Caderno Virtual Lírios

LÍRIOS

2021

NESTE DIA ENSOLARADO NASCEM LÍRIOS

Como um presente as flores que simbolizam o recomeço brotam entre os bancos do ônibus, uma luz quente invade os corredores do espaço, aos poucos as pétalas e folhas de cada flor se abrem, todes param para observar. É o tempo sinalizando um novo ciclo.

ÍNDICE É proporcionar um respiro em meio ao caos.........................2 Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro!........... 6 Quem fez acontecer?................................................................................7 Um convite para embarcar em uma viagem sem fronteiras..........................................................................................................10 Cantando no Busão..................................................................................13 Rafael Stonne.........................................................................................15 Trajano.........................................................................................................17 Forrró di Muié.........................................................................................19 Flor de Crejoá........................................................................................23 #VOUDEBUS................................................................................................25 Jairo Pereira............................................................................................27 Noz Canela..............................................................................................29 Lab de Nóiz..............................................................................................31 Nay Carvalho..........................................................................................33 Embarcando com Humor...................................................................35 Show da Polly........................................................................................37 Encerro com o coração feliz............................................................40

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#VOUDEBUS_Nay Carvalho Foto Gasalucinação

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É proporcionar um TEXTO AMANDINHA respiro em meio ao caos.

O processo curatorial é um dos trabalhos mais difíceis e ao mesmo tempo significativo a ser feito em uma produção. No "Toda Terça", festival que teve que se adaptar nessa pandemia, nunca foi diferente.

Podemos entender que o curador/produtor tem uma tarefa muito importante a ser feita no desenvolvimento de seus trabalhos, pois ele é a pessoa que pensará o que será interessante para aquela edição. Esse trabalho exige muita pesquisa, conhecimento de outros artistas e do que está acontecendo na cena cultural, assim como tentar ser essa pessoa capaz de transformar corpos, pensamentos e pessoas com a junção de uma programação capaz de nos tirar do estado que estamos ultimamente. É proporcionar um respiro em meio ao caos.

Compreender os interesses do seu público, é fundamental para esse processo, visto que, ser um agente cultural é ter a compreensão dos diversos tipos de artes, linguagens, mecanismos, dialetos, gêneros e raças, que devem sim estar presentes e tornarmos também a programação um lugar acessível e incluso para as mais diversas pessoas.

Esse profissional, esse ser que tem o poder da escolha é aquele que vai defender uma programação que vá de encontro com a proposta e a essência do evento, sem deixar que ela se kkkkkkkkkk

3 comunique verdadeiramente com seu público.

Acredito que esse processo ocorreu na produção desta edição do festival Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro! Pois ele é um festival que se comunica facilmente com todas as pessoas, todas as edições são pensadas em propostas diferentes que possam fazer com que todos se divirtam e em um momento de leveza.

Fazer isso à distância foi bem difícil já que o evento sempre ocorreu de forma presencial, no ônibus, com os passageiros do transporte público. Não sentir isso, de ver todos ali ocupando aquele ônibus foi bem difícil, mas creio que dessa maneira podemos também ter a percepção de outras diversas coisas que sem essa experiência Foto_Amanda Azevedo remota não teríamos.

A programação deste ano, um ano árduo e pandêmico, foi pensada em pessoas próximas de nós. Toda a classe artística sofreu muito com essa pandemia, e acredito que incentivar, nesse momento pessoas próximas foi o melhor a ser feito.

Olhar para nós mesmos, pros nossos amigos, colegas, parentes, vizinhos, conhecidos da família e incentivar o seu trabalho em meio a tanto caos, desesperança no setor cultural, foi muito significante, porque acredito que nossos papéis como produtores ou curadores é poder também ofertar a oportunidades e acesso para que outras pessoas possam ver e entender que todo sonho é possível. É fortalecer o nós e os nossos.

4 Sendo assim, com o coração feliz por esse projeto, que possamos sempre nos lembrar de onde viemos, antes de entender para onde vamos e o processo curatorial, entra nisso muitas vezes, de compreender o lugar, a potência e o grande poder de escolha que temos nas mãos.

#VOUDEBUS_ Fábio Leandro | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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Nesta 5ª edição somamos mais de 1.000 visualizações no canal do Youtube Play Bus ao longo de 3 meses de programação com artistas de todos os lugares de Sâo Paulo, contemplando linguagens como música, teatro, performance e dança. Foram 12 terçasfeiras de muitos encontros e trocas. As atividades foram publicadas em nossas redes sociais e divulgadas pelos próprios artistas. Encerramos 2021 com a esperança de um novo ano recheado de possibilidades, vivenciando um novo ciclo.

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#VOUDEBUS_ Jairo Pereira, Melissa Aguiar e Maytê Costa | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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QUEM FEZ ACONTECER?

assistente de produção_ Brenda Rebeka

assistente de produção_ Amanda Azevedo

produção geral_ Tatiane Lustoza

assistente de produção_ Jonathan Araujo

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QUEM FEZ ACONTECER?

captação de imagem, som e edição_ Leonardo Souzza

coordenação geral_ Anderson Maurício

técnico de som e edição de áudio_ Devão Sousa

técnico de luz_ Tomate Saraiva

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Cantando no Busão_ Trajano | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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Um convite para embarcar em uma viagem sem fronteiras.

Meu nome é Brenda Rebeka, tenho 24 anos e fiz parte do festival Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro como assistente de produção.

Estar ali, no ônibus, é como receber um convite para embarcar em uma viagem sem fronteiras para o mundo da imaginação… Cada banco, cada Foto_Brenda Rebeka cortina, cada cantinho, possui kkk memórias que contam muito da trajetória da Zózima, ainda mais desse Festival que proporcionou o embarque e desembarque de tantos passageiros. Poder fazer parte da equipe de produção me proporcionou momentos únicos, como o de ter um contato direto e mais próximo com cada artista convidado e contemplado em sua 5ª edição. Ver cada rosto, voz e jeito ao vivo e a cores habitando o ônibus, me trouxe de volta a chama do fazer artístico que outrora adormecido, havia caído em meu esquecimento do quanto é e sempre foi fundamental a arte como ferramenta de manutenção da vida. Vida esta, que mora no poder do encontro. Foram três meses de produção por trás das lentes

das câmeras, mas o carinho e afeição por cada trabalho que ainda chega ao público, continua emergindo em mim a cada exibição que acontece no canal do Youtube da Trupe.

Acompanhar cada gravação me proporcionou experiências de grande valia para minha carreira como artista e para o meu aprendizado enquanto produtora iniciante, mas principalmente me atravessou enquanto pessoa.

Durante o processo das gravações, a equipe técnica basicamente se manteve a mesma, o que nos possibilitou se aproximar, rir e chorar a cada atravessamento feito pelas lindíssimas artes que acompanhamos. Cada dia de trabalho teve seus encantos, paixões, trocas e com certeza muito divertimento.

Gratidão e felicidade por ter feito parte desse processo.

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Embarcando com Humor_ Cleide Amorim | Foto_ Adriana Ramos

CANTANDO NO BUSÃO A proposta de programação foi organizada para contemplar diversos gêneros, como música popular, infantil, forró, e jazz. Os artistas que integraram este mês de programação foram o Rafael Stonne (21/09), Trajano (28/09), Forró di Muié (05/10) e o grupo Flor de Crejoá (12/10). No Youtube são mais de 600 visualizações apenas no primeiro mês de atividades. Também tivemos como apresentador convidado o Adriano Antony, que realizou entrevistas com cada convidado.

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Cantando no Busão_ Flor de Crejoá | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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RAFAEL STONNE Nunca tinha me apresentado em um ônibus, quando eu recebi o projeto e o conheci fiquei totalmente encantado, e me perguntei “como eu não sabia da existência do “Zózima Trupe?” Logo de cara já fiquei empolgado com essa apresentação.

Chegando lá fiquei encantado com ônibus e a estética dele, fora que me apaixonei pela equipe que estava presente, eles conseguiram deixar o ônibus com a minha cara, uma vibe bem intimista, bateu aquele friozinho na barriga no começo mas depois foi que foi.

Espero um dia me apresentar no ônibus da Zózima Trupe quando essa pandemia acabar, com o púbico ali totalmente presente, só tenho agradecer, foi uma experiência única!

Obrigado Zózima Trupe.

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Cantando no Busão_ Rafael Stonne | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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TRAJANO Projeto que foi incrível e lindo!

Estamos vivendo momentos pertubadores no país e no mundo em relação a saúde e política. E falando individualmente eu estava passando por momentos muito incertos, principalmente por não estar cantando com o outro. Nós artistas sentimos falta disso, o principal intuito do artista é essa troca, e eu estava sentindo muita falta.

Mesmo o projeto não tendo público presente na gravação, a produção foi essencial nesse processo, o calor que as pessoas estavam nos bastidores foi importante para entender que a música estava no caminho certo.

Então esse projeto me reanimou, assim sabe ?! Ele me recarregou e me fez lembrar como é essa troca que a gente tanto preza.

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Cantando no Busão_ Trajano e Camily Trajano | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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FORRÓ DI MUIÉ Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro! foi um presente, desses que a gente não espera.

Forró di Muié é um dos meus trabalhos favoritos porque estou entre amigas, parceiras de vida e por isso perder a continuidade desse trabalho na pandemia mexeu muito comigo.

O convite reativou memórias diversas porque o território coincidiu de ser o território onde nasceu a banda, o bairro Belém.

Nos conhecemos há 11 anos atrás, local que durante muito tempo abrigou nossas construções artísticas musicais. Quatro das 6 integrantes fizeram SP Escola de Teatro, somos da primeira turma de sonoplastia ali na Rangel Pestana, a poucos metros de distância do estacionamento onde ônibus estava. Coincidência ou não eu gosto de usar como possibilidades que o universo proporciona.

20 Foi um dia de calor raro aqui em SP que aqueceu ainda mais o ânimo e a vontade de gravar, mostrar nossa arte.

Somos mulheres pretas, periféricas, mães, lésbicas, somos referências dentro da família, somos as que romperam muitos ciclos e estigmas que atravessam nossas corpas que causam paralisia, dor e resulta nos lugares que a sociedade insiste em nos colocar.

Cantar e mostrar nossa arte, viver disso é um ato de muita coragem e resistência.

O forró assim como outros gêneros musicais é extremamente machista e ter uma banda feminina e pautar com mais qualidade e pesquisa tem sido um desafio. A música exige perfeição, exige qualidade e continuidade e homens cis possuem mais privilégios de levar a música adiante e para nós mulheres é abrir mão de processos ou ter que dar conta de tudo e incluir a música como bagagem. A nossa ideia ainda que tímida é criar redes de apoio que possibilite que nós mulheres musicistas de ter possibilidade de tempo, pausa, imersão para a Pra gente não é só cantar, tocar, construção de nossa música. pensar artisticamente. Pra gente é um sopro de esperança de que Se a gente pensar em Cátia de viver assim é possível e legítimo. França que pra nós uma grande Esse período precarizou demais referência, é perceber um nosso trabalho e foi preciso se apagamento da sua genialidade reinventar pra sobreviver. Triplas onde sua performance e multi jornadas de trabalhos, habilidades foi reconhecida muitos subempregos foram o que tinha anos depois, romper esse ciclo de pra gente. apagamento é mais do que urgente, vocês não acham?

Finalizando esse relato com muito tom de desabafo, quero agradecer a Zózima por nos abrir espaço e sermos a primeira numa série com uma curadoria sensível e atenta.

Não somos as únicas que precisamos ser ouvidas temos mulheres, surdas, cadeirantes, autistas, cegas e muitas outras mais que usam da arte como possibilidade de manter a vontade de viver.

Cantando no Busão_ Forró di Muié | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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Cantando no Busão_ Forró di Muié | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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FLOR DE CREJOÁ Participar do projeto foi um presente, pois admiramos muito o trabalho da Zozima e ficamos muito honrados em ser lembrados para integrar a programação.

Fizemos o show sentados como se estivéssemos realmente usando o transporte coletivo e foi divertidíssimo!

A maior adaptação deste período pandêmico é a interação com o público, ter que imaginar as reações da plateia e pensar em como fazer para o show não parecer "frio" aos espectadores virtuais.

Tocar no ônibus foi uma experiência única e instigante.

Imaginamos como deve ser fazer este projeto com o ônibus em movimento e com o ônibus lotado de público. Deve ser maravilhoso e inesquecível!

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Cantando no Busão_ Flor de Crejoá | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

#VOUDEBUS Tivemos a presença de artistas e coletivos das linguagens de poesia, dança, música e performance em nosso ônibus.

O selecionados (as) foram Jairo Pereira, Coletivo Noz Canela, Coletivo Lab de Nóiz e a cantora Nay Carvalho. As apresentações ocorreram entre outubro e novembro, são cerca de 500 visualizações.

Os artistas buscaram a reflexão sobre a cidade, sobre o feminino, ancestralidade e as histórias orais que estão vivas por entre as ruas e dentro dos ônibus urbanos.

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#VOUDEBUS_ Coletivo Lab de Nóiz | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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JAIRO PEREIRA Que experiência mágica adaptar meu show pra dentro de um ônibus, hoje posso dizer que me apresentei no busão, abracei e fui abraçado por aquela estrutura cheia de histórias de vidas, idas e vindas.

O prazer de me apresentar junto do maestro Fábio Leandro, encontrando inspiração naquele espaço foi realmente um trânsito de emoções. Fui lindamente recepcionado pela Zózima Trupe que me deu todo suporte para fazer minha apresentação, junto de uma simpatia deliciosa.

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#VOUDEBUS_ Jairo Pereira e Maestro Fábio Leandro | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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NOZ CANELA =

Dançar no ônibus foi um momento bem precioso, cheio de memórias e camadas, foi deixar o corpo ser embreagado pelos espetáculos que assistimos no ônibus, foi dançar a criatura do espaço e suas provocações, foi dançar os enunciados e propostas do projeto "Arruinadas" que atravessaram meu corpo e acima de tudo celebrar a vida com arte, convocar para uma prece, invocar e ampliar a rede do cuidar. Com a Zózima Trupe tudo isso foi um grande presente.

Assim como a arte tem o poder de transformar o espaço, o espaço também tem poder de transformar a arte, e é esse sentimento de transformação que eu enquanto artista vivi performando "Arruinadas" em um ambiente tão diversificado quanto um ônibus, não apenas um ônibus comum, mas um que é construído de histórias, diversidade artistica e kkk

30 passagens.

As histórias que o ônibus e que a Zózima Trupe carrega conversaram com as histórias que o nosso coletivo, Noz Canela, também carrega. Tudo isso nos atravessou e atravessou a nossa dança.

#VOUDEBUS_ Melissa Aguiar e Maytê Costa | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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LAB DE NÓIZ A experiência que vivemos no ônibus da Zózima Trupe expandiu horizontes a cerca do nosso fazer artístico e coletivo. Transportar nosso experimento cênico para o ônibus nos provocou reflexões a cerca deste espaço coletivo e público e como ele se relaciona com nossas corpas, mulheres, periféricas e negras; nos possibilitou a pesquisa de novas estéticas que potencializou o que estamos comunicando e abriu espaço para novas criações.

Além de ter sido uma experiência muito rica com uma equipe profissional, que nos acolheu muito bem e se propôs ao dialogo e construção conjunta.

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#VOUDEBUS_ Samyra Keller, Mavi Freire e Agatha Christie | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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NAY CARVALHO Simples como o dia e seus movimentos de vai o volta. Nunca igual ao dia anterior, o que muda é gente! É o entra e sai de gente, é a mente da gente, aparentemente quieta e fechada. Se apenas observar as diferenças já nos transforma cotidianamente, pense na arte inclusa nessa viagem.

Quantas abordagens artísticas transportadas e transmitidas. O acesso é livre! A cultura é livre!

Minha experiência pandêmica no busão, não permitiu o contato com seu público, porém para sentir, projetar e ocupar esse espaço tão plural e coletivo com a música, rodei muitas catracas, ao som de mulheres, que me contam seus olhares da vida em forma musicada.

34 Assim também viajo ao assitir São Paulo pelas grandes janelas, telas vivas, me transformando ao som delas e interpretando suas canções posso viver cada palavra cantada com coração na boca.

Que momento!

#VOUDEBUS_ Nay Gasalucinação

Carvalho

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Foto_

EMBARCANDO COM HUMOR Ao longo do último mês de programação os artistas envolvidos no processo de criação do espetáculo "Show da Polly", trabalho voltado para a linguagem da comédia, realizaram experimentos, leituras da dramaturgia e falaram um pouco sobre as pesquisas e histórico da montagem. Todo o material foi dividido em 4 vídeos que foram exibidos ao longo do mês.

O intuito era compartilhar com o público as inquietações que cercam a pesquisa do "Show da Polly".

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#VOUDEBUS_ Coletivo Lab de Nóiz | Foto_ Registro do Vídeo de Leonardo Souzza

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SHOW DA POLLY =

O grotesco como espetáculo!

O show da Polly teve sua origem em 2004 como exercício de turma da Fundação das Artes. Naquela época optamos pela pesquisa da estética épica pelo ponto de vista de Bertolt Brecht e usamos fragmentos de textos deste autor.

Daquele momento até hoje este trabalho ecoa nos corpos de alguns daqueles que participaram do processo. E agora estamos aqui de novo. Num modelo totalmente renovado, com participação de novas cabeças criadoras o projeto está revitalizado e pronto para sua construção em parceria com um grupo de teatro com uma história tão potente, criadora e bela como a Zózima Trupe, Isso só pode me deixar a certeza de que todo trabalho valeu a pena.

38 Nestes dias onde nosso país passa por um momento tão turbulento (social, econômica e politicamente) e pós pandêmico esta montagem se faz necessária. Um trabalho que foi criado mais para provocar do que agradar ainda tem uma atualidade ácida, divertida e cruel.

Uma combinação de sensações e uma experiência única. Uma mescla de emoções, desde o dia a dia de ensaio onde nossos encontros são temperados pelo riso, pelo espanto, pela descoberta até nos momentos primeiros de criação da dramaturgia o trabalho nos revela sua potência. Um trabalho que traz o riso nervoso, a diversão critica, a estética suja e o prazer do encontro.

Tendo como ponto de partida a investigação dos programas populares de massa propomos uma imersão da espetacularização do banal e como nos permitimos a nos tornarmos uma peça de uma engrenagem onde o homem deixa de ser um homem e se torna grgrgrg

apenas um numero ou uma fonte de diversão barata para promover a alienação da realidade.

Agora no projeto “Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro!” acredito que tenhamos alcançado nosso primeiro objetivo. Nos alimentarmos de entusiasmo para continuidade e alçarmos voos maiores fazendo este show não morrer sabendo de sua importância, primeiro para nós artistas criadores e, depois, para todos que compartilharem experiencias conosco. Só espero que atinja a todos como nos atinge.

E que celebremos a arte do encontro, que é o teatro, com toda força, energia que esta linguagem mereça. Evoé para novos tempos.

Pedro Alcântara

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Embarcando com Humor_ Cleide Amorim | Foto_ Adriana Ramos

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Encerro com o coração feliz!

Enquanto produtor encerro este projeto muito feliz, foram 3 meses de programação e de encontros muito potentes entre os espectadores e os artistas.

Vivemos e ainda estamos passando por momentos de grande tensão causa pela covid19, muitas portas foram fechadas, perdemos pessoas queridas e Foto_Jonathan Araujo tivemos que pausar, mesmo que brevemente, o trabalho artístico presencial. Quando penso no encontro sem fronteiras, entendo nessas possibilidades de reativação da arte com o outro, do artista com sua arte, muitos que passaram pela programação comentaram conosco que este era o primeiro trabalho desenvolvido após meses parados, este também foi um dos primeiros projetos ´presenciais que realizei e me sinto realizado.

Ter parceiras como a Amanda e a Brenda neste processo é de extrema importância, o trabalho se torna mais simples, ter o apoio dos técnicos é um presente, com eles o artista também se sente acolhido, e por consequência nós também!

Encerro com o coração feliz! Isso é um até breve.