NOVA CULTURA #1

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“A estratégia do imperialismo na recente crise da Síria” Khalid Abu Salah e outros agentes do CIA fazem a revolução na Síria Afirmamos que a Síria é sim vitima duma agressão imperialista. Ela não é uma agressão direta. Mas a atual guerra civil desencadeada naquele país não é, como se pensa, uma revolução popular contra a “ditadura de Bashar Al-Assad”. E o povo sírio coloca-se efetivamente hoje ao lado de Assad, no qual reconhecem o legitimo líder do país. Os que travam a luta armada contra as tropas leais do Exército Árabe da Síria são mercenários capitados em outros países da região, que na maioria das vezes falam dialetos incompreensíveis para os sírios, radicais islâmicos e desertores do Exército, que corrompidos e cooptados pelas forças estrangeiras formaram o Exército Livre da Síria. Eles compõem uma força heterodoxa (fundamentalistas e pró-ocidentais sediados em Istambul), mas coligada na luta contra as forças leais. A luta que travam contra as forças da EAS é contra o próprio povo, e eles não excitam em usar de métodos terroristas e realizar massacres contra civis. Mas então, como se consolidou no ocidente a imagem de uma guerra civil travada por um enorme corpo de segurança do sangrento ditador contra um exército revolucionário e democrático que tem o apoio da maioria do povo? É ai que entra em cena os serviços de inteligência estrangeira que buscam criar as condições propicias para a intervenção militar direta em apoio aos “rebeldes”. Eles têm financiado agentes, que atuam internamente para promover factoides, desde o inicio do ano de 2011. Antes mesmo do inicio dos enfrentamentos armados, Khalid Abu Salah, Danny Abdul Dyem, Neil Hollisvort entre outros “jornalistas”, ou “simples ativistas” produzem noticias falsas sobre massacres promovidos pelas forças de Assad contra as populações civis desarmadas. O padrão é sempre o mesmo, “Assad bombardeia cidades por horas inteiras”, “dispara contra multidões”, e, curiosamente, sempre “mata mais de 200 pessoas”. Um documentário produzido pela televisão russa prova que se trata de factoides produzidos por Khalid Abu Salah e sua equipe, junto ao agente da CIA Tim Crokett.[5] Crokett era um antigo oficial da CIA que trabalhou no Iraque treinando e monitorando jornalistas. Com o inicio dos conflitos de rua na Síria entre manifestantes e forças de segurança ele instala-se na Síria. As imagens apresentadas pela televisão russa são chocantes. Nelas, esses “simples ativistas” e “jornalistas” produzem incêndios, os quais atribuem as forças de Assad, encenam a própria quase morte, para reviver rapidamente menos de três dias depois. Criam cenas de conflito e de morte para vendê-las a Al-Jazeera e a Al-Arabiya como crimes do EAS. Esses mesmos indivíduos podem também ser vistos em conferências internacionais de altacúpula, onde clamam pela salvação da Síria através de uma intervenção estrangeira. Não são mais do que agentes a soldo, que pretendem que as forças imperialistas venham ao socorro dos agentes títeres da ELS e da Al-Nusra cada vez mais acossados pelas forças de Al-Assad. As armas químicas – continuidade da estratégia do factoide Em plena concordância com a cena interpretada desde o começo da luta, os agentes títeres e os imperialistas preparam uma nova justificativa para a agressão no ano de 2013. A tática é a mesma, produzir cenas horríveis e atribui-las a Assad. Isso foi feito em 2012, quando dos massacres de Hula. Todos os porta-vozes de EUA, Reino Unido e França, esforçavam-se por condenar o regime de Damasco pelos crimes, numa gritaria sem fim, e isso mesmo depois de o chefe da expedição da ONU designada para uma inspeção in loco, o general norueguês Robert Mood, haver afirmado o caráter inconclusivo da sua investigação. Isso porque, segundo disse, mesmo sendo inconteste que na região se produziram massacres, as provas apresentadas sobre a relação do regime com os crimes são “turbas”. A nova ofensiva desencadeada esse ano, teve como centro, o massacre com armas químicas contra a população de um subúrbio de Damasco controlado por “rebeldes” sírios. De [5] O documentário da televisão russa encontra-se legendando para o português e está disponível em três partes in <http://www.youtube. com/watch?v=s51wpKCHQPQ>, <http://www.youtube.com/watch?v=Rd6BCp_RnmA> e <http://www.youtube.com/watch?v=SmQ0cd-BE0o> sob o título geral de Como a CIA faz a Revolução na Síria.

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