por parte do cliente”. Segundo o arquiteto, por muito tempo a área de provadores foi negligenciada. Mas isso mudou. A grande tendência agora é a hipervalorização. “Inicialmente, separados e codificados graficamente por sexo, e recebendo tratamento de acabamento similar à área de vendas”. Julio diz que os provadores passam a ser percebidos como um serviço complementar do ponto de venda capaz de reforçar enormemente o DNA de uma marca.

Tudo indica que a falta de espaço e de privacidade está entre as queixas mais frequentes dos consumidores. Lula Rodrigues, jornalista especialista em moda masculina, diz que já desistiu de frequentar uma loja no Rio de Janeiro por conta da cortina mal feita que deixava o cliente completamente exposto. Ele cita a loja multimarcas Woodlouse, no Brás, em São Paulo, como um exemplo de bom atendimento. “Nela os provadores são amplos e generosos e os vendedores te deixam à vontade”. A questão dos vendedores aparece como outro ponto importante. O diretor da Escola de Empreendedores ressalta que o atendimento precisa estar à disposição, porém com sutileza. “Nada de ficar oferecendo outros produtos na hora que a pessoa está provando o que escolheu”. E sobre a questão do espaço, ele cita uma loja que conhece em Alphaville, em que os provadores estão dispostos em “U”. Airton diz que esta disposição acaba facilitando a interação entre as clientes e gerando novas vendas. “É comum elas saírem dos provadores para o centro da sala, onde há sofás e grandes espelhos. Ali, além de poderem visualizar melhor o look, mostram para as amigas como ficou e acabam vendo e, muitas vezes, se interessando, pelos produtos que as outras clientes estão experimentando”. Ana Paula concorda que a falta de espaço e de privacidade são problemas bem frequentes, e responde como seria um provador ideal. “É importante espaço que possibilite movimentação, espelhos que proporcionem visão 360º, lugar para sentar, iluminação (evitar luzes que deixam o ambiente quente) e climatização - sentir frio não é interessante, nesta situação, mas o calor também é inaceitável. O sistema de fechamento deve deixar o cliente seguro de que sua privacidade não corre riscos. No caso de lojas femininas, vale lembrar que a maioria das mulheres leva uma ou mais amigas para o provador e estas influenciadoras devem ser recebidas pelo espaço de forma confortável”.


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foto: Kawahara | Takano/divulga巽達o

Besni | S達o Paulo

Besni | S達o Paulo fotos: UseFashion

Miss Selfridge | Londres

River Island | Londres

River Island | Londres


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repor tagem

foto: Kawahara | Takano/divulgação

Os provadores são divididos conforme a segmentação do varejo em: Magazines, Especializados e Boutiques. O arquiteto Julio Takano informa as principais características de cada um e dá indicações sobre alguns truques para construção deste ambiente tão especial da loja. Dimensões Magazines: mínimo de 1m x 1,20m. A legislação de acessibilidade determina inclusão de provadores para clientes com necessidades especiais, com dimensões mínimas de 1,95m x 1,85m. Especializados: mínimo de 1m x 1,10m. Boutiques: mínimo de 1m x 1,00m. Itens Importantes Magazines - Espelho que permita visualização do corpo inteiro; - Facilidade de limpeza; - Utilização de materiais resistentes à abrasão e vandalismos; - Temperatura agradável (entre 22ºC até 25ºC), com ventilação ou ar-condicionado; - Mobiliário fixo para evitar ocultamento das etiquetas de alarmes sob o mobiliário; - Iluminação com temperatura de cor de 3.000K, com índice de reprodução de cor mínimo de 85, uniforme e difusa; - Portas com possibilidade de acesso pela parte externa em caso de emergência;

Cavalera | São Paulo

Especializados - Espelho que permita visualização do corpo inteiro, com iluminação embutida, tipo toucador, que ilumina o cliente frontalmente, reduzindo os traços de expressão e valorizando o visual do conjunto; - Utilização de materiais resistentes a vandalismos; - Mobiliário que estabeleça link com o conceito da marca; - Iluminação com temperatura de cor de 3.000K, com índice de reprodução de cor mínimo de 85, uniforme e difusa; - Temperatura agradável, com possibilidade de aplicação de fragrância, para percepção do DNA olfativo da marca;

Boutiques Nas boutiques com proposta de unidades flagships (lojas diferenciadas que possuem um padrão top Premium ou Select Store, com DNA diferenciado) são implantados provadores tipo closet, com dimensões míminas de 2m x 2,40m, onde todos os mimos disponíveis em nível de mobiliário e tecnologia podem e devem ser aplicados. - Espelhos que permitam visualização do corpo inteiro, frontal, lateral direito e esquerdo, com iluminação embutida, tipo toucador, que ilumina o cliente frontalmente, reduzindo os traços de expressão e valorizando o conjunto; - Utilização de materiais diferenciados; - Mobiliário que estabeleça link com o con-

ceito da marca, oferecendo poltronas para acompanhantes; - Cabideiros para dezenas de peças; - Temperatura agradável, com possibilidade de aplicação de fragrância para percepção do DNA olfativo da marca; - Sonorização diferenciada e ajustável para cada módulo; - Tela de LCD com câmera digital e intermitente para transmissão de informações dos produtos; - Iluminação com temperatura de cor de 3.000K, com índice de reprodução de cor mínimo de 90, uniforme e difusa e com detalhes focados. Utilizar sancas e rebatedores para ampliar a sensação de luz difusa e aconchegante, ressaltando texturas e volumetrias especiais.


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Além das dicas preciosas do arquiteto, buscamos também a opinião de um lightdesigner sobre a luz ideal para provadores. Plinio Godoy, da Godoy Luminotécnica e fundador da Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação (AsBAI) , diz que, como a maioria dos provadores apresenta pequenas dimensões, o tipo de lâmpada mais recomendável seria a fluorescente, com índice de reprodução de cores acima de 90% e aparência de cor branca neutra, equivalente a 4.000K. Ele ressalta que as lâmpadas

devem estar posicionadas em um espaço branco, com luz indireta atrás do espelho e direta sobre o cliente. O especialista alerta: “Cuidado com o calor e com focos muito concentrados sobre o cliente. Prefira um espaço claro, se possível branco. Permita uma observação de pelo menos dois metros de distância para uma boa análise do conjunto, quando possível. Cuidado com a luz onde o cliente se posicionará quando estiver se vendo no espelho”.

Sim, ela existe. No Bom Retiro, em São Paulo, Rosângela Ferreira montou um espaço onde os provadores são a grande atração. Quem conhece a famosa rua José Paulino, sabe como é difícil encontrar lojas com espaço para que as clientes experimentem as roupas. Com o foco principalmente no atacado, a maioria delas não tem provadores. Pois foi aí que o espírito empreendedor de Rosângela enxergou uma ótima oportunidade. E acertou em cheio. Por R$ 3 é possível ter acesso aos provadores, ao toalete e ela ainda oferece cafezinho às clientes. Para quem ainda não entendeu a importância dos provadores, direto do comércio popular, um sinal dos tempos.

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A Maria Filó, em dezembro do ano passado, começou a possibilitar que seus clientes “experimentassem” de qualquer lugar, sem precisar ir loja, uma nova linha de camisetas da marca. Segundo Maria Canto Roberto, gerente de marketing da Maria Filó, a estratégia ao implantar este serviço foi a de interagir com os clientes e gerar uma experiência. “No varejo, é fundamental buscarmos novas formas de interação com os nossos clientes. O conceito de Realidade Aumentada que utilizamos na cabine é mais uma ideia inovadora para interagir com a moda, e que pode gerar bons resultados”. Ela explica que para usar o provador virtual basta um computador, uma webcam e uma impressora. Acessando o site da marca, ou o endereço virtual da cabine, o internauta precisa imprimir um código. Ao colocar o código impresso em frente à webcam, alguns segundos depois, é possível ver na tela como a camiseta ficaria no seu corpo. Site da marca: www.mariafilo.com.br

Cabine virtual: www.mariafilo.com.br/cabinevirtual/

Em dezembro de 2001, a Prada instalou em sua loja de Nova York, projetada por Rem Koolhaas, um provador interativo. Cercado de vidro, ele fica opaco quando o cliente está se trocando e translúcido quando ele deseja mostrar a roupa para alguém do lado de fora. Ao invés de um espelho, uma tela e uma câmera que projeta imagens do cliente com segundos de atraso para que ele possa se movimentar e ver como a roupa fica de vários ângulos. Informações sobre a roupa aparecem automaticamente em uma tela touch screen pela leitura do código de barras.

Em 2005, algumas lojas americanas começaram a disponibilizar provadores eletrônicos criados pela empresa Intellifit, inicialmente com o objetivo de fazer roupas sob medida. Entrando em uma cabine, o cliente tem seu corpo scaneado através de ondas de rádio. Desta forma, sabendo exatamente suas medidas, o equipamento sugere uma lista de opções sobre modelos disponíveis para o seu tamanho naquela loja. A ideia era poupar tempo do cliente experimentando peças que não lhe cairiam bem.


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de s ign

POR Carine Hattge e ingrid scherdien

Banho de luxo A empresa carioca Fabrimar, uma das mais tradicionais fabricantes de metais sanitários do país, buscando uma maior sofisticação aos seus produtos, contratou o renomado escritório de design Índio da Costa AUDT para desenvolver uma linha de metais Premium, a Simetria. A linha de luxo caracteriza-se pela sua singularidade formal, com perfis em elipse e cantos arredondados, sendo composta por cinco produtos: torneira e misturadores para bancada, torneira e misturadores para parede, chuveiro, ducha manual e ducha higiênica. Uma das ganhadoras do Prêmio IDEA/Brasil, na categoria Casa, a linha Simetria chegou às lojas no mês de dezembro de 2009. Veja mais em: www.fabrimar.com.br, www.indiodacosta.com, www.ideabrasil.com.br

Sacola serifada Quem gosta de tipografia vai adorar a Serif Bag, uma bolsa simples, de algodão, mas com o diferencial de ter uma alça com detalhe em forma de serifa (acabamentos ou terminações situadas nas extremidades das hastes das letras classificadas como tipos serifados). Quem teve essa ideia foi o designer chinês Chifun Wong e a bolsa pode ser adquirida na loja virtual da Little Factory, um site com diversos produtos originais e muito criativos! Acesse: www.littlefactory.com/bag/serif/

Galochas brilhantes Fundada na França, em 1853, a marca Aigle é referência de qualidade em seus produtos, desenvolvendo calçados em borracha natural com estética atraente e estilo despojado. Recentemente, a marca criou três botas exclusivas em parceria com a Swarovski. A série de galochas é limitada a 700 pares. Saiba mais sobre as marcas em www.aigle.com e www.swarovski.com


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fotos: divulgação

Tecidos para decoração A Vicunha Têxtil, uma das maiores companhias da América Latina do setor industrial têxtil, além de ser referência no mercado de moda, ingressa no setor de decoração com a linha de tecidos homewear. Composta por oito tipos de sarjas, a coleção é apropriada para a confecção de capas de estofados, almofadas, colchas, cortinas e afins. As sarjas são versáteis, constituídas de 100% algodão e com cartela composta por 15 cores nos mais variados tons. Acesse www.vicunha.com.br

Um tipo por dia Editado por Lars Harmsen e Ruddigkeit Raban, da Alemanha, o Typodarium é um calendário que traz uma inspiração tipográfica diferente a cada dia, ou seja, 365 fontes diferentes! Na frente de cada página informações referentes ao dia do ano, e no verso, a história da criação da fonte e vários outros detalhes interessantes sobre a mesma. Foram 180 designers, de 30 países diferentes, convidados a contribuir com suas fontes preferidas. O calendário de 2010 é a segunda edição do projeto. A primeira, de 2009, foi totalmente vendida em apenas seis semanas. Saiba mais em www.typodarium.com

Cadeira Catacaos Inspirado nas obras de artesãos joalheiros da cidade de Catacaos, no norte do Peru, o estúdio Otero Design projetou a cadeira Catacaos, feita com uma estrutura de alumínio e com lâminas flexíveis de policarbonato. Evocando os curiosos, o formato inusitado do assento se ajusta ao peso de quem senta. Conheça outros produtos diferenciados do estúdio em www.otero-d.com


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c ul t ura

po r Ed ua r do Motta

Tequilla 1978

Sir Charles, Alias Willie Harris, 1972

Barkley L. Hendricks As camadas da representação Dois trabalhadores africanos envolvidos na construção de um novo estádio ilustram a matéria da revista semanal. Na televisão, a dona de casa abre um largo sorriso para as lentes da câmera, enquanto o locutor da rede anuncia um aumento de 60% na capacidade hoteleira nas cidades onde se realizarão os jogos da copa do mundo. Imagens como essas da África atual toda hora cruzam nosso campo de visão. Nada de batuque, colorido forte e pé no chão. É uma gente urbana, universal, imersa no cotidiano. A copa é na África do Sul, onde vivem muitos brancos, mas, aqui como lá, o passado torto e cruel ainda cobra seu preço e, entre as classes baixas trabalhadoras é que está o maior contingente da população negra. Nas revistas e tvs de hoje, o negro documentado no ambiente das grandes cidades aparece assim, sem as tintas fortes que cercavam sua presença na mídia em décadas passadas, e que povoaram nosso imaginário com um estilo de longa linhagem, adotado por James Brown, reverberado em Prince e Michael Jackson e exacerbado, mais uma vez, nos manos do rap e do hip-hop milionários da MTV. Existem as formas como a mídia branca representa o negro, a forma como ele é mantido fora dela, e a forma como o negro se representa. E existem artistas raros como

o pintor americano Barkley L. Hendricks que compreende e atravessa todas elas. Hendricks registra em pinturas esta nota constante na cultura negra urbana, a singularidade com que cada um se veste, e impõe estas imagens ao grande circuito cultural. Os retratos são em tamanho natural e as pessoas que ele representa são do seu círculo de convivência, em New London, Connecticut, nos Estados Unidos, onde ele vive e leciona arte. Ao focar nossa atenção nestes personagens, ele expõe as singularidades e os clichês destas autorepresentações de estilo acentuado, encontra toda a graça que existe nelas e as dimensiona contra um plano bem mais complexo do que sugerem estes vazios de fundo infinito de estúdio de fotografia que ele adota. Para quem é profissional da moda, o que primeiro se enxerga é o colorido forte, a silhueta bem construída e o irresistível apelo fashion que emana destas figuras e contamina nossa percepção. Aos poucos, emergem outras referências. Como toda a arte contemporânea, nem mesmo a pintura realista do artista foge à necessidade de se ler a respeito dela. O artista captura não apenas a forma como seus modelos se vestem,

mas também o humor que cerca estas figuras representativas da rica e turbulenta cena da cultura negra, dos anos 1960 e 1970 na América. A mulher de jaqueta jeans, saia-calça vermelha e cigarro na mão, nos olha do alto de uma pose comum. Somos atraídos pela perfeita relação de cores e proporções, pelo estilo que dilui elementos esportivos, e o conjunto que corteja as imagens de revistas de moda. Dura pouco esta ilusão. Algo de idiossincrático anula esta possibilidade e não há mais dúvidas de que estamos diante de um retrato de uma determinada pessoa, e não de uma imagem destinada à generalização. O trabalho intitulado Sir Charler, Alias Willie Harris, multiplica por três a elegância deste traficante de drogas e abre pontos de vista sobre a impecável construção de imagem pessoal que o retratado elaborou para o seu papel social. Georges Jules Taylor é estudante, homossexual e intelectual que Hendricks retrataria outras vezes. Todos estes trabalhos são da década de 1970 e o registro de época é outra camada coberta com brilhantismo pela pintura. A maior delas, Blood (Sangue), é um retrato de Donald Formey, provavelmente um músico, e o


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Georges Jules Taylor, 1972

esquema de cor que aproxima a do terno xadrez com a violenta tonalidade do fundo, dá unidade ao conjunto, enquanto, simultaneamente, abre uma frente de conflito com a atitude corporal relaxada do modelo. A aproximação do trabalho deste artista pelo viés da moda é uma leitura possível e prevista por ele, mas esta é uma obra que se lê em camadas, umas sobre as outras e cada vez mais fundas. Educado que é em História da Arte, ele também coloca seus retratados em diálogo com a pintura do passado, evocando composições renascentistas. Como escreveu o historiador de arte Huey Copeland no texto sobre o artista na edição de abril de 2009 da Artforum: “para Hendricks a forma não é modelada na abstração de uma imagem pictórica, mas em um campo atravessado por assuntos da condição negra.”

foto: Pedro David/divulgação

O pintor nasceu em 1945 na Filadélfia. Em 2008, ganhou sua primeira grande retrospectiva, curada pelo Trevor Schoonmaker e intitulada Birth of the Cool. A mostra começou a cruzar o país a partir do Nasher Museum of Art da Duke University na Carolina do Norte, depois foi para o Studio Museum no Harlem, em Nova York, passou pelo Santa Monica Museum of Art, na Califórnia, e vai aportar, em 2010, no Contemporary Arts Museum de Houston, finalizando a itinerância.

Blood (Donald Formey), 1975

Imagens: Pinturas - Óleo e acrílica sobre tela Da exposição - Barkley L. Hendricks: Birth of the Cool Cortesia do Nasher Museum of Art at Duke University

Eduardo Motta é designer, consultor de moda da UseFashion, com formação em Artes Plásticas e autor do livro “O Calçado e a Moda no Brasil - Um Olhar Histórico”.


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lucas nascimento Talento do tricô, em entrevista exclusiva, antes de seu desfile de estreia no Fashion Rio Por INÊZ GULARTE e Angela Aronne

Preste atenção neste nome, pois suas criações devem estampar alguns dos principais editoriais de moda do próximo inverno. O que não é exatamente uma novidade para ele. Lucas Nascimento estudou Fashion Design for Knitwear na Saint Martin, em Londres, onde trabalhou com o mestre do tricô, Sid Bryan. Com ele, acabou desenvolvendo peças para grifes de peso como Basso & Brooke, Giles Deacon, Alexander McQueen e Prada.

ção. Nossa consultora, Angela Aronne, trabalha como diretora da Malharia Barros, onde Lucas estava “mergulhado”, até pouco antes de sua estreia. Foi ela quem intermediou esta entrevista. Acompanhe o que ele contou sobre sua trajetória, o trabalho em sua primeira coleção, os fios que trouxe do exterior e sobre a preparação para o Fashion Rio.

Suas peças também já estiveram nas passarelas nacionais, com produções para Neon, 2nd Floor, Ellus e Amapô. Sempre elogiadas, suas criações fogem do tricô tradicional e ousam em difíceis execuções que envolvem tricô manual e novidades tecnológicas com resultados precisos. Pela primeira vez desenvolvendo sua própria coleção para um desfile, ele estreia no Fashion Rio dia 9 de janeiro.

UseFashion: Como foi seu caminho até Londres? Lucas Nascimento: Eu sai de Bonito e fui para São Paulo. Tinha 17 para 18 anos. Fui para Londres com 21 anos. A minha meta inicial era aprender inglês, mas gostei da cidade e do clima e fui ficando. Na verdade, as coisas aconteceram muito naturalmente. Eu não tinha planos e as coisas foram se encaminhando de forma tranquila. Até você se estabilizar em um lugar novo, tem uma fase de adaptação, mas tudo aconteceu no tempo

Nós conversamos com Lucas em dezembro, em meio ao turbilhão de trabalho dentro da malharia gaúcha, onde ele estava desenvolvendo sua cole-

certo. Nada foi muito difícil. A sensação que tenho é que as coisas aconteceram por que era para ser deste jeito. Neste momento, foquei em estudar outras coisas e a minha decisão foi pelo design. UF: Por que você optou por estudar knitwear? LN: Pela minha historia com tricô à mão que tinha aprendido desde os onze anos com a minha mãe. Vi que tinha muita facilidade com esta arte. Em São Paulo, antes de ir para Londres, desenvolvi uma coleção de maxicachecóis superlongos e ultrafinos. Uma coleção própria alternativa que distribuí para alguns amigos formadores de opinião. E este item que fiz por hobby, de brincadeira, acabou sendo sucesso e me motivou a ir atrás deste caminho. Nas minhas férias de três meses fui para os Estados Unidos, Europa e Brasil. Pensei e decidi que o meu caminho era me aperfeiçoar como designer de tricô. Voltando para Londres, encontrei um curso voltado especificamente para a área na Saint


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fotos: UseFashion

Martin. Comecei as aulas para Fashion Design for Knitwear em setembro e, no primeiro ano, consegui um estágio com Sid Bryan. UF: Como foi trabalhar com ele (Sid Bryan), considerado um mestre na arte de tricotar? LN: O estágio com o Sid foi fascinante pelo fato de que, ao mesmo tempo em que estava estudando, estava colocando em prática. Foi um período em que trabalhei muito e quase não dormia. A experiência facilitou muito o meu processo criativo e me deu mais chão para colocar em prática a minha criatividade em sintonia com a indústria. Na faculdade, você não aprende tricô à mão e isso aconteceu na virada, quando o tricô manual voltou a ser valorizado, no ano de 2006. No estúdio, eu era, além dele, o único a fazer tricô à mão. Por isso a sintonia foi perfeita. Fizemos um trabalho para Jasper Conrad em que até a sua avó iria ficar confusa, pois era uma execução com tranças muito difícil de entender. Foi um desafio que tivemos que superar juntos. Depois veio a coleção do Giles Deacon que foi maxipesada e fez o maior sucesso. Neste mesmo período, desenvolvi junto com ele o casaco com o desenho do carneiro. Foi quando o tricô manual começou a ser a peça principal, baseado na confiança que ele adquiriu no meu trabalho. UF: Você declarou, há algum tempo, que estava feliz criando para outras marcas. Com o

desfile, no Fashion Rio, você estará se lançando como marca própria. Dá um frio na barriga? O que influenciou nesta decisão? LN: Sim, dá um frio na barriga e é um momento especial. A parceria com outras marcas é ótima e interessante. Gosto de entrar no mundo dos outros designers e entender o mecanismo de cada um. Mergulhar fundo no universo de cada um. Continuo achando incrível fazer este trabalho, mas nenhum designer pode negar que o seu sonho é desenvolver a própria marca. Este é Gosto mesmo é de o meu momento e me misturar processos preparei com calma manuais e tecnologia. para isso.

Acredito que isso dá um toque único e especial às peças.

Estou trabalhando com muito empenho para que a coleção tenha o resultado esperado. Estou aproveitando muito esta oportunidade que estou tendo e curtindo muito pensar para os meus próprios ideais como estilista. Os resultados conquistados a cada final do dia, em que acontecem os desenvolvimentos, é uma conquista única. O que influenciou a minha decisão foi o momento tranquilo aliado a oportunidade que estão me dando.

UF: Trabalhar com malharia retilínea lá fora é mais fácil que no Brasil? LN: Tudo depende. O Brasil tem estrutura para fazer coisas incríveis. O que importa é você como designer. O processo criativo não vai mudar, seja aqui ou lá fora. O mais importante é você entrar em sintonia com o processo industrial que tem disponível na sua mão. O mais complicado, no Brasil, é o drama com os materiais. Por aqui, não encontramos uma infinidade de matérias-primas diferenciadas que temos disponíveis lá fora. Mas, neste caso, existe a possibilidade de buscar este material. UF: Você está desenvolvendo sua coleção em uma malharia gaúcha. Como foi feita esta escolha? LN: Estou fazendo a minha coleção na Malharia Barros em Gravataí. A indicação veio através da Mônica Roselfeld, que trabalha na área comercial da malharia. Foi ela que me colocou em contato com Angela Aronne, diretora industrial e de produto, e com Daniela Kreling, da área de desenvolvimento da empresa. A minha escolha, estando aqui, foi baseada na sintonia com a equipe de desenvolvimento de produto da malharia, que está acostumada a desenvolver produtos em tricô de difícil execução.


fotos: © Agência Fotosite

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Amapô | SPFW | inverno 2008

2nd Floor | SPFW | inverno 2008

Ellus | SPFW | verão 2008

Neon | SPFW | inverno2009

Senti que haveria harmonia no entendimento, desde a construção das modelagens até os testes com os fios e os processos de regulagens dos pontos. Este trabalho exige paciência, sintonia e espírito desafiador. Senti logo de cara esta sintonia com a equipe da Barros. Daí veio a minha escolha. UF: Como é a rotina de trabalho neste período de desenvolvimento de coleção? Você acompanha cada etapa do processo? Como funciona? LN: Estou quase que 18 horas por dia em cima de cada detalhe do processo. O meu dia-a-dia aqui no Sul é dentro da malharia, junto com a equipe. Idealizo tudo e começamos a fazer um incansável trabalho, buscando o resultado ideal. Tudo parte do projeto de pesquisa. Daí, partimos para testes e mais testes até chegar ao resultado. Buscamos soluções que aliem criatividade com resultados objetivos no que diz respeito aos limites industriais e recursos disponíveis. Sem esquecer o comportamento da matéria-prima. UF: Você trouxe muitos fios de fora para desenvolver sua coleção? LN: Na verdade, trouxe alguns materiais difíceis de conseguir aqui, como os fios com aspectos natu-

rais, mas mais quentes, e alguns metalizados. Mas também estou usando fios nacionais, principalmente, os que têm fibras 100% natural. UF: Pode adiantar um pouco como será o desfile no Fashion Rio? LN: A coleção está superfeminina, com toque sofisticado, muito jovem. A cartela de cores vai da família do marrom, bronze e cobre. Para abrir, tem alguma coisa de pink, carbono. UF: Você já descreveu seu trabalho como “orgânico e matemático”. Comente. LN: Isso vem das formas que eu gosto de trabalhar. Geralmente, como uso tricô manual eu gosto de misturar técnicas em um mesmo modelo. O tricô à mão eu sempre puxo para formas mais orgânicas. Shapes mais orgânicos, tipo os casulos, caramujos. A Ellus tinha uma coisa feita à máquina, mas sempre puxando para um fluído orgânico. Acho que tem muita sintonia entre as tramas que adquirimos das agulhas de tricô com o universo orgânico. Geralmente, eu gosto de usar formas mais geométricas na máquina. Mas gosto mesmo é de misturar processos manuais e tecnologia. Acredito que isso dá um toque único e especial às peças. A coisa da

Basso & Brooke | Londres | verão 2010 matemática é a própria arte do tricô, pois ficamos presos às contagens de agulhas e pontos para chegar a resultados precisos, com formas inusitadas no visual. Não que eu ache que a máquina não possa reproduzir formas orgânicas. Neste momento, estou aliando esta questão das formas orgânicas e geometrias à precisão da tecnologia para chegar ao meu resultado final: orgânico + matemática. UF: Além do Fashion Rio, está trabalhando ou pensando em novos projetos? Quais? LN: Não. Atualmente estou focando e me atirando de cabeça neste projeto. Quando terminar, vou começar a pensar nos próximos. UF: Um livro:? LN: A Montanha Mágica, de Thomas Mann. UF: Um lugar? LN: Devon, na Inglaterra, United Kingdom. UF: Um ídolo? LN: Minha mãe que me ensinou e me despertou para arte do tricô.


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foto: © Agência Fotosite

c am pu s

Cynthia Hayashi Jovem estilista é vencedora do Projeto Ponto Zero Ela tem apenas 22 anos e, há menos de um mês, concluiu sua graduação em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina. Porém, Cynthia Hayashi já soma prêmios em seu currículo. Além de vencer duas edições do Fashion Noivas (2007 e 2008), a jovem estilista foi eleita, no final de 2009, a vencedora da 2ª edição do Projeto Ponto Zero, quando desfilou na passarela da 26º Casa de Criadores a coleção “Dor Forma Beleza”, que teve como tema a representação artística da dor. “Assim que soube que tinha ficado entre as finalistas, pedi demissão do meu emprego e me dediquei 100% ao Ponto Zero. E se o esforço já teria valido a pena só pela possibilidade de desfilar na Casa, imagina agora que soube que fui eleita a aluna vencedora desta 2ª edição. Só tenho a agradecer pela oportunidade”, revelou Cynthia.

O talento de Cynthia também foi aperfeiçoado durante aproximadamente um ano e meio de experiência na MOB, período em que atuou como estilista e participou do desenvolvimento das linhas fashion de tecido plano, festa e acessórios, que inclui bolsas, sapatos, bijus e cintos. Como premiação do Projeto Ponto Zero, Cynthia ganhou uma vaga na 27ª Casa de Criadores, como integrante do LAB, e também uma viagem a Lisboa, em maio de 2010, quando apresentará sua coleção, ao lado de grandes nomes do line up da Casa, no Mercado Mundo Mix Portugal. Idealizado pela ABIT, pelo Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo (SinditêxtilSP), pela Casa de Criadores e pelo Mercado Mundo Mix, o Ponto Zero tem como principal objetivo lançar novos profissionais de moda na categoria Estilista Empreendedor.

JOLI Concurso de Joias Dudu Bertholini é o curador do mais novo concurso de Joias Folheadas de 2010. Há três anos, o estilista presta consultoria para o setor, cujo maior pólo nacional é Limeira, cidade a 200km de São Paulo. “A ideia é agregar valor de moda, e aproximar novos designers do setor. Eles são um pólo com mais de 500 empresas ativas e produção de 200 toneladas por mês”. Serão quatro categorias: Joias Folheadas, Moda, Calçados e Joia de Limeira. Na categoria Joias Folheadas, cada projeto deve conter desenhos de um conjunto completo ou de uma pequena coleção. Em Moda, o participante deve propor três looks, onde a roupa se misture ao metalcorrentaria, tachas, apliques, aviamentos, entre outros. Em Calçados, cada projeto deve conter três ou mais pares de calçados que misturem o metal em sua construção. Na categoria Joia de Limeira, a ideia é criar uma única peça-souvenir oficial para a cidade. As informações sobre Limeira estão disponíveis no site do prêmio. Os prêmios das categorias variam entra R$ 5 a R$ 6 mil reais. Os finalistas irão desenvolver suas peças junto às empresas de Limeira, custeados pelo prêmio. Na premiação, que acontecerá em abril, Dudu fará todo o styling dos finalistas, trabalhando efetivamente com cada candidato para uma apurada imagem de moda. Inscrições: até 10 de janeiro de 2010 www.premiojoli.com.br

Dragão Fashion abre as inscrições para o Concurso dos Novos O Dragão Fashion Brasil (DFB) propondo uma parceria com as instituições de ensino de Moda e Design do país, através de suas oficinas de criação, está com as inscrições abertas até o dia 23 de fevereiro para o Concurso dos Novos, em preparação para 11ª edição da semana de moda, que acontece de 25 a 28 de abril, em Fortaleza (CE). Cada instituição selecionada, sob a orientação de seu corpo docente, e desfilará sua coleção no Centro de Convenções de Fortaleza, integrando o line up do evento. A premiação é de R$ 6 mil para a equipe vencedora e um troféu para a instituição de ensino. O intuito do concurso é de proporcionar uma experiência profissional de trabalho em grupo, transformando a competição individual em uma ação coletiva. As inscrições podem ser feitas em equipes de quatro a seis integrantes que devem estar cursando a partir do 2º semestre no ensino superior ou tecnólogo em Moda, Estilismo e/ou Modelagem. Cada instituição pode inscrever um número ilimi-

tado de equipes para a 1ª etapa. Porém, apenas uma passará para a 2ª, reforçando que sempre terá a orientação de um ou mais profissionais do corpo docente da instituição de ensino. Para se inscrever no Concurso dos Novos é necessário, entre outras exigências, apresentar ficha de inscrição preenchida, um minirelease justificando o tema, 12 looks femininos e/ou masculinos em croquis e um look completo, confeccionado conforme o desenho apresentado. O resultado dos trabalhos será divulgado através do site do DFB (www.dragaofashion.com.br) no dia 27 de fevereiro. O Concurso dos Novos e o Dragão Fashion Brasil é promovido pela empresa de eventos Equipe de Produção, com Helena e Cláudio Silveira na direção, idealizadores do DFB, que tem como tema da próxima edição “Dragão do Mar – Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde. Cearense, Jangadeiro, Abolicionista” (personagem da história do Ceará conhecido por sua luta pela libertação dos escravos no Estado).


foto: reprodução/royalt free

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negóc ios

Câmeras inteligentes reconhecem os clientes Novas tecnologias trazem o futuro para dentro da loja Por daniel bender

Imagine uma loja onde você é recebido por um vendedor que sabe seu nome, a data do seu aniversário e onde você passou as suas últimas férias. Mais do que isso. Ele sabe sobre seus amigos que também frequentam a loja. Conhece o estilo deles de vestir e até mesmo o número que usam. O atendente sabe disso tudo e muito mais. Sabe quantas vezes você já foi naquela loja, quais são as zonas pelas quais mais transita e, muito importante, o que lhe chamou a atenção quando decidiu entrar lá e conhecer os produtos. Parece ficção científica? Mas não é. Estas tecnologias já estão ao alcance dos lojistas. Basta um dispositivo de reconhecimento facial, outro de interação sem o uso de mouse ou teclado e, por fim, acesso aos perfis do cliente em redes sociais.

Tecnologia da emoção Ao contrário do que pensavam os sociólogos, o uso intenso de tecnologias de telecomunicação, como celular e internet, não torna as pessoas reclusas ou avessas ao convívio em grupo. Milhões de brasileiros visitam, todos os dias, seus perfis em redes sociais para interagir com seus amigos, novos e antigos. E o que dizer dos aparelhos celulares que permitem conversar com qualquer pessoa, a qualquer hora, de qualquer lugar? A megatendência Tecnologia e Emoção, proposta pela UseFashion, já anunciava o que estava por vir. “Se de um lado o ser humano se relaciona com a natureza, por outro, ele interage com a tecnologia. A intenção, aqui, está aliada ao fetiche e à funcionalidade, mas consuma-se em visualidade transformadora”.

Como exemplo prático, vale destacar a ação realizada para o alvejante Vanish em supermercados brasileiros. Uma placa dizia que quem ligasse para um certo número 0800 poderia controlar um jogo no estilo do clássico Space Invaders exibido em uma tela LDC ao lado dos produtos. “As pessoas paravam para olhar o que estava acontecendo”, conta Marcelo Castelo, da agência F.Biz, responsável pela ação. Um mundo sem botões Hoje em dia, através de câmeras e sensores de movimento, é possível interagir com computadores sem usar nenhum dispositivo de interface como mouse, teclado ou joystick. O vídeo de demonstração de um protótipo da nova


59 fotos: divulgação

VetrinaII permite interação com o conteúdo sem toque, apenas movimentando as mãos.

Tomer Dadon em demonstração do primeiro sistema a usar sensores de movimento 3D em pontos de venda.

Cena do filme "Minority Report" em que Tom Cruise usava os movimentos para interagir com o conteúdo.

foto: reprodução

Cliente participa de jogo interativo, via celular, em ação realizada para o alvejante Vanish nos supermercados brasileiros

geração de videogames da Microsoft, chamado Project Natal, é um bom exemplo. Com ele, o jogador precisa movimentar o corpo para realizar tarefas no jogo.

e observadores não ativos. “O potencial desta aplicação é enorme”, avisa.

E o como seria usar este tipo de interação dentro de uma loja? O sistema Vetrina começou a ser desenvolvido há dois anos para uso em interação sem toque, apenas com movimento. A nova versão, chamada VetrinaII permite mais de um ponto de interação, também sem toque. Por exemplo, é possível usar as duas mãos para interagir com o conteúdo. “Este é o primeiro sistema a usar sensores de movimento 3D em pontos de venda”, aponta Tomer Dadon, CEO da Ex-sight, que esteve no Brasil em comitiva do governo de Israel em dezembro do ano passado. A empresa é responsável pelo desenvolvimento do equipamento e do software.

Uma nova forma de relacionar-se com o cliente tem tomado força com o crescimento do mercado de smartphones, os aparelhos com recursos semelhantes a computadores, como o iPhone e os MP10 e 11. Eles vão além dos tradicionais envios de wallpaper e toque para o celular, tão explorado por campanhas via Bluetooth, e permitem a interação intensa do cliente com a marca. Um bom exemplo é o aplicativo da Timberland, que oferece uma lista de trilhas, músicas para curtir ao ar livre, jogos e um catálogo de produtos atualizado semanalmente.

Os vídeos demonstrativos no site da empresa (ex-sight.com) mostram situações que lembram em muito a interface dos computadores do filme “Minority Report”, no qual Tom Cruise movimentava os braços para mover o conteúdo. Segundo Dadon, o VetrinaII faz mais do que apenas interagir, ele usa a tecnologia ExSense, que combina sensores especiais de luz com programas de reconhecimento facial para customizar o conteúdo especialmente para clientes

Todos os produtos no bolso

“Atualmente preferimos trabalhar com aplicativos e jogos para celular”, conta Castelo. Segundo ele, o cliente usa por mais tempo este tipo de conteúdo e o impacto da ação é maior. “O mais comum é investir em exposição de marca nos aparelhos móveis, mas há casos de aplicativos como o da Livraria Cultura, que disponibiliza o acervo e o cliente pode comprar diretamente, sem sequer passar pelo site”. Uma das dificuldades de enviar aplicativos e jogos é que há vários tipos de celulares e nem todos são compatíveis com todos os conteúdos.

Castelo avisa “fazer pensando apenas no iPhone é um erro, principalmente se for um produto de massa. Há apenas algumas centenas de milhares destes no Brasil, o que é muito pouco”. Em uma de suas ações, de acordo com ele, foi preciso adaptar o aplicativo transmitido por Bluetooth para todos os sistemas operacionais. “O maior mercado, no entanto, é o de SMS. Hoje praticamente toda a população economicamente ativa brasileira tem acesso a celulares”. Na opinião dele, as classes D e E, por exemplo, preferem usar SMS porque o custo é limitado. “Às vezes uma chamada de voz pode se estender e, com isso, aumentar os gastos”, relata. O futuro à mão Estas tecnologias estão disponíveis para os empresários. Para mais informações sobre o VetrinaII, entre em contato com o representante da Ex-Sight no Brasil, Artzzan Internacional, pelo telefone (11) 2236-1422. Há vários casos de ações realizadas por celular, SMS e Bluetooth no blog mobilepedia.com.br, mantido pela F.Biz.


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opinião

foto: reprodução/royalt free

Moda é arte? Por Renata Pitombo Cidreira*

Por muito tempo, descartou-se a possibilidade de se pensar a moda como um campo artístico através do argumento de que, antes de tudo, a moda é algo da ordem do funcional, serve para cobrir o corpo. Ora, esta é uma objeção muito reducionista, pois já se demonstrou que o funcional também pode ser criativo e até artístico.

Nesse sentido, podemos admitir que toda atividade em que se dá a produção do seu modo de produção deve ter reconhecida uma qualidade artística, uma artisticidade. Desde um certo empenho culinário até as belas jogadas de futebol (muitas vezes batizadas de “verdadeiras pinturas”), passando por certas produções vestimentárias, em que somos convocados a reconhecer um modo de fazer próprio, há artisticidade. Isso não significa que não há uma distinção entre o que reconhecemos como o campo da arte

Essas reflexões acabam contribuindo para o esclarecimento de um outro ponto: a constatação de que, como afirmou Dewey (1974), “toda obra de arte segue o plano e o padrão de uma experiência completa”. Através desta perspectiva, podemos facilmente reconhecer uma certa dimensão de artisticidade em muitos empreendimentos do universo da moda, sobretudo vestimentar. Tanto na altacostura como no prêt-à-porter, sem falar nas customizações feitas pelo próprio usuário, identificamos movimentos inventivos, processos em que artista e usuário buscam seu próprio modo de formar no ato de formar e que ao fazê-lo transformam não apenas a matéria-prima, mas também a si mesmos, na medida em que são tocados pelos seus produtos. Ainda que estas iniciativas respondam, também, a imperativos funcionais, há nelas uma dimensão de artisticidade que nos faz também contemplá-las. Não seria esta uma das características daquilo que reconhecemos como arte?

foto: divulgação

Ao nos aproximarmos das reflexões de Luigi Pareyson (1989, 1993), encontramos uma forma interessante de tentar responder a esta questão (em tempo: parte dessas reflexões já foi desenvolvida no livro Os Sentidos da Moda.). Para o autor, a arte é concebida como uma atividade formativa. Dizer, pois, com Pareyson, que a arte é formatividade, é reconhecer que ela é invenção, sim, mas um tipo de inventividade que floresce no próprio ato de execução, no contato com a matéria-prima: é dialogando com a argila, o tecido, a madeira que o artista vai descobrindo as possibilidades de intervenção sobre a matéria-prima e vai encontrando determinadas formas, cortes, dobraduras, etc. Esta forma de abordagem reconhece que o artista produz, concomitantemente, a obra e o seu próprio modo de produzir, ou seja, seu estilo.

(que é ser “formatividade pura”) e os demais empenhos de artisticidade. A diferença existe, embora seja mais sutil do que imaginamos. Pareyson (1989) observa que “entre a arte assim especificada e a arte que se estende a toda atividade do homem não há um abismo qualitativo ou uma solução de continuidade: há, antes, uma passagem gradual que, dos primeiros esboços oferecidos por aquele tanto de inventividade que é exigido pela atividade regulada e uniforme, alcança as mais altas e desinteressadas realizações da arte. A arte verdadeira e propriamente dita, não teria mais lugar se toda a operosidade humana não tivesse já um caráter ‘artístico’, que ela prolonga, aprimora e exalta”.

* Renata Pitombo Cidreira é Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (FACOM/UFBA), professora adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e autora de Os Sentidos da Moda (Annablume, 2005).


es t ilo

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ANDRÉA MADER CONHEÇA O ESTILO DA DESIGNER EM 5 IMAGENS SELECIONADAS POR ELA Ela é designer e proprietária da marca homônima Andréa Mader, com sede em Caxias do Sul (RS). Desde a faculdade, em 1992, já pensava em levar adiante o que era apenas um hobby. “Ao longo de meus caminhos, e pela minha formação em Artes Plásticas, encontrei a paixão pelos acessórios. Acessórios que não são somente bijuterias, pois elevam o estado de beleza e despertam os sentidos femininos. Completar, em 2010, 18 anos de trajetória profissional com muito aprendizado e persistência traz toda essa reflexão, que remete ao crescimento e desenvolvimento do nome Andréa Mader como empresa. Negócio, que atua em todo o Brasil e também no exterior e que carrega não apenas o meu nome, mas as vidas de todos que comigo estão envolvidos direta e indiretamente.” Confira:

fotos: A nd réa M ade o

“Estar em casa co m meu marido e m eus cachorrinhos (são 4 !!!), me dá mui mos ao lado de um ta energia e felicidade! Moraa mata nativa da região que hoje é reserva natural. É um paraíso para mim!”

r/divulgaçã

uma das s... Isso é sentir o ra u lt u c tras er e hecer ou s. Poder v om! E um iajar, con azem inspiraçõe v b o ro it o u d m “A ,é e tr . visitando e mais m ndaluzia.. A a , a h coisas qu o lugar que estou n a p s E ! a a d rid ld dia-a-dia is gostei foi o su spaña”, bem colo a E m e d e u za q la s do a “P detalhe d Na foto,

de Paris, des ode, em M do n e a d u t Q la c l! r da É critíve p s “Participa a conquista indes e aa Mader m 2005, é u e têm peças André em diria...” u qu imagino , nossa! Q lo mundo e p s a d a lh

“Poder trabalhar com o que gosto e sei fazer é um sente divino! E ta prembém saber que propicio inspiraçã satisfação às pess o e oas que usam m inhas criações é vilhoso!” mara-

so já faz vida! E is uadros a h in m a to, q is n ndamenta que crio. Nesta fo catas’ de fu o ã s s ‘su “As core das as coleções ornei com d a e to u e q d parte Orixás gens dos com ima .” materiais




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c alç ados e bol s a s

Bottega Veneta | MilĂŁo


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v e r ão 2011

Salvatore Ferragamo | Milão

Um verão ao natural fotos: © Agência Fotosite

direção de pesquisa: patrícia souza rodrigues edição de moda: Eduardo Motta

A tendência Natural, apontada e desenvolvida em todo nosso material de tendências, aparece encorpada na produção de calçados e bolsas. Além da sofisticação dos aspectos brutos, que entram como transposições de referências do mundo vegetal, mineral e animal, figura também um elenco de técnicas de trabalho de superfícies, com tramados variados e texturas. O centro da questão, no entanto, é o despojamento que permeia os estilos daí derivados. Os produtos estão isentos do décor étnico e a aparência final é dada pela da matéria-prima original. Para equilibrar o ascetismo elegante, entra o preciosismo das formas do mar construídas na beleza e no brilho dos cristais. Nas páginas seguintes, veja esta e outras vertentes da moda da estação.


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c alç ados e bol s a s

Marni | Milão

Osman Yousefzada | Londres

Bottega Veneta | Milão

Stella McCartney | Paris

Andy Debby | Nova York

Natural na essência do material Uma das regras é respeitar a personalidade de cada matéria-prima e valorizá-la ao máximo. A madeira em tom médio ou claro é peça de resistência nos tamancos, nas alças e enfeites de bolsas e também nos acessórios. Faça sua lista e acredite: palha, cortiça e corda são todas ótimas apostas. Os couros, por sua vez, são napas extramacias, de toque cheio, opacas ou no semibrilho.


edi torial de mod a

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v e r 達o 2011

Fendi | Mil達o


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c alç ados e bol s a s

Stella McCartney | Paris

Missoni | Milão

Jil Sander | Milão

Chanel | Paris

Luella Bartley | Londres

Donna Karan | Nova York

Natural no estilo O repertório de associações sensoriais e visuais reforça a identificação do estilo. As texturas, o espírito comfort nas palmilhas de formas anatômicas, o aspecto quase selvagem, do material da bolsa Chanel, e a alusão formal à natureza, como na bolsa em pétalas de Luella Bartley, têm um papel importante neste quadro de referências.


edi torial de mod a

69

v e r ão 2011

Blumarine | Milão

Badgley Mischka | Nova York

Chanel | Paris

O décor do Natural A coerência, que é desejável, mas restringe o produto a linhas depuradas, é quebrada para ficar do jeito que a moda mais vistosa gosta, com a exuberância da pedraria, em adornos inspirados em formas vegetais e animais do fundo do mar. Conchas, folhas e flores, estrelas do mar e outros ícones tomam expressão barroca e entram com grande impacto sobre as superfícies singelas dos materiais naturais.


70

c alç ados e bol s a s

Chloé | Paris

Givenchy | Paris

Rebbeca Taylor| Nova York

Tuleh | Nova York

Fendi | Milão

O efeito lingerie A presença do underwear nas coleções do vestuário estende-se para os acessórios. A Fendi e a Givenchy são algumas das marcas que incorporaram tecidos vaporosos em cabedais. A renda, os florais miúdos e a cartela de peles e tons pastel dão potência a este estilo tão delicado quanto picante.


edi torial de mod a

71

v e r ão 2011

Fendi | Milão

Gucci | Milão

Alexander McQueen | Paris

Emporio Armani | Milão

Chloé | Paris

A cruzada militar É evidente que esta é uma referência dominante. Nos acessórios vai muito bem, emprestando resistência e solidez à modelagem. Este é o terreno dos produtos práticos, fortes no estilo, mas aptos a desempenhar bem as exigências funcionais. Atende ao desejo crescente pela integração de forma e função e pela não ostentação.


72

c alç ados e bol s a s

COURO COM TEXTURAS

TRANSPARÊNCIA

Yves Saint Laurent | Paris

CORTE IRREGULAR

TECIDO, ZÍPER E MEIA-PATA

Bruno Pieters | Paris

Viktor & Rolf | Paris

CABEDAL ALTO

Brian Reyes | Nova York

VAZADOS

Jil Sander | Milão

Versus | Milão


edi torial de mod a

73

v e r ão 2011

TOP, CAMURÇA E RASTEIRA

CALÇADOS: PONTOS FORTES Anna Sui | Nova York

FLORES VOLUMOSAS

Valentino | Paris

Viktor & Rolf | Paris


74

c alç ados e bol s a s

texturas construídas no couro

formatos compactos

bolsaS: PONTOS FORTES

Bottega Veneta | Milão

madeira como adorno

Celine | Paris

texturas e fechos decorativos

Badgley Mischka | Londres

Emilio Pucci | Milão


edi torial de mod a

75

v e r ão 2011

alças poderosas

montagens decorativas

Marc Jacobs | Nova York

mistura de materiais

Gucci | Milão

rústico romântico

Dolce & Gabbana | Milão

Fendi | Milão


76

c alç ados e bol s a s

Jil Sander | Milão

Hermès | Paris

D&G | Milão

Kenzo | Paris

Frankie Morello | Milão

Bottega Veneta | Milão


edi torial de mod a

77

v e r ão 2011

Kenzo | Paris

Louis Vuitton | Paris

Missoni | Milão

MASCULINO SEM STRESS Baixando o tom e aliviando o peso, as propostas masculinas se equilibram pela suavidade e pela leveza. Das sandálias de tiras em tons claros aos oxfords e napolitanos criativos, passando por mocasssins, deck shoes e esportivos, não há sinal de agressividade. Apenas calma e bom gosto. As pastas estão bem-humoradas, levando um pouco de otimismo e estilo para o ambiente de trabalho em novas proporções e cores. A mochila volta a ter importância e nada é mais relaxado e elegante que o modelo de alça muito longa e com bolsos generosos da Missoni.


78

memória

fotos: reproduç ão

Pin-up de Gil

Elvgren

Pin-ups

Pin-up de Geo

7) rge Petty (194

Ops! Acho que deixei a minha calcinha cair Por Juliana Zanettini

Embora as imagens de mulheres sensuais já circundassem revistas, calendários e campanhas publicitárias para cartões e maços de cigarros no final do século 19, as pin-ups, também conhecidas como “cheesecake” (bolo de queijo), tiveram seu auge entre as décadas de 1930 e 1940. Em 1887, a revista americana Life publicou ilustrações de ideais masculinos desenhados por Charles Dana Gibson. As “Gibson girls” eram românticas e pacíficas, uma antítese das mulheres modernas da época, que almejavam independência. Apesar de estas ilustrações serem um marco naquele período, no auge das pin-ups destacaram-se ilustradores como George Petty e Alberto Vargas, este último que ilustrava páginas da revista americana Esquire. Com o sucesso destes, entre a primeira e segunda guerra, surgiram dezenas de ilustradores inspirados no ofício de criar mulheres sensuais com atributos básicos para o deleite masculino,

como seios fartos, coxas grossas e uma cinturinha de pilão. Entretanto, elas deveriam apontar ingenuidade e serem bobinhas, deixando transparecer partes do corpo por acaso. Nomes como Norman Rockwell, Gil Elvgren, Zoé Mozert e Art Frahm, que inocentemente fazia com que as suas pin-ups pudessem perder suas calcinhas a qualquer momento, eram ícones da época. Muitas das pin-ups eram baseadas e ganharam vida através das imagens de ícones como Betty Grable, Rita Hayworth e Marylin Monroe. Com a ausência feminina nas batalhas, as pin-ups eram usadas para acalmar os anseios dos jovens soldados. As imagens eram postas sobre as portas dos armários, paredes dos dormitórios e sobre a fuselagem dos aviões. Daí a origem do nome: vem do ato de pendurar as ilustrações em algum lugar. Com o passar dos anos 1950, alguns conservadores impuseram papéis mais tradicionais ou publicação apenas nas revistas masculinas a

estes tipos de ilustrações. Além disso, a chegada às bancas da revista Playboy, em 1953, acabou contribuindo para levar as doces imagens das meninas ao ostracismo. No Brasil, em meados dos anos 1960, José Luiz Benício da Fonseca foi responsável por reproduzir cartazes para o cinema nacional, com imagens de mulheres sedutoras como “Dona Flor e seus Dois Maridos”, “A Madona de Cedro” e ”A Superfêmea”, numa alusão à arte pin-up. Atualmente, figuras como a cantora Katty Perry e a dançarina burlesca Dita Von Teese contribuem para manter viva a sedução inocente difundida pelas pin-ups. Na moda, diversas marcas de beachwear se utilizaram das modelagens maiores e carregadas de romantismo em suas coleções, mantendo viva a arte de seduzir com ingenuidade. O estilista Derek Lam, por exemplo, dedicou sua coleção de verão 2011 às pin-ups.


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fotos: ©Agência Fotosite e reprodução

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