Twissst Issue #4 Portuguese Edition

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ISSUE #4 SPARK ARCHITECTS

portuguese edition TWISSST 1st YEAR

A Entrevista

As Fotos #1 Reeditadas

TIM WALKER

THE NEW ERA OF COUTURE

Fashion & Art

2.0

# GENMOBILE

O novo ABC

Chanel V , authier ,Bouchra , Jarrar , Rad Hourani & Victor and Rolf

PARIS & MILAN MENSWEAR BACKSTAGES

Louis Vuitton, Jil Sander, Lanvin, Versace, Z Zegna, Thom Browne, Valentino... riga fashion week

Full Review


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A TWISSST, ~ das ~ ediçao portuguesa, meio editorial independente na área da difusao ideias e de conteúdos, acredita e defende o pluralismo cultural, filosofia que aplica sem reservas à escrita. ~ nao ~ se regem Pelo exposto, os textos editados ao abrigo desta publicaçao pelas regras definidas no novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa.

Marilyn Monroe

Norberto Lopes Cabaço Director Geral e Redactor Chefe Twissst

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Self Portrait by Mr. Delaney Allen

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STAFF Editor in Chief & Creative Director Norberto Lopes Cabaรงo norberto.lopes@twissst.com Foreign Editors Director Mauro Parisi mauro.parisi@twissst.com Editorial Coordinator Chloe Yakuza Architecture & Art Director Mauro Parisi mauro.parisi@twissst.com

Graphic designers Laura Paunero Ruiz-Dana laura.paunero@twissst.com (Graphic Designer Senior) Lucas Castro lucas.castro@twissst.com Paula de Frutos paula.defrutos@twissst.com

Foto: Dino Modern50.com

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EDITORS Twissst English Edition Clare Hodgson Magdalena Kurowska-Shokerin Twissst Portuguese Edition Translation Responsible Elis PorfĂ­rio Bernardo Saavedra Twissst Spanish Edition Elena Arteaga Benedicta Moya

Contributors Elena DonĂ , Dilia Parkinson, Isabel Garcia Megino, Jennifer Marquez, Simone Guellar, Thomas Thinwes, Federica Gentile, Ymkje Repko, Ekaterina Lokteva, Aleksey Novikov, Carlota Branco, Eleonora Maggioni, Ewa Wilkos Jose Manuel Delgado Ortiz, Ruth Gaillard, Rute Martins Ricardo Gonzalez Naranjo Simon Lorenzin.

Calle San Lorenzo, 26 1A 28004 Madrid +34 91 523 5770 hello@twissst.com www.twissst.com

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ÍNDICE The New Era of Couture Pag. 16 - 24

2.0# Genmobile Pag. 28 - 35

Tim Walker O fotógrafo ao serviço da Arte Pag. 40 - 49

Riga Fashion Week The Winter Collections Full Review Pag. 58 - 71

SPARK/ Architects: A Entrevista Obra/Mundo/Visão Pag. 78 - 91


Riga A Real cidade do Báltico Pag. 94 - 105

L’amor fou! As hortas urbanas! Pag. 108 - 119

Rota dos Vínhos destino Bordeaux Pag. 122 - 127

1927 O experimentalismo unido à tradição Pag. 130 - 135

José Guerrero O Fauvista abstracto Pag. 136 - 139

Calendário Cultural Pag. 140 - 143


ISSUE NUMBER ONE

ISSUE NUMBER ZERO

PORTUGUSE EDITION

LIFESTYLE & FASHION CULTURE MAGAZINE

TWISSST#0

TWISSST#1

CLICK TWISSST#2

TWISSST#3 ISSUE NUMBER TWO PORTUGUESE EDITION

ISSUE #3 Entrevista

Manuel Alves Is it New York

the New Paris?

SS13 Destino África

Artur Cabral

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PORTUGUESE EDITION Fashion Editorial : Miss Królak

From Poland to Peru Special Report, Milão @

Salon del Mobile 2013 Nova Secção

I love Twissst


de interesse geral, de âmbito internacional e que documenta, porque não momentos muito relevantes da nossa A TWISSST celebra também uma nova aposta e recai na comunicação visual, queremos dar a conhecer de que acreditamos e pelo que lutamos. Chegou também o momento de contor a que abracem este novo projecto, esta cooperação e simbiose reside na aposta de crescimento sustentável -

CARTA DEL DIRECTOR A TWISSST ESTÁ DE PARABÉNS. Cumprimos um ano, 365 dias dedicados a um novo projecto editorial. Durante o ultimo ano celebramos momentos extraordinários e contamos como o talento de signers, modelos, maquilhadores e claro trabalharam em uníssono para a consecução de um objectivo comum. Foram e são os responsáveis pelos conteúdos que geraram até ao momento 4.2 milhões de paginas vistas em 94 países. Este é o derradeiro balance do primeiro ano da TWISSST. E este numero, o numero 5, volta a visitar alguns desses trabalhos que mais impacto tiveram junto dos nossos leitores.É em troca de muito pouco ou realmente nada. Nascemos com o objectivo de criar uma TWISSST

E temos também em processo uma nova pagina web e algumas apostas que revelaremos em breve, novos veículos que sem dúvida irão condicionar mais um passo na jovem, embora seTWISSST. Last but not least, cabe um especial leitor, a todas aquelas pessoas que seleccionaram a Twissst em cada um dos 94 países onde tivemos presença.

o trabalho que desenvolvemos tenha sentido. Assinamos a promessa de seguir trabalhando para que a TWISSST seja uma realidade, e que a cada número sejamos mais inovadores, criativos, e trabalhos anteriores. Cheers! Norberto Lopes Cabaço

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All people are born equal...

then some become

Photo:Antonio Palma Model: Nuno Silva Edited on TWISSST#2

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Photo: Maciej Bernas Children of Peru/Katarzyna Kr贸lak Edited on TWISSST#3

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Self Portrait by Mr.Kris Schmitz Edited on TWISSST#2

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29.10 – 2.11

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the new era of couture Texto: Eva Wilkos Tradução: Rute Martins

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Haute couture autumn/winter 2013/14

Q

uando tentamos representar a alta-costura, normalmente vem-nos à mente um efémero espectáculo com adornos de contas, bordados, folhos e plumas. Maravilhoso, mas às vezes longe das necessidades da clientela mais prática e abastada. Há algumas estações atrás, a alta-costura parecia transformar-se numa relíquia de uma era que já passou. Mas já não é o caso, tal como testemunha o movimento que temos visto face a uma New Haute Couture (Nova Alta Costura), evidente em alguns Tendo conseguido um equilíbrio entre artesanato com uma estética mais severa, conseguirão estas colecções levar-nos ao âmago da costura de alta qualidade?Primeiro, e mais que tudo, é impossível minimizar a grande transformação que ocorre na Dior, Um ano depois da sua estreia na alta-costura, o belga continua a sua Deixando para trás a visão über-romântica e exuberante de Galliano, Simons propões a criação de deseTal como o seu infame antecessor, Simons inspirou-se em outros conideia não era capturar o passado ou recriar os trajes típicos mas sim representar a diversidade de estilos

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de uma clientela global na microese acessórios da Ásia, África e América interagiram com a herança euroAo fundo, ecrãs gigantes mostravam a colecção interpretada sob as lentes de Patrick Demarchelier, Paolo Roversi, Willy Vanderperre e Terry Richardseou-se em formas arquitectónicas e atingido o nível de coerência que havia conseguido em Jil Sander, já rejuvenesceu com sucesso o New Look de Dior, agora representado por Jennifer


CHANEL A transição entre o velho e o ria das potências da moda mantêm a sua le de Chanel, que teve lugar entre as ruínas momento em que a cortina se abriu, tornou-se evidente que Kaiser Karl, o maestro da reinvenção, projectava a sua visão perante o de negro, branco e cinzento, brilhavam com à mente as superfícies próprias das metrópode inovação alcançado pelos ateliês de Chanel, os clássicos casacos, revestidos em tecido Lurex, não perderam nenhum do seu apelo lecção é perfeitamente vestível e não preten-

linha de alta-costura principalmente como uma prestigiosa adição aos seus produtos mais rentáveis, uma forma de preservar Semana da Moda tornar-se-ia num bonito -costura vivo e actual, a Câmara Sindical da Alta Costura (Chambre Syndicale de la Haute Couture), - o organismo responsável pela organização dos espectáculos - deciano, eles estendem o direito de apresentar as colecções a um pequeno grupo de designers promissores, que ainda não alcançaram o direito de utilizar as palavras “Haute

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Alexandre Vauthier truindo uma reputação pelo seu corte certeios seus primeiros mentores foram Thierry ção contou com bastante características do seu drapeado aplicado a calças largas, mini-

acentuados e bustiers vestidos por baixo ferindo-lhe, porém, um aspecto juvenil longe da ostentação retro que poderia convertir a roupa em simples trajes de que foram vistas em designs de Vauthier e obterão uma clara imagem da mulher


Bouchra Jarrar oferece convincentes roupas do dia-a-dia numa família de origem marroquina, mudou-se para Paris para aperfeiçoar as suas habilidades ao lado de Nicolas Ghesquière e o início, se converteram na sua peça icóni-

Unidos reside na sua capacidade de misAlém disso, ela sabe como ressaltar um detalhe chamativo, desta vez são as correntes que rodeiam o quadril e os colasenhos simples e vestíveis já ganharam o apreço dos principais compradores e encontram-se nas principais lojas como


Rad Hourani é outro nome a ter em mente lidade convidada na Semana da Moda, tornou-se o primeiro estilista da história a apresentar

em desenho de moda, mas mesmo assim, conde Hourani possuem uma qualidade escultural, construída sobre camadas de dobras, plissados e as formas geométricas roçam a austeridade monástica que funciona para ambos os sexos, independentemente da temporada e das tendos eles poderão ser apelidados como abastracto e vanguardista, porém, eles chamarão à atenção de clientes que se sentem mais à vontade em silhuetas unissexo do que em estilos femininos,



Viktor and Rolf Austero e concep-

tual, as duas palavras continuam a liderar a apresentação de Alta-Costura de Viktor & nhando colecções de alta-costura antes de um jardim zen japonês com roupa solta e

mento minimalista durante uma semana ditação sobre a natureza da alta-costura que procura o equilíbrio entre senso coa nova sensibilidade que deriva de inovadores estilistas, temos a sensação que este diálogo criativo irá dominar as pas-


Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECITON LOUIS VUITTON Backstage

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Self Portrait by Mr.Kris Schmitz Edited on TWISSST#2

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2.0 Texto: Dilia Parkinson Tradução: Bernardo Saaverdra

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ESTAMOS LIGADOS 24 HORAS POR DÍA, 7 DÍAS POR SEMANA. SEGUNDO O ESTUDO REALIZADO POR TONI AHONEN, CONSIDERA DO COMO UMA DAS VOZES MAIS INFLUENTES DA TECNOLOGÍA MÓVIL, NÃO PODEMOS PASSAR MAIS DE SEIS MINUTOS SEM DES BLOQUEAR O NOSSO SMARTPHO NE PARA COMPROVAR AS ÚLTI MAS NOTIFICAÇÕES RECIBIDAS. O uso da tecnología já invadiu a sociedade, a sua utilização é irrenunciavel e o Smartphone, o gadget por excelência. 150 vezes ao día comprovamos o telemóvel!Somos capazes de ler, falar e escrever praticamente em simultâneo, vemos programas de televisão com o telefone na mão esquerda, e o telecomando na dereita e… a o nosso cerebro em ambos sitios, enquanto isso; Estamos no chat com amigos através do Facebook, respondemos ao Whatsapp, activamos o despertador, anotamos no bloco de notas, 30

comprovamos o Twitter, consultamos o email, passamos ao próximo nivel do Candy Crush, subimos aquela foto ao Instagram e vemos o tempo para o día seguinte. O tráfego mundial de dados através das redes de telecomunicações cresceu um 70% no último ano e a media europea de acesso ao Smartphone alcança já um 47,6 %. Em cifras semelhantes, encontra-se o uso frequente das aplicações (Apps), encabeçado pelo Reino Unido (52,2%), seguido da Espanha (47,1%), França (37,4%), Alemanha (37,1%) e Itália (35,3%). As aplicações mais comuns e as que recebem mais usuarios são o Facebook, Twitter, Google+ ou o WhatsApp.No passado residem já os “sms” encarados como obsoletos e de custo elevado, a rede social MySpace que se mantém com o propósito de renascer das cinzas e as Blackberry , reponsáveis, à não muito tempo, pelo furor entre os adolescentes na Europa e Estados Unidos, que não só esgotaram o stock nas lojas, como também foram as responsáveis pela masprecursor do sistema operativo Android e do iPhone, que assinou a revolução e consolidou a tecnología Smartphone. Acabava de se iniciar a era das “Apps” e o início da primeira revolução social global do século XXI.


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WHATSAPP, é a aplicação gratuita mais descargada, pensada para um público que requer uma comunicação imediata com o menor coste e esforço possível. E como o êxito é sinónimo de concorrência, já estão no mercado a coreana LINE e a chinesa WeChat, ambas com um já relevante posicionamento no mercado europeu.Ocupam já a segunda e sexta posição na lista de descargas do Google Play.

VIBER, FACEBOOK MESSENGER, HANGOUTS DE GOOGLE+ OU SKYPE são outras das aplicações que encontraremos na maioria dos “smartphones”.

FACEBOOK, a terceira “app” mais descargada, converteuse em toda uma rede social onde cada um de nós , com esmero, ressaltamos todo o nosso potencial criativo, e com a quista de uns “likes” aquí e acolá. As frases cliché como, ‘”Life is really simple, but we insist on making it complicated.” (Confucius) o “Without music, life would be a mistake.” (Friedrich Nietzsche), asseguram o êxito. Mas para quem pretenda ser “trending topic”, a chave é a actualização do estado civil, ou sentimental.Alterar a informação para comprometida/o é sinónimo de uma avalancha de comentarios e perguntas de índole privada… mas que no Facebook não conhecem barreiras!

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TWITTER também não se escapa a esta tendência e existe, apenas em territorio español, mais de 5 milhões de usuarios . Twitter sitúa-se no top 10 de descargas gratuitas. E sim… também aquí dedicamos tempo e energia para ser os mais sintéticos e inovadores.¡Uma de suas mais relevantes potencialidades é saber exactamente o día da semana em que estamos! Exemplos são, por exemplo, as Segundas-Feiras: Oleadas de tweets entre aqueles que afrontam com pessimismo o início da semana e os que carinhosamente chamamos, na Twissst, MEC - Macro Energy People- sim , aqueles que às 7:30 de uma qualquer segunda-feira nos desejam bom dia, com uma foto à saída do ginásio…e a sorrir!Twitter é o “new club”. Discutem-se jogos de futebol, um discurso presidencial, o novo look da Rihanna, o mais recente episódio de um qualquer “reality show”, isso sim, em 140 caracteres, simples e conciso, que há mais aplicações que actualizar. Entre as aplicações mais usadas está o INSTAGRAM…Verdade que, no momento em que cação para partilhar fotografías… sentís-te que a tua vida tinha mudado?...Não foi? Aquela fotografía que a tua tia fez questão de te fazer, em que sais escuro e tremido nem o farão, com o Instagram é, súbitamente uma obra de arte, nunca tiveste um sorriso tão branco e perfeito, aquela paisagem da terra dos avós… transforma-se no Grand Canyon ou numa exuberandisponíveis em marcos retro e vintage, e ao estar vinculado com Facebook, Twitter, Tumblr e Flickr, é a ferramenta ideal para a glória!


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TRENDS APPS O número de apps criadas e descargadas continua com um ritmo de crecimiento frenético. FLIPBOARD uma app gratuita que ultrapassou já a barreira dos 75 milhões de usuários registados e é denominada pelos respectivos criadores como uma revista social. É todo um “must” se se pretende conhecer de forma rápida as actualizações dos contactos que mais interacção tiveran e as mais recentes notas informativas. 34

SWYPE, no top de vendas do Google Play, segue e soma pela facilidade do teclado deslizável. PANDORA RADIO é a segunda aplicação mais descargada nos 5 anos da App Store, este serviço de música em “streaming” é o mais popular nos Estados Unidos, superando inclusivé a Spotify, Deezer o Rdio.


NICHE SOCIAL NETWORK

NEOMOD, um ‘whatsapp’ ex- A Rede é, hoje em dia, um medio de primeira necessidade. A popularidada medicina, que com apenas de da ligação à Internet através dos alguns meses em territorio español, tem a sua mais valia na re- smartphones continua numa crescisolução de dúvidas e partilha de infor- mento contínuo, e o tema em discussão é o futuro da rede… em 3D.

COUPLE,uma micro rede social… de A interactividade plena é o próximo dois, pensada para apaixonados, cujos conteúdos desaparecem quando se rom- vibrantes actualizações, desta e de oupe a relação. tras noticias, mas por agora, vamos BODY PASSPORT uma aplicação para fazer “upload” do artigo em questão a acertar com as medidas nas lojas de roupa e ISSUU, para depois o publicar, vinculaevitar as incovenientes devoluções. do com o Facebook, Twitter e TumblR! 35


All people are born equal...

Photo: Cho Hang Model: Carlos Ferra Major Paris Photography Edited on TWISSST#1

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Then some become

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 Gucci Backstage, Milan Edited on TWISSST#2

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TIM WALKER O fot贸grafo ao servi莽o da Arte

Texto/ Dilia Parkinson

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T

em a forma de livro, título de camente inenarrável. “Story

-

Obscureza, magia, fantasia, sonhos e ambientes oníricos, são alguns dos adjetivos que nos assolapam a mente quando se pensa no trabalho de Tim dicados à banda desenhada do Tintin, à leitura de revistas de moda e em que ao irmão, num intento de se tornar um bom fotografo. Na actualidade, com mais de 20 anos de experiência, soma, na última década, diversos trabalhos para revistas de renome como Vogue, Vanity Fair e o The New Yorker. “Story Teller”, é um livro que inclui 175 instantâneas de alguns dos grandes nomes da moda e da cultura contemporânea, são o resultado de uma imaginação sem limite, inconfundível e excepcional.

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O

desenvolvimento do seu pró-

o distingue, começou quando tinha apenas 19 anos. Começou por trabalhar no arquivo de Cecil Beaton, na biblioteca de Condé Nast de Londres, ainda antes de iniciar dos seus de Arte de Exeter.Posteriormente, transladou-se para Nova York e foi assistente pessoal de Richard Avedon e aos 25 anos de idade realizou a sua primeira sessão para a Vogue, com quem continua a colaborar nas suas edições interbritânico e pela pintura tradicional da paisagem inglesa, Tim Walker mostrou,

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primeiramente, mais interesse na capturar do lado humano mediante o retrato e tem permitido explorar os sonhos e as fantasias, e é essa a vertente que mais o atrai e que lhe permite continuar a seguir um estilo reconhecido e duradouro. As suas imagens, tanto hiper-reais como irreais, contam com uma vitalidade deslumbrante e uma paleta de cores vibrantes e eclípticas. São exemplos, destes contos visuais, os seus icónicos retratos; o designer de moda Alexander McQueen pousando com um crânio humano e alguns cigarros, os soldados de chumbo animados de vida,


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a modelo Agyness Deyn nas dunas de areia na Namíbia, uma avioneta feita de uma baguete de pão gigante, ou um barco atracado numa biblioteca, contêm reflexos de magia que nos facultam uma viagem ao imaginário e nos transportam, ao instante, para outro lugar. A sua filosofia de trabalho reside na busca dos “ parâmetros do impos46

sível”.Assim classifica o momento da captura de uma imagem: “um extraordinário sentido da sorte, em que agarras a oportunidade e te impulsiona a fazer fotos que não poderias nem imaginar nos teus sonhos mais selvagens. Esta é a magia da fotografia”. Este fotografo britânico nasceu em 1970,


tem como ambição mostrar o não convencional e o diferente ,de outros autores como Man Ray, ou Edwin Blumenfeld, cujos, ao início do século XX abriram a porta ao subconsciente, reunindo as suas inquietudes estéticas com a fotografia de moda. A sua original visão não tem como objectivo capturar nem imitar a realidade,

reside na busca 47


senão, criar uma realidade paralela, carregada de emoções, a essência do singular num instante único e insólito. Para isso conta, por exemplo, com a androginia de Stella Tennant, ou Tilda Swinton, a cumplicidade de Kate Moss, a particularidade de Kristen McMenany e a pura ingenuidade de Daphne Groeneveld. um patamar artístico nunca antes reconhecido na nossa história. A capacidade de superação e de inovação que a moda requere, bem como a sua autoexigência, nos permitiu entrar em mundos de rara beleza, onde o passado e o futuro, a realidade e a fantasia se materializam à distância de um click e onde Tim Walker é, certamente, o seu embaixador mais relevante. 48


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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 Valentino Backstage, Paris Edited on TWISSST#2

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Edited on TWISSST#0

Photo: Artur Cabral Edited on TWISSST#0

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Special

tha

080 Barcelona Alexandra Simões de Carvalho Alvaro Gallego Ana Maria Oliver Angela Gilltrap Ángela Vero Angelica Tinazzi Anna Golias Antonio Palma Artur Cabral Arturo Jose Vallejo Associação Moda Lisboa Baltic Fashion Federation Bartosz Ka Nachtigal Benedicta Moya Carla Pires Carlos Ferra Chloe Yakuza Claire O’Donnell Clare Hodgson Daniel Duniak Daniela Cataldo 52

Daria Kochan David Lariño Torrens Dilia Parkinson Diogo Ângelo Mega Elena Arteaga Elena Donà Eleonora Maggioni Elis Porfírio Emma Santoyo Martin Ewa Wilkos Fashion Philosophy, Poland Fashion Week Francesco Marangon Giuglia Chiaravallotti Grzegorz Korzeniwski Isabel Garcia Megino Jacek Jelonek Jaime Masip James Massoud Javier Santamaria Jemima Daisy Jennifer Marques João Pedro Vasconcelos


anks Jose Manuel Delgado Juan Vidal Kamil Sobczyk Katarzina Krolak Katerina Korss Kris Schmitz Laura Parisi Laura Paunero Laurent Humbert Lucas Castro Lucia Garcia Lucía García García Magda Witczak Magdalena Kurowska-Shokerin Major Paris Manuel Alves Marcel Marcin Paszko Marco Moreira Marzena Janik Mercedes-Benz Fashion Week Madrid Nuno Moreira

Nuria Pérez Patrick Abbattista Paula de Frutos Piotr Wojnis Portugal Fashion RDK Productions Ricardo Gonzalez Naranjo Riccardo Capuzzo Riga Fashion Week Robert Ryzek Rui Vasco Rute Martins Ruth Gaillard Semaine de la Mode Masculine PARIS Simon Lorezin Sio Cho Hang Sonny Vendevelde Tatiana Balvas Telma Russo The New Vega Studio Túlio Brandão

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 Versace Backstage, Milan Edited on TWISSST#2

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECITON DIESEL Backstage

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECTION, Z Zegna Backstage, Milan Edited on TWISSST#2

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECTION, Versace Backstage Edited on TWISSST#2

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RIGA FASHION WEEK Da primeira visita à capital Letona, recordamos uma cidade com valores próprios semelhantes aos das capitais do norte da Europa, um extraordinário sentido do património, dos espaços públicos, uma arquitectura arrebatadora e uma gastronomia rica em sabores e texturas. Mas viemos em busca de design, de moda em particular, e o que encontramos premia também essa conotação. Na sua 18ª edição, a Riga Fashion Week, englobada na Baltic Fashion Federation, apresentou as propostas para o Outono/Inverno 2013/14 de uma panóplia de criadores oriun-

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dos da Letónia, Estónia, Bielorrússia e Lituânia e contou com a participação especial da marca COMEFORBREAKFAST, marca criada em 2009 pela dupla de criadores italianos, Antonio Romano e Francesco Alagna. A linha condutora à maioria dos criadores reside não no conceito, mas na volumetria das colecções; foi a construção dos casacos de inverno uma das peças mais trabalhadas e das mais visualmente apelativas.Igualmente palpável foi a arritmia entre curtos e largos, momentos de opulência e de minimalismos absolutos em que se deixou o design falar por si desprovido


A

The Winter Collections Full Review Texto: Norberto Lopes Cabaço Fotografia: Mark Litvyakoff

de qualquer acessório. Num momento em que a Moda como indústria sofre uma reorganização de prioridades, em que o acessório já não compete com o necessário, resultou interessante avaliar que a indústria de moda báltica, assumiu esses valores e os transformou em colecções que visam superar As propostas, criadas com um design contemporâneo sem descuidar o sentido comercial, orientadas ao cliente sign nórdico, a associação da qualidade dos materiais ao design atemporal, resultou coerente também em Riga,

na passerele, e pelas ruas da cidade. Riga apresentou as propostas de Inverno vestida a rigor, coberta de neve e com temperaturas negativas, o que seguramente condicionou o processo criativo dos criadores, a que se apreciasse um cuidado na apresentação de peças confeccionadas com materiais quentes e nobres, como as lãs virgens, as misturas de lã e caxemira, mohair, alpaca, as peles e o pêlo. A Moda para o ser deve estar nas ruas, e se for essa a base da continuidade da indústria, à Riga Fashion Week espera-lhe um futuro promissor.

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ALEXANDER PAVLOV (LETÓNIA) Apresentou uma colecção onde o prático e o romântico caminharam cial, embora tenha criado peças com um corte mais contemporâneo como as calças oversize e transpôs correctamente o volume das camisas/casaco às peças de abrigo em lã. Predominou os tons terra com apontamentos de branco

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ALEXANDRA WESTFAL (LETÓNIA) Apresentou uma das mais interessantes colecções de Inverno. Aliou o design inovador à necessidade da mobilidade da mulher actual e obteve o equilíbrio buscado numa colecção A desconstrução do blaser remeteu-nos à criatividade da escola de moda belga, e a utilização de contrastes entre pretos e brancos, entre a rigidez do “tailoring” suavizado com a utilização do pêlo, colocou em prática os conhecimentos obtidos na Central Saint Martins, em Londres e do Instituto Euro-

peu di Design, em Milão. Trabalhou numa clara homenagem à silhueta feminina, a cintura foi marcada em práticamente todas as peças, ou através do corte ou da utilização de cintos, o que resultou na introdução de um elemento estilístico natural, sem esforço, natural. Westfal apresentou-nos uma colecção de Inverno em toda a sua expressão, aportou uma visão global fruto das suas vivências e comunicou-se na linguagem universal inerente à Moda. 61


ANNA LED (LETÓNIA) Anna Led é a marca assinada pela designer Anna Ledskalnina, e para o Inverno propõe um sentimento „effortless” muito em voga. Não houve um sentimento continuo na colecção, não é uma „One Note Collection”, mas sim uma colecção que cobre muitas das necessidades de uma mulher urbana. E este também é um sentimento muito moderno. Misturou tecidos técnicos com peças orgânicas, apresentou peças de noite e para o dia-a-dia, volumes „loose” ou „cocoon” e suavizou os brilhos com o branco neve. Para o Outuno/ Inverno 2013/14 o contraste é o „mood” da mulher Anna Led, prática, urbana, mas que não descuida uma imagem de marca, pessoal e contemporânea.

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COMEFORBREAKFAST (ITALIA) Para COMERFORBREAKFAST se “Less is More”...”More is Better”. A marca assinada por Antonio Romano e Francesco Alagna, tem crescido com um pé assente na nova geração que encontra no design, uma expressão de arte contemporâneo. Sediados em Milão contam com a proximidade dos ateliers e com o “savoir-faire” mais reclamado da indústria, que encontramos na laboriosa confecção das peças da colecçao de Inverno. As sweaters e os jumpers são os “stilletos” e os “prints” o ADN de um cliente urbano, cosmopolita e que encontra na COMEFORBREAKFAST a resposta à identidade e necessidades. Com propostas masculinas e femininas, a COMEFORBREAKFAST demonstrou que com rigor e dedicação, a profusão de uma nova ideia, continua a ser viável.

IEVA DAUGIRDAITE (LITUÂNIA) Procedente de Vilna, na Lituânia, Ieva Daugirdaite, apresentou uma proposta onde os materiais técnicos foram evidentes. A practicidade da proposta esteve patente durante todo lhuetas associadas ao “day wear” conferindo-lhe um aspecto mais formal. Destaca o rigor na confecção, ombros perfeitos ou mangas raglan que premiam o movimento e uma paleta de cores intensos mas sóbrios, o verde garrafa foi um elemento pictórico recorrente e utilizado em calças, vestidos e numa versão de um “trenchcoat” A mulher Daugirdaite é jovem, forte, decidida e moderna, e conta com um guarda-roupa... à medida! 63


KATYA KATYA SHEHURINA (LETÓNIA) A colecção de Shehurina para o Outono/Inverno contou com momentos de um silêncio absoluto, vestidos em tons areias e “navy”, absolutamente minimalistas de um rigor praticamente estoico.Mas Shehurina mostrou o quão sonora pode chegar a ser, como de se uma pauta musical se tratasse elevou a intensidade em escalas, surgiram os encaixes e as rendas sobre estampados ou cores vivas como o rosa “chiclete“ e apresentou inclusive uma versão “kimono jacket” numa explosão de cores oxidas. Talvez Shehurina tenha criado uma resposta diferente para cada mulher, terá sido assim?

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LENA TSOKALENKO (BIELORRÚSSIA) Tsokalento representou a Bielorrússia numa proposta onde os materiais foram, mais que as formas e os volumes, protagonistas na coleção. Os abrigos em lã, pele, pelo e as capas “tartan” envolveram as silhuetas deixando, mais lugar à descoberta que à contemplação. Era patente um sentimento de proteção, os “Jersyes extra-large“, os abrigos longos e as saias que praticamente chegavam ao chão criavam imagens belas embora igualmente densas. Quando os coordenados eram apresentados com sapatos ou botas com tacão o efeito tubular era minimizado e a proposta ganhava intensidade e interesse, premiava-

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NARCISS Apresentou uma proposta romântica com um “dark Twis(ss)t” e com uma conotação que nos recorda algumas passagens do cinema “noir” Talvez ganhe ainda mais relevância quando estes elementos que encontramos também referenciados em passereles como Milão, tenham sido apresentados não por um designer, mas por uma equipa criativa que responde pera marca NARCISS. Houve um elemento decadente e poético em algumas das peças apresentadas, o vestido com saia linha A, o abrigo pelos ombros, uma versão práticamente gótica de um “babydoll dress”, num cenário iluminados por dezenas de velas perfeitamente alinhadas. Foi patente este jogo de contrastes, entre o politicamente correcto e o neo-liberal, a dualidade entre duas gerações de mulheres, talvez seja essa a chave do sucesso de Narciss, que com lojas em 5 países diferentes, tem como objetivo proporcionar uma resposta a perguntas ainda não formuladas.

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NATALIJA JANSONE (LETÓNIA) A proposta para o Outono/Inverno de Jansone resultou um atestado de sobriedade, com tons escuros, negros, cinzas anthracite, chocolate e derivados de castanho. A rigidez do “tailoring” era reduzida pela suavidade dos materiais utilizados, e também na apresentação de alguns vestidos, austeros com uma conotação “loose-fit”. A proposta resultou numa panóplia de peças seguras, bem elaboradas e para um uso quotidiano.

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NOLO (LETÓNIA) A marca NOLO trouxe-nos alguns dos coordenados de grande interesse da Riga Fashion Week. Em alguns momentos do desfile, torna-se complicado não deixar fluir a mente a um cenário de suspense ao mais puro estilo de Hitchcock, um dia de nevoeiro intenso, uma falesia e um farol, e por entre a bruma, uma silhueta feminina, Sentia-

POHJANHEIMO (ESTÓNIA) Foi a desogner que encerrou a última edição da Riga Fashion Week. Poder-se-ia ter denominado “Speechless”. Foi um momento de contemplação, as manequins caminhavam lentamente ao estilo Hackerman e se a banda sonora estivesse a cargo de Michael Nyman, teria resultado também, um momento para os sentidos. Pohjanheimo arrebatou provavelmente a maior ovação

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-se uma atmosfera quase cinéfila, romanticamente decadente e contemporaneamente vibrante. O styling condicionou de igual forma esta percepção, os cabelos foram cuidadosamente despenteados, e o mix de tons tons suaves entre os rosa pastel e os cinza, a mistura de sedas e lãs, culminavam o cenário. Uma proposta vasta em possibilidades, e com aplicações em realidades e mulheres diferentes, seguramente algumas destas peças constam já na “shopping list” das it-girls em Riga…e não só.

do dia, com uma colecção que roçou a perfeição.O minimalismo “couture”, o “Parisian chic”, tomou a passerele e reivindicou a maestria de uma criadora enamorada da pureza das formas e do look funcional e atemporal. A precisão do corte, a procura da mobilidade, e a criação de peças para o dia e para a noite sem descuidar em nenhum momento o ADN da marca, garantiram a POHJANEIMO a assinatura no livro dourado da Riga Fashion Week. “Save the best for lest”, talvez seja um “cliché” pouco actual e por vezes usado à ligeira, mas neste caso, fez todo o sentido.


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KRISTINA VALANCIUTE (LITUÂNIA) Revelou a colecção mais avant-garde da semana. Criou novos recriou o streetwear com uma visão quase galáctica e futurista. Os “Bomber” foram a base de uma proposta que no azul noite e no preto encontrou os aliados para não deixar ninguém indiferente. Mas ainda que as peças sejam criativamente reveladoras, a maior parte continua a apresentar um forte lado comercial e funcional Seguramente o mercado asiático, nipónico em especial, irá receber de braços abertos os conceitos desenhados por Valanciute para o Outo-Inverno que se apresenta.

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SKLADNOVA (LETÓNIA) A proposta mais “girlie” da semana foi assinada por Irina Skladnova, e acreditamos que a designer resulta na melhor embaixatriz da marca. Não há uma peça na colecção que não vejamos coerente quando vestida pela sua criadora. Num momento em que o “rocky naughty mood” está em voga em meio planeta, Skladnova já tem meia batalha vencida. Seja pelos “leather biker jacket” ou pelos vestidos “babydoll”, em pele ou em padrões “tartan”, a única situação que a deve preocupar é manter os níveis de produção alinhados com a elevada procura que os seus clients vão reclamar.

ZANETE AUZINA (LETÓNIA) Zane Auzina criou um mundo onírico, onde o etéreo foi chave e as silhuetas mais próprias de uma proposta primaveril que para uma colecção de outono/inverno. Aparte do laborioso processo de criação dos vestidos e de uma complicada “mise-en-scène”, a colecção foi desprovida de qualquer tecido que nos recorde a estação em detrimento de transparências, “chiffons” e de qualquer outro acessório que a criadora considerou idónea para o tema da colecção. Igualmento certo é que Auzina criou um guarda-roupa a pensar numa “red carpet”, não obstante, inclusivé as clients mais cosmopolitas, necesitam, em Dezembro, um casaco de abrigo para os eventos mais sibaritas. 71


Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECTION Louis Vuitton Backstage

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Photo: Artur Cabral Backstage NUNO BALTAZAR @ ModaLX TRUST 1 Edited on TWISSST#3

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WILL YOU

JOIN

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TWITTER

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FACEBOOK

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Photo: Artur Cabral PINK IS THE NEW BLACK MARISA GONÇALVES @HADJA MODELS ANGOLA 4 Edited on TWISSST#3

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECTION, Lanvin Backstage Edited on TWISSST#2

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SPARK/ 78


/

OS DIRECTORES DE SPARK EM SHANGAI, SINGAPURA, PEQUIM E LONDRES APRESENTAM À TWISSST A VISÃO DA NOVA ARQUITECTURA E REVELAM-NOS ALGUMAS DAS PECULIARIDADES ORGANIZATIVAS DE SPARK.

Texto/ Mauro Parisi Tradução: Elis Porfirio Fotografia/ Ymkje Repko - www.architectuurreis.com

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A

Assistimos nos últi mos anos a mudanças históricas que se re flectem globalmente por diversos âmbitos e, não lhe sendo imu ne, o impacto na arquitectura tam bém não lhe é indiferente. Se antes eram as cidades europeias, as americanas, ou as japonesas, as que arrebatavam os projectos arquitectónicos e urbanísticos mais futuristas, hoje em dia são outras as cidades que competem entre si; Cidades como Pequim, Abu Dhabi, Xangai, Singapura, Guanzhou, Mumbai ou Jacarta, elevam em contínuo frenesim construções públicas e privadas como resposta às suas necessidades urbanas, e atribuem aos seus skylines o toque de “modernidade” característico das metrópoles ocidentais. Este aclamado despertar arquitectónico, é igualmente promovido por alguns dos escritórios de maior prestigio internacional, como é o caso de SPARK que, desde à 10 anos, e sem esquecer a Europa, tem produzido emblemáticos projectos na Ásia e no Oriente Médio.

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SPARK conjuga com sucesso o melhor da experiência internacional com os talentos locais. Com uma equipa que supera as 100 pessoas, de 16 nacionalidades diferentes, está dividia em 4 escritórios sediados em Pequim, Xangai, Singapura e Londres; Para traduzir a sua realidade, como natural reflexo, ousados não seremos se lhe atribuímos o, tão em voga, slogan


Fotografia/ Bass and Flinders Gateway Project Courtesy of SPARK

“Think Globally, Act Locally”.A sua filosofia assenta numa arquitectura pragmática, social, que fomenta a convivência, que cria e constrói peças que permitem conjugar as exigências do cliente com a rentabilidade do resultado final. Algumas de suas criações foram internacionalmente premiadas, sendo exemplo, projectos como o de regeneração

do quebra-mar Clarke em Singapura, o Terminal Internacional de Cruzeiros de Xangai, a Galeria Comercial Starhill de Kuala Lampur e os complexos Raffles City em Pequim e em Ningbo. Todos eles, e cada um, se tornaram símbolos da cidades em que estão erguidos, como o foi há décadas atrás o Edifício Chrysler em Nova York. 81


‘‘

82

assenta numa arquitectura pragmática, menta a ‘‘

O mentor deste fascinante projecto é o arquitecto inglês Stephen Pimbley. Em 2008 juntamente com o seu colega de longa data Jan Felix Clostermann, (neste momento responsável pelo escritório de Pequim), abriram a primeiro escritório de Spark. Esta estrutura extendeu-se com a abertura de outros escritórios; agora com uma equipa directiva, também, composta por Mingyin Tan e Sven Steiner, responsáveis pelo escritório de Xangai e Max Tichmarsh, pelo escritório


Fotografia/ Guangzhou Science Town Courtesy of SPARK

de Londres. A TWISSST quis saber um pouco mais sobre este escritório e aproximou-se para conhecer, em primeira mão, algumas das suas do da Arquitectura, dos dias de hoje e de um futuro próximo. Mas, primeiro queremos apresentar-vos, algumas das suas obras mais icónicas que projectaram a SPARK na “World List” de escritórios de Arquitectura mais cobiçados. E não poderíamos começar por outra obra, senão, pela remodelação de Clarke Quay em

Singapura, no ano 2006. Esta antiga zona portuária foi completamente renovada pela mão da SPARK e hoje em dia atrai mais de 2 milhões de visitas ao ano, a chave do sucesso é a engenhosa criação de um micro-clima que através de um sistema de “sombras e refrigeração”, consegue reduzir a taxa de humidade e a temperatura em 5 ºC relativamente ao “exterior”, sem deixar de ser um sitio ao ar livre, que permite aproveitar do quebra-mar e da vista sobre a baia de Singapura. 83


Fotografia/Clarke Quay Singapore Charlie Kwan

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Depois de Clarke Quay sucederam-se, vĂĄrios projectos urbanĂ­stico/comerciais; em 2011 criou o Terminal de Cruzeiros Internacionais de Xangai, a Galeria Comercial Starshill de Kuala Lumpur e o complexo residencial de Rihan Heights em Abu Dhabi. Logo depois, foi a vez dos complexos residenciais/comerciais Raffles City de Pequim e de Ningbo. 85


Fotografia/Shangai Terminal Cruise Ymkje Repko www.architectuurreis.com

O Terminal de Cruzeiros de Xangai, combina espaços para escritórios com 40.000 m2 de áreas comerciais comprimento que acompanha as sinuosas formas dos edifícios.Segundo as palavras de Pimbley, a sua intenção é criar edifícios actuais, próprios da era em que se constroem e não obedecendo a teorias, ou a valores abstractos considerados, talvez, mais puristas. E o Terminal de Cruzeiros é um claro exemplo, de como em Spark recorrer ao uso de subterfúgios coloridos, de formas e decorações que 86

nos recordem a vitalidade das actuais sociedades “techno-high tech”. Rihan Heights, representa a incursão da Spark no Médio Oriente, um complexo residencial de luxo em Abu Dhabi, composto por 5 torres e 14 chalets que, graças aos materiais usados, às formas e disposições dos edifícios, abrange um espaço verde exuberante que contrasta com a paisagem desértica própria do pais. A Starhill Gallery de Kuala Lumpur é outra das joias de Spark; com suas formas pontiagudas e efeitos de luzes, são já uma referencia na arquitectura ao serviço das marcas de moda e se transformou num dos símbolos da capital Malaia.


entrevista TWISSST/Desde um ponto de vista estrutural, Spark é composta por 4 escritórios ao redor do Mundo; operativamente, cada centro é autónomo no que respeita à realização de contratos e à elaboração dos projectos, ou existe um centro coordenador? E nesse caso, onde está localizado? É sempre o mesmo, ou pode variar em função do projecto? SPARK ARCHITECTS/Normalmente, as empresas de Arquitectura com vários escritórios operam com uma das formas que referiu, mas, por outro lado, nós pensamos que nenhum destes modelos favorece uma cultura ma da presença de um centro – guia é que termina por aglutinar todo o talento num único sitio, normalmente situado longe dos cliente e do desenvolvimento dos projectos, deixando os colaboradores dos centros satélites, os que falam pessoalmente com os clientes, completamente distantes à concepção dos projectos. Sinceramente não acreditamos que se possa dividir o processo arquitectónico em duas partes: o design e a coordenação. O outro modelo, de vários escritórios que trabalham autonomamente sob a assinatura de uma única marca, apresenta várias fragilidades: desde a falta de homogeneidade na qualidade até à competição económica; acabaria por ter uma frota de pequenas empresas em vez de, ter apenas uma única empresa capaz de tirar o melhor de

ração” é diferente dos dois modelos mencionados; desenvolveu-se a partir do nosso primeiro projecto na Asia. Quando desenhamos o Clarke Quay era uma colaboração online entre três escritórios e funcionou perfeitamente, também porque as pessoas envolvidas já se conheciam pessoalmente de antes. Em Spark vemos a colaboração como uma via para criar consistência; cada escritório desenha e coordena os seus próprios projetos. Colaboradores de outros escritório, que podem ter uma especialização em determinado âmbito do projecto, transladam-se para o escritório local que necessita de suporte. Os directores de escritórios têm uma reunião mensal para discutir o desenvolvimento e avanço dos projectos; também se promove o intercâmbio de arquitectos além do intercâmbio de arquitectos. Além do mais não há concorrência porque os lucros são compartilhados entre todos os escritórios.

para criar

O nosso modelo de “rede-de-coope87


Os departamentos de suporte, como tarem centralizados num só, estão distribuídos entres os quatro escritórios e isso também está pensado de rentes exigências de cada escritório e das suas necessidades de crescimento. A tecnologia permite-nos estar conectado muito facilmente e, além de ferramentas tão comuns como as videoconferências, temos um portfólio online actualizado diariamente para que cada colaborador de Spark possa consultar os projectos dos demais escritórios; isto permite-nos, a todos, trabalhar num único ambiente de conhecimento. Pequim, Kuala Lumpur, Abu Dhabi, Tianjin; Ao analisar os últimos projectos de Spark, pode-se subentender uma especial incidência no Extremo Oriente. O futuro da Arquitectura, tal como de outros sectores, é o Extremo Oriente? Existe uma maneira própria de conceber arquitectura no Extremo Oriente, que altera a actividade de um em comparação entre a Europa e, por exemplo, a China ou a Malásia? A arquitetura tem diferentes “drivers”. Haverá sempre uma comunidade de empresas de alto nível que seguirá as tendências de crescimento demográfico e económico mundial e realizará projetos impressionantes, normalmente caros, que se transformarão em símbolos da força e da riqueza dessas zonas. Essa vanguarda, ou caravana de designers 88

em constante movimento, move-se por diversos locais conforme as oportunidades de negocio de cada empresa; actualmente estão concentrados no Extremo Oriente, mas dentro de 10 anos talvez estejam em qualquer outro lugar, quem sabe, talvez em África. Por outro lado, continuará a existir a constante necessidade de construir casas, escritórios, escolas, hospitais; de sustentar as comunidades, que é ao fim ao cabo a razão da profissão do arquitecto. Spark está interessada nas duas vertentes, na inovadora e na, que podemos definir como, tradicionalista. Procuramos a inovação mas, somos guiados pelo desejo de proporcionar edifícios que sirvam as comunidades e que se erguem sem ter em conta o contexto económico. O mecanismo de entrega de uma obra na Asia é completamente diferente do Europeu, desde o processo de planificação à escala, programa e relação com o contexto; ainda que as qualidades que marcam um bom trabalho arquitectónico sejam as mesmas, bem como os requisitos exigidos para a construção: luz, espaço, protecção, materiais e cores são “commodities” globais. Há também, no CV da Spark, uma forte predominância de centros comerciais, ou de complexos mistos, residencial-comercial; é uma consequência por preferir clientes privados ou advém do vosso principio básico de “criar arquitectura (que faz com que seja justamente este tipo de projectos os mais fáceis de realizar actualmente)?


Fotografia/ Rihan Heights Courtesy of SPARK

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É verdade que os projectos comerciais dominam o portfolio asiático de Spark, talvez seja um resultado directo da tipología de mercado dominante ali e do actual portfolio de clientes. O nosso trabalho na Europa, anterior ao Clarke Quay (o primeiro trabalho de Spark na Ásia) estava dominado por edifícios públicos como escolas, projectos ferroviários e edifícios culturais. O projecto de Clarke Quay abriu-nos uma porta ao sector “retail” e comercial, onde realizamos vários projectos nos últimos 10 anos que foram galardoados com vários premiados. É um sector em continua evolução porque as inovações tecnologias alteram a maneira de viver, trabalhar e 89


Fotografia/Raffles City Ningbo Courtesy of SPARK

de aproveitar o tempo livre. Spark uer ser pioneira dessas mudanças, desenvolvendo novas tipologias que sejam sustentáveis e que reinventam os mona, arquitectura e design.

sério e perder o seu rumo ao perseguir padrões e dogmas. Constatamos que as pessoas que usam os edifícios e os comissionam, também partilham a nossa opinião em relação a essa aproximação audaz à cor.

Ao analisar os vossos projectos denota-se a importância da cor. Do complexo Calypso em Roterdão ao porto pesqueiro de Shenjian, da recuperação do quebra-mar Clarke ao Tianjin World Trade Center, do projecto Bass and Flinders Gateway em Wollongong, em todos eles a cor adquire o mesmo protagonismo que as forma sinuosas e a sustentabilidade energética. É realmente assim?

lhos do complexo Calypso em Roterdão, existem mais alguns projectos na Europa, sobre os quais no podeis dizer algo mais?

Em Spark amamos a cor, é assim. Somos um negócio cheio de cor e por isso tectura pode levar-se demasiado em 90

O nosso escritório de Londres, que tem apenas 2 anos, está agora mesmo a trabalhar sobre uma variedade de projectos residenciais, mistos e urbanísticos, principalmente na área metropolita londrinense. Brevemente na zona de Westminster. Vigiar essa zona! ;)


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Photo: Maciej Bernas Children of Peru/Katarzyna Kr贸lak Edited on TWISSST#3

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 Prada Backstage, Milan Edited on TWISSST#2

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RIGA 94


A Real Cidade do Báltico Texto: Mauro Parisi FotogfrafIa: Ekterina Lokteva Tradução: Rute Martins Trip to Riga took place thanks to www.LiveRiga.com support

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R

iga, a maior e mais cosmopolita cidade das Repúblicas Bálticas, é uma surpreendente realidade pronta para acabar com qualquer ideia pré-concebida que ingenuamente se possa ter sobre ela. Fascinante, resulta uma mescla de atmosferas medievais, de ‘900 e uma efervescência cultural pós-moderna. Quase à mesma altitude que Edimburgo, mas 1500km mais a Este, Riga é a verdadeira rainha do Báltico ex-soviético. Tallinn, presa num papel de aldeia medieval para turistas ou Vilnius, relutante em seu tamanho pequeno, elevam ainda mais Riga, cidade real e fascinante, cujo turismo existe na sua justa

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medida, sem o risco de perder a sua essência e autenticidade. Era quase de forma a evitar que se transforme em algo certamente diferente, semerece ser conhecida, ser reconhecida pelo que é: uma das cidades mais interessantes da Nova Europa. É apelidada como a “Paris do Norte”, sempre redutoras, além de pouco favorecedoras. Poder-se-ia facilmente cidade, ainda que a maior parte se concentre junto do centro histórico


de Vecriga (Riga Antiga), além da su-

dade centro europeia moderna,

enquanto o frio invernal deixa a cidade,

biente. É palpável o extremos rigor, especialmente, no centro

tilo pela cidade, ainda que a maior parte se concentre junto do centro histórico de Vecriga (Riga Antiga), além da suenquanto o frio invernal deixa a cidade,

e onde deixar uma beata no -

des mais importantes da Liga Hanseática. Reconquistada a independência há pouco mais de 20 anos, Riga dedicou-se cente história, para se converter numa ci97


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Riga acolhe nos, ensinando nos desde o ini cio o seu lado mais autêntico, quando, ao cruzarmos o rio Daugava entramos no co ração medieval da cidade, defendido por um lado, pelo Castelo dos Cavaleiros Porta Espada actualmente Presidência da Repú blica , e do outro lado, por uma enorme es trutura, por vezes ameaçadora, do contro verso monumento dos Fuzileiros Letãs. O ponto de partida é, sem dúvida, o centro histórico, com as suas ruas estreitas e pavimentadas smartphone – Ratslaukumus cida de Vecriga, onde encontramos a imponente berbamente decorada, sede do grémio dos merarrastaram um enorme pinheiro e colocaram-no à frente da sua sede, após tê-lo adornado com

sitar a cidade em pleno inverno. O contraste entre o vermelho dos tijolos das suas igrejas góticas e as cores das imponentes fachadas e o branco imaculado da neve que as cobre é realmente iminenarráveis. 99


Afastando nos do centro históri co, o bairro Judenstil é de enorme interesse. Edificado no início de exemplos mais fascinantes: animais e deu900, as suas avenidas arborizadas, amplas e rectilíneas, revelam algu mas linhas condutoras da Art Nou dores e bocejantes, contribuindo para a deveau que impera em cada detalhe. 100


tes da cidade. Nova de Riga) é praticamente obrigatória. ces dessa faceta de Riga, é hoje um museu onde se pode admirar vidrais originais, mo-

verdadeira casa burguesa dos anos 20, que ain da oferece a possibilidade de nos sentirmos parte da história, por uns minutos… alugando um dos chapéus originais dispoco, boinas e cartolas, cada um encontrará 101


A poucos metros do museu, também na

o ver é como ir a Paris sem visitar o Lou-

dos cafés mais acolhedores da cidade,

periência sensorial. Dependendo da es-

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por tipo de produtos) num total de quase 1km2, pode-se encontrar qualquer protilos, mel, arenque fumado, enchidos, tomates, pepinos, carnes e peixe fresco.

na atmosfera popular, sendo, sem dúvida, onde o mercado central da cidade o mais relevante. Há quem diga que ir a Riga sem

Humanidade desde 1998, calcula-se terem passado mais de 80.000 pessoas por dia. Além do centro da cidade, Riga continua a oferecer inúmeras possibilidades.

tes de mirtilo, de frutos do bosque ou de

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tistas emergentes que se conectaram perfeitamente com esse interesse e amor pelo desenho vanguardista e roeste da cidade, num porto aberto ao intercâmbio cultural onde partem os ferrys para Estocolmo, e entre as

antigas fábricas e estabelecimentos, existe uma comunidade arBáltico. Esta já foi transformada num dos locais mais cool de Riga, com galerias de arte, laboratórios criativos, workshops e estúdios profissionais. 103


jurmal a De um interesse inquestionável e a poucos quilómetros da cidade, nas margens do mar Báltico, está Jurmala. Ainda que as temperaturas durante grande parte do ano

Já desde o fim de ‘800, era o lugar de descanso preferido de grande burgo, e esse passado reflecte-se

Hoje em dia, continua a ser um pelos diversos centros de wellness e spa, porque fora de temporada, quando neva ou está frio, o que frutar das temperaturas das saunas e das massagens num centro 104


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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 MENSWEAR COLLECTION, Thom Browne Backstage Edited on TWISSST#2

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L’AMOUR FOU! AS HORTAS URBANAS! Texto: Elena Doná / Fotografía: Helsinki Wayward Plants Plant Tram Tradução: Elis Porfirio 108


“Enquanto assistia a uma conferencia na periferia de Estocolmo, no Outono de 1974, passei por uma horta comunitária, situada junto de uns edifícios muito altos. Era uma idílica tarde que parecia Verão, com muita gente cuidando da horta a poucos passos de suas residências. 30 anos depois, todavia conservo na memória este cenário, pela aura de felicidade e satisfação que rodeava as pessoas que trabalhavam. Recordo que pensei “É isto! Isto sim é exemplo de uma sociedade civilizada”. Lester R. Brown, , Analista Meio Ambiental 109


O

poeta Inglês Abraham Cowley escreveu, em 1688, que Deus criou o primeiro jardim e Cain a primeira cidade. Em algum momento, os dois devem ter trocado impressões. 325 anos depois, os corações de algumas das cidades mais bonitas do mundo voltam a ser verdes. Neste conceito estão para além dos parques urbanos de design clássico, das avenidas bordadas de árvores: os verdadeiros protagonista da luta contra o betão armado são as hortas urbanas. Hortas urbanas e verticais, que nascem nos telhados dos arranha-céus e em zonas industriais abandonadas. Hortas artísticas, itinerantes e temporais, como o maravilhoso Plant Tram de Helsinki, uma

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instalação realizada em 2012 com plantas que espontaneamente foram trazidas pelos habitantes da cidade. Hortas nascidas numa noite, num blitz da Guerrilla Gardening, e posteriormente cultivadas com ternura à luz do Sol. Hortas bonitas, pedagógicas, onde cada vez com mais mente, loucos pelas hortas, e a vantagem frente aos jardins, é que se come o que se cultiva.Segundo a FAO, em 2020, mais de 3500 milhões de pessoas viverão nas áreas metropolitanas, e a agricultura urbana poderá representar a única oportunidade para garantir alimentos saudáveis e nutritivos para a numerosa população.


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No entanto, não se cultiva só por necessidade.O que empurra milhões de pessoas, que vivem nas mais dinâmicas cidades do mundo, a substituir as “business cases” depois de uma jornada de trabalho por uma enxada? Talvez o experimentar a emoção de ver crescer algo que nasceu das nossas mãos recuperando o contacto com a natureza e com gestos esquecidos. O ter que respeitar o ciclo do Sol e 112

das estações do ano. O dar importância aos detalhes, tomar tempo cheirar e degustar. Trabalhar duro e acabar cheios de energia, e fazê-lo com os demais, porque uma horta urbana significa, antes de mais, partilhar e conviver, uma nova forma de estar na vida que cada vez mais pessoas desejam experimentar. Estas são algumas das experiências vividas pelos pioneiros de uma nova sociedade.


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L ONDRES /onde a agricultura urbana é negócio

Organic Garden

de 600 hortas e o número cresceu exponencialmente com vista ao evento. O celas, com o objectivo de que todas as Olímpicos tivessem origem nos agricultores urbanos. Talvez não sejam exaca ser a cidade número 1 das hortas e dos jardins secretos, e não quer perder a sua marca: a cidade acaba de aprovar um novo investimento de 450.000£ 114

munitárias em toda a área metropolitana. Hortas a visitar: pela sua atmosfera mágica e pelos pequenos animais em liberdade que desfrutam da tranquilidade do lugar, não se pode perder dida e protegida por um denso bosque, onde se podem provar os produtos cultivados num cómodo café, que inclusivamente até prepara cestas de pic-nic per-


uma rede de hortas, autoadministraADRID / das, que reapropriam a cidade. M Na cidade que tem como patrono o santo protector dos agricultores, hortas faz-se sentir de uma forma muito positiva.Madrid dispõe de uma rede de hortas comunitárias, alegre e activa, animada por colectivos de cidadãos que querem partilhar gratuitamente conhecimentos e experiências, para promover a agricultura ecológica e

reapropriar-se de lugares abandonados devolvendo à metrópole um ar mais tradicional e igualmente contemporâneo. Hortas a visitar: O Horto do Patio mónima) por fusão entre street art -

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: A história de um aeroporto que se ERLINM/ B converteu num jardim urbano Entre as incontáveis hortas de Berlim, há uma que merece uma menção especial… O legendário aeroporto de Berlin, Tempelhof – palco que testemunhou o primeiro voo em 1909, e depois de quase um século de serviço, em 2008 o aeroporto foi encerrado e abandonado. Três anos depois, um pequeno gru-

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po de berlinenses decidiu converter a zona e investir o tempo cultivando um jardim. O projecto que obteve a autorização por parte das autoridades alemãs e agora conta com mais de 300 voluntários, converteu-se em toda uma referencia para quem quer abraçar uma


P ARIS /Potager sur les toits...

Os telhados de Paris são um clássico? Porque não cultiva-los ? Quanto mais alto, melhor… A experiência de agricultura urbana mais interessante de Paris foi lançada pela associação Topager e a Escola AgroParisTech, no distrito número 5 de Paris: O telhado do instituto foi transformado num laboratório open air de 600 m2 onde as plantas crescem em vasos com um

composto obtido a partir de resíduos orgânicos municipais. Trata-se de um duplo êxito: verdura fresca em casa e menos lixo. No entanto par quem sofre dade; uma pequena horta comunitária totalmente bio, alegre e visionária, instalado num piso térreo!

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H ortas urbanas para visitar outras cidades/ Amsterdam: Porque não começar por um passeio de bicicleta pelas hortas urbaBarcelona: existência, que está sempre aberta, é o lugar ideal para curiosos, situado no cotdelforat.blogspot.com.es) Dublín:

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Lodz, Poland:

Oslo: mos3). Prague:

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Roma: tador, que parece saído de um conto de fadas, administradas por adolescentes descapacitados, e que no Verão se converte numa sede temporal de exposições blogspot.it) Viena: hortas e jardins, situados nos terrenos onde, há alguns anos atrás, passeava a

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Photo: Kris Schmitz

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Photo: Sonny Vendevelde AW 2013 Valentino Backstage, Paris Edited on TWISSST#2

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Rotados Vinhos

Destino - Bordeaux -

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A zona brinda-nos com várias opções que incluem degustação e visita a diversas adegas.

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Pode passar um dia em cada região, apostando em tours quemisturem a herança cultural de Bordéus e a tradição vinícola é uma aposta segura.

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Uma espólio arquitectónico, histórico e cultural que dão corpo a uma oferta à medida dos gostos e necesidades de prácticamente qualquer turista.

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S

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Photo: Maciej Bernas Children of Peru/Katarzyna Kr贸lak Edited on TWISSST#3

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Photo: Telma Russo @Modalisboa, Lisbon Fashion Week Edited on TWISSST#0

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Texto: Eleonora Maggioni

N E M I R E P X OE O D I UN TRADI


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IÇÃO

Desde 1947 que o festival Fringe de Edimburgo é um dos pilares do teatro no panorama internacional, representa sem dúvida um trampolim para muitas das companhias emergentes que procuram o êxito e visibilidade internacional para as suas obras. Assim aconteceu com “1927”, companhia inglesa que em 2007 desembarca no Fringe com a sua primeira obra teatral: Between the Devil and the Deep Blue Sea. Fundada em 2005, deve o nome ao ano de desaparecimento do cinema mudo, assim como ao ano de estreia nas salas de cinema de “Metropolis” de Fritz Lang. As produções de 1927 levam tempo, recorrem a técnicas especiais, onde misturam com originalidade teatro e vídeos de animação. tradicional “music hall”, tornou-se em pouquíssimos dias na revelação do Festival de Edimburgo. E enquanto a crítica, geralmente feroz com muitos dos debutantes, elogia o trabalho de 1927, o telefone da cofundadora Suzanne Andrade toca sem parar, e os maiores teatros europeus se oferecem para representar o espetáculo da companhia.


O

estilo de 1927 rapidamente se traduz como sinónimo de inovação e experimentalismo; a fusão da música em directo com actuações live que se interligam com projecções em ecrãs de grande formato; sempre desenvolvido através do prisma do cinema mudo, da cultura “noir” e do típico formato dos contadores de histórias

da nossa infância. Parece assistir-se a uma velha projecção de cinema mudo; as sensações são as mesmas, mas com o acréscimo encanto de parecer poder partilhar o mesmo espaço que os actores e os restantes especta dores, presentes nas diminutas salas onde, normalmente, a companhia representa.


Apesar desta ser uma mistura infalível, a companhia chegou a questionar-se sobre uma mudança para a segunda obra, The Devil and the Children Took the Streets, por medo à dinâmica do espectaculo poder vir a aborrecer o público.. Decidiram seguir coma mesma linha teatral que tanto êxito proporcionou e que os levou a actuar em Madrid, há alguns meses atrás, no “Festival de Outono na Primavera”, no teatro intimista de “La Cuarta Pared”. A obra conta a história de um bairro complicado, situado na periferia de uma qualquer cidade, onde os vizinhos espreitam por detrás das cortinas a vida dos demais e onde as crianças não podem brincar na rua. Como se se tratasse de um conto ilustrado, a história ganha vida graça a três actrizes (Sue Appleby, Eleanor Buchan e Lewis Barfoot) que interpretam vários personagens em simultâneo e que as permutam recorrendo a rápidas mudanças de máscaras. No fundo do palco estão três ecrãs onde se projectam onde através das quais as três artistas passam repevo dictado pelas projecções. A história é atractiva, e contada com humor, mas Inspirado nas novelas de Dickens, The Devil and the Children Took the Streets, conta a história de um porteiro que sonha com sair do bairro desolado em que vive e onde chega uma mãe sonhadora, convenUma obra que nos recorda o teatro comprometido e político de Brecht através da parábola sobre o poder e as classes sociais, mas que ao mesmo tempo se torna intemporal graças à sua particular encenação.


A

companhia, actualmente em digressão pela Europa, tem como projecto continuar com a interacção entre animação e teatro. Muitos teatros como, por exemplo, a Ópera Cómica de Berlin, que no ano passado encargou à companhia a adaptação da obra Flauto Magico, competem entre si para que 1927 pise os seus palcos, êxi

to que Suzanne Andrade jusem parte também ao facto da companhia ser uma pequena realidade teatral que se move em espaços cénicos diminutos. E é uma realidade indiscutível; parte do segredo da sua última performance se deve à proximidade dos espectadores como palco e da possibilidade de disfrute desta proximidade.


D

e facto, Andrade está decidida em não sucumbir às pressões externas que exclamam por um regresso de 1927 ao Festival de Edimburgo, o que implicará uma produção de maior escala. “We are still a little company” refere a cofundadora de 1927, que entretanto considera a

possibilidade de vir a explocom o mesmo entusiasmo e o mesmo nível de experimentação que caracterizam a companhia, Esperemos, para breve, ver o seu terceiro trabalho e poder voltar a emocionarmo-nos como já sobejamente nos acostumaram.


Autorretrato, 1950 Centro Jose Guerrero, Granada

José Guerrero Texto: Jose Manuel Delgado Ortiz Tradução:

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O Fauvista abstracto.


Les Marocains en priere, Matisse

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cor, uma aposta pela liberdade da cor; assim podemos subentender, desde o inicio, o que foi a obra do pintor, a cor como meio de expressão vital. A sua obra maravilhou os seus contemporâneos e para muitos amantes de arte resulta cativante, ainda que seja pouco referenciado nas conversas dos cafés situados frente às galerias de arte de maior prestigio. Nasceu em Granada, Espanha, em 1914 numa humilde família e com uma desmedida ilusão por aprender, emigrou para Madrid procurando novos conhecimentos artísticos na Escuela de Bellas Artes de San Fernando. Fico desmoralizado ao confirmar que os seus professores se preocupavam mais com a proibitiva abertura ao conhecimento de artistas de vanguarda, como Picasso, que em reconhecer a sua arte. Na Academia só conheceu os impressionistas, na sua maioria falecidos há pelo menos 30 anos anteriores à sua chegada.

O interesse por conhecer a o b ra d e s e u s c o n g é n e r e s i m p u l s i o n o u - o a s o l i c i t ar va r i as b o l s a s p a ra e m i g ra r, p ara a Pa r i s d e 1 9 4 5 , c o m o o b j e c t i vo d e v i r a c o n h e c e r o q u e p a ra s i , e ra a ve r d a d e i ra a r t e d o s e u t e m p o. E assim foi, viver em Paris foi a primeira de muitas experiências fora de Espanha, e enquanto estudante, face aos fracos recursos económicos, recorreu à ideia de viver de sua pintura, algo que até ao momento não tinha pensado, uma vez que até então apenas sentia a necessidade de pintar. Na Ville Lumière aprende a técnica do fresco e conhece a Matisse, os quadros deste são uma inspiração; foi através de Matisse que teve o seu verdadeiro primeiro contacto com a cor. Depois de um ano em França volta a Granada, onde se encontra incómodo; a arte, a sociedade e o ambiente asfixiam-no. Sente-se fora de lugar e decide voltar a emigrar.

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Dos Hilanderas, 1948, Centro Jose Guerrero, Granada

Vai para a Suíça, Itália, Bélgica e I n g l aterra, onde começa a v i ve r d a s ua obra. Consegue algu m a s ex p o si çõe s d e êx it o e começ a a d o t a r a cor de maior protagoni s m o que a f i g uraçã o. Após a sua visita a New York começa a sua investigação sobre o abstracto, Guerrero informouse sobre os desenvolvimentos do expressionismo abstracto e dos movimentos de vanguarda em Londres, mas só quando chega à cidade da grande maçã, a sua obra reflexa a influência provocada pelos artistas norte-americanos. Na sua primeira obra abstracta “Las lavanderas” de 1948 Guerrero dá-nos as primeiras pistas para entender a sua pintura. Nas Lavanderas a cor predomina e se aglutina rodeada por figuras ovaladas, óvulos cheios de cor, essa cor Fauve – puro e intenso – que tanto se deve a Matisse. Vislumbra ainda a presença figurativa, uma vez que remarca braços e pernas, mas será o ponto de inflexão na

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Las Lavanderas 1948 Centro Jose Guerrero, Granada

arte; a partir de aí só se repetem essas figuras geométricas de forma ovalada que tanta energia dão à tela. Somente em 1950 voltou à figuração com o seu autorretrato, que fez, não por gosto, senão obrigado pela circunstância já que tentou dar aulas de desenho e devia demonstrar que era capaz de fazer desenhos naturalistas. N o s e u a u t o r r e t rat o, G u e r r e r o p i n t a - s e d e p e r fi l , à m a n e i ra italiana, mas são nesses seus g e s t o s o b s e r vam o s u m a d e u s a e s s a t é c n i c a . O s e u o l h a r r e fl e x a u m ú l t i m o o l h ar d o ar t i s t a a t o d a a s u a o b ra r e a l i z a d a a t é a o m o m e n t o, t ra t a - s e d e u m o l h a r p a ra t r á s , p o r ú l t i m a ve z , p a ra g a n h a r i m p u l s o n o s al t o a d ar e m fr e n t e , d e e n c o n t r o ao c a m i n h o qu e o le va r ia a o a bs tra c to. N o s a n o s c i n q u e n t a p r o d u z- s e u m a e x p l o s ã o c r i a t i va , G u e r r e r o, é u m ar t i s t a c o n h e c i d o n as al t a s e s fe ra s do mundo a r t í s t i c o, r e l ac i o n a - s e c o m Ro t h ko e c o m a g a l e r i s t a Be t ty Par s o n s , q u e l h e


Serie Sur con Rojo (South Series with Red), Jose Guerrero

b r i n d a a oportunidade de ex p o r p e l a primeira vez em New Yor k , a c ap i tal da ar te nessa época . É claramente influenciado pela paixão do expressionismo americano, os traços tornamse mais violentos, mais longos e curvos. Este é o Guerrero no seu zénite artístico, é capaz de adoptar o melhor do Expressionismo Abstracto Americano – de Motherwell ou Pollock - e convertê-lo em casualidade, com uma total honradez e claridade. Perguntam-lhe várias vezes se é um dos defensores do Action Painting, ao que responde que não, porque ele cria baseado num principio, num meio e num fim, nada é deixado ao acaso. O seu objectivo baseia-se na transferência da energia do corpo e da mente à tela, a energia é o principio e o fim. Sem a influência que tiveram outros nas artes, sem a transcendência e a popularidade, Guerrero comovenos, fascina-nos e, sobretudo, envolve esse espectador ávido de novas sensações e de pluralidade

artística. No âmbito artístico, foram poucos os que conseguiram tocar tantos géneros diferentes, aprender deles e assumi-los como seus com tanta elegância. Guerrero é o paradigma do pintor aluno, o pintor que reúne em si mesmo, todas as qualidades dos diferentes movimentos artísticos, e é capaz de sobressair em todas como ninguém, já que na realidade procurava criar o seu próprio estilo. U m e s t i l o ú n i c o e i r r ep e t í ve l , u m a ve z q u e s ã o p o u c o s o s q u e pos s u e m a c a pac ida de de ad ap t ars e c r i a t i va m e n t e à s u a é p o c a e a o l u g a r o n d e s e e n c o n t ram . É o v i a j a n t e i n fa t i g á ve l q u e n a p r o c u ra d o s e u m o d u s o p e ra n d u s a r t í s t i c o p e r c o r r e o m u n d o, e c u j o r e s u lta do ir r e m e diá vel d es s a pr oc u ra é a s u a o bra . O b ra q u e c o m o a c o n t e c e m u i t a s ve ze s e m t o d o m u n d o, t e r m i n a o n d e c o m e ç a , e m E s p an h a e m a i s concretamente na sua querida G ran a da .

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Calendário

Cultural

Textos: Jose Manuel Delgado Ortiz, Rute Martins, Simone Guellar, Thomas Thinwes

KULTURNATTA A partir de 11 de Outubro. Gotemburgo, Suécia Cada mês de Outubro, os teatros, galerías e cafés de Gotemburgo permanecen abertos até mais tarde no Kulturnatta. Produzem-se uma série de eventos como leituras literárias, espectaculos de dança, concertos de jazz, obras de teatro e exposições. A cerimónia de abertura de este ano está a cargo da bailarina Carmen Olsson e da companhía Spinn. Centenas de artistas animam cada esquina desta cidade ao sul da Suécia revigorando-a com mistério, paixão e criatividade. Fortemente recomendável se tem prevista uma viagem a estas frias e igualmente interessantes terras escandinavas. www.kulturnatta.goteborg.see

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Vienna - Berlin. Art of two metropolises A partir de 24 Outubro de 2013 até 27 de Janeiro 2014. Berlin Gallery (Berlín) e Galería Belvedere (Viena) A Berlin Gallery e a Galería Belvedere de Viena unem esforços para apresentar por primeira vez uma grande exposição que relata o expressionismo moderno desde principios do seculo XIX até à Nova Objectividade; de Klimt a Grosz. A exposição está dedicada ao “vital” e recupera o sempre interessante diálogo cultural Viena

– Berlín; nesta ocasião desde as posições do modernismo clássico nas Belas Artes. Composta por uma selacção de artistas cujas obras se podem contemplar entre os quais se destacam Hans Baluschek, Max Beckmann, Otto Dix, George Grosz, Raoul Hausmann, Hannah Höch, Ernst-Ludwig Kirchner, Erika Giovanna Klien, Gustav Klimt, Oskar Kokoschka, Broncia Koller-Pinell, Max Liebermann, Jeanne Mammen, Ludwig Meidner, Koloman Moser, Max Oppenheimer, Emil Orlik, Christian Schad, Egon Schiele e Max Slevogt.

“O mistério do ordinário”. Magritte e o surrealismo no MoMA Até 12 de Janeiro 2014 – MoMa, Nova Iorque Através dos trabalhos realizados entre 1926 e 1938 a exposição mostra a evolução do artista no período em que mais próximo se encontrou do surrealismo. 80 obras, entre quadros, collages, fotografias e trabalhos gráficos oferecem a quem visitar o museu novaiorquino, uma visão completa da forma de ver o mundo deste original pintor belga através da representação de objectos de uso quotidiano.

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Contemporary Arts between Poland and Britain Até 15 de Novembro de 2013 - Ujazdowski Castle Center for Contemporary Art. Varsóvia. Polónia A exposição “British British Polish Polish. Art from Europe’s Edges in the Long 90s and Today” reúne mais de 20 dos mais controvertidos artistas contemporâneos ingleses e polacos que marcaram as correntes artísticas contemporaneas de estes dois paises europeus unidos por un nexo cada vez mais estreito. Poderse-ão contemplar varios trabalhos

de artístas tão mediáticos como os ingleses Damien Hirst, Chris Ofili, vencedores de prémios como o tão prestigioso Turner Prize, e os polacos Zbigniew Libera e Katarzyna Kozyra já reconhecidos em distintas exposições nacionais e internacionais. Todos e cada um deles se caracterizam pela nenhuma indiferença e alguma controvérsia que geram as suas propostas artísticas, com uma directa vinculação com temas sociais e politicos. São exemplos a “Let’s Eat Outdoors Today” de Hirst, a “Pyramid of Animals” de Kozyra e também a “Lego System” de Libera.

Festival d’Automne à Paris 2013 Até 12 de Janeiro de 2014, Paris, França Paris celebra o Outono con un Festival homónimo. Até ao próximo dia 12 de Janeiro uma completíssima mostra cinematográfica, de fotografía, ópera, teatro e performances musicais aportam um pouco mais de magia, à cidade das luzes. O objectivo: mostrar a nova arte e a nova cultura parisina. Máis de 40 eventos serão realizados en distintos locais emblemáticos como a Ville Lumièr, o Centro Pompidou, o Teatro de Chaillot ou o Teatro dos ChampÉlysées. Uma vez mais Paris veste-se a rigor, nesta ocasião para homenagear a Hiroshi Sugimoto, Trisha Brown ou Olivier Saillard. A não perder!

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William Christenberry At é 2 4 d e N o v e m b r o d e 2 013, Fu n d aç ã o M a p f r e , Sa l a A z ca – M ad ri d, E spa n h a W i l l i a m C h r i s t e n b e r r y ( Tu s c a l o o s a , Alabama, 1936), criador de um estilo imaginário próprio com toques oníricos, situa-se num lugar d e s t a c a d o d e n t r o d a f o t o g ra f í a contemporãnea. Esta exposición c o nv i d a - n o s a d e s c o b r i r a s u a v i s ã o

d a s p a i s a g e n s t ra d i c i o n a i s d o S u l dos Estados Unidos, uma visão r e s u l t a d o d e v i v ê n c i a s , l e i t u ra s e m o m e n t o s i m a g i n á r i o s a t rav é s d e um mix de imagens paisagisticas e relato social. As mais de t r e ze n t a s f o t o g ra f í a s e d i ve r s a s e s c u l t u ra s p r e s e n t e s c o n s t i t u e m a mais completa exposição de este f o t ó g ra f o r e a l i z a d a n a E u r o p a a t é à d a t a e u m a o c a s i ã o ú n i c a p a ra o s amantes da apelidade, sexta arte.

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Shall

we give these boys a hand?

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