INSPIRA REVISTA
Ano 02 • 2017 • Nº 3
SAÚDE MENTAL: Vamos falar sobre isso? INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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SUMÁRIO
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Programa de Pós-Graduação em Psicologia — Mestrado e Doutorado da UCDB desenvolve pesquisas ligadas à saúde mental e qualidade de vida. Conheça alguns dos projetos em desenvolvimento
CAPA
06 ENTREVISTA
16 MS 40 ANOS
18 PIBID
22 PÓS-GRADUAÇÃO
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30
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CEI
LABORATÓRIO
NUPRAJUR
CRIE-MS
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PARÓQUIA
TEATRO
ARTIGO
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CARTA AO LEITOR
Uma das atribuições das instituições de ensino superior é o desenvolvimento de pesquisas e, na Universidade Católica Dom Bosco, nos orgulhamos em ver que os trabalhos das dezenas de pesquisadores — pós-doutores, doutores, mestres e acadêmicos de iniciação científica — estão se voltando para a sociedade, de forma aplicável, melhorando a vida, a saúde, a economia e as políticas públicas que atingem tantas pessoas. A aplicabilidade dos estudos é imprescindível para que a universidade cumpra seu papel de desenvolver e transferir conhecimento. E uma parte desse trabalho relevante é a reportagem principal desta edição da Revista Inspira, que traz algumas pesquisas em saúde mental realizadas no Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia da Católica, com policiais rodoviários federais, autistas, esquizofrênicos e alunos de escolas públicas — esses são apenas alguns dos trabalhos que têm feito a diferença na vida de muitas pessoas. Ainda no campo da pesquisa, a UCDB mantém cinco publicações ligadas a programas Stricto Sensu com alto conceito junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e, por meio delas, são divulgados
Pe. Ricardo Carlos - Reitor da Universidade Católica Dom Bosco
resultados e a ciência é promovida com vistas ao interesse social. A cada edição, novos olhares de mestrandos e doutorandos sobre diversos temas são trazidos ao público para gerar novas discussões e referências, alimentando o mundo científico. A UCDB já faz parte da vida de muitas gerações. E queremos estar sempre presentes, seja formando profissionais que farão a diferença no mercado de trabalho, seja nas ações de extensão ou por meio das pesquisas que proporcionam benefícios para a sociedade. Um grande abraço a todos e boa leitura!
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Ano II, Dezembro/2017. Edição 3 Universidade Católica Dom Bosco Chanceler: Pe. Gildásio Mendes dos Santos Reitor: Pe. Ricardo Carlos Pró-Reitor de Administração: Ir. Herivelton Breitenbach Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional: Ir. Gillianno Mazzetto Pró-Reitor de Pastoral: Pe. João Marcos Araújo Ramos Pró-Reitora de Graduação: Conceição Aparecida Butera Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Hemerson Pistori Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: Luciane Pinho de Almeida
Revista Inspira UCDB - Elaborada pela Diretoria de Comunicação da Universidade Católica Dom Bosco - UCDB, por meio da Assessoria de Imprensa Diretor: Jakson Pereira Jornalista responsável: Silvia Tada (DRT 33/17/13) Repórteres: Gilmar Hernandes (082 MTB/MS) e Natalie Malulei (MTE 1145/MS) Estagiários: Ellen Prudente, Michele Morais e Gabrielly Gonzalez Projeto gráfico: Jeferson Wolff Diagramação: Agência Bebop Fotos: Junner Schmidt Revisão: Maria Helena Silva Cruz Tiragem: 1.000 exemplares Telefone: (67) 3312-3300 ou 3312-3353
E-mail: noticias@ucdb.br Site: www.ucdb.br Facebook: UCDB MS Twitter: @UCDBoficial Entidade filiada à: IUS - Instituições Salesianas de Educação Superior ANEC - Associação Nacional de Educação Católica Brasileira ABRUC - Associação Brasileira das Universidades Comunitárias Endereço: Avenida Tamandaré, 6.000 – Jardim Seminário CEP: 79117-900 – Campo Grande – MS- Brasil
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ENTREVISTA
“Jovens levam a sério pessoas que vivem valores e ações” Em Campo Grande, no mês de outubro, o Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil Salesiana, Pe. Fabio Attard, participou do Encontro de Delegados da Pastoral Juvenil Salesiana (PJS) do Cone-Sul, com a presença de representantes do Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai. Entre as discussões, estavam orientações para a PJS, o Sínodo dos Bispos, voluntariado missionário salesiano, entre outros temas. Durante visita à Inspetoria Salesiana de Campo Grande, esteve na Universidade Católica Dom Bosco, onde conheceu alguns espaços do campus, junto com o Reitor, Pe. Ricardo Carlos, e do Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional, Ir. Gillianno Mazzetto. Em entrevista à Revista Inspira, Pe. Attard falou sobre o papel das pastorais no acolhimento e orientação dos jovens, em especial no ensino superior. Leia, a seguir, os principais trechos.
Revista Inspira: A Pastoral Juvenil está presente em todas as casas salesianas. Qual deve ser o papel da pastoral nas universidades? Pe. Fabio Attard: A presença da Pastoral Juvenil em cada casa salesiana é fruto de um carisma que recebemos da experiência, da figura, do testemunho de Dom Bosco. Ele nos dá um paradigma, um exemplo de uma experiência na qual um educador se apresenta, põe-se com atitude de escutar, acompanhar as atitudes desse jovem. Dom Bosco queria encontrar os jovens oferecendo-lhes um ambiente que tivesse uma proposta para eles. Esses são os pontos que, hoje, onde quer que estejamos, nós oferecemos: um ambiente em que a comunidade educativa pastoral 6 | INSPIRA | DEZEMBRO 2017
pense que a acolhida seja uma experiência na qual se vive uma proposta que ajude o jovem a ser mais humano e que tenha também um compromisso comunitário — viva sem egoísmo. Ao mesmo tempo, essa dimensão humana ajuda o jovem para que se pergunte: qual é o projeto de minha vida? Nesse sentido, toda a Pastoral Juvenil põe o jovem ao centro de sua pre-
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Como educadores, devemos viver a educação com o coração do Bom Pastor
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ocupação, e buscamos dizer: Dom Bosco hoje, juntos — salesianos, educadores, família, pais, jovens comprometidos com essa mentalidade, esse desejo — buscamos facilitar uma experiência de crescimento integral. Revista Inspira: Vivemos em um mundo em constante mudança e, para os jovens, essas alterações são ainda mais intensas. Como o Sr. acha que a Pastoral pode estar mais presente, mais próxima desse momento dos jovens? Pe. Attard: Sim. Estamos em um mundo em constante mudança. Zygmunt Bauman, quando fala da globalização, da pós-modernidade, fala de um mundo líquido. A modernidade líquida. É interessante
Pe. Ricardo Carlos, Pe. Fabio Attard e Ir. Gillianno Mazzetto durante visita à Universidade Católica Dom Bosco, no mês de outubro
como os jovens, nesse mundo líquido, estão buscando pontos fixos — não rígidos, mas fixos. Isso quer dizer que, no fundo de uma experiência que continuamente muda, os jovens estão buscando pessoas que dizem algo mais. Os jovens não ficam plenos, satisfeitos e contentes que toda sua vida seja uma contínua consumação de coisas, relações humanas e experiências. Estão buscando pontos de referências que não sejam somente ideologias, coisas aleatórias, superficiais, mas que sejam pessoas que o que dizem fazem-no porque vivem e, se vivem, têm necessidade de escutar as suas palavras. Digo que hoje os jovens não se deixam enganar vendo pessoas que falam slogans — hoje os jovens levam a sério
pessoas que vivem valores, vivem ações que sejam algo mais que fluído e líquido. Inspira: Quais os principais desafios que a Pastoral Juvenil tem na nossa sociedade? Attard: Creio que o primeiro desafio não são os jovens. São os pastores e educadores. Quando há experiências positivas, se um faz uma análise e vê as experiências positivas que existem, ao final, ele não vê uma ideia, um documento impresso, mas pessoas cujo comprometimento tem sentido e atração, porque o vivem e, porque o vivem, têm o compromisso traduzido em propostas. Creio que o primeiro desafio é ser um educador que tem a capacidade, o desejo, a vontade de escutar, de estar presente com os jovens. O
segundo desafio é que os pastores têm de ser pessoas que vivem o compromisso, com solidez na fé e inteligência pedagógica. Um dos nossos Reitores-mor, Egídio Viga-
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Que a acolhida seja uma experiência na qual se vive uma proposta que ajude o jovem a ser mais humano e que tenha também um compromisso comunitário
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ENTREVISTA
nó, falava sempre de inteligência pedagógica e criatividade pastoral. É dizer que, como pastores, temos de aperfeiçoar nossa maneira do escutar educativo. E, como educadores, devemos viver a educação com o coração do Bom Pastor. Nós, como educadores, temos de viver essas sínteses entre a natureza e a Graça, entre o coração e a inteligência humana. É dizer que a busca atrás do racional, do intelectual, tem um desejo muito mais forte que a sede e a fome de Deus. Inspira: Como as pastorais devem trabalhar os ensinamentos do Evangelho e de Dom Bosco e colocá-los em prática? Attard: Aqui entra todo o desafio de conhecimento de nosso Pai
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O descobrimento de Jesus é uma experiência que põe os jovens em uma situação em que cada um se pergunta: O que é que Deus tem para mim? Qual o projeto de vida que Deus preparou para mim?
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Dom Bosco. Infelizmente, muitas vezes, o conhecimento que temos de Dom Bosco não se encontra à altura dos desafios que temos. Creio que, na Congregação, temos estudos muito profundos que falem ou que tenham descoberto as dimensões da figura de Dom Bosco; que nos deem uma oportunidade de realmente ler sobre sua figura, não somente sua posição histórica ou social, mas também a dimensão dos grandes mestres da espiritualidade da Igreja. Para que nós, verdadeiramente, vivamos o Evangelho, de uma maneira carismaticamente clara, precisamos aprofundar esses conhecimentos, primeiramente com uma visão mística. Aqui não estamos falando de espiritualizar a educação,
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Creio que o primeiro desafio é ser um educador que tem a capacidade, o desejo, a vontade de escutar, de estar presente com os jovens. O segundo desafio é que os pastores têm de ser pessoas que vivem o compromisso, com solidez na fé e inteligência pedagógica
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mas de fortalecer nossa identidade. Descobrir na pessoa de Jesus, que é a razão da nossa existência, o motivo único pelo qual nós continuamos a crer, esperar e amar. A segunda coisa é que o conhecimento da vida de Dom Bosco nos ajuda para que a mística do Evangelho se traduza em um caminho educativo. Quando queremos falar da proposta salesiana da pastoral juvenil, chegamos a esse ponto: hoje, nós, somos como Dom Bosco, o Bom Pastor que acompanha meninos e meninas que temos em nossas casas e encontramos em nosso caminho.
das discussões do Sínodo de te — não somente dê a vida, mas 2018, esteve com o Papa Fran- que regenere a vida, que se percisco. Qual o grande resulta- gunte: “O Senhor me encontra do da discussão e o ganho que para eu tome minha vida, e tampode haver para a Congrega- bém veja que esse é o futuro que Deus está me preparando”. Nesse ção Salesiana? Attard: O Papa Francisco sentido, não podemos falar de um quando propôs o título para o pró- resultado mecânico ou material ximo Sínodo, sugeriu, inicialmen- do Sínodo, mas que ele vá fortalete, que fosse “Jovens e Fé”. Porém cer processos de pastoral juvenil houve uma mudança para Jovens, em que toda a Igreja, em sua alma Fé e Discernimento Vocacional. ministerial, tenha a oportunidaFrancisco dizia: Atenção, cuida- de de se perguntar: Como estado, porque nós não podemos sim- mos nos encontrando, acolhendo plesmente oferecer aos jovens Je- os jovens, orientando sua vida? sus, limitarmo-nos a acompanhar Como comunidade pastoral, que os jovens. O descobrimento da tipo de proposta estamos fazendo pessoa de Jesus é uma experiência e, naturalmente, como estamos que põe os jovens em uma situa- fortalecendo o acompanhamento ção em que cada um se pergun- dos jovens e seu discernimento ta: “O que é que Deus tem para vocacional? mim? Qual o projeto de vida que Deus preparou para mim?”. É dizer que, no encontro com Jesus, vamos odo? da Igreja n í S acompanhar os joo copad eéo vens para que, no O qu a reunião dopeapraisdiscussão de oé apa Nova interior de uma perSínod a com o P . nção is ic te: Ca l n ia ó o c t F e a p C gunta, vivam um catos es assun minho de busca, uma experiência que desafia as seleções ao redor do futuro. Nesse sentido, o Sínodo, para nós, convida-nos e nos obriga a descobrir, como Dom Bosco, em sua proposta — e eu comecei dizendo que há um ambiente, uma comunidade e uma proposta — vai fortalecer como nossos espaços de acolhida, como comunidade educativa, estamos fazendo uma proposta que não somente fale de Jesus. Que seja uma proposta que, falando de Jesus, ajude os jovens para que o encontro seja desafian-
Inspira: O Sr. participou INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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CAPA
POR MAIS SAÚDE MENTAL Com o intuito de promover qualidade de vida e criação de políticas públicas na área, temática é destaque em pesquisas desenvolvidas pela UCDB 10 | INSPIRA | DEZEMBRO 2017
Natalie Malulei
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Minha filha se desenvolveu muito, principalmente na área de concentração e assimilação. Dependendo do tema, ela consegue associar a palavra ao que ela representa e memorizar isso. Percebo que, no processo de assimilação, ela se mantém focada, algo que interferiu em casa, já consegue brincar sozinha no quarto e jogar no tablet, algo que antes não tinha paciência”, pontuou Cláudia*, professora do ensino fundamental. As palavras dessa mãe traduzem a evolução de Alice*, uma menina autista de 11 anos, que há 12 meses recebe atendimento em casa como voluntária de um estudo realizado pelo Laboratório de Pesquisa em Autismo e Comportamento Humano Aplicado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), que busca desenvolver técnicas eficazes para auxiliar no aprendizado da linguagem e comunicação — uma dificuldade inerente ao distúrbio. Esta é uma das 27 pesquisas desenvolvidas atualmente pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Mestrado e Doutorado da Universidade e revela a busca dos profissionais e alunos envolvidos por descobertas na área, com o intuito de promover a saúde mental e propiciar qualidade de vida para população. “Há um compromisso social que o pesquisador possui ao realizar ou orientar esses processos de construção do conhecimento, por isso os temas escolhidos por nós são sempre de relevância, de alguma maneira
devem estar presentes na vida das pessoas”, esclareceu o coordenador do programa Dr. Márcio Luis Costa. Ao desempenhar os estudos para cumprir esse objetivo, a cada ano, o programa, que em 2017 completa duas décadas, aumenta o número de publicações. Entre 2013 e 2016, por exemplo, foram 295 textos veiculados entre artigos, capítulos de livros e trabalhos em anais — um número três vezes maior do que o registrado nos dois anos anteriores a esse período (2010-2012). Simultaneamente ao aumento, houve crescimento na qualidade desses materiais: 55% do conteúdo divulgado nos últimos quatros foram avaliados pela Qualis Capes como extrato 1. “Pela leitura de outras pessoas, esses estudos contribuem de maneira indireta, já que, dessa forma, podem incidir em outros contextos sociais, como por exemplo, na revisão de ações governamentais voltadas para a resolução de problemas de interesse público”, pontuou Dr. Márcio. A observação feita por ele aponta uma das linhas de pesquisa trabalhadas pelo programa “Políticas públicas, cultura e produções sociais”. Além dela, existe uma segunda opção que envolve a pesquisa-intervenção, denominada “Avaliação e assistência em saúde”. “São estudos que influenciam diretamente na realidade, ao mesmo tempo que se analisa a comunidade, são feitas intervenções com o intuito de produzir algum tipo de modificação social”. Veja a seguir algumas das pesquisas realizadas nessas linhas. *Nomes fictícios
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Há um compromisso social que o pesquisador possui ao realizar ou orientar esses processos de construção do conhecimento, por isso os temas escolhidos por nós são sempre de relevância, de alguma maneira devem estar presentes na vida das pessoas Dr. Márcio Luis Costa
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CAPA
Pesquisa desenvolve técnicas para auxiliar crianças e adolescentes autistas no aprendizado da linguagem
Dr. André Augusto Borges Varella
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omo uma das principais características do autista é a dificuldade de interação social e comunicação, cinco alunos do mestrado em Psicologia e três da iniciação científica trabalham, sob a coordenação do professor Dr. André Augusto Borges Varella, para identificar técnicas na linha comportamental que possam auxiliar e aumentar o aprendizado nessa área de crianças e adolescentes portadores do transtorno do Espectro Autista. “Buscamos desenvolver tratamentos mais eficazes, então identificamos o que acontece com essas crianças que não conseguem desenvolver a linguagem e tentamos produzir in-
tervenções que vão ensinar isso para a criança, de modo que ela desenvolva a aprendizagem simbólica, ou seja, consiga relacionar sons com algum objeto, por exemplo”, explicou André. São cerca de 20 crianças e adolescentes voluntários que são atendidos em instituições especializadas como a Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande (AMA), a APAE do munícipio e, também, na casa onde moram. Como é o caso da criança citada no início da reportagem, que há um ano é acompanhada pela acadêmica do 8º semestre que integra a iniciação científica, Jennifer Vieira de Araújo. “No método trabalhado com a Alice* utilizei fichas que mostravam três bandeiras de estados diferentes e outras fichas com o desenho do mapa referente a cada estado. Com isso, ela aprendeu associar o nome do estado a cada bandeira e a cada mapa e depois passou a relacionar o mapa com a bandeira. Houve uma evolução muito grande, pois ela conseguiu ligar a palavra com a imagem”, esclareceu Jennifer. Estudos desse tipo são realizados pela equipe no Laboratório de Pesquisa em
Autismo e Comportamento Humano Aplicado da UCDB. Diante do trabalho já desenvolvido, foi firmada em 2017 uma parceria com a Universidade do Estado de Utah (Estados Unidos), que é referência no tratamento de autismo. Com base no trabalho realizado no exterior, o intuito é criar, na Clínica-Escola da Católica, um centro de intervenção e pesquisa em autismo com objetivo de atender crianças e adolescentes carentes que possuem o transtorno e, ainda, capacitar profissionais que desejem atuar na área. “Queremos oferecer uma atenção melhor para crianças com autismo que dependem da saúde pública, pois esse público mais carente, na maioria das vezes, fica sem atendimento de qualidade, e, junto com isso, como há uma grande demanda em Campo Grande e no Brasil de profissionais que saibam fazer esse tipo de tratamento, pretendemos formar pessoas por meio da pós-graduação para que possam trabalhar na área e produzir efeitos positivos na vida de vários portadores do autismo”, pontuou André.
Coleta de dados visa a mapear genoma de pessoas com esquizofrenia e transtorno bipolar
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ma iniciativa internacional do Psychiatric Genomics Consortium — PGC (consórcio que envolve pesquisadores de todo o mundo com o intuito de analisar e coletar dados genéticos que envolvem transtornos psiquiátricos) pretende sequenciar o genoma de pessoas portadoras da esquizofrenia e também do transtorno bipolar, doenças mentais consideradas graves. No Brasil, o estudo é novo, e o foco da pesquisa são os afrodescendentes. Campo Grande foi uma das cidades escolhidas para a coleta de dados. O trabalho aqui é coordenado pelo psiquiatra, professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Dr. André Barciela Veras, e envolve quatro mestrandos, um doutorando e dez acadêmicos da iniciação científica. “Colhemos material de três populações: pessoas sem a patologia, pessoas com transtorno bipolar e pessoas com esquizofrenia. Os voluntários são identificados nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), onde já fazem tratamento gratuito pelo muni-
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cípio, e têm ali o sangue retirado como se fosse para um hemograma. Desde março, já tivemos 67 amostras coletadas nas cidades envolvidas na pesquisa, até o final de 2017 pretendemos alcançar 100 e, em 2019 , ano em que o período de coleta se encerra, queremos chegar a 500 amostras”, pontuou professor André. Todas as amostras serão encaminhadas para um banco de DNA nos Estados Unidos, onde serão analisadas junto com as outras enviadas de lugares diferentes do mundo em que o foco são populações distintas, como os caucasianos. O intuito é sequenciar o genoma dessas pessoas para identificar genes que tenham relação com a esquizofrenia e com o transtorno bipolar. “Essas doenças são condições multideterminadas: há uma combinação de diversos genes que, quando são expostos a um ambiente social, são modulados e produzem esses transtornos mentais em algumas pessoas. Por isso a importância de ter populações de etnias
e regiões diferentes no estudo. Será possível identificar os marcadores genéticos que levaram às doenças e o caminho de adoecimento dos pacientes — respostas que auxiliarão o médico a ter mais precisão no medicamento e na terapia indicada para cada caso e, também, na conclusão do diagnóstico”, esclareceu o psiquiatra. Após o encerramento do estudo internacional, os mestrandos e doutorandos em Psicologia que participaram da pesquisa devem ligar os dados genéticos identificados aos estudos desenvolvidos por eles no programa de pós-graduação. Segundo o professor André, as pesquisas são variadas e trabalham temas como o desempenho cognitivo e psicológico desses pacientes, além de traumas precoces que propiciaram o desencadeamento da doença.
Atendimentos psicológicos promovem saúde mental de policiais rodoviários federais
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om o intuito de promover a saúde mental e a qualidade de vida do servidor, a Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso do Sul firmou uma parceria com a UCDB para que acadêmicos de Psicologia e alunos do Programa de Pós-Graduação da área pudessem prestar atendimentos psicológicos aos policiais. A necessidade do trabalho foi identificada diante dos impactos psicológicos provocados no servidor por conta do trabalho exercido diariamente — rotina intensa que envolve fiscalização do trânsito, atendimento de vítimas de acidentes e operações em fronteiras para inibir a passagem de objetos ilegais. Os transtornos psiquiátricos eram, em 2015, o segundo maior motivo para o afastamento de policiais. Naquele período, essa era a alegação de 26% dos profissionais que tiraram licença. Cenário que mudou após um ano de atendimento, quando reduziu para 15% o número de policiais afastados pelo mesmo motivo. “Começamos o trabalho com um treinamento em grupo de desenvolvimento de relações com os profissionais que atuam no setor de Recursos Humanos da PRF e também iniciamos os atendimentos individuais. Temos um ponto de apoio na sede da PRF, em que ficam acadêmicos plantonistas com o intuito de atender situações de emergência. Lá o policial passa por uma triagem e, se necessário, é encaminhado para acompanhamento no ambulatório na Clínica-Escola da UCDB”, esclareceu a coordenadora geral do projeto e docente da UCDB,
Dra. Liliana Andolpho Magalhães Guimarães. Trabalham no projeto oito alunos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, os quais orientam e dão suporte para os graduandos. Na Clínica-Escola da UCDB, há uma sala de espelho que permite ao acadêmico ouvir e assistir o atendimento feito pelo supervisor, com o consentimento do paciente, para que ele aprenda como proceder e, então, possa conduzir o trabalho com o apoio dos mestrandos e doutorandos. A técnica tem auxiliado na formação de psicólogos. Sylvio Tutya, por exemplo, é acadêmico do 10º semestre e há um ano participa do projeto como plantonista na PRF. “Estar inserido em uma ação como essa é algo inovador no campo acadêmico e contribuiu muito para o meu aprendizado”, pontuou. Segundo a professora Liliana, além dos atendimentos, o próximo passo agora é confeccionar um guia composto pela descrição das doenças mentais mais comuns. “O material será disponibilizado no sistema da PRF de modo que os policiais a ele tenham acesso. Essa é uma forma de conscientizá-los de que essas patologias existem, para que consigam identificar caso estejam com sintomas e procurem ajuda”, esclareceu. Diante dos bons resultados apresentados, o projeto foi considerado este ano pelo Departamento Nacional da PRF uma das três melhores iniciativas do País em prol da saúde mental do servidor. Além disso, em julho deste ano, a UCDB foi uma das dez instituições homenageadas pelo órgão estadual por colaborar para o crescimento da corporação.
Grupo de pesquisa liderado pela professora Dra. Liliana Guimarães realiza atendimento de policiais
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CAPA
Estudo pretende identificar qualidade de vida de adolescentes em escolas públicas da Capital e traçar planos de ação
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omo está a qualidade de vida de adolescentes de escolas públicas? É essa pergunta que a professora Dra. Heloísa Grubits, junto com o professor de Publicidade e Propaganda da UCDB Me. Thiago Müller e com o coordenador do curso de Psicologia da Católica, doutorando do programa, Renan Soares da Cunha Júnior, pretende responder ao aplicar um questionário aos alunos de 12 a 16 anos. A pesquisa busca avaliar, sobretudo, o bem-estar desses estudantes em vários âmbitos e é realizada em parceria com pesquisadores da Universidade de Sonora (México). Em Campo Grande, serão replicados os passos dados pelo professor Dr. José Ángel Vera Noriega, líder do grupo, que desenvolve o estudo com o apoio do Centro de Investigación en Alimentación y Desarrollo (CIAD) ligado ao Conacyt — um dos melhores centros de pesquisa independentes daquele país. “Queremos promover um intercâmbio de informações. Cerca de 1.500 alunos de escolas públicas localizadas tanto no centro da cidade, quanto nas regiões periféricas, vão preencher o caderno de questões. Depois, os cartões de resposta serão enviados para o México, onde os dados serão computados e, com base nos resultados, vamos identificar o que há de bom e as situações-problema, para que então possamos trocar informações e, se necessário, elaborar planos de ação”, esclareceu a professora Heloísa.
Por enquanto, o trabalho está na fase de diálogo com as secretarias de educação do Estado e do município para que a pesquisa possa ser realizada nas escolas públicas. As perguntas que compõem o questionário abordam várias situações, como questões de violência, gênero e bullying. “Faremos uma avaliação subjetiva da percepção desses jovens com relação às condições que eles têm na escola, no bairro e na cidade e, com isso, identificar como está o pensamento e o comportamento deles a respeito dessa concepção de bem-estar e de que forma isso influencia em ações violentas”, pontuou Heloísa. Trata-se de um trabalho multidisciplinar. Como Thiago é publicitário, a pesquisa também medirá a empatia dos alunos com determinados assuntos e a parte de comunicação. “Como a empatia pode gerar conteúdo nas redes sociais e como a satisfação dele consigo mesmo e com a comunidade gera poder latente e vontade para consumo. Essas são duas informações que podem auxiliar o poder público a ter um diálogo mais assertivo com os estudantes e, também, para que o professor consiga traçar uma estratégia didática com base na linguagem do jovem, algo que, com certeza, irá melhorar a compreensão por parte do grupo”, explicou. O estudo também promove a integração do Programa de Pós-Graduação em Psicologia com a graduação na área, além
Me. Thiago Muller e Dra. Heloísa Grubits
desses acadêmicos, alunos de Publicidade e Propaganda que atuam na iniciação científica fazem parte do grupo de trabalho. De acordo com o cronograma, os procedimentos devem ser finalizados até agosto de 2018. Segundo Heloísa, a ideia é fazer o trabalho completo desde a avaliação até a intervenção, de modo que, após a conclusão, se necessário, a Universidade possa oferecer um atendimento a esses alunos. “Nossos acadêmicos de Psicologia podem fazer estágio supervisionado nas escolas e prestar este suporte de forma gratuita. Esta é a melhor maneira de a pesquisa ultrapassar os muros da Instituição e, de fato, auxiliar a sociedade como um todo”, comentou.
UCDB é pioneira na formação de psicólogos em Mato Grosso do Sul
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graduação em Psicologia foi oferecida, pela primeira vez na região, pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmt) a partir de 1975. Até 1993, 16 anos após a divisão do Estado e ano em que a Instituição se transformou em UCDB, este foi o único curso de graduação na área oferecido em Mato Grosso do Sul. Os dados foram identificados pela pesquisadora Me. Bianca dos Santos Cara, ao desenvolver a dissertação defendida no se-
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gundo semestre de 2017. “Quando iniciei no mestrado, o curso de graduação completava 40 anos, por isso decidi construir essa história com base em documentos e depoimentos de profissionais que passaram pela Instituição. No período que eu analisei (1980-1993), foi identificado que, dos 1003 profissionais registrados no Conselho Regional de Psicologia, 428 eram da Fucmt, uma grande representatividade”, pontuou.
Pesquisadores que integram o Programa de Pós-Graduação em Psicologia 28 mestrandos 41 doutorandos 2 pós-doutorandos
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MS 40 ANOS
MS 40 ANOS: Salesianos estão no DNA da educação Jakson Pereira
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m Estado conhecido por suas belezas naturais, agronegócio em alta e gente que carrega lembranças do antes e depois de sua divisão político-administrativa. Assim é Mato Grosso do Sul, que completou 40 anos no dia 11 de outubro e que, para chegar a quatro décadas em ritmo acelerado de crescimento, tem no trabalho dos salesianos um serviço de excelência prestado para auxiliar nesse avanço. A tradição de formar alguns dos principais profissionais nas diversas áreas do conhecimento e sendo parte importante do desenvolvimento do Estado, sempre
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coloca a Universidade Católica Dom Bosco no discurso de personalidades que falam desta terra. Como universidade, foi instituída em 1993, mas durante a divisão do Estado, tinha em Campo Grande diversos cursos nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmt) e foi a primeira instituição de ensino superior do novo Estado. Professora da Católica no processo de divisão do Estado, Dra. Cleonice Le Bourlegat foi uma das responsáveis por fortalecer as áreas de pesquisa da Instituição e acredita que, em algumas áreas, os salesianos podem se orgulhar
de carregar o rótulo de “formadores do desenvolvimento”. “Concordo plenamente que áreas como licenciatura, economia e jurídica do novo Estado foram desenvolvidas graças à formação da UCDB. Posso ser ainda mais forte na afirmação em relação à Geografia, a qual eu pude acompanhar mais de perto e recentemente tive acesso aos dados das secretarias de governo, quando pude verificar que a grossa maioria dos professores que atuam na rede estadual e municipal em Campo Grande, ainda se compõe de egressos da UCDB. Nossos egressos, sejam da graduação como da
Mato Grosso do Sul tem hoje mais de 2,6 milhões de habitantes divididos em 79 municípios que ocupam os 357.145,532 km² de área do Estado pós-graduação, exercem cargos de grande importância em Campo Grande e no Estado. Constituem a grande maioria das lideranças políticas e empresariais”, destacou a professora. Além da Universidade, na época da divisão do Estado, o Colégio Salesiano Dom Bosco era uma das grandes referências na formação das crianças e jovens, fato que segue até hoje, demonstrando a solidez da Missão Salesiana de Mato Grosso em seu objetivo de formar bons
cristãos e honestos cidadãos. O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, era aluno do Colégio Dom Bosco à época e destaca a importância do ensino salesiano no início do novo Estado. “Eu era estudante do Colégio Dom Bosco, e a forma como fomos educados fez com que a cidade ganhasse excelentes pessoas e profissionais. Tenho muito orgulho de ter estudado com os salesianos e tenho certeza de que a Instituição tem grande responsabilidade pelo rápido de-
senvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul e também do Brasil”, ressaltou. Marquinhos também foi docente do curso de Direto da Católica e garante que, na criação de MS, a UCDB (então Fucmt) foi o diferencial na vida de muitas pessoas. “Era uma época que, para se ter uma boa formação, era preciso ir para outro Estado, mas com a universidade salesiana muitos jovens tiveram a chance de buscar espaço em sua vocação profissional sem sair de sua terra”, destacou. INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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Diversão em sala de aula: acadêmicos iniciantes na docência levam ludicidade e encantam alunos de escolas estaduais Projeto do Governo Federal concede bolsa a acadêmicos, que têm a oportunidade de aprender e ensinar 18 | INSPIRA | DEZEMBRO 2017
Silvia Tada
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desafio de entrar em uma sala de aula e ensinar os alunos não é para qualquer um. Além da aptidão e da vontade de educar, há técnicas e métodos para transmitir os conhecimentos. Grande parte desses processos são desenvolvidos pela experiência, e cerca de 90 acadêmicos dos cursos de licenciatura da Universidade Católica Dom Bosco vivenciam semanalmente essa prática docente, exercitando a futura profissão, por meio do Programa de Iniciação à Docência (Pibid). E, se de um lado, há o aprendizado para ser professor, de outro, há o encantamento dos alunos, que esperam pelas aulas dos
jovens mestres e sabem que haverá sempre algo diferente. “É muito bonito ver o desempenho dos acadêmicos em sala. Sempre trazem atividades especiais e, mais que isso, desenvolvem uma afetividade com os estudantes”, destacou a professora do 2º ano da Escola Estadual Antônio Delfino Pereira, na comunidade Tia Eva, em Campo Grande, Maria Stella. A docente acompanha diretamente as atividades das acadêmicas de Pedagogia da UCDB. “Elas têm acesso ao nosso planejamento de aulas e enriquecem as aulas com atividades lúdicas, que as crianças adoram. Tudo sob a nossa supervisão — elas não ficam sozinhas em sala e isso passa segurança para os estudantes e para
as acadêmicas”, avaliou. Essa segurança faltou à acadêmica de Educação Física Gabriella Gomes, de 20 anos, que está no 6º semestre. No início da universidade, foi convidada e aceitou ser professora em uma escola, mesmo sem antes ter orientação. “Tive uma breve experiência muito ruim no início do curso, em uma escola em que ficava responsável por uma turma inteira. Com o Pibid, vi como a docência é diferente e pode ser muito gratificante, temos o apoio dos professores e isso me dá confiança”, afirmou. Ela está na Escola Estadual Antônio Delfino duas vezes por semana. “Agora, tudo o que ensino aos alunos tem um porquê, há um embasamento teórico”, avaliou.
Gabriela Gomes (esquerda) é acadêmica de Educação Física e participa do Pibid na Escola Estadual Antônio Delfino, na comunidade Tia Eva
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PIBID
Acadêmicas de Pedagogia da UCDB desenvolvem materiais para os alunos...
...e aplicam com os alunos tudo o que aprendem na universidade
Formação inicial de professores é o foco do Pibid
A
permanência dos estudantes nas escolas é viabilizada pelo Pibid, do Governo Federal. A UCDB participa desde 2012, com acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas, Filosofia, História, Letras, Pedagogia e Educação Física. “O objetivo é a inserção dos acadêmicos das licenciaturas nas escolas, para o aperfeiçoamento da formação inicial de professores em nível superior e a integração entre educação superior e educação básica”, destacou o professor Dr. Carlos Magno Naglis Vieira, coordenador institucional do Pibid na Católica. Os alunos bolsistas acompanham as aulas dos professores nas escolas, em permanente diálogo, elaboram materiais didáticos para atividades lúdicas e pedagógicas, participam de reuniões de planejamento, estudos e avaliações e seminários. “No Pibid, os futuros professores podem problematizar, refletir, identificar e conhecer os desafios da escola contemporânea,
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seus novos papéis, funções, compromisso, tempos e exigência. Além disso, conhecem e compreendem melhor o espaço escolar, suas tensões e conflitos e, principalmente, o significado de sala de aula que vai além da arquitetura das quatro paredes”, destacou Carlos Magno. Para acadêmicos do 4º, 6º e 8º semestres de História da UCDB, a experiência tem sido a melhor possível. Eles atuam na Escola Estadual São José e se destacam por levar projetos diferenciados aos alunos do 6º ano do ensino fundamental. “Eles vêm com uma nova visão de ensino, em que o aluno é o protagonista e não mero espectador — e acredito que dessa forma o professor também aprende. Os estudantes se interessam muito mais pelo conteúdo, e o professor ganha autonomia”, destacou a professora de História Fabiana Christine Rocha, que trabalha há 15 anos como docente. Os alunos contam orgulhosos os projetos que desenvolvem. Um deles
foi o “Fontes Históricas”, em que estimularam os estudantes a levarem para a sala de aula objetos antigos que tivessem em casa. “Todos trouxeram objetos como roupas, moedas, telefones, eletrodomésticos. Um convidou a avó, que veio dividir sua história conosco”, relembraram Thâmela Maria Godoy da Silva Oliveira, Leandro Gomes de Lima, Linkon Fanaia, Manoel Boller, Daniele Machado Domingues e Helita da Silva Igrez Branco. Sempre buscando ensinar de maneira prazerosa, o grupo trabalha no projeto deste 2º semestre: os 40 anos de Mato Grosso do Sul. “Temos os conteúdos obrigatórios, mas, em cima dele, planejamos as aulas diferenciadas. Vamos abordar, por exemplo, a temática indígena e podemos ir ao Museu das Culturas Dom Bosco, à própria UCDB conhecer o trabalho do Neppi [Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas]”, destacaram.
Na Escola São José, acadêmicos de História aprendem a prática do curso, sob orientação de professores e desenvolvem projetos especiais
ESCOLA ESTADUAL MARIA ELIZA BOCAYUVA CORRÊA DA COSTA - BIOLOGIA ESCOLA ESTADUAL JOAQUIM MURTINHO - FILOSOFIA ESCOLA ESTADUAL JOAQUIM MURTINHO - LETRAS ESCOLA ESTADUAL SÃO JOSÉ - HISTÓRIA ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO DELFINO PEREIRA - PEDAGOGIA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA FAUSTA GARCIA BUENO - EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO DELFINO PEREIRA - EDUCAÇÃO FÍSICA
90 ACADÊMICOS PARTICIPANTES INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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PÓS-GRADUAÇÃO
Avaliação da Capes comprova qualidade de publicações científicas da Editora UCDB São produzidas cinco revistas: Série-Estudos, Tellus, Multitemas, Interações e Psicologia e Saúde
Gilmar Hernandes
A
s cinco revistas científicas produzidas pela Editora da Universidade Católica Dom Bosco são referências nacionais pela qualidade de conteúdo produzido por mestrandos e doutorandos de programas de pós-graduação de diversas instituições, comprovadas ainda pela avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), conhecida como Qualis (A1 o mais elevado; A2;
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B1; B2; B3; B4; B5; C - com peso zero). A revista Interações está avaliada com o Qualis A2, a Série-Estudos e a Tellus estão classificadas com Qualis B1 e as revistas Multitemas e Psicologia e Saúde possuem Qualis B2. “Um dos pilares da ciência é a ampla difusão dos resultados das pesquisas para que outros cientistas possam analisá-los, replicá-los e, eventualmente, rebatê-los. Também é fundamental que
a sociedade, que em última instância é quem financia o progresso da ciência, possa ter acesso ao que está sendo produzido nas universidades e instituições de pesquisa. É um grande orgulho para a UCDB ter uma editora com revistas bem conceituadas e respeitadas nacionalmente”, ressalta o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UCDB, Dr. Hemerson Pistori, que também coordena todo o trabalho da Editora.
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Igor Moura, auxiliar administrativo, e as editoras de texto e imagens, Ereni dos Santos Benvenutti e Glauciene da Silva Lima, na Editora UCDB
O reconhecimento, segundo ele, trata-se do resultado de um trabalho de alta qualidade e responsabilidade realizado pelos técnicos, revisores, secretários, gestores e pesquisadores que integram a Editora UCDB. “Este reconhecimento não nasce da noite para o dia e depende de políticas de longo prazo e suporte institucional continuado aos esforços de todas as pessoas envolvidas neste processo. São vários anos até que a revista comece a aparecer no Qualis de algumas áreas e outros tantos até que atinjam conceitos mais altos, por isso a importância da continuidade e da persistência nos investimentos pessoais e materiais”, enfatiza. Para o editor da Série-Estudos, professor Dr. José Licínio Backes, a revista tem-se apresentado como um espaço relevante para a Instituição em função de sua qualidade reconhecida pela avaliação da Capes. “Os conhecimentos divulgados servem tanto para a comunidade científica quanto para os professores como subsídio para as suas práticas pedagógicas. Dessa forma, ela se constitui também como uma Revista com relevância social”, destaca Backes.
“Os periódicos científicos podem promover não apenas determinadas formas de pesquisa, mas também, pesquisadores, instituições etc. Primeiramente, um periódico científico se situa potencialmente como vanguarda dentro de uma área. Isso se deve ao fato de que resultados impor-
“
É um grande orgulho para a UCDB ter uma editora com revistas bem conceituadas e respeitadas nacionalmente Hemerson Pistori
”
tantes e recentes de pesquisa estão circulando naquele veículo e, portanto, estão
indicando tendências contemporâneas do que ocorre em um campo do saber”, destaca o editor da revista Psicologia e Saúde, professor Dr. Rodrigo Miranda. “As revistas são muito importantes porque divulgam o trabalho científico, permitem a nossa permuta com outras instituições em termos de publicar artigos por lá e aqui, só que isso tem que ser atrelado à ideia da editora, porque, sem editora bem fortalecida, de pouco adianta nós fazermos bons artigos se nós não pudermos publicar esses artigos internamente e recebermos também artigos de outros pesquisadores do país e fora do país também”, reforça o editor da revista Multitemas, professor Dr. Heitor Romero Marques. “Uma das exigências a partir de 2015 foi que todos os artigos deveriam passar por uma leitura de um sistema chamado XMI. Isso implica custo, um custo para a Universidade que investe nesse aspecto. Então, a partir do momento que você cumpre as exigências das indexadoras, você tem tudo para que a revista tenha visibilidade. O nosso grande desafio, a partir de 2018, como meta da editora, é INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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PÓS-GRADUAÇÃO
a internacionalização”, observa a editora da revista Interações, professora Dra. Arlinda Cantero Dorsa. A primeira publicação científica voltada para a área da antropologia, a Revista Tellus, vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (Neppi), traz, além dos artigos, seções como escritos indígenas, documentos, iconografia e, para 2018, vai incluir também entrevistas. “Recebemos de forma contínua artigos o ano todo e de diversos pesquisadores, de várias universidades e também de diversos pesquisadores indígenas, o que hoje é uma realidade muito interessante, pois estão trabalhando na sua pós-graduação mestrado e doutorado. A Tellus é um espaço para essas publicações,
“
A partir do momento que você cumpre as exigências das indexadoras, você tem tudo para que a revista tenha visibilidade Arlinda Dorsa
”
pois divulgam as pesquisas e o que trata realmente as populações indígenas, trazendo-as para que a sociedade possa conhecer sobre os povos indígenas, não só de Mato Grosso do Sul, mas de todo o Brasil”, destaca a integrante da comissão da revista Tellus, professora Eva Maria Ferreira. A primeira publicação científica pela Editora UCDB é a Revista Série-Estudos, lançada em 1995, seguida da revista Multitemas (1996), Interações (2000), Tellus (2001) e Psicologia e Saúde (2009), e, ao longo de suas edições, somam mais de 100 publicações no total. A partir do segundo semestre de 2015, todas as publicações passaram a ser exclusivamente digitais, no entanto, as edições anteriores também ganharam a nova versão, estando todas disponíveis no site periodicos.ucdb.br.
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COMO PUBLICAR UM ARTIGO CIENTÍFICO
O autor do artigo científico submete o trabalho de forma on-line (periodicos. ucdb.br), e os respectivos editores encaminham o trabalho a dois pareceristas, que o avaliam sem identificar o autor; em caso de empate, um novo parecerista será convocado. Os trabalhos aprovados são reenviados para os autores para correções ou mesmo encaminhados diretamente para a revisão ortográfica da Instituição, seguindo para a editoração, passando por uma empresa que converte para XMI, a qual envia para as indexadoras. “Todo o processo é feito pela internet, o autor acessa o site, escolhe a área de estudo e envia o trabalho para a Editora UCDB sem custos”, explica editora de texto e imagens Ereni dos Santos Benvenutti.
INDEXADORES Os indexadores, além de colaborar na divulgação dos artigos científicos, fornecendo informações ao leitor para facilitar a localização do material de interesse, dão credibilidade à revista publicada. Dentre os indexadores mais conhecidos está o SciELO (nacional). Mais informações pelo telefone (67) 3312-3373.
PERIÓDICOS EDITORA UCDB
Revista Interações
periodicidade trimestral Publica artigos, resenhas, traduções, resumos, entrevistas, produzidos por pesquisadores doutores e/ou professores doutores, mestres, doutorandos e mestrandos vinculados a instituições de ensino superior e institutos de pesquisa nacionais e internacionais ligados à área de Desenvolvimento Local.
Revista Tellus
Revista Série-Estudos
Voltada para a publicação de resultados de pesquisa e documentação sobre as populações indígenas, especialmente sul-americanas, e é vinculada ao Neppi da UCDB.
Artigos científicos relacionados à área de educação de autores brasileiros e estrangeiros, contribuindo para a divulgação do conhecimento científico na área de educação.
periodicidade quadrimestral
Revista Psicologia e Saúde
periodicidade quadrimestral Publica artigos originais relacionados aos diversos campos teórico-metodológicos da Psicologia em interface com as Ciências da Saúde, nomeadamente, a Medicina, Odontologia, Enfermagem, Fisioterapia, Educação Física, Nutrição, Terapia Ocupacional, Serviço Social.
periodicidade quadrimestral
Revista Multitemas periodicidade semestral
Publica artigos, resenhas, traduções e entrevistas produzidos por pesquisadores e/ou professores doutores, mestres, doutorandos e mestrandos vinculados a instituições de ensino superior e institutos de pesquisa nacionais e internacionais de diversos temas. INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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CEI
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Crianças na universidade? Sim! Na UCDB, pequenos estudantes são atendidos em um centro de educação infantil Espaço é voltado para filhos de colaboradores, de acadêmicos e de moradores da região da Católica Natalie Malulei
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esempenhar a função que exerce no trabalho com dedicação total e tranquilidade é algo difícil para pais e mães, ainda mais no período da primeira infância, em que as crianças precisam de mais atenção. Essa afirmação pode se encaixar na rotina de muitas pessoas, mas não na da Regiane Nogueira da Silva, de 36 anos, auxiliar administrativa da Secretaria Acadêmica Avançada (SAAV) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). A filha dela, Lorena, atualmente tem dois anos. Desde que completou quatro meses, e o período de licença maternidade acabou, Regiane voltou ao trabalho com a certeza de que a pequena estaria em boas mãos. Ela foi matriculada no Centro de Educação Infantil (CEI) São Domingos Sávio, uma escola de educação infantil localizada no campus da Universidade, a poucos metros de onde a auxiliar administrativa trabalha. “Os pais sofrem nesse período de retorno à função, é normal, uma nova adaptação. Mas pra mim foi muito tranquilo, sinto até hoje uma paz interior. Consigo me concentrar no serviço porque sei que a minha filha está pertinho de mim, sendo cuidada por profissionais capacitados e, se for preciso, a qualquer momento posso vê-la”, comentou Regiane. Essa é mesma sensação que têm pais e mães de outras 169 crianças atendidas pelo CEI. O espaço começou como um projeto, há 20 anos, com o intuito de atender somente filhos de colaboradores e professores. Desde 2004, é cadastrado como escola regular pelo Conselho Municipal de Educação de Campo Grande, quando passou a atender também filhos de acadêmicos e crianças das comunidades localizadas na região da Universidade.
Crianças de quatro meses a cinco anos são atendidas no Centro de Educação Infantil da UCDB
O atendimento em tempo integral é gratuito e envolve turmas do Berçário até o Nível III — quatro meses a cinco anos. A partir do momento em que os atendimentos foram ampliados, novas famílias passaram a ser beneficiadas, como é o caso do casal Marcos Leite de Souza, de 37 anos, e Rozana Santinho de Barros, de 38 anos. Os dois moram no bairro Santa Luzia, a menos de dois quilômetros de distância da unidade, junto com as três filhas: Giovana, de quatro anos, que frequenta o CEI desde os sete meses, e as outras duas Ana Beatriz, de sete anos, e Vanessa, de 11 anos, que
também já passaram pela escola. “São quase dez anos que a minha família está no CEI, e isso pra nós é maravilhoso. Aqui é a segunda casa das minhas filhas. Eu sempre fiquei muito tranquila, tanto na época da Vanessa e da Ana Beatriz, como agora com a Giovana, porque vejo o desenvolvimento delas e sei que são tratadas com carinho”, explicou Rozana. De acordo com Marcos, o acesso à instituição de ensino permitiu que as crianças recebessem uma educação de qualidade: “Se colocar na ponta do lápis INSPIRA INSPIRA || DEZEMBRO DEZEMBRO 2017 2017 ||
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CEI
o valor que seria cobrado por uma instituição particular para prestar o atendimento que é oferecido aqui, eu não teria como pagar, ainda mais para as três, por isso fico muito feliz de ter conseguido a vaga para as crianças”, pontuou. No CEI a equipe de trabalho é formada por 14 professoras pedagogas, seis auxiliares de sala de aula que cursam Pedagogia na Católica e 17 estagiários, além de psicóloga, assistente social, cozinheira, secretária, auxiliar de coordenação e a coordenadora pedagógica da unidade, Me. Ana Paula Zaikievicz Azevedo. “Todo início de ano, fazemos um planejamento com base em temas que acreditamos ser importantes para o desenvolvimento das crianças, como a sustentabilidade e as questões culturais. Vale lembrar que todo o trabalho é mediado pelo lúdico, e além do que é desenvolvido nas salas, também promovemos passeios, realizamos oficinas e aproveitamos o que a Universidade oferece, levando as crianças para visitarem os laboratórios e acervos”, esclareceu a coordenadora. De acordo com Ana Paula, também há uma preocupação muito grande em inserir os pais no ambiente escolar. Durante o ano são promovidos vários eventos e homenagens referentes a datas comemorativas como festa junina, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Avós, Natal e formatura e, a cada 15 dias, são feitas reuniões para passar orientações a respeito de como agir em casa com os pequenos. “Nessa fase é muito importante que a escola tenha uma estreita relação com as famílias, e isso é uma forma de aproximar os pais para que eles possam acompanhar melhor o crescimento das crianças”, esclareceu a coordenadora. “Recebemos um suporte maravilhoso do CEI, eu e minha esposa não tivemos dificuldades com desfralde, nem preocupação com alimentação, por exemplo, por conta do trabalho desenvolvido pelas professoras. Elas faziam, e a gente só complementava em casa. Como sou pai de primeira viagem, às vezes fico com dúvidas e aqui tenho o apoio necessário para esclarecê-las quando preciso, além das reuniões periódicas, algo que nos ajuda a educar melhor a criança”, pontuou Vinícius Lugo Samudio, assistente técnico da Agência de Inovação S-Inova da UCDB, pai do aluno Luiz Miguel, de quatro anos.
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Atividades extraclasses Durante o período das aulas, os alunos do CEI podem participar de quatro atividades extraclasses, que também são oferecidas gratuitamente como música, ballet, futsal, inglês, ensino religioso e educação física. As aulas são disponibilizadas de acordo com a idade e desenvolvimento de cada criança, e fica a critério do aluno escolher de quais deseja participar.
A equipe do CEI/UCDB é formada por 14 pedagogas, seis auxiliares e 17 estagiárias
Colaboradora administrativa Regiane Nogueira e sua filha Lorena
Localizado no campus da Católica, CEI disponibiliza espaços para educação e recreação
Projetos de extensão Acadêmicos dos cursos de Nutrição e Enfermagem, em parceria com o CEI São Domingos Sávio, desenvolvem o projeto de extensão “Promoção da saúde e segurança alimentar”, no qual cuidam do armazenamento e higienização dos alimentos, elaboram cardápios nutricionalmente equilibrados e promovem oficinas de culinária com as crianças. Além disso, o grupo também cuida da parte de prevenção de acidentes e acompanha o desenvolvimento físico dos alunos para garantir um crescimento saudável. Outros quatro projetos de extensão da Católica realizam ações com as crianças da unidade. Os cursos de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária, por exemplo, por meio do “Horta Escola” e do “Vivências em Ciências Agrárias”, ensinam aos alunos o cultivo de hortaliças, frutas e vegetais e realizam um trabalho de consciência ambiental. Já os acadêmicos de Psicologia que participam da extensão “Cogni-Ação” fazem atividades esporádicas com as crianças dos Níveis II e III para que, desde pequenas, elas consigam identificar as emoções. E, por fim, o projeto de extensão “Labinter” — Laboratório Pedagógico Interdisciplinar das Licenciaturas, que envolve os cursos de Pedagogia, Letras e Ciências Biológicas (licenciatura), promove ações de formação com as professoras que trabalham a contação de história e a literatura infantil.
Ana Paula Zaikievicz Azevedo, coordenadora pedagógica da unidade
Vinícius Lugo Samúdio, pai de Luiz Miguel
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LABORATÓRIO DE SOFTWARE
UCDB é a única em MS a emitir laudos de análise de aplicativos fiscais Trabalho é desenvolvido por acadêmicos e professores da Católica
Natalie Malulei
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empre que você compra um produto, seja na padaria, no supermercado ou até mesmo em uma loja de roupas, e o estabelecimento emite uma nota fiscal, o dado é processado por um software e, com base nessas informações, é possível comprovar a renda do lojista. No entanto as empresas desenvolvedoras desses aplicativos que emitem cupom fiscal e disponibilizam o programa para os comerciantes, devem ter autorização da Secretaria de Fazenda tanto para vender esses softwares, quanto para que os clientes continuem utilizando a tecnologia. Essa autorização é concedida pelo Órgão e deve ser renovada a cada dois anos a partir de um laudo de análise funcional e, em Mato Grosso do Sul, a Universi-
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dade Católica Dom Bosco é a única empresa habilitada para oferecer esse serviço. “Existe uma demanda nacional, e recebemos clientes de todo o País. Geralmente, a pessoa escolhe por questão de localização, mas, assim como tem muitas empresas daqui que vão para outros estados, tem outras que preferem vir pra cá”, pontuou Marcos Alves, analista e coordenador do Laboratório de Software da UCDB, onde os testes são realizados. Durante a análise, o empresário deve montar a estrutura como se o sistema desenvolvido por ele estivesse instalado em um comércio, até mesmo com a impressora fiscal. A partir daí, ele simula a execução do aplicativo para que os analistas verifiquem se o funcionamento está de acordo com a lei. Além de Marcos, a analista de software e professora da UCDB, Ana Karina Vieira da Silva, também participa do processo.
“Por meio deste teste, o Estado tenta encontrar onde estão as brechas dentro dos sistemas desenvolvidos, por exemplo, de que forma o usuário pode sonegar imposto ou deixar de registrar produtos que deveriam ter nota fiscal. Por isso, o resultado da análise é uma forma de controlar esse tipo de ação”, explicou Marcos. No laudo emitido pela Católica, são apontadas as conformidades do sistema e também as não conformidades, caso elas apareçam. A partir daí, o empresário precisa levar o documento à Secretaria de Fazenda para a homologação. Essa parceria entre a UCDB e o Conselho Nacional das Fazendas (Confaz) existe desde 2009 e, atualmente, além do teste definitivo
para a emissão do laudo, a Católica oferece o pré-teste — quando os empresários podem fazer uma avaliação prévia e verificar se é preciso, ou não, fazer alterações no sistema antes da análise em si. O primeiro empresário que utilizou os serviços oferecidos pelo Laboratório de Software da UCDB, e permanece como cliente até hoje, é José Faustino da Fonseca, proprietário da loja de informática Treinacon. Para ele, a instituição é a melhor opção para a realização do teste: “Antes eu tinha que viajar para obter o laudo, agora posso fazer o procedimento em Campo Grande mesmo, não gasto com passagens áreas e ainda posso ficar com a minha família, sem falar que o serviço oferecido é muito bom”.
Projetos Além da emissão do laudo de análise funcional para empresas desenvolvedoras de aplicativos que emitem cupom fiscal, Marcos pretende ampliar os serviços oferecidos pelo Laboratório de Software. Desde que assumiu também a coordenação do curso tecnológico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da UCDB, em 2017, ele quer inserir os alunos no ambiente, para que eles utilizem o espaço e ofereçam suporte para empresas e escolas na parte de consultoria e desenvolvimento de softwares. “É uma forma de eles experimentarem a prática, além do conteúdo passado em sala de aula, já que ter contato com o cliente e com a criação de novos sistemas é muito importante para a formação”, esclareceu Marcos.
Sistema é testado em laboratório localizado no campus da Católica, em Campo Grande
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LABORATÓRIO DE SOFTWARE
Empresário apresenta o software no Laboratório da UCDB para análise.
É emitido o laudo de análise funcional do software com as conformidades e as não conformidades do sistema.
Laudo é encaminhado para o Conselho Nacional das Fazendas (Confaz) e publicado em Diário Oficial
Empresário leva a documentação junto com o laudo publicado para obter o credenciamento.
Ao obter a validação do credenciamento, o software pode ser fornecido para os comerciantes.
SERVIÇO O Laboratório de Software fica no bloco C do campus Tamandaré. Agendamentos para análise funcional de aplicativos fiscais podem ser feitos por meio do e-mail ensaios.ucdb@gmail.com ou pelo número (67) 3312-3518.
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UCDBSTORE@UCDB.BR • 3312-3663 @UCDBSTORE
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JUSTIÇA
Nuprajur ganha reforço que vai levar celeridade à Justiça comum Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania vai acelerar as demandas de conciliação 34 | INSPIRA | DEZEMBRO 2017
Gilmar Hernandes
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Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Católica Dom Bosco funciona há mais de 45 anos, atendendo a população de baixa renda ou sem condição de contratar um advogado para promover a defesa de maneira gratuita, em processos civil e criminal e, desde o segundo semestre deste ano, ganhou reforço com a inauguração do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), que visa a trazer celeridade em casos de conciliação. “Busca-se desde atendimento para questões penais, como a promoção da defesa e acompanhamento de execução da pena, até questões cíveis, como inventários, partilha de bens, pensão alimentícia, entre outros”, explica a coordenadora do Nuprajur, professora Elaine Cler. Ela destaca ainda que o Núcleo é uma oportunidade para os acadêmicos aprenderem com a prática jurídica, conhecer os trâmites dos processos, os procedimentos, além de exercitar a teoria aprendida em sala de aula. “Para a comunidade é um poderoso instrumento de promoção e defesa dos direitos e garantias individuais”. Atualmente, mais de três mil processos na área cível e criminal estão em andamento, e cerca de 500 alunos se dividem em turmas
Estudantes de Direito vivenciam na prática a rotina de um advogado, com a supervisão de professores
de prática processual civil, prática processual penal, e estágios supervisionados civil e penal. “As turmas de prática contam em média com 30 alunos, e é a primeira etapa do acadêmico no Nuprajur. Ele aprenderá a peticionar e identificar as peças cabíveis a cada caso; já nas turmas de estágio, temos em média dez alunos por professor orientador”, explica a coordenadora. Os alunos acompanham os processos em andamento, orientam e auxiliam juridicamente aqueles que procuram o Núcleo de Prática Jurídica para atendimento. As atividades vão desde simples consultas processuais até consultoria e elaboração de peças completas para interposição de pedidos ao juiz. “É uma oportunidade de conhecer todas as etapas que permeiam o processo na prática, o funcionamento do judiciário, a importância da observação constante dos prazos, o trabalho de reflexão e interpretação jurídica para a construção de um argumento que seja válido para a defesa de seu cliente, ou seja, todos os benefícios que a prática traz como forma de fixar e desenvolver a teoria aprendida
com os professores em sala de aula”, destaca Elaine Cler. Quem conversa hoje com o advogado Danilo Graça da Cruz, não imagina o esforço e a dedicação que fez ao sair do interior do Estado e chegar até aqui. Sempre solícito e de bem com a vida, Danilo contou que entrou em 1994 para trabalhar como office boy no Nuprajur UCDB, deixando o antigo emprego, onde exercia a mesma função, vislumbrando uma condição de estudar e crescer profissionalmente. E o destino mostrou isso, cinco anos depois a mudança começou na vida dele, foi transferido para o setor administrativo, ficando responsável pelo cartório do Nuprajur. Nesse período, ele começou os estudos, fez o estágio obrigatório, sendo o primeiro da família a conquistar diploma de graduação, especificamente em Direito (2009). Em julho do ano passado, ele viu novamente que valeu a pena todo o esforço, pois foi contratado pela UCDB como advogado para trabalhar meio período no Nuprajur e, em agosto deste ano, teve o contrato ampliado para exercer a nova função em dois turnos, na qual está responsá-
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JUSTIÇA
Atendimentos são realizados gratuitamente no complexo das Clínicas-Escola UCDB e Assistência Jurídica na Avenida Tamandaré
vel pelos ônibus da Justiça Itinerante. “Quando entrei na UCDB, meu intuito sempre foi poder estudar. Na época, o estudo era muito caro e, vindo de família humilde, eu não tinha condições de pagar. Por isso optei em trabalhar aqui como office boy, terminei o ensino médio no Colégio Dom Bosco. Depois passei para a universidade e sempre vim batalhando para graduar-me e, hoje em dia, graças a Deus, consegui terminá-la. Dediquei-me à prova da OAB e, em 2016, fui contratado como advogado para responder pelo Núcleo de Práticas Jurídicas por 20 horas. E agora em 1º de agosto de 2017, fui contratado para mais 20 horas, devido à grande quantidade de trabalho dos
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ônibus itinerantes. A UCDB pra mim tem um reconhecimento, pois trabalhei bastante, e ela me deu a oportunidade. Devo muito à UCDB porque, se não fosse ela, eu não conseguiria fazer a graduação devido à dificuldade financeira”, relata Danilo. O mesmo incentivo que teve na vida e na carreira, hoje ele aproveita para repassar aos acadêmicos que passam pelo Nuprajur todos os dias para aprenderem. “Persista, dê valor nos estudos, corra atrás do sonhos. Não pense somente como estagiário, pois é o início do que você vai ser futuramente”. O acadêmico Leonardo Nascimento Rolon, do 6º semestre do curso de Direito da
UCDB, é estagiário bolsista desde fevereiro deste ano no Núcleo. “Tenho ambição de ser defensor público. Pego processos de várias naturezas, desde pensão alimentícia, usucapião a inventário. Ter o contato com o cliente e aprender a como conversar com ele, a gente aprende a trabalhar de forma mais humana”, conta o estudante. Neste semestre, a Universidade ganhou o Cejusc, núcleo de mediação, que vem para atender a novos paradigmas trazidos pelo Código de Processo Civil, no sentido de agilizar a resolução de conflitos e promover soluções amigáveis entre as partes, evitando o desgaste do processo e da judicialização dos problemas.
Cejusc tem capacidade para solucionar 200 casos por mês O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), inaugurado em junho deste ano, conta com cinco salas de mediação, sendo uma com visualização real da sessão, com capacidade para realizar em média 200 audiências por mês, além de sala de espera, um cartório e uma brinquedoteca. São oferecidos serviços gratuitos de orientações em casos como brigas entre vizinhos, casos de família, dívidas, acidente entre veículos, entre outros. “Todos os casos na Justiça comum podem ser tratados na mediação de maneira bem mais rápida, sem custo e burocracia”, destaca a chefe de gabinete da corregedoria-geral de Justiça, Mônica Lucchese Moreno. O Centro integra o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) e o Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Católica Dom Bosco. “A mediação bem feita fará com que menos ações sejam propostas, pois as partes aprenderão a lidar com suas demandas e bem resolvê-las, e que o Judiciário será atingido por situações e necessidades, que demandem habilidades do julgador”, explica a coordenadora do curso de Direito da UCDB, professora Elaine Cler. O Núcleo conta ainda, em parceria com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com a 5ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal, instalada em 2001, e mais dois ônibus itinerantes, atendendo à população em diversos bairros de Campo Grande, durante todo o ano. O atendimento ao público é das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira, na Avenida Tamandaré, 6.000, no Jardim Seminário. O atendimento é gratuito. Mais informações pelo telefone (67) 3312-3669.
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CRIE-MS
Reitores de MS mostram a força do ensino superior com criação de conselho Seis instituições com Stricto Sensu integram grupo formado oficialmente em agosto
Vice-reitores, pró-reitores e diretores das universidades também passaram a integrar as atividades do Crie-MS, em reunião realizada na UCDB
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Eixos de Atuação do Crie-MS Ciência, tecnologia & inovação; Excelência na educação básica e superior; Internacionalização e mobilidade acadêmica; Turismo e cultura; Comunicação científica
“
Para os acadêmicos, a união das universidades será muito importante, por exemplo, na mobilidade acadêmica. Uma ideia é darmos flexibilidade para o aluno cursar, por exemplo, disciplinas em outras instituições, ou mesmo o fortalecimento de parcerias para desenvolvimento de pesquisas. Vamos unir forças
Cerimônia de posse do Conselho aconteceu em agosto deste ano, na Assembleia Legislativa
Silvia Tada
D
uzentas mil pessoas envolvidas, oito mil formandos por ano, segundo maior orçamento estadual. Somadas as forças das seis instituições de ensino superior com Stricto Sensu de Mato Grosso do Sul, os números impressionam. E é para dar destaque e melhorar ainda mais o desempenho das instituições que foi criado oficialmente, em agosto, o Conselho de Reitores de Instituições de Ensino Superior de Mato Grosso do Sul (Crie-MS), formado pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e Uniderp. “A representatividade das instituições para a sociedade sul-mato-grossense é enorme, mas, mais do que os números, devemos ver a transformação que provocamos na economia, na formação de profissionais competentes, na geração de novas tecnologias que modificam a vida das pessoas. Esses bens não podem ser medidos, mas
vividos por todos nós”, destacou o Reitor da UCDB, Pe. Ricardo Carlos, vice-presidente do Conselho. A presidência será ocupada, nos próximos dois anos, pelo Reitor da UEMS, professor Fábio Edir dos Santos Costa. “O Crie-MS é uma ação inovadora, única no país, pois congrega instituições públicas e particulares. O Estado tem muito a crescer nesse cenário”, afirmou. Além dos reitores, os pró-reitores das instituições também participaram de reunião e farão ações em conjunto, dentro de cinco áreas prioritárias. O ministro da Educação, Mendonça Filho, participou da cerimônia de posse, ocorrida na Assembleia Legislativa. “Devemos celebrar esse fato muito positivo, da integração inédita entre universidades públicas e particulares, planejando ações conjuntas. Quando há cooperação, se alcançam resultados”. Fazem parte da diretoria do Crie-MS, além de Fábio Edir e Pe. Ricardo Carlos, os reitores Liane Maria Calarge (UFGD), Luiz Simão Staszczak (IFMS), Marcelo Turine (UFMS) e Taner Douglas Alves Bitencourt (Uniderp).
”
Pe. Ricardo Carlos Reitor da UCDB e vice-presidente do Crie-MS INSPIRA | DEZEMBRO 2017 |
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PASTORAL
Paróquia Universitária São João Bosco quer fortalecer evangelização de estudantes Igreja está localizada na Universidade Católica Dom Bosco
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Gilmar Hernandes
O
s Salesianos ganharam a primeira Paróquia Universitária do Brasil em 24 de maio de 2017. A Paróquia Universitária São João Bosco, localizada na Universidade Católica Dom Bosco, busca fortalecer os grupos compostos por estudantes da Católica e também expandir os atendimentos para alunos de outras instituições de ensino superior do Estado. O padre João Marcos Araújo Ramos, Pró-Reitor de Pastoral da UCDB, foi nomeado pároco da Paróquia Universitária. “A Paróquia Universitária é como se fosse uma rede aberta, que vai além da geografia para os estudantes que querem rezar, que querem participar de um grupo, que querem
ser batizados. É uma paróquia com o gosto do jovem universitário e atendimento flexível. Para nós é um grande orgulho”, enaltece o Chanceler da UCDB e presidente da Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT), Pe. Dr. Gildásio Mendes dos Santos. Padre Gildásio relembra a comemoração recente do bicentenário de nascimento de Dom Bosco, em 2015. “Ele sonhou com Nossa Senhora, ele sonhou com os jovens e um sonho que não morreu, 200 anos e o sonho continua vivo. Hoje Dom Bosco se manifesta nessa nova paróquia, sobretudo a serviço do jovem. Portanto é um momento, como diz Papa Francisco, de nós acreditarmos numa igreja da esperança, da alegria e em uma igre-
ja juvenil”. “É um momento marcante para nossa Universidade, por proporcionar serviços religiosos e espirituais para nossos acadêmicos. Sem a criação da Paróquia, sempre precisávamos estar ligado a uma outra paróquia, pedindo registro de batizados, casamentos; agora temos essa autonomia. Não só por isso, mas por ter um espaço onde os jovens possam celebrar os primeiros sacramentos da iniciação cristã e outros sacramentos, formarem grupos de oração e também participarem de projetos pastorais que a Arquidiocese de Campo Grande promove”, explica o Reitor da UCDB, Pe. Ricardo Carlos.
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PASTORAL “A primeira Paróquia Universitária da Arquidiocese de Campo Grande, e uma das poucas paróquias universitárias no Brasil, significa uma presença qualificada da igreja no meio universitário, que é um meio específico, que tem seus questionamentos próprios e desafios próprios. O jovem, quando vem para a Universidade, encontra o mundo da ciência, o mundo da pesquisa, que lhe traz novos questionamentos e novos desafios. O que a igreja quer é marcar presença, ser presença amiga, solidária, de serviço no meio desses jovens, de modo que eles possam, à luz da
fé, encontrar sentido útil às suas perguntas”, destaca o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa. Padre João Marcos enfatiza que a paróquia universitária traz autonomia para trabalhar com os jovens da UCDB e de outras instituições de ensino superior. “Todos os jovens universitários de Campo Grande são convidados a participarem dos nossos trabalhos, retiros e catequese”. “Temos visitado os acadêmicos nas salas de aula para divulgar as atividades da Paróquia, como as missas diárias (exceto aos sába-
dos), grupo de oração, adoração ao Santíssimo, terço, confissões e acolhidas nas salas de Pastoral. Além disso, vamos divulgar o nome da Paróquia Universitária em cartões e nas campanhas realizadas no decorrer dos anos”, diz o pároco João Marcos. “Muitas pessoas que desconheciam a existência da igreja, passaram a conhecer a paróquia universitária e estão participando com mais frequência a cada domingo”, explica o padre. Ele destaca ainda que a procura por casamentos também tem aumentado, e eles estão sendo agendados sempre aos sábados. Ramos reforça que a Paróquia já conta com grupos de acólitos, ministros extraordinários da comunhão, pastoral do dízimo, conselho educativo pastoral, equipe de liturgia e de monitores. A Igreja São João Bosco foi inaugurada em 25 de agosto de 2015, no campus da UCDB, em comemoração ao bicentenário de nascimento do patrono Dom Bosco. A construção moderna e sustentável possui vitrais para ajudar na iluminação solar e também recolhe a água da chuva do telhado em uma cisterna com capacidade de 12 mil litros, utilizada para irrigar o jardim. Construída entre os blocos A e C da Instituição, tem cerca de 700 metros quadrados e espaço para 520 pessoas. Antes de se tornar a primeira Paróquia Universitária Salesiana do Brasil, a igreja integrava a Paróquia São Francisco. A secretaria paroquial é realizada pela equipe de Pastoral, no Bloco A da Católica.
Horários de missas na Paróquia Universitária Segundas, terças e sextas, às 18h30; quartas e quintas, às 9h e 21h; domingos, às 19h15 (com entrada gratuita no estacionamento da Instituição) Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
Pe. João Marcos Araújo Ramos é pároco da Paróquia Universitária e Pró-Reitor de Pastoral da UCDB
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TEATRO
Silvia Tada
Q
uando as portas do teatro se abrem, um novo mundo é encenado no palco e leva o público a uma outra realidade. Mas é quando as cortinas se fecham que a transformação realmente acontece: nos bastidores do grupo teatral Senta que o Leão é Manso é que a vida de centenas de jovens é tocada pela arte, pela cidadania, pelo desenvolvimento pessoal e pela amizade. Em 35 anos de história, completados em 2017, cerca de 600 acadêmicos da Universidade Católica Dom Bosco já passaram pelo grupo — o mais antigo em atuação em Mato Grosso do Sul. “Não é uma formação profissional e, a cada ano, abrimos vagas para novos integrantes, que ainda não têm experiência no meio teatral. Esse desenvolvimento se dá todo no grupo, e é nítida a transformação, a desenvoltura, o amadurecimento desses jovens. Muitos elementos do teatro eles carregarão pela vida inteira, inclusive no campo profissional”, destacou o diretor do Senta que o Leão é Manso, professor Roberto Figueiredo. “O melhor do grupo é o grupo. Essa é uma frase que traduz bem o espírito que encontramos no Senta”, afirma a professora de História e acadêmica de Direito, Carolina Bueno, integrante do grupo desde 2012. “Já tinha feito teatro na escola, no ensino fundamental e médio, mas foi aqui que me desenvolvi. Como professora, o teatro me ajuda na sala de aula; na área do Direito, posso ressaltar a maior facilidade com oratória, comportamento e timidez”.
ARTE
(IR)RESPONSÁVEL Mais antigo grupo de teatro de Mato Grosso do Sul, Senta que o Leão é Manso completa 35 anos 44 | INSPIRA | DEZEMBRO 2017
Primeiro cartaz do Grupo em 1983
Elenco do primeiro cartaz
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Fiz duas graduações e durante as duas, participei do Senta que o Leão é Manso. Foi uma experiência inigualável, imensurável. Fiz amigos que levo até hoje e adquiri experiência, cultura extra e o teatro me preparou para o mundo profissional.
”
Vinícius Santa Bárbara, 33 anos, administrador e advogado. Integrante do grupo de 2001 a 2007 e de 2011 a 2015
A peça A Cantora Careca, de 2003, participou do Prêmio Criação Teatral Wolksvagen, em São Paulo, e o Senta foi o único grupo do Centro-Oeste a se apresentar no festival.
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TEATRO
Senta que o leão é manso da UCDB – 35 anos 1982 – criação do grupo 1983 – A maravilhosa estória do sapo Tarê-Beque 1984 – Morte e vida Severina 1986 – Só o faraó tem alma 1989 – Concerto em dor maior 1991 – Ato de sobrevivência 1992 – Cirros 1993 – Morte e vida Severina 1993 – Concerto em dor maior 1994 – O rapto das cebolinhas 1994 – As troianas 1995 – A cantora careca 1997 – Só o faraó tem alma 1998 – Prometeu e a criação do mundo 1999 – A megera domada 2000 – Brasil 500 anos 2000 – Uma palavra por outra 2001 – Via Sacra 2001 – Quem ri por último 2001 – Aurora da minha vida 2001 – A lição 2002 – As troianas 2003 – Pic-nic no fronte 2003 – A cantora careca 2003 - O Fantástico mistério da princesa Feiurinha 2004 – O auto do lampião no além 2005 – Salomé 2006 – O homem e o pássaro 2007 - Pic Nic no Front 2008 - O Noviço 2009 - A Maldição do Vale Negro 2010 - Só o Faraó Tem Alma 2013 - O Trato 2015 - Dom Bosco - Uma voz por nós 2016 - Medeia 2017 – Morte e Vida Severina (releitura especial 35 anos)
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Em 2001, a peça A Lição foi premiada como melhor espetáculo do Festival de Teatro de Mato Grosso do Sul, melhor diretor, melhor ator e melhor ator coadjuvante. Como prêmio, o grupo foi convidado a representar MS no Festival de Teatro do Zicosur, em Antofagasta (Chile), em 2002.
Os ensaios acontecem aos sábados e domingos, na Casa de Cultura e Arte da UCDB.
O grupo teve início no Colégio Dom Bosco e na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, criado por Roberto Figueiredo, Maria Cristina Aquino e Lígia Velasques, em 1982. No ano seguinte, passou a fazer da então Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmt), hoje UCDB.
A criação do grupo deu-se na efervescência dos anos 1980, quando o teatro estudantil era uma das mais fortes vertentes da cultura local.
Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, já foi encenada por duas vezes, em 1983 e em 1993. Neste ano, a nova versão tem como finalidade a homenagem à primeira peça encenada exclusivamente por acadêmicos da então Fucmt, hoje UCDB.
Formado exclusivamente por acadêmicos da Universidade Católica Dom Bosco.
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ARTIGO
REPENSANDO A ÉTICA Heitor Romero Marques
Mestre em Educação e Doutor em Desenvolvimento local Professor do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local — Mestrado e Doutorado da UCDB
A
vida já nos brindou com bons anos de existência, tempo o suficiente para termos entrado em contato com muitos clássicos da literatura sobre o tema que desejamos opinar, bem como experiência de vida para compreendermos um pouco da natureza humana. É surpreendente constatar que o ser humano traz consigo potencialidades boas e más, cujo desenvolvimento dependerá das ações que forem por ele executadas, mediante as próprias decisões, sob a decisiva influência da sociedade. Nesse contexto, quer no sentido lato, quer no estrito, nossas ações são vinculadas à fundamental finalidade que estabelecemos com maior ou menor valorização do econômico, do social, do político, do religioso, e assim por diante. Sobre isso a História nos assegura que a construção cultural foi sendo cristalizada em cada meio, impregnando e embasando as concepções nos mais distintos segmentos sociais, marcando de modo significativo a maneira de vivermos, tanto na dimensão individual quanto na coletiva. A 50 | INSPIRA | DEZEMBRO 2017
maneira de viver está, pois, atrelada aos valores que fomos ao longo da vida cultivando no seio da sociedade, naturalmente plural e dinâmica. Esse processo compreende a educação formal, enquanto resultado das ações educativas advindas dos sistemas de ensino propriamente ditos, e a educação informal, resultante das influências da sociedade. Disso podemos compreender que, dada a pluralidade dos valores que embasam o convívio social, conjugada com a facilidade de comunicação dos últimos anos, houve sem dúvida um acirramento de inversões desses ditos valores, em que se sobressaíram, como por exemplo, o desejo de vencer a qualquer custo, mesmo com prejuízo de terceiros. Assim, podemos ver que a conduta humana tem sido desviada do bem e da virtude, cujos fundamentos constituem a ética. A literatura ensina, e a vida confirma, que toda ação humana deveria estar voltada para o bem, em quaisquer circunstâncias e meio. Todavia isso está profundamente corrompido e cresce à nossa
frente como uma muralha intransponível. Caso queiramos corrigir essa rota, devemos e deveremos repensar o ordenamento dos valores [ética] e os colocar em prática mediante o que de melhor dispusermos, a exemplo da educação familiar, religiosa e escolar. Aquilo que aprendemos no colo dos pais, via de regra, levamos para a vida, e o que nos restar de melhor do sistema escolar podemos aplicar na melhoria da sociedade. A preocupação está em reencontrar o caminho da ética que privilegie a decência e o zelo pela vida das outras pessoas, como o bem maior a que todos temos direito. Entendemos que, para tanto, será necessário que os mais diferentes segmentos sociais não se apadrinhem de processos corruptos, mas se vangloriem da honestidade para que o cuidado com a vida e com a decência seja a prioridade. Não se trata de fazer uma revolução mediante a força, mas uma revolução cultural em cujo processo se deve ter a coragem de rever as próprias atitudes e assumir posições e posturas que possam servir de exemplo aos de hoje e aos de amanhã.
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