14ª Edição da Revista Dialogue, uma publicação da Uni-ANHANGUERA

Page 1

2018 • ANO 4 • EDIÇÃO 14

CAPELA ECUMÊNICA: UM PROJETO DOS ALUNOS DE ARQUITETURA

AGRONOMIA

PIBIC

PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO

DE OLHO NA PESQUISA

INCENTIVO A PROFESSORES E ALUNOS

A QUEBRA DE PARADIGMAS REVISTADIALOGUE | 1


S U M Á R I O

PNÃ GERAL Envie sua opinião no e-mail: marley.costa@anhanguera.edu.br EDIÇÕES ONLINE: www.anhanguera.edu.br/revista-dialogue

Surpresa

16

Ao conhecer a Revista Dialogue e avaliar o progresso do agora UniAnhanguera em relação à época em que fiz o curso de Administração de Empresas, fico surpreso ao reencontrar minha professora de Ciência da Comunicação como editora. Lá se vão quase 40 anos, em que ela, quase menina, enfrentava uma sala com mais de 80 alunos, todos mais velhos do que ela. Fico feliz em perceber que ainda há entusiasmo e muito mais maturidade em seus escritos. A revista está muito bonita e interessante.

CAPELA ECUMÊNICA

PROJETO VENCEDOR É MONUMENTAL

Geraldo Togo Norio togonorio@hotmail.com

Bom Saber

08

OAB

Minha avó sempre traz a Revista Dialogue para nossa casa e acabei folheando algumas delas, que muito me ajudou a decidir o curso que quero fazer. Estou em dúvida se faço Pedagogia – para o qual acho que tenho vocação –, ou se arrisco a enfrentar um curso na área de informática – que acho ser uma área bastante promissora. Gostaria de sugerir matérias nesses dois cursos, mostrando qual o perfil de aluno é mais adequado para eles.

ALUNOS PASSAM NO EXAME ANTES DE CONCLUÍREM OS CURSOS

12

Isabela Rodrigues Cidade Jardim

28

Atrativos Gosto de ver a Dialogue, mas acho que ela ainda está um pouco distante da realidade e do interesse dos alunos. Na realidade acho que gostaríamos muito de matérias que mostrassem mais o mercado de trabalho e as opções de estágio. Ser aluno é ser esperança, mas depois de formados engrossamos a estatística dos desempregados. Jonas Rubens de Almeida jonascadillac93@gmail.com

AGRONOMIA

CLUBE DE JOGOS

INVESTIMENTO EM LABORATÓRIO PERMITE AMPLIAR PESQUISA

EQUIPE VAI COMPETIR EM TORNEIOS UNIVERSITÁRIOS

REVISTA DIALOGUE Caro Geraldo, impossível não me lembrar de um dos bons alunos que tive. Obrigada. Prezados Isabela e Jonas, anotamos as sugestões e esperamos atendêlos já nas próximas edições.

Expediente

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

FICHA TÉCNICA

PROF. DR. JOVENY SEBASTIÃO CÂNDIDO DE OLIVEIRA REITOR

PROF. MS. KLEBER BRANQUINHO ADORNO PRÓ-REITOR DE CULTURA E ESPORTES

PROF. MS. VALDIR MENDONÇA ALVES PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

DIALOGUE (2018 – ANO 4 – EDIÇÃO 14): VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO INTERNA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS – UNI-ANHANGUERA

PROF. MS. LUIZ FELIPE CÂNDIDO DE OLIVEIRA VICE-REITOR

PROFª MS. MAYRA CAIADO PARANHOS PRÓ-REITORA DE ENSINO A DISTÂNCIA

PROF. ESP. RONILDA MOREIRA DA PAZ SECRETÁRIA GERAL

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: VINÍCIUS ALVES | 99900-3494

PROFª DRª. MARIA JOSÉ DEL PELOSO PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

CONSELHO EDITORIAL ANA AMÉLIA UMBELINO DOS SANTOS, CLÁUDIO BOSCO, CLAUDOMILSON FERNANDES BRAGA, MARIA EMÍLIA CARVALHO DE ARAÚJO E MURILO LUIZ FERREIRA.

PROF. MS. DANILO NOGUEIRA MAGALHÃES PRÓ-REITOR DE ECONOMIA E FINANÇAS PROF. MS. GERALDO LUCCAS PRÓ-REITOR DE COMUNICAÇÃO E MKT

2 | REVISTADIALOGUE

PROF. PEDRO AUGUSTO CÂNDIDO DE OLIVEIRA PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO

JORNALISTA RESPONSÁVEL: MARLEY COSTA LEITE – DRT 217/JP FOTOGRAFIA: MARLEY COSTA LEITE TIRAGEM: 5.000 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO: GRATUITA CONTATO: marley.costa@anhanguera.edu.br | 62 . 3246-1312 ENDEREÇO: AV. JOÃO CÂNDIDO DE OLIVEIRA, Nº 115, CIDADE JARDIM - GOIÂNIA-GO - CEP: 74423-115 TELEFONE: 62 . 3246-1404/1437 - FAX: 62 . 3246-1444


Dialogue com o Reitor

EM BUSCA DO SONHO

M

uitas vezes em meus discursos de boas-vindas, ou de despedidas, relembro o sonho da implantação de uma instituição de Ensino Superior que fosse referência no Centro-Oeste. O Centro Universitário de Goiás – Uni-Anhanguera, nasceu desse sonho que encontrou ressonância em outros professores. Começamos pequenos, alugando salas no Colégio Santa Clara e hoje caminhamos a passos rápidos para nos tornarmos universidade e conquistar a avaliação máxima do MEC. Todas as nossas conquistas foram resultados de muita luta e empenho, mantenedores e professores comprometidos com a qualidade de ensino e alunos que corresponderam à expectativa e se tornaram egressos de sucesso. Hoje estamos nos preparando para avançar um pouco mais e trazemos para o foco a importância de incentivar e ampliar a área de extensão em pesquisa. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica – PIBIC – já apresenta seus primeiros resultados como poderão conferir em matéria desta edição. Os trabalhos estão sendo submetidos,

apresentados e publicados em anais de congresso. É esse o momento de divulgar as pesquisas, de levar o saber para fora dos laboratórios e contribuir para o crescimento pessoal e ao desenvolvimento científico do estudante e do profissional. A sociedade, a ciência e a tecnologia necessitam de bons propósitos. De nada teria valor os bons propósitos se não nos empenhássemos em dar aos alunos, além da formação científica, a carga de humanidade que diferencia a nossa instituição. Por um lado, queremos mostrar como a pesquisa auxilia na formação e na aquisição de conhecimento, e, assim, afastar a visão fantasmagórica que se têm da prática científica. Por outro, queremos colaborar com a formação de homens e mulheres éticos, tão necessários à construção de um Brasil melhor, tecido nos fios do sonho da dignidade. O ensino básico pouco utiliza da pesquisa e o ensino tradicional – pautado apenas no conhecimento transmitido em sala de aula e cobrado por meio de avaliações que exigem muito mais o decorar que o compreender, o passar de ano mais que o aprender – não pode ser reforçado dentro do ensino superior. No início de cada semestre PROF. DR. JOVENY SEBASTIÃO CÂNDIDO DE OLIVEIRA é graduado em Direito pela PUC do letivo, uma equipe de proRio de Janeiro, especialista em Direito Processual Civil pela UFG, mestre em Direito fessores prepara o planeAgrário pela UFG e doutor em Direito do Estado pela USP. É Oficial da Reserva do jamento pedagógico do Exército na arma Cavalaria e Reitor do Centro Universitário de Goiás - Uni-Anhanguera Uni-Anhanguera no tífica aos bancos acadêmicos e possa aprosentido de quebrar paradigmas, apresentar novas fundar essas práticas dentro de suas áreas metodologias e abrir junto específicas. Ser uma instituição de referência é assinar um contrato de parceria entre aos professores uma porta para a discussão, que a administração, os professores e os alunos. permita a prática cienJuntos seremos universidade.

REVISTADIALOGUE | 3


PROJETO SOLARIS

Informatização de processos administrativos: promessa cumprida

O

professor Pedro Augusto Cândido de Oliveira assumiu a pró-Reitoria administrativa no Uni-Anhanguera no segundo semestre do ano passado e prometeu, na primeira entrevista que deu, mudanças, em especial no que diz respeito à qualidade no atendimento, ao aperfeiçoamento das tecnologias e à potencialização da mão de obra por meio de processos administrativos. Seis meses depois, muita coisa saiu da condição de proposta/projeto para se tornar realidade. O primeiro passo para que a instituição realmente se sentis-

se no Século XXI era organizar processos, de forma a evitar que o aluno tivesse que se deslocar até às instalações físicas para resolver pequenas pendências. Foi assim que surgiu o Projeto Solaris. “Não foi apenas trocar um processo por outro, explica, tivemos que realizar um minucioso estudo, com análise jurídica, e elaboração de novos contratos de prestação de serviço, de modo a resguardar tanto a instituição como o aluno”. Não apenas a questão de documentação, melhoria de contrato, renovação automática de contrato, mas também a preocupação de diminuir o fluxo burocrático e evitar a formação das enormes filas nos períodos de matrículas e datas de pagamento. “Hoje tudo pode ser feito pela internet”, explica o professor Pedro, “são 22 tarefas implantadas, que podem ser acessadas de qualquer plataforma, celular, pc, tablets, além de oferecer o pacote Office gratuito para todos os alunos da

instituição. Isso nos coloca à frente de outras instituições”, completa. Do ponto de vista administrativo, a nova ferramenta permite maior controle de gestão. Permite saber a rentabilidade dos cursos, o número de alunos e o custo de deles por período, salário médio dos colaboradores e, de posse dos dados, facilitar as tomadas de decisões e elaboração de estratégias. Para o professor Pedro, a sua equipe o anima a enfrentar desafios. Do ponto de vista técnico o Departamento de Tecnologia da Informação atua como o braço direito. Embora já existisse a ideia de criar uma secretaria online para desafogar alunos e administradores, somente agora, a proposta se concretiza. O DTI recebeu a tarefa em outubro e em janeiro o projeto já estava no ar. O volume de acessos e questões resolvidas online é três vezes maior que o presencial, informa Ledion Rodrigues Peixoto, o que indica o sucesso do projeto. Não é um projeto pronto. O trabalho é de melhoria contínua e novas possibilidades são avaliadas constantemente. O próximo passo deverá contemplar a área de estágios e horas complementares.


Semana Jurídica

SEMANA JURÍDICA, NESTE ANO, HOMENAGEIA OS 30 ANOS DA

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

A

Semana Jurídica movida reforma trabalhista, que será abordada menta a coordenação pelo Prof. Dr. Carlos Henrique Bezerra Leite, do Curso de Direito autor de vários livros na área de Direito Processual do trabalho. O assunto será debatido desde as férias. Neste ano, em que se comemora os 30 com o viés reflexivo tendo como base inicial anos da Constituição Brasileira, os as reflexões dos 30 anos da Constituição Federal, o salto no tempo e as questões atuais cuidados na organização foram redobrados, na expectativa de se fazer à luz da reforma. A profª Isivone comentou um grande evento. A escolha dos paque esse assunto tem sido tema constante de lestrantes foi rigorosa e procurou fazer palestras e cursos no Uni-Anhanguera, com uma interlocução empenho especial das com as várias áreas “A Semana Jurídica professoras Ana Paula do Direito. “A SemaFleury e Karine Dose destina a na Jurídica se destina mingues da Silva Matrabalhar com todos chado, principalmente a trabalhar com todos os acadêmicos, do para os alunos que já os acadêmicos, do 1º ao 1º ao 10º semestre, tinham passado pela 10º semestre, de forma disciplina, “e o momenque é fundamental que de forma que é to culminante será na se elejam temas capazes fundamental que Semana Jurídica com de despertar o interesse se elejam temas a palestra do doutride todos”, explica a profª capazes de despertar nador Carlos Henrique Dra. Isivone Pereira Chaves (foto), coordenadora o interesse de todos” Bezerra Leite”. do curso e do evento. ToA Semana Jurídica dos os temas passam pela Constituição Femantém nesta edição a tradicional homederal, embora tenham sido contempladas nagem aos alunos nota 10, aqueles que se diversas áreas do Direito: Administrativo, destacaram durante todo o curso. Fazem Civil, Penal, Trabalho, ficando de fora o Diparte da programação o ministro do STF veito Previdenciário que, de acordo com a Alexandre de Moraes, os doutrinadores professora Isivone, “embora seja um assunEugênio Pacelli, Maria Sylvia Zanella Di to inflamado no dias atuais, a indefinição Pietro, Cléver Vasconcelos, Luciano Martines e o secretário estadual de Segurança não possibilita uma discussão imediata”. Pública, Irapuan Costa Júnior. Outro assunto bastante comentado é o REVISTADIALOGUE | 5


Semana Jurídica

O IMPACTO DA

REFORMA ELEITORAL

A

reforma eleitoral de 2017 impactou todo o sistema dos direitos políticos para as eleições de 2018. Foram mudanças pontuais na Lei das Eleições (Lei 9.504/97), na Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) e no Código Eleitoral. Sem prejuízo, a Emenda Constitucional 97/2017 alterou substancialmente o artigo 17 da Constituição Federal, e que também trará reflexos no sistema eleitoral brasileiro, especialmente em 2018, onde a Lei Maior de nosso país completa 30 anos de promulgação. Aliado a tudo isso, ainda temos a Lei Complementar 64/90, conhecida como Lei das Inelegibilidades, alterada em 2010 pela Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa). Um cenário propício a muitos debates surge em torno de todo este complexo emaranhado legislativo, que certamente estará na escolha de candidatos e administração de todo o processo eleitoral. Convenções e coligações partidárias, o sistema eleitoral proporcional e o cálculo para determinação dos eleitos, a eventual substituição de candidatos por força de inelegibili-

6 | REVISTADIALOGUE

dades e a campanha eleitoral receberam alterações em seus procedimentos. Temos ainda o novo Fundo Especial de Financiamento de Campanhas, e o reingresso da cláusula de barreira ou desempenho partidário que ganhou nova roupagem. Sem dúvida, as alterações da reforma eleitoral de 2017 foram importantes, mas não suficientes para um sistema eleitoral mais justo e eficiente, que deverá passar nos próximos anos, dependendo da vontade do Congresso Nacional, por imprescindíveis modificações. Será preciso reconfigurar todo o sistema político nacional para uma correção de rumo no comportamento dos candidatos e eleitores de um modo geral, pois notamos que o atual sistema muitas vezes não privilegia a vontade popular, mas sim uma direção partidária na ordenação de candidatos e qualidade da representação. O papel do STF (Supremo Tribunal Federal) surge quando está sob seu comando a análise das candidaturas avulsas e a interpretação da Convenção Interamericano de Direito Humanos sobre o assunto, da qual o

Brasil faz parte. Mas o anseio da comunidade jurídica não pode ficar restrito nesse diagnóstico de mero espectador. E nesse momento é que vem a necessidade de integrar as escolas jurídicas a fomentar o grande debate nacional sobre o sistema eleitoral e seus rumos. A grande responsabilidade também está nas faculdades de direito do país. Os acadêmicos, juristas do futuro, devem estar ligados no que acontece nesse cenário, formulando teses e trabalhos jurídicos para que o Congresso Nacional tenha sensibilidade que se avizinha a necessidade do que já chegamos aqui de correção de rumo nos caminhos eleitorais do Brasil. O propósito está aberto, os estudos já se iniciaram e, assumindo nosso compromisso, andamos o Brasil inteiro esclarecendo qual a melhor forma de tornarmos nosso país mais justo para que a palavra do eleitor tenha peso forte nas decisões nacionais. Esse, sem dúvida, é o caminho traçado para nosso debate sobre os direitos políticos atuais, focando na construção de pontes para o aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro.

PROF. CLEVER VASCONCELOS Doutor em Direito do Estado - PUC/SP Professor de Direito Constitucional e Eleitoral da Faculdade Damásio - IBMEC/São Paulo. Membro do IBDC - Instituto Brasileiro de Direito Constitucional. Promotor de Justiça - Ministério Público do Estado de São Paulo. Autor do livros “Curso de Direito Constitucional” e “Direito Eleitoral”, pela Editora Saraiva.


Sistema Prisional

PARTE I

O CONDENADO PODE SER FORÇADO A TRABALHAR?

O

tema se refere ao trabalho obrigatório do condenado no cárcere, preconizado na Lei de Execuções Penais – LEP - n. 7.210 de 11 de julho de 1984. O objetivo é demonstrar sua constitucionalidade na literalidade do que dispõe a Constituição Federal de 1988 e a Convenção Americana detentos e em depoimentos dos Agentes Pri(art. 50, VI, LEP)”. A LEP estabelece que o de Direito Humanos – “Pacto de San José sionais; “forçar” o preso a trabalhar significa “trabalho do condenado” constitui “dever da Costa Rica” – incorporada no Brasil via levá-lo a compreender que sua estadia no social” e “condição de dignidade humana”. Decreto Presidencial n. 678 de 6 de novembro de 1992, bem como as contribuições cárcere gera custos para a sociedade e isto Por outro lado deverá ter finalidade “educativa e produtiva”; deve-se observar precaudoutrinárias e jurisprudenciais. deve ser compensado; que o trabalho lhe é ção à segurança e higiene e que não está O assunto está inserido em um “terreno favorável pelo seguinte: por ser relevante na sujeito às regras, que regem o trabalho do de areia movediça” - que é a Execução Penal perspectiva de sua ressocialização; por contribuir na sua disposição de ânimo e integracidadão comum – artigo 28/30. O trabalho envolta por regras de direito penal, processual penal, criminologia, medicina legal, soção com a população carcerária; por dificulé dever do apenado à pena de prisão, cujo ciologia, psicologia jurídica, dentre outras. tar seu recrutamento pelas “organizações descumprimento configura “falta grave”, Entretanto, inúmeros argumentos com roucriminosas ou facções”, presentes na maioria que se não for justificada redundará em pagem de “garantismo” (proteção integral dos presídios brasileiros; por gerar recursos “Regressão de Regime” (transferência para ao apenado) são falaciosos, hipócritas e mascaram a ineO professor mestre Lélis Dias Parreira, da disciplina do Direito Penal, e ficiência, ingerência e, muitas coordenador do projeto de Responsabilidade Social na área, abre, nesta edição, vezes, ausência do Estado na questão prisional. Dentre os a discussão sobre tema do trabalho forçado. Afinal, forçar o condenado a quais se insere a falácia de trabalhar é sinônimo de trabalho forçado? Para o professor Lélis, o tema está que CF/88 proíbe FORÇAR O inserido em um terreno de areia movediça. O artigo será dividido em duas PRESO A TRABALHAR. É um partes, continuando na próxima edição, com as jurisprudências sobre o assunto equívoco repetido em salas de aula do curso de direito, em financeiros para si e familiares (LEP art. 41regime mais severo - LEP artigos 31, 39-V, congressos e, seminários e por representantes do “sistema prisional”. Porém, não é o II, IV); por gerar direito à Remição ( cada três 50 VI e 118-I). O trabalho externo ou extramuros não pode ser obrigatório, depende que frisa a CF/88 no seu artigo 5º inciso (...) dias trabalhados computa-se um dia a mais, do consentimento expresso do detento – XLVII - não haverá penas: (...) c) de trabalhos como pena cumprida - LEP art. 126 c/c 128). (LEP art. 36/37). Dois tipos de presos não forçados (...)”. “Trabalho forçado” seria forçar A doutrina penal é uníssona em afirmar estão obrigados ao trabalho: o preso proo preso a exercer atividade laboral além de que forçar o preso a trabalhar não é inconstitucional e que contribui na sua ressocialivisório e o condenado por crime político 2 suas forças, humilhante ou vexatória. zação. A propósito NUCCI (2012) 1 “ (...) Não (LEP artigos 31 P. Único e 200). Exigir que o preso trabalhe significa tirá-lo da ociosidade, da promiscuidade sexual se cuida de trabalho forçado, o que é constitucionalmente vedado, mas de trabalho 1. NUCCI, Guilherme de S. Manual de processo penal e execução ou criminógena, a que a maioria se coloca penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012 p. 1007. obrigatório. Se o preso recusar a atividade sem ter o que fazer. É o que se vê por víde2. Não se confunde com crime eleitoral. Crimes políticos estão previstos na Lei de Segurança Nacional – LSN – n. 7.170/83 os em redes sociais, postados pelos próprios que lhe foi destinada, cometerá falta grave REVISTADIALOGUE | 7


OAB

A VITÓRIA DA DISCIPLINA N

a realidade o exame da OAB não é um bicho de sete cabeças, mas a pressão psicológica e social em cima de quem vai fazer a prova é tão grande que se transforma num dragão de 10 cabeças, capaz de definir o futuro e a vida de muitos jovens. Todos os anos, para fugir da pressão, alunos resolvem fazer a prova antes mesmo de terminar o curso, o que, segundo eles, dá certo alívio e tranquilidade. No Uni-Anhanguera cada um tem sua história, única, intransferível, mas com alguns pontos em comum. A professora Maria Augusta Fernandes Justiniano reuniu alguns dos recentes aprovados na OAB para uma conversa com a Revista Dialogue, não são todos, mas é um grupo representativo e são os pontos em comum que a matéria vai abordar. Todos concordam que mesmo sabendo que terão que prestar o exame no final do curso, a ficha só cai mesmo quando se torna inevitável adiar o assunto. Dos entrevistados, apenas uma disse ter estudado com esse foco desde o primeiro período, mas tem outra formação universitária, é mãe (deu à luz uma semana antes da prova), professora e decidiu, antes mesmo de fazer o curso,

8 | REVISTADIALOGUE

que prestaria concurso para Procuradoria da República. Os colegas brincam, dizem que ela sempre foi nerd, mas assim mesmo, intensificou os estudos na reta final porque o foco para passar na OAB é diferente, do estudo pela aprendizagem. Acham o corporativismo e a exigência do exame uma necessidade, mas só um admitiu que passou a pensar assim depois que passou: “é natural fecharmos a porta depois que passamos, né?”. Todos tem alguma coisa para falar da prova: não mede conhecimento, o estudo tem que ser focado para passar, mesmo na 2ª fase a peça não tem nada a ver com o que enfrentaremos na vida prática. Para a sociedade o exame é visto como a coroação do curso, comenta uma das aprovadas, mas nunca vai substituir tudo o que aprendemos durante os cinco anos de sala de aula. No grupo entrevistado pode-se observar que eram alunos

disciplinados, que passaram por fases até a conclusão do curso, ora mais animados, ora desanimados/cansados, mas foram regulares nas frequências e no aproveitamento das aulas. Não faziam o curso por brincadeira. Alguns chegaram a ganhar bolsa de estudo para uma pós-graduação no cursinho extra, por monitoria ou por ter conseguido quase a nota máxima na prova. Nem todos fizeram cursinho fora, teve quem estudou sozinho,


gratidão UM ALUNO QUE SE CHAMA

teve aquele que procurou aulas e dicas em cursos gratuitos pela internet, mas todos estudaram pra valer de um a dois meses. Para a maioria, essas duas a quatro horas diárias, com sacrifício do final de semana, significaram muito, principalmente para aqueles que trabalham durante o dia e estudam à noite. “Juntou na mesma época o Trabalho de Conclusão de Curso, as provas de N2 e o exame de Ordem”. Muitas madrugadas em claro, mas também teve aquele que preferiu dormir durante a semana e fazer “intensivão” no fim de semana. A maioria estudou para a primeira fase só resolvendo questões, e todos são unânimes em afirmar que a escolha para a segunda fase deverá ser na área de maior afinidade, pois o assunto vai fazer parte da rotina pelo menos por um mês. Alguns alunos criaram um grupo de whatsapp para trocarem dicas, “aproveitando que cada um faria a segunda fase em áreas diferentes, “assim nos ajudamos com dicas e comentários para a primeira fase do exame”. “O mais importante é traçarmos uma estratégia de estudo e não nos afastarmos desse planejamento, mas levados a sério, bastam dois, três meses de estudo. Qualquer sacrifício é compensado depois”, afirmam. Dos professores do Uni-Anhanguera só fazem elogios, admitem que alguns são mais motivadores, com aulas e conteúdos que prendem a atenção, mas não há unanimidade, normalmente aqueles professores da área de afinidade são aos mais lembrados, embora uns dois ou três consigam unanimidade, o que não vem ao caso aqui, citar os nomes.

F

rancisco José de Morais chega para a entrevista com a esposa a tiracolo, Dimara Tavares dos Anjos Morais, e vai logo explicando, “tudo só foi possível graças à Dimara, grande em todos os sentidos, incentivadora incansável”. A história de Francisco sai destacada pela luta, pelas dificuldades enfrentadas e superadas. Ele é um daqueles casos que migra da área de Ciências Exatas para a de Ciências Humanas e com uma visão completamente diferente do curso. Formado em Física pela UFG, e professor durante 10 anos, ele sentia necessidade de melhorar sua qualidade de vida. “Eu era pobre demais e precisava de alguma coisa que me fizesse, pelo menos, ser pobre de menos”, brinca, mas trazendo embutido em suas palavras a mais dura realidade. Para complementar seu salário de professor foi trabalhar em uma pequena empresa (que depois se tornou uma grande empresa) e foi lá que teve contato com o Direito e percebeu que existiam outras possibilidades para sua vida: “a formação em física força a gente expandir a mente, ter raciocínio mais rápido e objetivo, e, paradoxalmente, manter o foco no objetivo final”. Se do ponto de vista intelectual tudo conspirava a favor, Francisco teve que enfrentar problemas sérios de saúde que só conseguiu superar com a ajuda da esposa, professores e até com o pessoal da administração. Poucos em sua turma ficaram sabendo do problema, mas estranharam quando ele, que faltava tanta aula, que tinha um cur-

rículo com algumas reprovações, conseguiu passar sem qualquer dificuldade e com nota excelente no exame de Ordem, cursando ainda o 9º período. “Sem aprofundar na questão da saúde, é bom que fique o registro, assim me explico para meus colegas, que as aulas que faltei, além de ter motivo justificado, foram compensadas com muito estudo”. Não apenas com os colegas, Francisco faz questão de agradecer nominalmente o apoio da secretaria em um dos dias mais difíceis que enfrentou na faculdade. “A dona Vilma Ernestina dos Santos percebeu que eu estava passando mal e me amparou, me colocou na sala da reitoria e, juntamente com a profª Ronilda Moreira da Paz, chamaram a ambulância. Da mesma forma recebi apoio da profª Isivone e do prof. Sávio”. Francisco já trabalha em escritório e atua na área trabalhista. Chama a atenção nas reuniões pela objetividade de suas observações. “Não só por mim, mas porque estou bem preparado. Tive excelentes professores aqui no Uni-Anhanguera e posso falar sem medo de estar exagerando, pois, nos dois cursos que fiz, passei por quatro instituições, e foi aqui que encontrei professores que ensinam com propriedade, com conhecimentos de profundeza oceânica”.

REVISTADIALOGUE | 9


ARTIGO |

O

PROFª MS. ANA CÂNDIDO FRANCO Coordenadora de Projetos Aldeia Anhanguera Instrutora Master Mind

ENTUSIASMO, A ENERGIA DO CORPO E DA ALMA

entusiasmo foi definido por Napoleon Hill (19081928) como a sétima “Lei do Triunfo”, segundo ele, é um estado de espírito que inspira e incita a pessoa à ação para cumprir determinada tarefa. A palavra entusiasmo, do grego en + theos (Deus dentro) significava inspiração ou possessão por uma entidade divina ou pela presença de Deus; arrebatamento extraordinário daqueles que estavam sob inspiração divina. Dessa forma, se explica porque as pessoas entusiasmadas irradiavam e contagiavam energia. Atualmente é utilizada para descrever o prazer maior de fazer alguma coisa, o gosto intenso por algo e por desenvolver alguma atividade com paixão e dedicação. Uma pessoa entusiasmada está disposta a enfrentar dificuldades e desafios, não se deixando abater e transmitindo confiança aos que estão ao seu redor. De acordo com Hill (2008, p. 320) ninguém consegue manter-se entusiasmado se não possuir um objetivo principal bem definido, é necessário saber aonde se deseja chegar. É preciso estabelecer metas tangíveis e mensuráveis para que o objetivo seja alcançado e isso depende exclusivamente de cada pessoa, ninguém pode ter entusiasmono lugar deoutra. Para empreender, inovar,criar, ter iniciati-

1 0 | REVISTADIALOGUE

va, liderar, ter um desempenho acima da média, é necessária essa energia, que ultrapassa o conhecimento, a habilidade e a atitude que é a paixão traduzida em entusiasmo. O entusiasmo é contagiante e afeta de maneira vital não somente o entusiasta, mas também os que entram em contato com ele. Se você puser entusiasmo no seu trabalho, ele não será difícil ou monótono, se puser entusiasmo no seu estudo, ele não será um peso, se puser entusiasmo nos seus projetos familiar, social, voluntário, entre outros, eles se realizarão em menor tempo. Muitas empresas promovem palestras, seminários ou outros eventos com enfoque principal em desenvolver a capacidade de seus colaboradores de trabalhar com prazer e determinação, pois acreditam que oentusiasmo é indispensávelpara o sucesso profissional. Entusiasmo é a chama ardente, a emoção intensa que nos impulsiona, que vem de dentro e irradia nas atitudes, na fala, na expressão corporal. Para Hill (1928)é possível acender a chama do entusiasmo quando se esforça para ser entusiasmado e repetindo o mote criado por Frank Bettger (Arte de Vender, 1978) : “Aja com entusiasmo e será entusiasta, vamos em frente!


Agronomia

NOVA COORDENAÇÃO

CHEGA COM

GARRA A

profª Luciana Domingues Bittencourt Ferreira, doutora na área de concentração em produção vegetal, assumiu a coordenação do curso de Agronomia do Uni-Anhanguera. Na realidade houve uma troca de lugares com a professora Alzirene, que foi para a gestão do campus experimental, “foi ela que me abriu as portas na instituição e assumir as funções que eram dela, dobram a minha responsabilidade. Não é fácil substituir alguém que foi fundadora do curso e esteve à frente da coordenação por 12 anos”, comenta.

Se por um lado substituir não é tarefa fácil, o desafio de fortalecer o que já existe e criar novas ações para curso também não é simples, porque sempre há o que se fazer e melhorar continuamente, no entanto, dois desafios são suficientes para ocupar a mente da professora Luciana: trabalhar a questão da evasão de alunos, descobrir as causas e investir na solução, e a conquista de novos alunos. Para a nova coordenadora existe um segmento dentro da própria instituição que poderá funcionar como atrativo, “recebemos em todo semestre alunos que vêm de outros Estados

e que já chegam até nós com boas referências sobre o curso, então quero pensar, em parceria com o Marketing como podemos trabalhar esse segmento”, explica. A professora Luciana identifica entre os alunos da Agronomia perfis diferentes dos que estudam no turno matutino e no período noturno. Enquanto os alunos da manhã raramente trabalhem e tenham mais tempo para se dedicar ao estudo, os da noite, que geralmente trabalham durante o dia, mostram-se mais aplicados e responsáveis. Essas características também deverão ser levadas em conta ao montar a estratégia de captação. Além dessa questão inicial a coordenadora quer ampliar as parcerias com a Embrapa, Emater e propriedades rurais para estudos de pastagens, grandes culturas, fruticulturas e outros. “E, principalmente, queremos fortalecer os projetos de extensão e pesquisa, manter o foco, seja na pesquisa só com trabalhos teóricos, seja na pesquisa de campo, mas sempre voltados para a publicação, de forma que possam sair do curso qualificados para fazerem mestrado e doutorado”. Outro aspecto que ela promete trabalhar é dar mais atenção e viabilidade às visitas técnicas, com investidas na reitoria, pró-reitorias e tesouraria, no sentido de agilizar os processos administrativos. O mesmo vale para o Dia de Campo. REVISTADIALOGUE | 11


Agronomia

NOVO

LABORATÓRIO ALAVANCA

TRÊS LINHAS DE PESQUISAS

A

professora e pesquisadora, Camila de Marillac, trabalhou muito para implantar o laboratório de pesquisa dentro do Uni-Anhanguera. Conseguiu e o laboratório, em menos de um ano, já começa mostrar os resultados, pois possibilitou, de imediato, o desenvolvimento de três projetos que estão em andamento, Micropropagação de Orquídeas do Cerrado sob Diferentes Sistemas de Crescimento In Vitro, Aclimatização de Bromélias e Orquídeas do Cerrado que se complementam e, outro, em fase de elaboração, que deverá pesquisar a produção de abacaxi por cultura de tecidos. De acordo com as explicações da professora Camila essas espécies encontram muita dificuldade para se multiplicar em natureza, pois precisam de um fungo na raiz para que a semente possa germinar, e, no cerrado, as tradicionais queimadas destroem esse fungo, de forma que essas espécies correm o risco de extinção. “ A primeira 1 2 | REVISTADIALOGUE


parte da pesquisa está na produção das mudas em laboratório. No frasco as plantinhas tem todas as condições para sobrevivência”. Prontas, elas vão para a casa de vegetação – a segunda parte - que é uma fase intermediária em que se desenvolvem as estratégias de manejo (testes de adubação, substrato, irrigação, indução de florescimento). O objetivo é que essas mudas possam ser reintroduzidas no habitat natural ou domesticadas e comercializadas para compor o acervo de plantas ornamentais. Do ponto de vista acadêmico, o projeto conta atualmente com nove orientandos

que estão desenvolvendo seus Trabalhos de Conclusão de Curso e alunos de Iniciação Científica e cinco trabalhos foram apresentados em congressos, inclusive no VIII Congresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas. O trabalho das alunas Giselle Carvalho Silva e Juliana Santos Ferreira foi premiado como melhor do CEPEX. No início de abril as mudas das orquídeas e bromélias serão vendidas a preços simbólicos, e os recursos revertidos em novos vasos e substratos para manutenção do projeto: “o objetivo final dos projetos será sempre a publicação da pesquisa”, explica a professora. REVISTADIALOGUE | 13


DERING ARTIGO | RENATO Doutorando em Letras e

Linguística (UFG). Mestre em Letras (UFV) e pesquisador do grupo FORPROLL/CNPq/ UFVJM. Professor Assistente do Uni-ANHANGUERA

REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES HUMANAS

S

eria muito forte dizer que a sociedade passa por um processo de “involução social” nas relações humanas? Explico! Se por um lado temos uma torrencial corrente que aponta para uma tecnologia de ponta, por outro, parece que as pessoas se perderam nas relações pessoais e na necessidade de se mostrarem. Mário de Andrade, ícone da literatura nacional, já percebia tais mudanças, no início de nosso processo de industrialização. Em seu conto “Ladrão”, por exemplo, temos a presença de um ladrão que, ao invés de roubar, na verdade, vai trazendo o convívio entre os habitantes de um pequeno bairro, que seja por algumas horas da noite. O coreano Byung-ChulHan, em obra recente, também nos faz uma alerta: a imposição do que deve ser vis-

to/mostrado, faz com que valores sociais e culturais percam-se e tornem-se difusos. E, em uma sociedade onde estar presente é delinear cada passo que se dá através das redes sociais, desde o #sextou até os inúmeros e inacabáveis memes, nada mais peculiar pensar em um retrocesso ou, no mínimo, em passos lentos... de formiga e sem vontade, como diria Lulu Santos. Contudo, não estamos à beira de um colapso, tampouco estagnados na “sociedade da exposição”, carece-se, apenas, de maior atenção. A tecnologia seguirá seus gloriosos caminhos – o que é totalmente correto –, mas precisamos entender que devemos seguir na busca do conhecimento e não recebendo as informações e repassando sem a digestão necessária.


arquitetura À MARGEM DO CÓRREGO BOTAFOGO escrito por: Prof. Thiago Moreira Rocha

Arquiteto e Urbanista, Especialista em Gestão e Gerenciamento de Projetos em Arquitetura e Engenharia, Professor dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia do Uni-ANHANGUERA.

servação permanente e representa o contraponto que grande parte das metrópoles brasileiras passam durante seu crescimento onde a natureza cede lugar para massa cinzenta da cidade. Nesse processo, o Córrego Botafogo foi canalizado em meio a gabiões ar-

FOTO: MARCELLO DANTAS

Como conectar as regiões Norte-Sul e Leste-Oeste da cidade sem necessariamente concorrer ao setor central? A solução? O ‘planejamento’ e a construção da Marginal Botafogo. Construída em 1991,considerada na época, um dos símbolos do processo de urbanização da cidade. Promoveu a desapropriação de algumas edificações, a invasão de toda uma área de preservação ambiental e pre-

GUEIRA

Com a expansão da cidade, esse limite físico que os córregos representavam, foi ultrapassado, porém, as áreas verdes que margeavam os cursos d’água e assumiam um desenho orgânico, ainda resistiam e respeitavam os afastamentos necessários para existência de um ecossistema sustentável. A expansão desenfreada da cidade, estimulada pelo mercado imobiliário e outros setores, trouxe outra problemática, agora não só demográfica, mas de mobilidade:

mados, preenchidos com pedras britadas e em alguns trechos, muros de arrimo em concreto armado, os quais suportam uma grande quantidade de aterro, sobre a então mata ciliar do córrego, o qual hoje é impermeabilizado, por uma espessa camada de asfalto, a própria marginal. Originalmente, quando Goiânia foi idealizada, o Córrego Botafogo era o limite do plano original da cidade, propondo um traçado de cidade-parque, circundado por uma rede de parques lineares, repletos de áreas verdes, os quais respeitavam as margens dos córregos, não só o Botafogo. Os recorrentes desastres na Marginal Botafogo só atestam que o crescimento desenfreado da cidade, sem planejamento e com soluções do século passado devem ser revistos e por vezes regressados ao seu estado natural, como em outras cidades do Brasil e do mundo. Atentem. Enquanto nos preocupamos com a preservação de ‘elefantes brancos’ em concreto armado, o Córrego Botafogo e todo um ecossistema pede socorro, pede por suas margens de volta, pede por tratamento sanitário, pede por igualdade. Até quando a natureza terá que ceder espaço para a imensidão cinza das cidades? NO FOTO: SEBASTIÃO

FOTO: MARCELLO DANTAS

Na década de 30, Goiânia foi projetada, para ser a nova capital do Estado e como em outras cidades, sua transformação e desenvolvimento demográfico correspondeu a fatores econômicos e morfológicos. Neste caso, uns dos elementos naturais que influenciaram a morfologia da cidade foram os cursos d’água. Foi assim que inicialmente os Córregos Botafogo e Capim Puba foram escolhidos como as margens do tecido da cidade.

REVISTADIALOGUE | 15


Capela Ecumênica

VENCEDORES APOSTARAM NO NOVO

À

Equipe vencedora

1 6 | REVISTADIALOGUE

primeira vista parece um navio e a associação com a Arca de Noé é infalível, mas a proposta dos vencedores do concurso para elaboração do projeto arquitetônico de uma Capela Ecumênica é outra. Mas vamos por partes para entender. A ideia nasceu de uma conversa entre o professor Joveny e a professora Mayra. Edital publicado com o cuidado para que alunos de todos os períodos tivessem a chance de participar, cinco projetos foram inscritos, cada um com cinco participantes de acordo com as regras do edital. Participaram da Comissão Julgadora o coordenador do curso de Arquitetura, prof. Sérgio Temer, a pró-reitora de EaD, profª. Mayra Paranhos Caiado, o chefe do departamento de Engenharia do Uni-Anhanguera, prof. João Jorge, o próprio Reitor, prof. Joveny, o vice-reitor, prof. Luiz Felipe e o pró-reitor financeiro, prof. Danilo Nogueira. O professor Ronan Rodrigues Machado Reges foi o consultor do concurso e componente da equipe organizadora. O primeiro lugar ficou com a equipe orientada pela profª. Ana Isabel Oliveira Fer-


reira, composta dos alunos Hesteffany Morais, Priscilla Raiana Nissimura, Stephane Chimango Campo. Lívia Gomide e Rodolfo do Prado. Em 2º e 3º lugares, com menção honrosa, ficaram as equipes orientadas pelos professores Thiago Moreira Rocha e prof. Gustavo Henrique Luz de Abreu. Segundo o prof. Ronan, a banca percebeu que cada equipe seguiu linhas de raciocínio diferentes, “alguns procuraram as origens do professor Joveny e até da Maçonaria, outros procuraram manter o perfil dos outros prédios do Uni-Anhanguera. Na realidade foi um concurso de ideias e outros similares deverão surgir no curso de Engenharia, para os projetos hidráulico, elétrico, estrutural”. Para o grupo vencedor a proposta trabalha com o conceito do ternário sagrado, ou a Santíssima Trindade, em referência ao batismo de Cristo com uma nova missão, a de trazer comunhão a todas as nações. Pensaram em um projeto que fosse exequível e para isso tiveram a orientação também da professora Lívia Caldeira. Os vencedores apostaram no novo, em uma obra que fosse monu-

mental e impactante, diferente dos prédios existentes na região, que delineasse a transição da arquitetura moderna para a arquitetura contemporânea. Formas sinuosas com traçados arqueados para reforçar a ideia de plasticidade e movimento e maior aproximação com o usuário. O projeto contempla tudo que se espera de um projeto arquitetônico, a projeção dos espaços/ambientes respeitando a legislação, recuos, acessibilidade, combate a incêndio, materiais nacionais de acabamento, ventilação, enfim todos os condicionantes do conforto térmico e acústico.

REVISTADIALOGUE | 17


egresso

COM O UNI-ANHANGUERA TAMBÉM NA PÓS-GRADUAÇÃO

N

o ano de 2010, por indicação de um amigo, ingressei no Curso de Direito do Centro Universitário de Goiás – Uni-Anhanguera, por meio do processo seletivo do Programa Universidade para todos-PROUNI. Esta foi uma decisão que fez toda a diferença em minha formação acadêmica. Aqui na faculdade pude encontrar um ambiente favorável para quem busca conhecimento de qualidade. Foram bons anos podendo usufruir de aulas ministradas por professores gabaritados, apaixonados pela profissão, além de poder contar com uma estrutura física e bom atendimento pelos setores administrativos. Um destaque que quero pontuar é o vasto acervo que o aluno tem a sua disposição na ampla biblioteca, com vários ambientes de estudo individual ou coletivo. Desde o início do curso fui incentivado a envolver com os estudos devido as muitas atividades pedagógicas desenvolvidas pela Instituição, inclusive as interdisciplinares como foram as leituras de obras literárias ao longo de cada semestre. Outra atividade de grande valia aos graduandos do curso de direito é a Semana Jurídica, onde sempre acontecem homenagens aos alunos destaques de cada turma. Tive a honra de ser agraciado com esta conquista durante três edições do seminário. Quando estava no último ano da graduação os formados do Curso de Direito tiveram que realizar o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes-ENADE. Naquela ocasião o Uni-Anhanguera

idealizou que alguns alunos que se destacassem no exame ganhariam bolsa de estudos para fazer uma pós-graduação. Não tive dúvidas de que aquela era uma bela oportunidade para manter o vínculo com a universidade e ainda poder cursar gratuitamente uma especialização que me permitisse continuar desenvolvendo o estudo da área de meu interesse, que é o Direito Financeiro. Assim, após galgar o primeiro lugar entre os examinandos, aguardei até que se formasse a turma de Direito Público, na qual hoje faço parte com grande entusiasmo. Tem sido encontros mensais proveitosos, com ministrações das disciplinas de forma ampla a aprofundada. A coordenação tem procurado atenciosamente solucionar os problemas que surgem a fim de proporcionar um ambiente produtivo e dinâmico ao longo de cada módulo. Agora, todas as vezes que adentro a faculdade para mais um dia de aula, percebo como foi importante os anos de esforço e de crescimento, as longas horas de estudo e ter levado a sério a chance de retornar como pós-graduando. Agradeço às pessoas que me incentivaram, principalmente à equipe do ENADE e da Coordenação de Pós-Graduação pela iniciativa de valorizar os egressos da Instituição.

RONALDO FRANÇA DA SILVA Pós Graduando em Direito Público Uni-Anhanguera 1 8 | REVISTADIALOGUE


PIBIC

O ALICERCE PARA A CULTURA DA PESQUISA

O

Centro Universitário de Goiás segue firme no objetivo de se transformar em universidade e, para isso, busca fortalecer a área de extensão e pesquisa, segundo informações do pró-Reitor de Graduação e Extensão, prof. Valdir Mendonça Alves. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica – PIBIC – é incentivado por bolsas de estudo, mas prima, principalmente pela implantação da cultura da pesquisa na instituição, “também estamos perseguindo a nota 5 do MEC, e ao perseguir essa avaliação, estamos

em busca de qualidade de ensino”. As pesquisas estão linkadas com as necessidades dos cursos e todo empenho é no sentido de dar condições para o engajamento científico também para a sala de aula”. O professor Claudomilson Fernandes Braga vai um pouco além e afirma que um dos objetivos do projeto é criar “capacidade instalada de professores doutores com publicações, o aluno passa, mas o professor fica e se vê na obrigação de produzir para publicação”. Ele defende a ideia de que o projeto deve durar no mínimo 3 anos e depois continuar para que, finalmente, seja

CURSOS DE GRADUAÇÃO

TEMÁTICA

PROFESSORES DOUTORES ORIENTADORES

DIREITO

Minorias e Direitos Humanos

Prof. Dr. Clodoaldo Moreira dos Santos Junior Profa. Dra. Ieda Rubens Costa

ADMINISTRAÇÃO

Cidadania nas Organizações

Profa. Dra. Denise Cristina Martins dos Santos Nery

CONTÁBEIS PUBLICIDADE

Práticas Cidadãs

Profa. Dra. Ludmila Stival Cardoso Profa. Dra. Maria Emília Carvalho de Araújo Vieira

GESTÃO AMBIENTAL BIOLOGIA

Sustentabilidade e Cidadania

Profa. Dra. Sara Lane Sousa Gonçalves

AGRONOMIA

Cidadania, Empreendedorismo e Agricultura familiar

Profa. Dra. Luciana Domingues Bittencourt Ferreira

FARMÁCIA QUÍMICA ENFERMAGEM

Saúde e Sociedade

Profa. Dra. Luciana Casaletti

ENGENHARIAS

Sustentabilidade e Mobilidade Urbana

Prof. Dr. Gabriel Tenaglia Carneiro Prof. Dr. André Luiz Cardoso da Silva

ARQUITETURA E URBANISMO

A cidade como espaço de cidadania

Profa. Dra. Lucia Gomes Ribeiro

PEDAGOGIA TECNÓLOGO ÁREA DE TI

Andragogia e Desenvolvimento Humano Inclusão Digital

Prof. Dr. Luiz Batista Alves

TECNÓLOGO ÁREA DE GESTÃO

Inserção no Mercado de Trabalho

Profa. Dra. Mayra Regina Saraiva de Abreu

implantada a cultura de publicação. O projeto começou em setembro do ano passado e nesses quatro meses foram submetidos 26 pôsteres para o CEPEX, que vão compor o Caderno de Anais do PIBIC, com todos os elementos bibliográficos, que permitam pontuação junto ao Currículo Lattes dos professores. Em fevereiro deste ano, cada projeto escreveu um capítulo para o e-book que deverá ser lançado até o mês de maio. E em agosto se encerra o primeiro ciclo, quando um artigo científico deverá ser submetido à publicação em revistas qualificadas com no mínimo Qualis B-2. Depois um novo edital é publicado com o mesmo tema, até que se chegue à proposta de criação de um mestrado multidisciplinar. O tema cidadania é comum a todos os cursos. O professor Claudomilson faz questão de frisar que não se trata de um trabalho voluntário, os envolvidos precisam entender e cumprir o calendário. Estamos aprendendo com as experiências, mas ainda falta muito, inclusive, entender que não se faz pesquisa em gabinetes, é preciso arregaçar as mangas e sair a campo. “A pesquisa é livre, fluida, um campo transversal à instalação física da instituição, porque é no mundo que a pesquisa acontece. REVISTADIALOGUE | 19


Planejamento Pedagógico

QUEBRANDO PARADIGMAS

EM SALA DE AULA D urante todo o semestre a Coordenação de Planejamento Pedagógico e Avaliação Institucional trabalha no sentido de identificar a melhor proposta para a Semana de Planejamento Pedagógico, que acontece no início de cada período letivo. Neste semestre o tema escolhido representa mais um desafio para todos os envolvidos: quebrar os paradigmas nas metodologias da sala de aula. O mundo está mudando e exige que o professor esteja antenado com as novas ações pedagógicas e saia de sua zona de conforto conceitual e metodológico. Para a equipe do planejamento, essa missão não é nada fácil, “quando se fala em criatividade, canvas, design thinking, pitch, é comum os mais tradicionais torcerem o nariz, mas é urgente que o ensino superior se adeque ao novo”. A proposta é arrebentar as correntes dos velhos conceitos, sem deixar de trazer do antigo, a solidez da experiência docente, “o que não podemos é nos deixar levar pela velhas fichas amareladas que atam o professor à mesmice e não atraem os

2 0 | REVISTADIALOGUE

alunos para o verdadeiro significado que que deve ser absorvido em sala de aula”, completa a profª Estela Mares Stival, coordenadora da equipe. O Reitor do Uni-Anhanguera , Prof. Joveny Sebastião Cândido de Oliveira deu as boas-vindas aos professores e falou de seu sonho em construir uma instituição de 3º e 4º graus que contribuísse na construção de um Brasil melhor, “o que só se faz, com homens e mulheres instruídos” e citou a revolução educacional que transformou a Coréia do Sul em um país de primeiro mundo. O reitor encerrou sua fala agradecendo aos professores e conclamando a todos que lutem para o cumprimento da missão de educar. A palestra de abertura – Quebrando Paradigmas: planejando aulas focadas no que o aluno precisa com empatia e objetivos definidos – foi proferida pela profª Luciana Padovez Cualheta, que também ministrou oficinas com os professores para falar das novas metodologias e também realizar experimentos práticos, de forma a refletir sobre o novo com professores que há anos ensinam e apostam em

sua autonomia. Para a professora Luciana a aprendizagem nos dias de hoje é um processo de transformação de comportamento, daí a necessidade de compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar dentro de sala de aula. Usando novas ferramentas como, por exemplo o Design Thinking , é possível que o aluno saia da condição de sujeito passiva e se sinta parte do processo de sua aprendizagem. O ensino atual ainda padece de um sistema injusto de avaliação, contempla conteúdos desconectados das dificuldades que os futuros profissionais enfrentarão no mercado de trabalho. A equipe de EaD trabalhou a oficina “Ampliando o conhecimento nas ferramentas do Portal Educacional e a equipe de Tecnologia da Informação (TI) trabalhou com o Portal do Professor e RH (Rm Portal) e o Mobile.


REVISTADIALOGUE | 21


PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Mulheres Reais O

trabalho de TCC das alunas de Publicidade e Propaganda, Lorrayne Alves de Oliveira e Maysa Ferreira de Melo foi uma crítica bem embasada dos atuais anúncios que manipulam os corpos das mulheres. Na parte teórica elas analisaram, sob o ponto de vista da semiótica, o estereótipo feminino e o uso da mulher na publicidade, que projetam mulheres perfeitas. A parte prática foi um ensaio fotográfico com mulheres reais, uma angolana, uma recém

2 2 | REVISTADIALOGUE

operada de câncer de ovário, e meninas que não se sentiam satisfeitas com o próprio corpo. Para as pesquisadoras, as mulheres como elas tem grande possibilidade de venderem os produtos anunciados porque geram maior identificação. Para as modelos, o ensaio foi uma oportunidade de verem a própria beleza retratada e se sentirem confortáveis em seus corpos. O resultado foi uma exposição, com direito a tapete vermelho e coquetel no corredor do Bloco C.


s

FOTOGRAFIA

Na luz, o olhar diferenciado da

N

a última edição da Revista Dialogue, a designer e fotógrafa brasileira Thais Araújo, trabalhando atualmente na agência digital Annex88, da internacional Havas, em New York, falou de sua formação acadêmica e como seu trabalho fotográfico foi parar na galeria de arte BWAC em NY. Nesta edição ela aborda um pouco das técnicas que utiliza e os equipamentos que usa. “Luz natural é a luz mais linda. Por muito tempo investi em capturar luz vindo de janelas. Dependendo da distância da pessoa e da janela, é possível atingir resultados muito suaves ou bem dramáticos. Quando fotografo pessoas e beleza, a luz natural da janela é sempre a minha favorita. E caso preciso, utilizo flash refletindo no teto para iluminar o ambiente em geral”, diz entusiasmada. Thais conta que sua câmera está sempre no manual, porque a arte da fotografia é a arte de ajustar as configurações da câmera para atingir o “look&feel” desejado. “Se você tem uma câmera profissional, mas

fotografia

fotografa no automático, você não investiu bem o seu dinheiro e também não está usufruindo da potência de sua câmera e nem se divertindo. A melhor parte da fotografia é justamente manipular a câmera” Ela sempre começa ajustando a velocidade do obturador ou a abertura, o ISO (a sensibilidade do filme ou do sensor, no caso da fotografia digital) geralmente é mais flexível. Outro grande fator que irá interferir no resultado de uma imagem, são as lentes. Particularmente Thais prefere as lentes fixas ao invés de zoom, embora admita que as lentes de zoom sejam mais práticas. Para os curiosos, aqui vai a lista básica do equipamento que usa: Canon 5D Mark III; lentes: 85mm, 50mm, 24-70mm, 105mm, 35mm; On-camera flash, Off-camerastrobe

flash; tripés, gelatinas coloridas, Capture One instalado no computador, tethercable, muitos memorycards e CF cards, cardreaders, muitos hard drives, refletores e MacbookPro. “O equipamento na fotografia é pessoal, e como as pessoas gostam de diferentes marcas, eu aconselho todo mundo a alugar e experimentar câmeras e lentes antes de investir”, explica Thais reforçando que também é importante investir em um bom computador e programas da Adobe: “Eu escolhi a assinatura mensal, que custa cerca de 30 dólares por mês e tenho acesso a todos os programas. Os meus favoritos são Lightroom, Photoshop e Capture One. Também assino o Dropbox, porque acredito que é a maneira mais segura para eu armazenar os meus arquivos”.

REVISTADIALOGUE | 23



REVISTADIALOGUE | 25


leitura interdisciplinar

LER E PENSAR É SÓ

O

projeto de leitura interdisciplinar é trabalho de formiguinha iniciado pela professora Márcia Inez da Silva que aos poucos vai angariando simpatias e conquistando adeptos. Coube a ela despertar o interesse pela leitura de alunos dos cursos de Engenharia Civil, Elétrica, Gestão Ambiental, Segurança Pública, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia da Computação. Se o hábito não faz parte da rotina dos alunos de Ciências Humanas, imagine com os alunos da área das Ciências Exatas. Eles leem livros técnicos, e para eles, a leitura interdisciplinar é perda de tempo. Poucos conseguem ter o alcance que somente a leitura dará a eles um pensamento crítico, a capacidade de análise e interpretação, além de estimular os processos de escrita. Um dos objetivos é a formação de profissionais/cidadãos responsáveis pela construção de transformações sociais e políticas, a partir da consciência de sua importância como ser crítico. Para a professora Márcia esse é o grande desafio da educação brasileira e ela não desanima, sabe que terá que conquistar também os professores e entre estes, muitos já estão bem envolvidos,

2 6 | REVISTADIALOGUE

como os professores Romes, Taísa, Polyana, Gabriel Tenaglia, Elias Toledo, Marisa Amaral, Luciana Valeria. A professora Polyana Borges da Silva, leciona Cálculo para os cursos de Engenharia, não nega que teve resistência inicial ao projeto, os alunos reclamavam dos livros com muitas páginas, e ela ainda tinha que elaborar uma questão para a prova. Resolveu dinamizar e trocou a forma de apresentação

do projeto, dividiu o livro em partes e distribuiu aos alunos. Em uma aula inteira ela promove uma Mesa Redonda para falar sobre o livro, e cada um fala sua parte e todos debatem. Para surpresa dela, muitos começaram a ler o livro inteiro, mesmo tendo que apresentar só uma parte e as discussões foram se tornando cada vez mais ricas, com alunos informando que a leitura ajudava em outras disciplinas. Hoje ela garante que o aproveitamento tem sido em torno de 95%, mas que já teve turmas com 100% de aproveitamento. O projeto não usa apenas a linguagem literária, mas promove o diálogo com outras linguagens, como o cinema, os quadrinhos, os cordéis, a poesia. Debates, discussões em todas as disciplinas, dramatizações, seminários e produção de textos. Neste semestre os cursos de Engenharia Civil e Gestão Ambiental deverão ler “Estrelas além do tempo”, de Margot Lee Shetterly, que conta a história real de mulheres matemáticas negras, contratadas para trabalhar na NASA em uma época que o racismo era acirrado. O livro e o filme abordam além da genialidade dessas mulheres temas como o racismo e o machismo. O curso de Engenharia Elétrica, Análise


COMEÇAR e Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia da Computação entram no mundo dos gibis, com leitura de Mafalda, Tex e Capitão Marvel. A proposta inclui além do cinema e debates a produção de um gibi pelos alunos e a organização de uma Gibiteca, com o sistema Leia e Devolva, como incentivo à leitura. A professora Márcia Inez afirma que “as histórias em quadrinhos podem contribuir para a reconfiguração dos ambientes escolares, estabelecer relações diferenciadas com o estudante e ampliar as relações sociais, além de desenvolver o pensamento político e conceitos de ciência. A leitura de quadrinhos pode promover um leitor crítico,ativo, em condições de se apropriar e dialogar em alto nível com a cultura escrita. E os alunos da Segurança Pública, com a mesma proposta de atividades, vão ler “A Arte de Guerra”, de Sun Tzu. Existem várias apresentações do livro desde edições simples, até as mais luxuosas, mas o livro está disponível na internet a custo zero. É considerado a bíblia da estratégia e é utilizado amplamente no mundo dos negócios.

REVISTADIALOGUE | 27


E-Sports

UNI-ANHANGUERA FORMA TIME PARA

JOGOS EM REDE

F

oi-se no tempo os jogos com dados e peões, mas independente do época, ninguém nega que jogar é excelente exercício para desenvolver o raciocínio, principalmente os jogos que exigem a elaboração de estratégia. Os tempos mudam, os jogos evoluem e em época de internet os jogos de rede começam a fazer parte de uma nova realidade. O Uni-Anhanguera está conectado com os novos tempos e, recentemente, por iniciativa dos alunos Juliano Perotto (Engenharia da Computação) e Felipe Gonçalves(Arquitetura), foi criado o clube de jogos eletrônicos da Uni-Anhanguera, com o intuito de proporcionar interação entre os alunos da instituição que já participam dos jogos, e criar times que representassem a faculdade em competições de e-Sports, a nível regional e nacional. O professor Romes de Paula Machado Junior, apadrinhou a ideia e com o apoio da Instituição, o reitor prof. Joveny Sebastião 2 8 | REVISTADIALOGUE

Cândido de Oliveira assinou o termo de pedido de cadastro, e em menos de dois meses foi criado o clube e registrado no UniLOL (projeto para times universitários do jogo League of Legends). Nesse tempo, já são 40 associados e foi formado o primeiro time – cinco participante mais um treinador – que vão disputar campeonatos pelo Uni-Anhanguera, inclusive o Torneio Universitário de Esportes Eletrônicos (TUES) e Jogos Universitários Brasileiros (JUBS). “os prêmios são incentivadores, no ano passado o TUES premiou o primeiro colocado com R$ 7 mil.” Os cinco jogadores treinam duas vezes por semana, pertencem ao último nível e estão no ranking nacional. Os treinamentos são feitos on-line com times adversários e outras universidades do país. Bruno Alves Lourenço, o técnico do time, está entusiasmado e já fala em abrir espaço para outros jogos como Dota2, FIFA, CS:GO

(tiro) e Hearthstone (cartas de baralho). Para ele, os jogos são oportunidades de melhorar a comunicação, ensinar o trabalho em equipe, facilitar tomadas de decisões, e as experiências adquiridas tem utilização prática na vida real e somam muito à grade curricular padrão. Compõe o time: Felipe (arct1c) Freitas – Suporte – Arquitetura e Urbanismo, Arthur (Fakewitch) Aquino - Atirador – Ciências Contábeis, Nathan (Diabético Tipo 1) - Selva – Arquitetura e Urbanismo, Luciano (James T Kirk) - Rota do Meio – Engenharia Civil, Daniel (SatanDude) - Rota do Topo – Farmácia, Bruno (TJCEsNumvi) Alves Head Coach/Técnico Principal/ CEO Fundador – Engenharia da Computação. Como técnico e criador do clube, Bruno afirma que o time não está fechado e que novos ou experientes jogadores podem procurar o DCE e pedir mais informações.


BIBLIOTECA

Prof. Esp. Cláudio Bosco Professor Especialista do Curso de Publicidade e Propaganda, responsável pelos Estúdios de Fotografia, Rádio e TV, e colaborador da biblioteca do Uni-Anhanguera.

BIBLIOTECA

made in China A recém-inaugurada biblioteca de Binhai vem encantando seus frequentadores

E

m tempos de era digital, nada melhor do que começarmos esse primeiro semestre de 2018 com a imagem da recém inaugurada biblioteca de Binhai, em Tianjin, cidade a cerca de 120km de Pequim, na China. Com seus 33.700m2, acreditem: foi projetada e construída por um escritório holandês em tempo recorde de apenas 3 anos. Suas estantes, em formato de ondas distribuídas em seis andares, vem encantando seus frequentadores. A estrutura branca possui um formato de olho gigante. Além da capacidade para 1,2 milhão de livros, muito mais do que uma biblioteca, o prédio futurista é um grande centro cultural, com área de leitura, exposição, sala de estar, escritórios, salas de informática, espaço para crianças e um imenso auditório esférico e luminoso no centro. Mesmo em tempos de kindles, tablets, e-books e celulares, nos finais de semana, 15 mil pessoas, em média, visitam a biblio-

SERVIÇO teca e o número de empréstimos de livros quadriplicou em pouco tempo. Mas, afinal, esse recém inaugurado templo do saber é ou não um colírio para os olhos dos apaixonados pela leitura? E sem precisar ir tão longe, aqui no Centro Universitário de Goiás, Uni-Anhanguera,o aluno, professor e pesquisador, conta com uma biblioteca que, além de “guardiã física da informação”, é um espaço silencioso, climatizado, informatizado e seguro, onde ousuário conta com apoio de bibliotecários para uma imersão completa em seus estudos e pesquisa, seja individual ou em grupo.Venha visitar e conhecer a biblioteca do Uni-Anhanguera. Até a próxima!

BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Lilia Pereira da Silva ACERVO: 42.213 títulos EXEMPLARES: 82.404 PERIÓDICOS: 131 títulos ESTUDO INDIVIDUAL: 24 lugares (1º andar) 42 lugares (2º andar) ESTUDO EM GRUPO: 6 salas TERMINAIS DE PESQUISA: Sala com 17 computadores TERMINAIS DE ACESSO AO ACERVO: 5 computadores LOCAL: A biblioteca do Uni-ANHANGUERA está localizada no bloco B (1º e 2º andar) HORÁRIO DE ATENDIMENTO: 7:30 às 21:50 (segunda a sexta) 7:30 às 11:30 (sábados) O ALUNO MATRICULADO NA UNIANHANGUERA PODE RETIRAR POR EMPRÉSTIMO TRÊS LIVROS POR ATÉ SETE DIAS, PODENDO RENOVÁ-LOS OU FAZER A RESERVA DE ALGUM TÍTULO PELA PORTAL.

REVISTADIALOGUE | 29


emfoco Prof. Waldenyr Martins de Sousa

SAGRADA FAMÍLIA O REPOUSO DO GUERREIRO Antônio Morais, o príncipe-herdeiro da administradora Cássia R Morais (da Coordenação de Planejamento Pedagógico), “chegou chegando!!!” Com certeza, o garoto baterá o record absoluto de “padrinhos e madrinhas” honorários espontâneos. Isso é que é ser amado!

A beleza de mais uma família constituída pela Profa. Michelle Paiva/Marcelo que acolhem com amor a chegada do Yan. FOTO: PAULA SALES

no circuito

AND THE OSCAR GOES TO Uma goianiense, que há alguns anos radicou-se na Califórnia e lá curso a graduação em Arquitetura. Essa profissional, para orgulho da família e amigos aqui do Reino do Pequi, foi uma das autoras do projeto cenográfico do Oscar 2018. E, acredite se quiser... ela é altamente modesta e foge a todo custo dos holofotes e cliques. Vamos ver até onde consigo preservar a identidade de nossa conterrânea-prodígio!

FOTO: CASTELLI IMAGENS

BELEZA UNIVERSITÁRIA A beleza da engenheira civil Keitly Daianny Sizervincio Silva de Melo, em registo de making off da noite de colação de grau no Campus Universitário.

CARREIRA DE SUCESSO À VISTA! O casal Leide Daine/Cristian Vieira não perde um lance sequer do “quase rapazinho” Antônio Augusto, do alto dos seus 3 meses. O príncipe-herdeiro já esbanja simpatia e, se falar alto a genética, por certo em pouco tempo será um belo carreiro/cavaleiro, romeiro do Pai Eterno. E que “Deus te ponha virtude”!

DE SUL A NORDESTE

Profa. Ana Cândida F. Oliveira, sem medo de encarar grandes desafios, emplacou 2018 liderando o Núcleo de Inovação Tecnológica e a gestão executiva da Uni-ANPEX (Uni-Anhanguera Pesquisa e Extensão). Competência acima da média!

3 0 | REVISTADIALOGUE

ENS IMAG ELLI T S A :C FOTO

NOVOS DESAFIOS

Participando do IX Fórum Permanente de Processualistas Civis, no Recife (PE) com apoio institucional do Uni-ANHANGUERA, o professor de direito (graduação e pósgraduação) Yuri Valente, após brilhante participação na edição anterior, em Florianópolis.

DUPLICATA JURÍDICA A colação de grau do curso de direito no dia 05 de março registrou um fato curioso: a outorga de grau de dois colaboradores anhanguerinoshomônimos - Samuel Amaral (da Assessoria Jurídica) e Samuel Vanderlei (da Secretaria Geral). FALTA JUSTIFICADA. E JUSTA! A Profa. Leandra Semensato não compareceu à colação de grau da turma de agrônomos que levou o seu nome por uma justíssima razão: no mesmo dia e horário ela concluía a apresentação de sua tese de doutorado na UFG – aliás, com absoluto sucesso!!! Antes de ser repreensível, a falta foi comemorada pela comunidade acadêmica! VITÓRIA DA HUMILDADE O novo presidente do DCE Uni-ANHANGUERA, João Zague é uma figura humana impressionante pelo histórico de vida com muita batalha, simplicidade e honestidade. De sorriso franco e puro, cativa no primeiro contacto. Toda nossa torcida por uma gestão de sucesso. TEM MAIS GENTE NA DANÇA! E o professor e diretor de teatro Pedro de Abreu Júnior, assume mais uma atividade em seu multifacetado perfil: agora ministra também aulas de dança de salão para a comunidade acadêmica. E haja fôlego!


REVISTADIALOGUE | 3 1


3 2 | REVISTADIALOGUE


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.