NOVA CULTURA #14

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Revista NOVA CULTURA - www.novacultura.info

O XX CONGRESSO DO PCUS E A CRISE DO MOVIMENTO COMUNISTA

por Icaro Leal Alves

1. As teses revisionistas de Nikita Khrushchev Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, realizado em Moscou, em fevereiro de 1956, o secretário-geral Nikita Khrushchev apresenta uma série de teses novas, que representaram uma verdadeira ruptura com a antiga ortodoxia soviética; ao mesmo tempo, redige um Relatório Secreto contra o seu antecessor J.V. Stalin. Os acontecimentos que se sucedem a esse Fórum precipitam os países socialistas do Leste europeu numa crise política e repercutem nos principais partidos comunistas do mundo capitalista. Finalmente, no final daquele ano, tais eventos reverberam no Partido Comunista do Brasil.[1] Apresentemos agora as resoluções do referido congresso. Primeiro: Khrushchev afirmou que as guerras imperialistas não eram mais inevitáveis. Segundo ele, a tese, elaborada por Lenin, que permaneceu vigente durante todo o período de Stalin, correspondia a condições específicas da época: quando “o imperialismo era um sistema que dominava em todo o mundo” e “as forças sociais e políticas não interessadas na guerra eram débeis, estavam insuficientemente organizadas e não podiam, por isto, obrigar os imperialistas a renunciar à guerra”. Ademais, ao se analisar a questão – ainda para Khrushchev – toma-se, em geral, “unicamente a base econômica das guerras sob o imperialismo”. Isso não basta: pois “A guerra não é somente um fenômeno econômico. Que haja ou não guerra depende em grande medida da correlação de forças de classe, das forças políticas, do grau de organização [1] O PCB chamou-se Partido Comunista do Brasil desde sua fundação em 1922 até o ano de 1961, quando mudou seu nome para Partido Comunista Brasileiro.


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