Josefa 2

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nizações separatistas mundo afora, alguns que pregam a separação plebiscitária (através de plebiscito), conscientização popular ou revolução armada. Os movimentos separatistas em geral se criam do descontentamento perante a desvalorização de seu estado ou província diante de um poder central. Como são os exemplos de Catalunha, Escócia, Tibete, Irlanda do Norte e de alguns movimentos brasileiros, como o Grupo de Estudos sobre o Nordeste Independente (GESNI) e o Movimento São Paulo Independente (MSPI).

Separatismo: uma questão histórica

No Sul, existem vários grupos que pregam a independência Sulista ou somente do Rio Grande do sul. Tudo começou lá na longínqua Guerra dos Farrapos e na proclamação da República Juliana. Há desde sempre um sentimento de grande parte dos gaúchos que os fazem se sentirem intrusos em ninho brasileiro. Inclusive o termo “gaúcho” provém dos antepassados que viveram no interior do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, dando mais semelhança aos nascidos no sul do Brasil com esses dois países. Historicamente e culturalmente, a separação de estados do sul do Brasil é um tema recorrente e que decorre principalmente de valores culturais e econômicos. Os movimentos começaram a tomar forma em 1985, quando o santa-cruzense Irton Marx fundou o Movimento Separatista Pampa. O grupo trouxe à tona para além do Mampituba a vontade separatista dos Sulistas, sendo noticiado e ficando conhecido em todo o Brasil. Porém, de acordo com o fundador, algumas reportagens deram a conotação xenofóbica e segregadora ao movimento, levando até ao processo e prisão 72

de Marx. Toda essa visão negativa levou à dissidência de vários participantes, criando assim os movimentos O Sul é o Meu País, o Pampa Livre, o República Rio Grandense e posteriormente o Rio Grande Livre. Apesar de existir uma grande quantidade de grupos separatistas no Sul, há dissidência e animosidade entre alguns. Como é o caso do movimento O Sul é o Meu País e o atual República do Rio Grande (antigo Movimento Separatista Pampa e que defende somente a separação do Rio Grande do Sul). Pela visão de Marx, fundador do grupo gaúcho, o Movimento O Sul é o Meu País prega sionismo e visa destruir seu movimento. “Pessoas de Santa Catarina mantinham contato comigo e, naquele estado, foram ministradas muitas palestras até o aparecimento deste grupo, que veio com a intenção de destruir o nosso movimento”, acusa Marx. Já segundo Celso Deucher, diretor de mobilização estratégica do O Sul é o Meu País, a dissidência se dá pela visão ideológica que ele considera preconceituosa por parte de Marx. “Existem movimentos na internet que não temos interesse em buscar unidade, porque alguns deles são preconceituosos, outros são movimentos de uma pessoa só, outros ainda não tem a menor cultura organizativa”, relata Deucher.

Negreiros, fundador do Rio Grande Livre, quer difundir e preservar a cultura do gaúcho original


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